janeiro 01, 2019

O ÚLTIMO ENGANO IV

I Jo. 2: 18 e 19 - "Filhinhos, esta é a última hora; e, conforme ouvistes que vem o anticristo, já muitos anticristos se têm levantado; por onde conhecemos que é a última hora. Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos."
O apóstolo João escreveu a epístola, da qual o texto acima foi extraído, há aproximadamente 2.000 anos atrás. Já naquele momento, a visão era de que o tempo estava próximo. O sinal maior apontado por João era o surgimento de diversos anticristos. Mas, quem ou o que é um anticristo? É qualquer homem, geralmente, se manifesta por meio de um sistema que se pretende universal, o qual se propõe a assumir o lugar de Cristo. Não necessariamente, algo ou alguém que lhe faça oposição ostensiva, mas dissimulada. É, de fato, uma pessoa, sistema religioso, ideologia, proposta filosófica, doutrina econômica que supostamente oferece ao homem o paraíso na Terra sem a cruz. O grande desejo de Satanás é desqualificar Cristo como justificador e redentor único dos pecadores. Ele sempre propõe um modelo que pretende fazer do homem um 'deus.'
Assim sendo, o quarto engano impetrado por Satanás na construção do modelo anticristão foi o Gnosticismo. Este sistema contaminou a Igreja já no seu alvorecer. Por volta do início do II século d. C., a nascente Igreja Cristã estava totalmente infiltrada por grupos que pretendiam permeá-la com uma espécie de 'modus vivendi' cultural, notadamente de origem grega. "A literatura cristã, desde os tempos apostólicos, apresentou-se miscigenada com filosofias e sistemas de ideias do ambiente sociocultural. Entre elas, a gnose – ou bem melhor, as gnoses. A produção literária das comunidades joaninas e paulinas (de Colossos, e.g.) retratam esse embate entre fé e cultura." Este excerto foi retirado do trabalho de mestrado de Elias Santos do Paraizo Junior, p. 55. Este trabalho, como tantos outros, tomam por base literaturas apócrifas acessadas após os achados de 1945 da biblioteca Hag Hammadi, no Egito. Estão tentando a qualquer preço ressuscitar escritos que não foram colocados no cânon bíblico, como verdades, precisamente, porque estes tais contemplam a influência gnóstica.
O Gnosticismo pode ser entendido, em sua fase inicial, como um movimento religioso de caráter sincrético e esotérico, desenvolvido nos primeiros séculos da Era Cristã. Inicialmente à margem da cristandade primitiva e também da institucionalizada, combinando misticismo e especulação filosófica. Houve forte resistência ao gnosticismo, inicialmente, o apóstolo Paulo e Irineu, um dos chamados pais da Igreja, combateram veementemente o gnosticismo como uma heresia. Paulo aconselha o seu filho na fé, Timóteo, a combatê-lo conforme I Tm. 6: 20 e 21 - "Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, evitando as conversas vãs e profanas e as oposições da falsamente chamada ciência; a qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja convosco."
Acontece que, com a expansão do Cristianismo a partir do Império Romano a fé bíblica e genuína foi sendo minada por sistemas de crenças mantidos por igrejas institucionalizadas. Isto retirou a resistência à penetração das ideias gnósticas. Os diversos cismas e o grande número de homens inconversos que formaram o corpo clerical das igrejas denominacionais e históricas, abriram as portas para o retorno do Gnosticismo. Hoje é pregado e apregoado nos mais diferentes púlpitos sem o menor constrangimento. Por exemplo, fala-se hoje em 'livre arbítrio' como se fosse uma doutrina cristã. Porém, é um ensino de origem gnóstico.
Este é o cenário ideal para o fortalecimento e a manifestação de inúmeros anticristos ao longo desses dois milênios. Também é o cenário ideal para o aparecimento do "homem do pecado" ou "filho da perdição." 
Vê-se pelo texto de abertura que os anticristos saem sempre do seio da Igreja Cristã verdadeira. Eles saem, "porque não receberam o amor da verdade para serem salvos" conforme registrado em II Ts. 2:10
É justamente este ambiente híbrido no seio da cristandade nominal que permitirá a manifestação visível dos anjos caídos no mundo. Estes disfarçarão de anjos de luz e ministros da justiça conforme II Co. 11:13 a 15 - "Pois os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz. Não é muito, pois, que também os seus ministros se disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras." O texto paulino contempla tanto homens como Satanás e demônios. Estes se manifestam sempre como benfeitores da humanidade. Apresentam-se em suas aparições sombrias e a pessoas pouco esclarecidas sempre como seres muito evoluídos, vindos de outros sistemas estelares para ajudar a humanidade. Entretanto, parecem não ter o menor interesse de se apresentarem claramente nos lugares apropriados, onde certamente poderiam manter um diálogo claro e objetivo. 
Fato é que, em qualquer texto escriturístico veterotestamentário ou neotestamentário não se fala sobre alienígenas, deuses, extra-terrestres ou qualquer outro nome, sendo enviados para solucionar problemas da humanidade. Não há qualquer registro bíblico que tais seres estariam autorizados a fazer contatos e interferir em assuntos terrenos. Ao contrário, é dito que, qualquer que se apresentasse dizendo-se ser o Cristo, não deveria ser aceito como legítimo. Isto está de modo simplificado em Mc. 13:6 - "... muitos virão em meu nome, dizendo: sou eu; e a muitos enganarão." Sim, enganarão a muitos, como de fato, já estão enganando até mesmo homens de ciência.
Sola Scriptura!

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