fevereiro 26, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS X

II Ts. 2: 1 a 10 - "Ora, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, rogamos-vos, irmãos, que não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola como enviada de nós, como se o dia do Senhor estivesse já perto. Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus. Não vos lembrais de que eu vos dizia estas coisas quando ainda estava convosco? E agora vós sabeis o que o detém para que a seu próprio tempo seja revelado. Pois o mistério da iniquidade já opera; somente há um que agora o detém até que seja posto fora; e então será revelado esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará como o sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da sua vinda; a esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira."
Esta série de estudos não obedece à lógica cronológica ou da sistematização de acontecimentos. O objetivo é reunir informações e rememorar as profecias bíblicas para despertar os eleitos e regenerados à visão espiritual. Não se pretende, outrossim, causar agitação no coração dos eleitos, até porque, eles são guardados no descanso gracioso do Abba. Não se trata também de um tratado teológico nos termos da hermenêutica e da mais apurada exegese, pois estes artifícios em nada têm cooperado para a revelação da verdade. As técnicas de interpretação e exposição bíblica desenvolvidas pela erudição teológica produziram como resultado homens inchados de orgulho religioso denominacional cujas ideias não são concordantes, mas discordantes entre si. O objetivo maior destes textos não é vender esta ou aquela ideia para angariar pessoas e recursos a fim de sustentar uma posição dogmática ou religiosa. Eles são destinados aos que desejam refletir sobre as veredas antigas das Escrituras.
Nesta instância tratar-se-á um pouco da figura do anticristo e suas ações na construção do reino de Satanás no mundo. O termo anticristo só aparece no novo testamento, especificamente nos textos do apóstolo João. Nestes textos o significado é sempre "aquele que se opõe ou nega a Cristo". Desta forma, João trata de qualquer pessoa que nega a Cristo como o Filho de Deus. Entretanto, o apóstolo amado admite que haverá um anticristo específico que surgirá no fim dos tempos e cujo objetivo será, não apenas, negar a Cristo, mas se opor a tudo o que se refere a Deus e tentará se apresentar como o verdadeiro Salvador para o mundo. O nome deste anticristo não é revelado porque ele é envolto em uma névoa de mistérios diabólicos. Por esta razão é que muitos escritores bíblicos o retratam das seguintes formas: "o chifre pequeno" - Dn. 7:8 e 8:9; "homem vil" - Dn. 11:21; "o assírio" - Is. 10:5; "o caldeu" - Hc. 1:6; "Gogue e magogue" - Ez. 38; "o homem do pecado, filho da perdição, homem da iniquidade" - II Ts. 2:3; "a besta que emerge do mar" - Ap. 13:1. O fato de a identidade do anticristo não ser revelada se constitui em grande mistério, sendo parte de um plano, pois tal revelação é para o tempo final. 
A revelação do anticristo só se dará após um intenso período de apostasia, ou seja, fase em que as igrejas e as religiões humanistas estarão absolutamente de costas para a verdade. Os apostatados, geralmente, não abandonam as igrejas, mas sim a fé e a verdade. Este é um fato relevante e que carece de constante avaliação espiritual por parte dos eleitos. Neste caso vale o conselho bíblico de I Jo. 4:1 - "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos veem de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo." A prova exigida neste texto é colocada no verso seguinte e diz que os espíritos que pregam e defendem a fé devem confessar que Jesus, o Cristo veio em carne. Aparentemente esta exigência parece medíocre, pois ele viveu entre os homens, comia, bebia, fazia todas as necessidades fisiológicas à semelhança de qualquer outro ser humano. Entretanto, a questão aí é bem mais profunda que se possa imaginar. De fato, a eficácia do plano de Deus consiste em que Ele enviou o seu Filho em forma humana para assumir o pecado dos eleitos e morrer para aniquilá-lo. Se o salvador for concebido como um ser supranatural ou sobrenatural enquanto esteve tabernaculado em Jesus, o plano de Deus seria uma farsa. Há religiões místicas e espiritistas que pregam que Jesus era uma emanação de energia materializada em forma humana e que ele não sofreu as dores da crucificação. Eis aí o espírito do anticristo operando no mundo e nas religiões. Esta crença desqualifica completamente o projeto de Deus para o mundo. Verifica-se no texto de abertura que os sinais e prodígios do anticristo serão aceitos e admirados apenas pelos que perecem, pois aos eleitos e regenerados é impossível prosperar o engano. Também fica claro que a eles, os incrédulos, Deus envia a operação do erro para que creiam na mentira. Suas naturezas pecaminosas são inclinadas à mentira e jamais à verdade.
