segunda-feira, fevereiro 11

A HUMILDADE QUE PROCEDE DA SOBERANIA DE DEUS

I Pd. 5: 5 a 8 - "E cingi-vos todos de humildade uns para com os outros, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar."
Humildade é um dos termos mais empregados no comento popular. Entretanto, poucos têm ciência da sua real significação. Humildade tem as suas raízes etmo-semânticas no termo 'humus', que, por seu turno, indica terra podre, barro misturado a restos de matéria orgânica em decomposição. Passou para o latim clássico como 'humiltatis', significando: 'pouca elevação, pequena estatura; abatimento; modéstia'. Então, vê-se que não é algo tão desejado pela natureza decaída e depravada do homem. Muitos que se afirmam humildes, o fazem por interesses escusos e puro desejo de conquistar algo ou alguém. O fato é que, ninguém é naturalmente humilde, bastando surgir uma ou outra circunstância que exige tal humildade, ela desaparece rapidamente.
O texto que propõe este artigo fala da necessidade de os eleitos e regenerados cingirem-se da humildade. Cingir é um verbo que denota a ideia de amarrar uma toalha à cintura para executar uma ação que exigirá enxugar-se depois. Cristo fez isto no lava-pés dos discípulos no cenáculo. Talvez Pedro estivesse se referindo a isto  no referido texto. A proposta não é para que os cristãos demonstrem humildades próprias, mas para cingirem-se dela. Isto indica que ela lhes é desenvolvida por Cristo e não uma virtude natural, pois Ele mesmo disse:"...aprendei de mim que sou manso e humildade de coração." Então, é doutrinado nesta epístola petrina que o nascido do alto crê na graça de Deus para receber humildade e se colocar na perspectiva de humilhação diante d'Ele; e, servindo uns aos outros como sendo cada um inferior ao outro, pois, assim, Deus os exaltará a seu tempo. O tempo da exaltação é na restauração final quando chegar-se-á à plenitude de Cristo. 
O resultado da fé como dom de Deus é que produz a humildade e a convicção que todas as ansiedades devem ser lançadas sobre Ele. Para o homem natural a ansiedade é solucionada por esforço de religião exterior e esforços próprios, para os nascidos de Deus consiste apenas em lançá-las sobre Ele. Porque, os eleitos recebem plena confiança que Deus é o Abba que cuida deles à semelhança de um pai cuida dos seus filhos. Não veem Deus como um negociante que dá coisas em uma relação proporcionalmente aos méritos e justiças humanas. Esta tem sido a tônica continuada da famigerada "Teologia de Mascate" nas religiões dominantes e predominantes. Este não é o ensino de Cristo!
Quanto à sobriedade requerida dos eleitos e regenerados em relação ao Diabo, o adversário deles, não é um dogma ou uma ordenança. Ao contrário é uma garantia que ele não pode nada contra os eleitos. O texto é auto-explicativo: "anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar." Ele só tragará aos que puder e não aos eleitos e regenerados. Isto é confirmado em I Jo. 5:18 - "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca." O medo é a primeira e maior consequência do pecado, por isto, Cristo afirma 365 vezes as expressões: "não temas" e suas correlatas. O povo erra por falta de fé, que, por sua vez, produz o verdadeiro conhecimento de Deus. Por esta razão é que o profeta Oséias diz:"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos."
O nascido de Deus é sóbrio e vigia, porque o Espírito Santo é o seu ensinador e não porque é humilde e merecedor, também não é melhor ou superior às outras pessoas. O nascido de Deus recebe a graça para ser sóbrio e para vigiar sobre o que é e o que não é verdade espiritual. O verdadeiro filho de Deus é tratado em suas fraquezas e erros até que ganhe fé autêntica, e, esta, é uma dura e árdua tarefa no deserto. Nada tem a ver com estes ensinos esotéricos e exotéricos sobre "guerra espiritual". A guerra espiritual já foi vencida na cruz, quando o descendente da mulher esmagou a cabeça dos descendentes da serpente conforme a profecia de Gn. 3:15.
Sola Gratia!

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