fevereiro 24, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS VIII

Dn. 7: 1 a 8 - "No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça. Então escreveu o sonho, e relatou a suma das coisas. Falou Daniel, e disse: eu estava olhando, numa visão noturna, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande. E quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, subiam do mar. O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da Terra, e posto em dois pés como um homem; e foi-lhe dado um coração de homem. Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: levanta-te, devora muita carne. Depois disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças; e foi-lhe dado domínio. Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. Eu considerava os chifres, e eis que entre eles subiu outro chifre, pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas."
Neste capítulo o profeta Daniel vê as visões de Deus acerca das grandes potências que se levantariam na Terra e as funções de cada uma delas no processo histórico. Fica claro que os reis e poderosos se levantam e desaparecem porque Deus assim o determina. 
A profecia utiliza tipos e símbolos, como também a linguagem utilizada pode ser literal ou figurada. Assim, estes animais, os ventos, o mar, os chifres e tudo o mais são apenas símbolos de pessoas, poderes e reinos. Um tipo deve sempre interpretado com base nas características semelhantes, ou seja, um tipo deve ser semelhante ao seu antítipo, pelo menos em alguns aspectos. O tipo só se registra uma vez e não é compreendido enquanto o seu antítipo não se manifesta. Adão é um tipo e Jesus, o Cristo o seu antítipo. Todavia, esta relação só ficou clara quando Jesus, o Cristo veio e cumpriu o seu papel no projeto supremo de Deus. Assim como no primeiro Adão a raça humana conheceu o pecado, no segundo Adão o homem conhece a graça e a salvação. No primeiro Adão, o homem morreu para Deus, mas em Jesus, o Cristo a raça adâmica morre para o pecado
O símbolo tem o seu significado independente de qualquer relação de semelhança com aquilo que simboliza. O cumprimento de um símbolo pode se dar diversas vezes e em diferentes momentos da história. Também os símbolos podem ser entendidos antes mesmo de seu cumprimento concreto. Jesus fala do fermento como um símbolo do mal em um momento, mas como o símbolo do reino dos céus em outro momento. A boa semente na parábola do semeador, representa os filhos de Deus.
A linguagem literal é dividida em dois subtipos: a que se refere a coisas ou pessoas na Terra e a que se refere a coisas ou pessoas no reino dos céus. Uma das dificuldades na interpretação da linguagem profética é que, mesmo sendo literal, os profetas descreviam os eventos com base em objetos familiares do seu tempo. Os cavaleiros do Apocalipse não são símbolos, mas João viu no céu algo que se locomovia e o que havia como meio de locmoção no seu tempo eram cavalos. Na linguagem simbólica a ação é sempre literal, apenas o sujeito da ação que é simbólico. Assim, deve-se descobrir o sentido dombolo e depois aplicá-lo à uma ação literal. Também os números possuem grande significação nas Escrituras, por exemplo, um está sempre relacionado a Deus; três às três pessoas da Triunidade divina; quatro está relacionado a tudo o que se refere à Terra; seis está relacionado a Satanás e ao mal conforme Dn. 3:1 e Ap. 13:18. Sete é número de totalidade e não da perfeição como já se falou por aí; oito é o número relacionado a Jesus, o Cristo; dez é número indefinido ou para arredondamento; doze é o número dos redimidos. 
Bem, agora pode-se concluir indicando que estes animais das visões de Daniel são nações que se levantariam sobre a face da Terra. Os quatro ventos representam o poder de Deus sobre a Terra. O mar grande representa a agitação política e social das nações da Terra. Os quatro animais são os símbolos das quatro nações do capítulo 2 da profecia de Daniel. No capítulo 2 a visão era de uma estátua que representava as quatro nações poderosas da Terra e fala também de uma Rocha que se soltou sozinha e destruiu a estátua. No capítulo 7 se vê a mesma coisa, porém agora são animais terrestres e um ser poderoso que vem do céu e destrói os animais.
O leão é o símbolo de Babilônia formado pelo corpo de leão e a cabeça de ser humano com asas de águia. Foi-lhe arrancadas as asas e colocado um coração de homem, indicando que o seu poder seria retirado e que pereceria. Diversos achados arqueológicos confirmam esta figuara nas ruínas da antiga civilização babilônica. O urso é o reino ou império Medo-Persa formado por dois povos, sendo a eleite procedente de um dos lados, a saber da Media. As três costelas entre os dentes significam os povos que este império devorou. O leopardo representa o Império Grego dominado por Alexandre, o grande. Entretanto, as quatro asas representam a divisão deste império entre seu quatro generais, após a morte prematura de Alexandre, formando quatro dinastias distintas. O quarto animal representa o Império Romano: terrível, espantoso e forte. Os romanos dominaram quase todo o mundo conhecido de então pelo poder das armas confeccionadas por ferro temperado. 
Chifres em profecia sempre indicam poder, por isto, os dez chifres da visão de Daniel representam dez reis ou governos conforme o verso 24, dos quais três são depostos e um novo chifre surge com olhos e boca que proferirá grandes coisas. Isto significa o surgimento do Anticristo oriundo do império romano que ressurgirá no fim dos tempos conforme Dn. 9:26. Este quarto animal teve aplicação no antigo Império Romano e terá aplicação no surgimento e fortalecimento de dez nações modernas de origem deste antigo império, e, do meio delas surgirá a Besta ou o Anticristo representado pelo chifre pequeno diante do qual são arrancados três dos dez chifres. Isto poderá indicar processos de unificações entre países europeus. Sobre as coisas que proferirá e o que realizará para impor o domínio mundial está registrado em Ap. 13.
Soli Deo Gloria!

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