O espírito do anticristo, a saber, a sua metodologia operacional já está posta no mundo há muito tempo, porque muitos anticristos se têm manifestado ao longo da história. Entretanto, há um que impede a revelação da sua identidade como homem e servo de Satanás, a saber, o Espírito de Cristo que opera nos eleitos e regenerados. Quando a medida da misericórdia e da graça de Deus se completar, e a Igreja verdadeira for arrebatada, o 'filho da perdição' se manifestará visível e operacionalmente ao mundo. A principal evidência deste indivíduo será a operação por meio de sinais e prodígios da mentira. Tudo nele será com base no que se pode ver, sentir e tocar. Ao contrário, a fé é confiança plena no que não se pode ver e no que ainda não chegou visivelmente aos olhos humanos, a saber, o reino eterno de Cristo. Desta forma a maior parte das igrejas institucionais se enquadram no espírito do anticristo e não no evangelho da verdade, pois suas mensagens são, em geral, no que se pode ver e sentir. São igrejas cujo evangelho é baseado na sensorialidade e na sensualidade. Os primeiros a devotar fé, confiança e esperança no anticristo serão religiosos pertencentes às igrejas e seitas ditas cristãs. As Escrituras deixam isto claro no registro de I Pd. 4:17 - "Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será o fim daqueles que desobedecem ao evangelho de Deus?"
Sola Scriptura"

fevereiro 25, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS IX

Dn. 7: 10 a 14 - "Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como lã puríssima; o seu trono era de chamas de fogo, e as rodas dele eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades assistiam diante dele. Assentou-se para o juízo, e os livros foram abertos. Então estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que o chifre proferia; estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo destruído; pois ele foi entregue para ser queimado pelo fogo. Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes concedida prolongação de vida por um prazo e mais um tempo. Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele. E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído."
Esta é a segunda parte da profecia de Daniel recebida enquanto o povo judeu estava cativo na Babilônia. Na primeira parte ele descreve, simbolicamente, as quatro nações mais poderosas e como elas se sucederiam e o que fariam na Terra. Nesta parte a visão é transferida para o juízo final e a posse do reino eterno de Cristo e seus santificados
Estes tronos que Daniel vê em sua visão espiritual são mencionados em diversas passgens que tratam da execução do juízo de Deus sobre a Terra. Esta visão é repetida por João em Ap. 4: 4 a 6 - "Havia também ao redor do trono vinte e quatro tronos; e sobre os tronos vi assentados vinte e quatro anciãos, vestidos de branco, que tinham nas suas cabeças coroas de ouro. E do trono saíam relâmpagos, e vozes, e trovões; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus; também havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal; e ao redor do trono, um ao meio de cada lado, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás." Estes vinte e quatro anciãos são os doze patriarcas das tribos de Israel e os doze apóstolos de Cristo, representando a antiga e a nova aliança, da lei e da graça, respectivamente.
Os livros a que alude Daniel em sua visão foram também mencionados em Ap. 20:12 - "E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras."  São dois tipos de livros: o livro dos registros perpétuos de tudo quanto os homens fizeram durante a existência e o livro da vida que é onde estão os nomes dos eleitos e regenerados em Cristo.
Daniel descreve Deus como um "ancião de dias", e, esta expressão, bem como a sua descrição indicam, simbolicamente, que Ele é o senhor do tempo. O trono de Deus, por sua descrição, é também uma carruagem de batalha. O fogo sempre indica ou simboliza juízo e não poder como pretendem alguns ignorantes das Escrituras. Há grupos religiosos que clamam pelo fogo e não sabem que estão clamando por juízos sobre suas próprias cabeças. 
Deus, então, abre os livros e inicia o julgamento final e o último império poderoso que dominará a Terra, o do Anticristo, é uma revivificação do império romano, mas que será destruído conforme o verso 11 - "Então estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que o chifre proferia; estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo destruído; pois ele foi entregue para ser queimado pelo fogo."  Os outros reinos ou nações se prolongaram por algum tempo, mas sem grandes domínios. Isto quer dizer que etnias oriundas dos babilônios, caldeu, medos, persas e gregos continuarão existindo conforme o verso 12 - "Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes concedida prolongação de vida por um prazo e mais um tempo."
Finalmente o reino é entregue ao Grande Rei, o Filho Unigênito e Primogênito de Deus e aos que foram santificados n'Ele conforme o versos 13 e 14 - "Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele. E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído." Jesus, o Cristo, no momento em que ascendeu ao Céu afirmou que viria sobre as núvens e todo olho o veria. A expressão "filho do homem" é largamente utilizada nas Escrituras e faz referência a Cristo, porque Ele é Deus-homem e homem-Deus conforme já foi dito em outro estudo.
