Dn. 9: 24 a 17 - "Setenta semanas estão decretadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos. E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações. E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador."
Das setenta semanas já se falou no cumprimento de sessenta e nove semanas. Portanto, falta a septuagésima semana que é, como foi dito, um ponto flutuante, ou seja, ocorrerá em um tempo que pode iniciar a qualquer momento da história. O referencial da profecia é o povo judeu e a cidade de Jerusalém, pois o mensageiro diz a Daniel que as setenta semanas estavam determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade. Assim, os pronomes "teu" e "tua" esclarecem que se tratava desta referência. Todavia, são fatos e acontecimentos conectados com toda a humanidade. Israel é uma espécie de termômetro da história da humanidade, tudo o que ocorre lá reflete no mundo todo.
O texto diz que, nestas setenta semanas iria 'cessar a transgressão, por fim aos pecados, expiar a iniquidade, trazer a justiça eterna e selar toda e qualquer visão e profecia, e, finalmente ungir o santíssimo'. Estes fatos são fundamentais para se entender o andamento do processo de Deus para finalizar a história humana nesta era. Sabe-se que transgressão é um tipo de pecado que leva o homem a romper ou ultrapassar uma regra, lei ou preceito; pecado é a incredulidade na Palavra de Deus, sendo diferente de atos pecaminosos, a saber, atos falhos cometidos pelo homem; expiar a iniquidade significa que um salvador pagaria o preço da iniquidade do homem, a saber, o pecado que o separou de Deus; a justiça eterna foi a providência de Deus para aniquilar o pecado, a saber, a encarnação de Cristo na pessoa humana e histórica de Jesus para morrer na cruz e aniquilar o pecado do homem em sua morte; selar toda e qualquer visão significa acabar qualquer forma de revelação sobrenatural, porque todo o propósito de Deus terá sido cumprido, portanto não mais será necessária profecia, visão ou revelação; ungir o santíssimo é o início do reino eterno de Cristo após a restauração de todas as coisas, os juízos sobre os povos e nações e a condenação final e eterna de Satanás, dos demônios e das almas dos que não foram regenerados pela graça por meio da inclusão na morte de Cristo.
Ora, de fato, quase todas estas coisas já se cumpriram nas sessenta e nove semanas, que são 'sets de anos', faltando apenas o cumprimento da lacuna de tempo da pregação do evangelho pela igreja e os acontecimentos da septuagésima semana da profecia. Já se explicou que as sessenta e nove semanas começaram com o edito do rei Artaxerxes, o qual permitiu que os judeus do cativeiro retornassem a Jerusalém para reparar os muros e reconstruir a cidade. A sexagésima nona semana terminou com a entrada triunfal de Jesus, o Cristo na cidade de Jerusalém pouco antes da sua crucificação. O texto de Daniel também fala sobre a morte de Jesus, o Cristo nos termos seguintes: "...e depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá." Isto aconteceu quando os principais dos judeus, as autoridades romanas e o povo, em geral, prendeu, julgou e condenou Jesus, o Cristo à morte de cruz.
O texto menciona, ainda, dois príncipes: "o ungido, o príncipe" que é Jesus, o Cristo; e o "príncipe que ha de vir." Esta é uma referência ao Anticristo, ou à Besta que formará um governo mundial, invadirá Jerusalém e assentar-se-á no Templo de Salomão, dizendo-se ser ele mesmo o próprio Deus. Atualmente sabe-se que todo o material para reconstruir o templo está guardado em Israel. A única coisa que impede é a ocupação do local do antigo templo pelos palestinos e suas duas mesquitas, Al Aqsa e Omar. Alguns intérpretes afirmam que este príncipe que tentará tomar o lugar de Cristo sairá da Itália. Parece fazer sentido, pois o povo que destruiu Jerusalém no ano 70 d. C. foram os romanos, sendo os italianos os seus herdeiros étnicos.
O tal anticristo ganhará fama e prestígio mundial e fará um acordo com os judeus, entrando em Jerusalém exigirá adoração e culto no templo reconstruído. Entretanto, na metade da última semana, a saber, após três anos e meio, ele romperá o acordo e haverá conflito e guerra até o fim. Em outros estudos abordar-se-á este assunto mais de perto, especialmente nos textos de Apocalipse.
Sola Scriptura!
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