sábado, fevereiro 23

SOBRE O FIM DOS TEMPOS VII

Mt. 23: 33 a 39 - "Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno? Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas: e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros os perseguireis de cidade em cidade; para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar. Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre esta geração. Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste! Eis aí abandonada vos é a vossa casa. Pois eu vos declaro que desde agora de modo nenhum me vereis, até que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor."
O Jesus representando nas religiões que se dizem cristãs pouco tem a ver com o apresentado nas Escrituras. Apresentam um Cristo quase mitológico e revestido de uma áurea de infantilidade. Ora, o Cristo apresentado nas Escrituras é um ser absolutamente normal, enquanto homem, pois nasceu em uma família, foi criança e brincou, passou por todas as experiências hormonais, cresceu, trabalhou na carpintaria de José. Jesus, o Cristo participou de casamentos, se alegrou, dançou, tomou vinho, comeu assentado ao redor da mesa com os amigos de moral duvidosa, chorou ao se emocionar com a dor e o sofrimento humano, curou os enfermos. Todavia, Jesus, o Cristo foi também um homem adulto que enfrentou a incompreensão dos religiosos, a fúria dos ambiciosos e a maldade dos líderes da sociedade, por suas posturas contrárias em relação aos seus comportamentos e práticas contraditórias. Foi um orador franco e direto, não arredando pé da verdade, nem para agradar, nem para desagradar aos seus ouvintes. Jesus, em muitos casos, agiu ferozmente na defesa da mensagem verdadeira do evangelho, expulsando cambistas da porta do templo às chicotadas. Chamou a liderança religiosa de hipócritas, cegos, dissimulados e outros adjetivos correlatos.
Jesus foi o nome da pessoa humana e histórica nascido de uma mulher, no qual habitou o Espírito do Cristo Filho de Deus e pré-existente ao homem Jesus de Nazaré. Assim, Jesus, o Cristo é uma única pessoa divino-humana, porque possuía as duas naturezas. Desta forma, na sua primeira manifestação era um Deus-homem, e, agora, na condição ressurrecta é um homem-Deus. Muito cuidado, pois não são duas pessoas em uma, mas uma única pessoa dotada de duas naturezas. Este foi o projeto de Deus para redimir o homem, fazendo que o seu Filho Unigênito se encarnasse em um corpo de homem sujeito às mesmas fraquezas que os demais homens pecadores, porém sem possuir a natureza pecaminosa conforme Jo. 1:14 - "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai." O "Verbo" que se fez carne foi o Cristo que sempre existiu ao lado de Deus. Por ele todas as coisas foram feitas e ele estava com Deus e também foi, é e sempre será Deus conforme os primeiros versos do capítulo 1 do evangelho de João. Este mesmo Jesus, o Cristo, após a sua crucificação, ressurreição e assunção ao céu se tornou, não só o Filho Unigênito, mas também Primogênito dentre os mortos conforme Rm.  8: 39 - "Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos." Desta forma o Cristo é o Filho Unigênito de Deus, a saber, o único filho legítimo, mas após o seu martírio para aniquilar o pecado, tornou-se também o Filho Primogênito entre os demais homens que foram feitos filhos de Deus por adoção, a saber, o primeiro filho que morreu e ressuscitou dentre os mortos.
Finalmente, sobre a natureza da pessoa de Jesus, o Cristo é dito em Cl. 1: 13 a 20 - "... e que nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado; em quem temos a redenção, a saber, a remissão dos pecados; o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas; também ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência, porque aprouve a Deus que nele habitasse toda a plenitude, e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus." 
Esta explanação acerca da natureza e obra de Jesus, o Cristo se faz necessária para que fique claro o propósito de fazer estudos sobre o fim dos tempos. Esta é uma urgência do presente, porque se vão multiplicando a mentira e o engano. Tais ações são patrocinadas pelo Diabo para que os homens descreiam no evangelho e sofram cada vez mais por incredulidade, dificultando a si mesmos o conhecimento da verdade. 
No texto que abre esta instância se vê Jesus, o Cristo chamando os líderes religiosos e políticos do seu tempo de serpentes e raça de víboras. Os que enxergam apenas um Cristo "água com açúcar" ficam escandalizados, e, por vezes, jogam dúvidas sobre a autenticidade de determinados textos bíblicos. Pretendem fazer a defesa de Cristo de acordo com as suas próprias visões míopes e humanistas sobre a verdade. Ora, se há alguém em todo o Universo que pode dirigir estas palavras a qualquer ser humano, é Cristo. Tais palavras estão perfeitamente corretas conforme Gn. 3:15 - "Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e o seu descendente; este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." Estas palavras foram dirigidas por Deus à serpente após a queda do homem no Éden. Os pronomes utilizados deixam bem claro quem é quem: "... entre ti e a mulher..." é entre a serpente e a mulher que é o símbolo da Igreja, "... entre a tua descendência..." que é a descendência pecaminosa de Adão por causa da queda no pecado introduzido por Satanás incorporado na serpente. E, finalmente, "... e o seu descendente" que é Jesus, o Cristo nascido de mulher. Este, Jesus, o Cristo feriu a cabeça da serpente, a saber, do Diabo ao morrer na cruz para redenção dos eleitos, e a serpente lhe feriu o calcanhar ao persegui-lo até a morte como exigência por causa do pecado. Desta forma foi cumprida a sentença de morte por causa do pecado conforme Gn. 3:17 "... certamente morrerás."De sorte que, ao pecador está determinada, ou a morte em Cristo para redenção do pecado, ou a morte e separação eterna de Deus. Este é o ensino do verdadeiro evangelho, crendo ou não o homem em sua arrogância pecaminosa de querer produzir um outro evangelho que massageie o seu ego contaminado, decaído e absolutamente depravado. Todos os homens nascem descendentes da serpente, porque portam a natureza pecaminosa inoculada neles pelo Diabo. São víboras em toda a extensão da palavra e a única solução é a morte da suas naturezas mortas para Deus, na morte de Cristo. Na ressurreição juntamente com Cristo é que o homem é regenerado e ganha a vida eterna. É este o sentido do evangelho pregado nas Escrituras, o resto é apenas religião exterior e humanizada.
Por estas razões todas é que Jesus, o Cristo se refere a Jerusalém nos versos finais do texto de abertura, profetizando a sua ruína e destruição o que, de fato, aconteceu no ano 70 d.C. pela invasão do império romano. Isto confirma o texto de Daniel capítulo 9 que vem de ser tratado no estudo anterior. Ele termina a sua fala profética afirmando aos judeus que, enquanto eles não o confessarem como o Filho de Deus e como Deus não haverá salvação para eles.
Sola Gratia!

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