Daniel recebeu todas estas revelações e ficou bastante curioso para entendê-las intelectualmente, mas isto não lhe foi totalmente permitido. Apenas lhe foi explicado que os quatro animais seriam grandes nações que se levantariam da Terra ao longo da história. A ele foi dado conhecer apenas alguns aspectos sobre o quarto animal, a saber, o reino que se levantará poderoso no fim dos tempos conforme os versos 23 a 26 - "Assim me disse ele: o quarto animal será um quarto reino na Terra, o qual será diferente de todos os reinos; devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. Quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis. Proferirá palavras contra o Altíssimo, e consumirá os santos do Altíssimo; cuidará em mudar os tempos e a lei; os santos lhe serão entregues na mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo. Mas o tribunal se assentará em juízo, e lhe tirará o domínio, para o destruir e para o desfazer até o fim." Alguns interpretes acreditam que estes reinos ou governos surgirão da União Européia, pois lá é o cenário onde aparecem nações de origem latina, ou seja, do império romano. Veja que os santificados serão entregues ao tormento da Besta por três anos e meio. Este é o sentido exato de "um tempo, dois tempos e metade de um tempo", pois 1 + 2 + 1/2 = 3,5 anos. Esta é a segunda metade da septuagésima semana da profecia de Daniel capitulo 9. 
Finalmente é revelado a Daniel que o reino eterno de Cristo e dos seus santificados será instalado conforme os versos 18, 22 e 27 - "Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, sim, para todo o sempre. Até que veio o ancião de dias, e foi executado o juízo a favor dos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino. O reino, e o domínio, e a grandeza dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. O seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão."
Sola Scriptura!

fevereiro 24, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS VIII

Dn. 7: 1 a 8 - "No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça. Então escreveu o sonho, e relatou a suma das coisas. Falou Daniel, e disse: eu estava olhando, numa visão noturna, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande. E quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, subiam do mar. O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da Terra, e posto em dois pés como um homem; e foi-lhe dado um coração de homem. Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: levanta-te, devora muita carne. Depois disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças; e foi-lhe dado domínio. Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. Eu considerava os chifres, e eis que entre eles subiu outro chifre, pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas."
Neste capítulo o profeta Daniel vê as visões de Deus acerca das grandes potências que se levantariam na Terra e as funções de cada uma delas no processo histórico. Fica claro que os reis e poderosos se levantam e desaparecem porque Deus assim o determina. 
A profecia utiliza tipos e símbolos, como também a linguagem utilizada pode ser literal ou figurada. Assim, estes animais, os ventos, o mar, os chifres e tudo o mais são apenas símbolos de pessoas, poderes e reinos. Um tipo deve sempre interpretado com base nas características semelhantes, ou seja, um tipo deve ser semelhante ao seu antítipo, pelo menos em alguns aspectos. O tipo só se registra uma vez e não é compreendido enquanto o seu antítipo não se manifesta. Adão é um tipo e Jesus, o Cristo o seu antítipo. Todavia, esta relação só ficou clara quando Jesus, o Cristo veio e cumpriu o seu papel no projeto supremo de Deus. Assim como no primeiro Adão a raça humana conheceu o pecado, no segundo Adão o homem conhece a graça e a salvação. No primeiro Adão, o homem morreu para Deus, mas em Jesus, o Cristo a raça adâmica morre para o pecado
O símbolo tem o seu significado independente de qualquer relação de semelhança com aquilo que simboliza. O cumprimento de um símbolo pode se dar diversas vezes e em diferentes momentos da história. Também os símbolos podem ser entendidos antes mesmo de seu cumprimento concreto. Jesus fala do fermento como um símbolo do mal em um momento, mas como o símbolo do reino dos céus em outro momento. A boa semente na parábola do semeador, representa os filhos de Deus.
A linguagem literal é dividida em dois subtipos: a que se refere a coisas ou pessoas na Terra e a que se refere a coisas ou pessoas no reino dos céus. Uma das dificuldades na interpretação da linguagem profética é que, mesmo sendo literal, os profetas descreviam os eventos com base em objetos familiares do seu tempo. Os cavaleiros do Apocalipse não são símbolos, mas João viu no céu algo que se locomovia e o que havia como meio de locmoção no seu tempo eram cavalos. Na linguagem simbólica a ação é sempre literal, apenas o sujeito da ação que é simbólico. Assim, deve-se descobrir o sentido dombolo e depois aplicá-lo à uma ação literal. Também os números possuem grande significação nas Escrituras, por exemplo, um está sempre relacionado a Deus; três às três pessoas da Triunidade divina; quatro está relacionado a tudo o que se refere à Terra; seis está relacionado a Satanás e ao mal conforme Dn. 3:1 e Ap. 13:18. Sete é número de totalidade e não da perfeição como já se falou por aí; oito é o número relacionado a Jesus, o Cristo; dez é número indefinido ou para arredondamento; doze é o número dos redimidos. 
