domingo, dezembro 30

O ÚLTIMO ENGANO III

Gn. 6: 1 a 5 - "Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a Terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: o meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte anos. Naqueles dias estavam os nefilins na Terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na antiguidade."
Engano é um substantivo masculino que traz as seguintes acepções: 'erro causado por descuido', 'falta de conhecimento específico ou desatenção', 'logro', 'armadilha', 'embuste', 'falsa crença' e 'ilusão'. A expressão 'ledo engano', por exemplo, é utilizada quando alguém 'se deixa enganar por boa fé ou ilusão'. Nestes sentidos, o engano é sempre praticado por um e recebido por outro. Nunca há engano unilateral, pois sempre haverá o enganador e o enganado. As razões para alguém enganar outros são sempre conscientes. Em muitos casos o enganado deseja ser enganado, porque julga tirar alguma vantagem do engano, fazendo uso do mesmo engano para enganar outros. 
II Co. 11: 3 e 4 - "Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo. Porque, se alguém vem e vos prega outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, de boa mente o suportais!" Vê-se que, Eva foi enganada, porque Satanás iludiu os seus sentidos sobre algo extremamente desejoso para satisfação pessoal. Adão, por seu turno, não pôde ser enganado, porque recebeu instruções diretas de Deus sobre o assunto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Portanto, Adão pecou por ter sido incrédulo e por se entregar ao engano de Eva, sendo levado pelo mesmo desejo de autonomia e poder. Desta forma, o pecado é a incredulidade conforme ensina Jesus, o Cristo em Jo. 116: 9 - "... do pecado, porque não creem em mim." O pecado original foi praticado pelo primeiro homem formado à imagem de Deus. Quanto aos atos pecaminosos são as consequências do pecado original, a saber, a incredulidade. Adão, não considerou como um decreto eterno e verdadeiro a restrição ao fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Eva foi apenas enganada ao ser levada a crer que seria um fruto bom para se comer. Nem por isso, Eva permaneceu no Éden. Portanto, tanto o engano por ignorância, como o engano consciente são pecaminosos. 
O terceiro grande engano perpetrado por Satanás no mundo foi o descrito no texto do Gênesis, capítulo seis. Valendo-se dos sentidos corrompidos dos homens portadores da natureza pecaminosa, alguns anjos foram impelidos a se mesclarem com os humanos. Tal miscigenação com as 'filhas dos homens' por parte dos 'filhos de Deus' é objeto de muitas controvérsias teológicas. No texto original hebraico os 'filhos de Deus' são os "b'nai haelohim", enquanto as 'filhas dos homens' são as "b'not haadam". Os tais 'filhos de Deus' eram anjos caídos e foram chamados de filhos apenas no sentido de seres criados originalmente por Deus. E as 'filhas dos homens'  foram designadas como filhas de Adão, no sentido de descendência adâmica. A ideia de Satanás era mesclar a raça humana com os anjos caídos para contaminar o futuro descendente da mulher previsto em Gn. 3:15. A ideia de mesclar a humanidade com os demônios a fim de comprometer o redentor e salvador dos homens, o Cristo.
Vê-se que o texto de abertura é muito claro: "... naqueles dias estavam os nefilins na Terra." Logo, é necessário entender que 'nefilim' não significa gigante como se traduz comumente. Gigante em hebraico é 'anaqui' [ענקי]. Nefilim significa: "aqueles que foram expulsos", "desertores", "caídos", ou "aqueles que foram arrojados para fora." Nos textos sumérios os tais anjos caídos são chamados de "anunaques", que significa: "aqueles que desceram do céu à Terra." Em seguida, o texto diz: "... e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na antiguidade." Desta forma, o texto ensina que haviam os 'nefilins' que estavam na Terra e os 'nefilins' gerados pelas filhas dos homens. Eram 'nefilins' progenitores e 'nefilins' gerados por eles nas filhas dos homens. O resultado foi tão grotesco que Deus resolveu acabar com os homens e depurar a Terra. Estes descendentes eram gigantes que causavam imensa violência e devoravam tudo o que podiam e o que não podiam. Houve clamor dos homens a Deus, porque os tais gigantes filhos dos 'nefilins' começaram a comer, inclusive, pessoas. 
Atualmente, há incontáveis documentários, estudos, palestras e achados arquelógicos, dando conta da realidade dos tais gigantes. Mesmo depois do dilúvio, alguns destes 'nefilins' voltaram à Terra e continuaram seu projeto conspiratório. O próprio Davi lutou contra um destes gigantes que estava entre os filisteus.
As diferentes estirpes de gigantes são mencionados em Dt. 2: 10 e 11 - "Antes haviam habitado nela os emins, povo grande e numeroso, e alto como os anaquins; eles também são considerados refains como os anaquins; mas os moabitas lhes chamam emins." Também em Nm. 13:33 - "Também vimos ali os nefilins, isto é, os filhos de Anaque, que são descendentes dos nefilins; éramos aos nossos olhos como gafanhotos; e assim também éramos aos seus olhos." Vê-se que, mais uma vez os 'nefilins' filhos dos 'nefilins' são mencionados.
O livro de Enoque, embora não aceito como canônico, menciona claramente este engano dos anjos caídos chefiados por um tal de Shamiaza ou Samyaza. Eram duzentos anjos que estavam na Terra e que desobedeceram as ordens de Deus sobre não se envolver com mulheres. Judas, em sua epístola, fala claramente sobre este engano conforme Jd. 6 e 7 - "... aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia, assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno." Vê-se que os tais anjos não permaneceram no lugar a eles designado, a saber, o seu principado. Também, não mantiveram seus corpos angelicais ou diferentes dos corpos dos homens, pois a palavra habitação utilizada no texto grego é 'oiketerion', a qual significa revestimento e não uma casa ou palácio. Paulo joga luz sobre isto em II Co. 5: 2 e 3 - "Pois neste tabernáculo nós gememos, desejando muito ser revestidos da nossa habitação que é do céu, se é que, estando vestidos, não formos achados nus." Neste texto é utilizada a mesma palavra 'oiketerion' como habitação ou revestimento corporal. Paulo mostra que os eleitos e redimidos serão revestidos por um corpo espiritual, o qual não sofre dores ou degenerescência. 
Este terceiro engano serviu para mais um degrau no processo da produção do engano final por parte de Satanás. São estes anjos caídos que hora se apresentam como seres de outros planetas, extra-terrestres, aliens. A cada dia estão mais a mostra e se amostrando para ganhar aceitação comum do homem.  São estes os mesmos 'deuses' antigos, ou como preferem alguns teóricos, 'astronautas antigos'. Não se esqueça que, o engano em quase tudo se assemelha a verdade.
Sola Scriptura.

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