domingo, maio 31

LUZ OU TREVAS?

Mt. 6: 22 e 23 - "A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!"
O senso comum leva a maioria das pessoas ao entendimento de que luz é algo místico. Concluem estas mesmas pessoas que alguns são portadores desse tipo de luz, a saber poder sobrenatural. Imagina-se, erroneamente, que se trata de um dom concedido pelas forças do além a seres especiais. Esta visão foi imposta pela cultura e doutrina gnóstica, a qual se infiltrou no cristianismo histórico desde o primeiro século da era comum. Que algumas pessoas possuem certas habilidades é verdade, porém, são apenas poderes latentes da alma. Nada a ver com Deus ou qualquer outro ser do mundo espiritual.
No entanto, já foi dito que luz, é, em sentido denotativo, um fenômeno físico da esfera da óptica; e, no sentido conotativo, é conhecimento da esfera espiritual e apenas concernente a Deus. Aparece, tanto no velho, quanto no novo testamento, significando o conhecimento de Deus e do seu Filho Unigênito e Primogênito dentre os mortos. Conhecer Deus é um processo posterior a experiência do novo nascimento. Antes dessa experiência, o que ocorre é apenas uma espécie de saberes ou informações acerca de Deus, Jesus, Bíblia, Religião etc. Saber acerca de algo ou alguém não significa o real conhecimento destes. No Novo Testamento há duas palavras distintas para 'saber' e para 'conhecer'. Saber é [εἰδέναι] que transliterado para caracteres latinos é 'eidenai'. Enquanto, conhecer é [γινώσκεινque transliterado grafa-se 'gnoskein.' Por exemplo, em Mt. 26:70, Pedro, ao ser questionado sobre pertencer ao grupo de Jesus disse: "... não sei o que dizes." Neste caso, Pedro utilizou-se do verbo saber, no sentido de não ter informações ou saber nada sobre Jesus, o Cristo. Por outro lado, quando Jesus foi confrontado pelos religiosos em Jo. 5:42, Jesus disse-lhes: "... mas bem vos conheço, que não tendes em vós o amor de Deus.
Grande parte das pessoas é levada para o seio de uma ou outra crença por razões emocionais ou pressionada pelas circunstâncias da vida. Por esta razão tem apenas um saber informativo e superficial sobre questões espirituais. Com o tempo estas pessoas começam a sentir-se de uma das duas formas: a) acomodadas, porque não querem sair da zona de conforto, tradições familiares, relações sociais e aceitação pessoal; b) incomodadas, inquietas e insatisfeitas, porque não veem qualquer progresso em suas vidas. Não vivenciam aquilo que leem nas Escrituras. Seus erros, fraquezas e deslizes as confrontam com o padrão bíblico de espiritualidade e verdade. Em ambos os casos tal pessoa é apenas um religioso que, por vezes, torna-se cínico e legalista; por vezes, torna-se faccioso, crítico e juiz dos outros. Neste ponto, tais religiosos, ficam pulando de crença em crença em busca de paz e solução de seus dramas almáticos.
O texto que abre esta instância de estudos é o mesmo registrado no evangelho de Lucas do estudo anterior. A diferença é que Mateus captou um pouco mais o que Jesus ensinava. O ensino é que, se a pessoa é nascida de novo e vê pelas lentes da verdade, tanto faz para as circunstâncias estarem boas ou ruins. Tudo estará sendo visto pela ótica da vida de Cristo que nela está. Por outro lado, se a pessoa não é nascida do alto, tudo o que ela percebe, vê e sente será tenebroso, ruim e desagradável. Estará sendo guiada apenas pela luz própria.
Jesus, o Cristo termina o seu ensino afirmando que, se a pessoa subsiste apenas com a sua luz, está de fato em grandes trevas. Ora, isto se dá pelo fato de a luz própria do homem não tem qualquer relação com a luz procedente de Deus. A natureza pecaminosa desliga o homem natural de Deus. Tal pessoa é conduzida pela alma, e, portanto, age pela luz almática. Por esta razão se tornam altamente sensíveis às circunstâncias. Esta é a razão de tantas pessoas serem bipolares, infelizes e chatas. Elas mesmas não se suportam, consequentemente, não suportam mais ninguém. Não fossem as amarras da lei e os contra-pesos da sociedade, a humanidade já teria praticado auto-extinção.
Jo. 1: 1 a 5 - "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela." Este texto explica e esclarece a origem da luz verdadeira que não é um fenômeno físico, nem uma sensação mística, mas uma pessoa. O verbo é uma referência à Cristo como o verbalizador ou a palavra de Deus que se comunica com a humanidade. Vê-se que o Verbo é o próprio Deus. A vida de Cristo é eterna e perfeita, portanto é luz, a saber, conhecimento puro, pleno e perfeito de Deus. Cristo se encarnou no homem histórico Jesus para que a Palavra de Deus fosse comunicada ao homem decaído e morto para Ele. 
Jo. 9: 4 e 5 - "Importa que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo." O ensino é literal. Cristo é a própria luz, ou seja, ele mesmo é o conhecimento que alguém pode obter de Deus. 
Desta forma, o texto de abertura termina dizendo: "se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!" A mensagem é que, se você é guiado por seu próprio entendimento sobre a verdade, você está nas trevas, porque o homem natural possui apenas o saber e não o conhecimento de Deus. Então, o Cristo maximiza, dizendo que, neste caso, são grandes trevas.
Sola Scriptura!

Um comentário:

Luiz Gomes disse...

Boa noite meu nobre. Obrigado pelo comentário no meu blog. Gostaria de ter o privilégio de você como meu seguidor.