Bem, agora pode-se concluir indicando que estes animais das visões de Daniel são nações que se levantariam sobre a face da Terra. Os quatro ventos representam o poder de Deus sobre a Terra. O mar grande representa a agitação política e social das nações da Terra. Os quatro animais são os símbolos das quatro nações do capítulo 2 da profecia de Daniel. No capítulo 2 a visão era de uma estátua que representava as quatro nações poderosas da Terra e fala também de uma Rocha que se soltou sozinha e destruiu a estátua. No capítulo 7 se vê a mesma coisa, porém agora são animais terrestres e um ser poderoso que vem do céu e destrói os animais.
O leão é o símbolo de Babilônia formado pelo corpo de leão e a cabeça de ser humano com asas de águia. Foi-lhe arrancadas as asas e colocado um coração de homem, indicando que o seu poder seria retirado e que pereceria. Diversos achados arqueológicos confirmam esta figuara nas ruínas da antiga civilização babilônica. O urso é o reino ou império Medo-Persa formado por dois povos, sendo a eleite procedente de um dos lados, a saber da Media. As três costelas entre os dentes significam os povos que este império devorou. O leopardo representa o Império Grego dominado por Alexandre, o grande. Entretanto, as quatro asas representam a divisão deste império entre seu quatro generais, após a morte prematura de Alexandre, formando quatro dinastias distintas. O quarto animal representa o Império Romano: terrível, espantoso e forte. Os romanos dominaram quase todo o mundo conhecido de então pelo poder das armas confeccionadas por ferro temperado. 
Chifres em profecia sempre indicam poder, por isto, os dez chifres da visão de Daniel representam dez reis ou governos conforme o verso 24, dos quais três são depostos e um novo chifre surge com olhos e boca que proferirá grandes coisas. Isto significa o surgimento do Anticristo oriundo do império romano que ressurgirá no fim dos tempos conforme Dn. 9:26. Este quarto animal teve aplicação no antigo Império Romano e terá aplicação no surgimento e fortalecimento de dez nações modernas de origem deste antigo império, e, do meio delas surgirá a Besta ou o Anticristo representado pelo chifre pequeno diante do qual são arrancados três dos dez chifres. Isto poderá indicar processos de unificações entre países europeus. Sobre as coisas que proferirá e o que realizará para impor o domínio mundial está registrado em Ap. 13.
Soli Deo Gloria!

fevereiro 23, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS VII

Mt. 23: 33 a 39 - "Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno? Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas: e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros os perseguireis de cidade em cidade; para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar. Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre esta geração. Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste! Eis aí abandonada vos é a vossa casa. Pois eu vos declaro que desde agora de modo nenhum me vereis, até que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor."
O Jesus representando nas religiões que se dizem cristãs pouco tem a ver com o apresentado nas Escrituras. Apresentam um Cristo quase mitológico e revestido de uma áurea de infantilidade. Ora, o Cristo apresentado nas Escrituras é um ser absolutamente normal, enquanto homem, pois nasceu em uma família, foi criança e brincou, passou por todas as experiências hormonais, cresceu, trabalhou na carpintaria de José. Jesus, o Cristo participou de casamentos, se alegrou, dançou, tomou vinho, comeu assentado ao redor da mesa com os amigos de moral duvidosa, chorou ao se emocionar com a dor e o sofrimento humano, curou os enfermos. Todavia, Jesus, o Cristo foi também um homem adulto que enfrentou a incompreensão dos religiosos, a fúria dos ambiciosos e a maldade dos líderes da sociedade, por suas posturas contrárias em relação aos seus comportamentos e práticas contraditórias. Foi um orador franco e direto, não arredando pé da verdade, nem para agradar, nem para desagradar aos seus ouvintes. Jesus, em muitos casos, agiu ferozmente na defesa da mensagem verdadeira do evangelho, expulsando cambistas da porta do templo às chicotadas. Chamou a liderança religiosa de hipócritas, cegos, dissimulados e outros adjetivos correlatos.
