sábado, dezembro 29

O ÚLTIMO ENGANO I

II Ts. 2: 1 a 12 - "Ora, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, rogamos-vos, irmãos, que não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola como enviada de nós, como se o dia do Senhor estivesse já perto. Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus. Não vos lembrais de que eu vos dizia estas coisas quando ainda estava convosco? E agora vós sabeis o que o detém para que a seu próprio tempo seja revelado. Pois o mistério da iniquidade já opera; somente há um que agora o detém até que seja posto fora; e então será revelado esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará como o sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da sua vinda; a esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na injustiça."
Como ponto de partida se faz necessária uma definição do termo conspiração. Tal definição é imprescindível, porque vivenciam-se nestes tempos, excessivas informações não processadas. Pessoas apropriam-se dos mais variados saberes sem, contudo, construírem conhecimento conciso. Neste sentido, o limiar entre verdade e mentira é quase imperceptível. Pelo elevado grau de superficialidade, troca-se facilmente, uma coisa pela outra e fica por isso mesmo, dada a escassez de tempo psicológico. O objetivo, neste caso, é inflacionar as mentes com informações que jamais serão dirimidas. Isto produz um habitual reducionismo, tornando a sociedade saturada, portanto, indesejosa de qualquer aprofundamento. A superficialidade e a futilidade formam o campo fértil para se plantar qualquer ideia fantasiosa.
O verbo conspirar admite transitividade direta e indireta, bem como, intransitividade. A transitividade é referência à propriedade verbal em exigir um predicativo para dar sentido completo à frase. Neste caso, interessa, no âmbito deste estudo, o verbo conspirar em sua transitividade direta e indireta. Conspirar é, segundo o verbete do dicionário Aurélio: maquinar, tramar, concorrer, tender, participar ou tomar parte de uma conspiração. É, sobretudo, consistir em empecilho ou sê-lo em si mesmo. Assim sendo, é imperativo afirmar que, ninguém que pretende conspirar admite ou divulga a sua própria conspiração. Ao conspirador é fundamental que a ideia de conspiração seja absolutamente relegada ao plano  do absurdo, do inculto e do improvável. Sem esta aparência, qualquer conspiração não lograria êxito, posto que todos se precaveriam contra ela. Então, sempre que se levanta uma questão situada no campo das acusações contra grandes poderes religiosos, econômicos e políticos, logo alguém levanta a possibilidade de ser apenas uma teoria conspiratória. E, ato contínuo, a coisa se dissolve e cai no campo do ridículo. Isto é tudo o que o conspirador deseja. Pois assim, ele e seus asseclas prosseguem no intento de levar a cabo seus projetos nefastos.  
O primeiro engano ocorreu ainda no reino espiritual. Um dos anjos criados em beleza, formosura e sabedoria deu lugar à iniquidade e esta gerou o desejo de ser ele mesmo um 'deus.' Alguns registros sobre este primeiro engano conspiratório se acham em Ez. 28:2 "Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: assim diz o Senhor Deus: visto como se elevou o teu coração, e disseste: eu sou um deus, na cadeira dos deuses me assento, no meio dos mares; todavia tu és homem, e não deus, embora consideres o teu coração como se fora o coração de um deus." Também em Is. 14:12 a 15 - "Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra tu que prostravas as nações! E tu dizias no teu coração: eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. Contudo levado serás ao Seol, ao mais profundo do abismo." Ambas as passagens se inserem no recurso da dupla referência profética, porque tanto se aplica a reis, como ao anjo querubim que deixou a iniquidade achar lugar em seu coração. Estes homens são tipos e, ao mesmo tempo, protótipos daquilo que Satanás projeta para a humanidade em sua vingança e arrogância contra Deus.
Por meio de conspirações ele arrastou consigo um terço dos anjos celestes conforme registro de Ap. 12:4 - "... a sua cauda levava após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a Terra..." Ap. 12: 7 a 9 - "Então houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam, mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou no céu. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na Terra, e os seus anjos foram precipitados com ele." O texto possui teor escatológico, mas retrata fato ocorrido já uma vez na rebelião do arqui-inimigo de Cristo.
O último engano será a investida final contra a criação de Deus na Terra. Satanás e seus demônios tentarão mais uma vez se materializar e governar a Terra. O que os impedem de se revelar completamente agora é a operação do Espírito de Deus na Igreja que é a união de todos os eleitos e regenerados. Quando esta for retirada da Terra, ele se apresentará corporalmente por meio da encarnação em um homem chamado, no texto de abertura, de "homem do pecado" e "filho da perdição." Para este engano final ter êxito é necessário que, primeiro, venha total apostasia. A saber, que os homens virem totalmente as costas à fé verdadeira. Transformarão a verdade em meros rituais religiosos para que o ambiente seja favorável a Satanás que se virará contra tudo o que se refere a Deus e é objeto de adoração verdadeira. Exigirá adoração a si mesmo e se apresentará como o verdadeiro 'deus'. Ora, percebe-se hoje, que não está muito distante este tempo. Hoje, o que se vê é apenas efervescência e ativismo religioso, mas pouca verdade e adoração unicamente a Deus. Os cultos são cultos ao homem e ao humanismo. A maioria das igrejas são agregações de homens que não foram regenerados por meio do nascimento do alto. Nada sabem sobre a justificação pela graça por inclusão na morte com Cristo e, muito menos, da  consequente ressurreição juntamente com Ele.
Sola Scriptura!

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