II Pd. 3: 1 a 4 - "Amados, já é esta a segunda carta que vos escrevo; em ambas as quais desperto com admoestações o vosso ânimo sincero; para que vos lembreis das palavras que dantes foram ditas pelos santos profetas, e do mandamento do Senhor e Salvador, dado mediante os vossos apóstolos; sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores com zombaria andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação."
As Escrituras são um conjunto de livros, por esta razão é chamada de bíblia, ou seja, biblioteca. É dividida em duas partes chamadas de Velho Testamento e de Novo Testamento, respectivamente. Por isto sempre se pode referir ao conjunto como 'Escrituras' no plural. O Novo Testamento é, de fato, a aplicação prática do Velho Testamento, especialmente no que concerne ao "supremo propósito" de Deus em revelar o seu plano de redenção por meio de Cristo. É fundamental entender que se trata de um livro que sofreu ao longo da história inumeráveis ataques, não apenas verbais, mas físicos inclusive. Foi queimado em fogueiras por diversas vezes e em diversos lugares por regimes comunistas. Foi e é desdenhado e combatido por alguns cientistas materialistas; foi e é combatido por céticos, agnósticos, ateus e místicos a serviço de movimentos de caráter gnóstico e universalista; e, pasme, é atualmente combatido e criticado por diversos teólogos, pastores, seminaristas e líderes de diferentes religiões que se dizem cristãs. Estes, tentam ingloriamente, refundar a mensagem do evangelho. Estes tais não conseguem alcançar a revelação do alto, e, para tanto, criam uma teologia de baixo e horizontalizada. Por isto, suas almas contaminadas pela natureza pecaminosa, não expiada na cruz, se põem contra as Escrituras tal como são. Alguns chegam ao ponto de decodificar e recodificar um evangelho próprio, contorcendo os textos, fora dos seus contextos e a pretextos de evolução, depuração ou purgação da espécie humana. Para tanto, eliminam o pecado, o inferno, o Diabo e diminuem a pessoa de Jesus, o Cristo a um mero espírito evoluído. Deus tenha misericórdia deles!
Acerca de todos estes as Escrituras já advertiam aos primeiros cristãos sobre suas ações antievangélicas. Nada do que inventam é novidade para os eleitos e regenerados feitos filhos de Deus por adoção por meio de Cristo conforme Jo. 1: 9 e 15 - "Pois a verdadeira luz, que alumia a todo homem, estava chegando ao mundo. Estava ele no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai." Este é o testemunho de João, o batista acerca de Jesus, o Cristo. Ele é a verdadeira luz, fez o mundo, esteve e está no mundo, mas os que são do mundo não podem conhecê-lo, porque isto não se dá pelo intelecto, mas apenas por revelação da graça. Ele veio para o que lhe pertence por direito, mas estes seres e coisas estão sob o domínio do maligno e não podem recebê-lo. Entretanto, todos os que foram conhecidos de antemão, predestinados, chamados, justificados e glorificados n'Ele, o recebem e se tornam filhos de Deus por meio do novo nascimento. Este processo não é por descendência étnica, não é por geração biológica, e muito menos por obras e justiças originadas na vontade contaminada do homem decaído. É uma ação monérgica do próprio Deus, usando da sua soberania.
No texto que abre este estudo é dito sobre os escarnecedores, que, desde o início da era cristã zombam e duvidam do cumprimento das profecias sobre o retorno do Grande Rei. Estes agem assim, porque suas vidas seguem os seus desejos e concepções dissociadas da vida de Cristo, e, portanto, jamais poderão crer em qualquer coisa do reino eterno d'Ele. Não é que não querem, mas sim porque não podem. Recentemente na virada de 2012 para 2013 verificou-se uma grande efervescência sobre "profecias maias" acerca do fim do mundo. Esta sugestão foi resultante de uma interpretação de calendários e escritos deixados por este povo pré-colombiano. Entretanto, cada um interpreta e afirma o que quer, mas Deus tem o seu propósito eterno imutável e inabalável. Viu-se de tudo sobre este assunto: uns com medo, outros zombando, outros tentando rever e consertar possíveis erros e assim por diante. Não adianta querer sustentar o que é insustentável espiritualmente.
Na medida em que se aproxima o tempo da restauração de todas as coisas, os tais zombeteiros se multiplicarão, os céticos se tornarão mais céticos, os ateus já se organizam e têm voz nos meios de comunicação. Entretanto, tudo isto não é novidade alguma aos que nasceram do alto por meio do nascimento 'da água e do Espírito'. Ao contrário do que buscam os humanistas e os religiosos, as coisas vão se tornar cada vez mais obscuras espiritualmente para os que perecem. Entretanto, Deus tem o seu remanescente e uma semente que o serve de geração em geração, independentemente das circunstâncias vigentes e prevalecentes no mundo. Por esta razão é previsto que o "grande e terrível dia do Senhor" virá como o ladrão, à hora em que ninguém o espera. O caminho do homem natural é em sentido oposto ao caminho de Deus, mesmo quando praticam suas religiões produzidas por suas mentes governadas pela natureza contaminada pelo pecado.
Os versos 9 e 10 de II Pd. 3 rezam o seguinte: "O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se. Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas." Então, o fato de os acontecimentos demorarem é o resultado do amor longânimo de Deus para com os seus eleitos. Assim, cumprindo-se o "kairós" de Deus, a saber, aquele tempo preordenado por Ele, os acontecimentos se desencadearão desde as estruturas no espaço sideral até as mínimas coisas que estão na Terra. Toda a obra oculta do gnosticismo e do humanismo dissociado de Deus será posto às claras para que sirva de testemunho perante os homens e as criaturas celestes. Assim, a justiça de Deus será indefectível e inatacável para sempre.
O apóstolo Pedro afirma no verso 13 do mesmo contexto o seguinte: "Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça." Os que receberam graça e misericórdia para crer aguardam a restauração de todas as coisas, quando serão formados novos céus e nova Terra onde habitarão eternamente. Esta não é uma questão de debate científico ou filosófico, é, outrossim, uma questão de fé e esta é dom de Deus, não uma virtude natural do homem.
Sola Fide!
Sola Gratia!
Sola Scriptura!
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