terça-feira, setembro 7

O MISTÉRIO DA INIQUIDADE JÁ OPERA II


Ez. 28:15 - "Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que em ti se achou iniquidade."
Este versículo dá início a uma das raras descrições de Satanás na Bíblia. Assim, ficamos sabendo que Lúcifer era perfeito nos seus caminhos desde a sua criação até o momento em que, nele, foi encontrada a iniquidade. Desta maneira, Lúcifer, o arcanjo querubim, passou a ser Satanás, ou Diabo, porque se tornou auto-pecador, e, portanto, pai do pecado. Ele não teve nenhum fator externo que o induzisse ao pecado. Por isto, enquanto o homem é heteropecador, Lúcifer é auto-pecador. Muitos desavisados pregadores continuam chamando-o de Lúcifer, porém, este foi o nome de Satanás antes da sua queda. Era um ser excepcional entre todas as criaturas de Deus. Ele desenvolveu o pecado por livre escolha e não porque tenha sido tentado ou induzido a ele.
A iniquidade foi uma escolha livre de Lúcifer, a qual ele se esforçou em contaminar o homem no Éden. Como Adão, o cabeça da raça humana se contaminou pelo pecado, este, foi repassado a todos os seus descendentes conforme Rm. 5:12 - "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram." Alguns seguimentos do cristianismo histórico e nominal defendem que as crianças são invariavelmente salvas se morrem ainda crianças, porque não têm pecado. Ora, os textos bíblicos não autorizam este dogma. Filho de pecador, é pecador! Está no DNA de todos os filhos de Adão. Obviamente, que, a criança não desenvolveu ainda consciência da iniquidade que carrega potencialmente dentro de si. Todavia, o pecado é nela residente por natureza, e não por práticas iníquas. Assim que esta desenvolver as habilidades que expõem a sua iniquidade, ela se manifestará claramente. Estes "cristãos" julgam que pecado é apenas o que uma pessoa pratica de ruim. Todavia, o pecado é a natureza morta, ou separada de Deus. Os atos pecaminosos são consequência desta natureza morta para Deus. As Escrituras afirmam claramente que a iniquidade é pecado. A natureza do abacateiro é produzir abacates, ele jamais produzirá laranjas. Semelhantemente, pecadores produzem pecados e reproduzem pecadores. É uma questão de natureza ou de princípio e não apenas de prática e de comportamento.
O mistério que opera a iniquidade é um fato quase imperceptível, porque esta não vem com o invólucro de maldade. Ao contrário, apresenta-se sempre como solução à miséria, a dor, o sofrimento dos homens. São propostas humanistas, em cujo escopo está o endeusamento do homem sem a destruição da sua natureza pecaminosa. Ela vai destruindo todas as reservas e resistências, porque o homem é engodado por suas próprias cobiças, e estas o induz ao que é iníquo conforme no-lo informa Tg. 1:14 - "Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência." De fato foi o desejo, ou a concupiscência da mulher que a induziu a tomar, comer, e dar ao marido do fruto, o qual Deus ordenara que não comesse. Eles foram seduzidos pela possibilidade de conhecerem o bem e o mal da mesma forma que Deus o conhece. Buscaram uma autonomia apostatada da vontade de Deus. O resultado foi a separação do espírito do homem e do Espírito Santo.
A iniquidade se faz notória e abominável aos olhos de Deus, e não aos olhos do homem, posto que este é seduzido por ela, e, portanto, não lha percebe. Por isso, muitas ações humanistas, caritativas, do bem e aceitáveis não são aceitas como iníquas pelos homens. Isto fica demonstrado por Cristo em Mt. 7:22 e 23 - "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade." Desta forma é mesmo inaceitável pelo homem natural que profetizar, fazer milagres e expulsar demônios em nome de Jesus seriam iniquidades. Todavia, e apesar das opiniões dos homens, Cristo afirma que são iniquidades, e ordena que os mesmos se afastem d'Ele, afirmando nunca os ter conhecido. O verbo conhecer neste texto neotestamentário, indica um conhecimento íntimo, espiritual e afetuoso. Este ensino mostra que obras, sejam boas, ou ruins não salvam. O que salva é o ter sido conhecido por Cristo e recebido graça mediante a fé.
Há um projeto diabólico para induzir o homem à ideia de que este é senhor e salvador de si mesmo. Isto se vê claramente no texto de Gn. 3:5 - "... e sereis, como Deus, conhecendo o bem e o mal." É a mesma proposta ainda hoje! Seja por meio da religião, seja por meio da ciência, seja por meio da superação dos dilemas e misérias pelo esforço do labor e da justiça própria. A política, tal como praticada nos diferentes cantos do mundo é o principal instrumento disseminador das iniquidades humanas.
Maranata!

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