Jesus foi o nome da pessoa humana e histórica nascido de uma mulher, no qual habitou o Espírito do Cristo Filho de Deus e pré-existente ao homem Jesus de Nazaré. Assim, Jesus, o Cristo é uma única pessoa divino-humana, porque possuía as duas naturezas. Desta forma, na sua primeira manifestação era um Deus-homem, e, agora, na condição ressurrecta é um homem-Deus. Muito cuidado, pois não são duas pessoas em uma, mas uma única pessoa dotada de duas naturezas. Este foi o projeto de Deus para redimir o homem, fazendo que o seu Filho Unigênito se encarnasse em um corpo de homem sujeito às mesmas fraquezas que os demais homens pecadores, porém sem possuir a natureza pecaminosa conforme Jo. 1:14 - "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai." O "Verbo" que se fez carne foi o Cristo que sempre existiu ao lado de Deus. Por ele todas as coisas foram feitas e ele estava com Deus e também foi, é e sempre será Deus conforme os primeiros versos do capítulo 1 do evangelho de João. Este mesmo Jesus, o Cristo, após a sua crucificação, ressurreição e assunção ao céu se tornou, não só o Filho Unigênito, mas também Primogênito dentre os mortos conforme Rm.  8: 39 - "Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos." Desta forma o Cristo é o Filho Unigênito de Deus, a saber, o único filho legítimo, mas após o seu martírio para aniquilar o pecado, tornou-se também o Filho Primogênito entre os demais homens que foram feitos filhos de Deus por adoção, a saber, o primeiro filho que morreu e ressuscitou dentre os mortos.
Finalmente, sobre a natureza da pessoa de Jesus, o Cristo é dito em Cl. 1: 13 a 20 - "... e que nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado; em quem temos a redenção, a saber, a remissão dos pecados; o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas; também ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência, porque aprouve a Deus que nele habitasse toda a plenitude, e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus." 
Esta explanação acerca da natureza e obra de Jesus, o Cristo se faz necessária para que fique claro o propósito de fazer estudos sobre o fim dos tempos. Esta é uma urgência do presente, porque se vão multiplicando a mentira e o engano. Tais ações são patrocinadas pelo Diabo para que os homens descreiam no evangelho e sofram cada vez mais por incredulidade, dificultando a si mesmos o conhecimento da verdade. 
No texto que abre esta instância se vê Jesus, o Cristo chamando os líderes religiosos e políticos do seu tempo de serpentes e raça de víboras. Os que enxergam apenas um Cristo "água com açúcar" ficam escandalizados, e, por vezes, jogam dúvidas sobre a autenticidade de determinados textos bíblicos. Pretendem fazer a defesa de Cristo de acordo com as suas próprias visões míopes e humanistas sobre a verdade. Ora, se há alguém em todo o Universo que pode dirigir estas palavras a qualquer ser humano, é Cristo. Tais palavras estão perfeitamente corretas conforme Gn. 3:15 - "Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e o seu descendente; este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." Estas palavras foram dirigidas por Deus à serpente após a queda do homem no Éden. Os pronomes utilizados deixam bem claro quem é quem: "... entre ti e a mulher..." é entre a serpente e a mulher que é o símbolo da Igreja, "... entre a tua descendência..." que é a descendência pecaminosa de Adão por causa da queda no pecado introduzido por Satanás incorporado na serpente. E, finalmente, "... e o seu descendente" que é Jesus, o Cristo nascido de mulher. Este, Jesus, o Cristo feriu a cabeça da serpente, a saber, do Diabo ao morrer na cruz para redenção dos eleitos, e a serpente lhe feriu o calcanhar ao persegui-lo até a morte como exigência por causa do pecado. Desta forma foi cumprida a sentença de morte por causa do pecado conforme Gn. 3:17 "... certamente morrerás."De sorte que, ao pecador está determinada, ou a morte em Cristo para redenção do pecado, ou a morte e separação eterna de Deus. Este é o ensino do verdadeiro evangelho, crendo ou não o homem em sua arrogância pecaminosa de querer produzir um outro evangelho que massageie o seu ego contaminado, decaído e absolutamente depravado. Todos os homens nascem descendentes da serpente, porque portam a natureza pecaminosa inoculada neles pelo Diabo. São víboras em toda a extensão da palavra e a única solução é a morte da suas naturezas mortas para Deus, na morte de Cristo. Na ressurreição juntamente com Cristo é que o homem é regenerado e ganha a vida eterna. É este o sentido do evangelho pregado nas Escrituras, o resto é apenas religião exterior e humanizada.
Por estas razões todas é que Jesus, o Cristo se refere a Jerusalém nos versos finais do texto de abertura, profetizando a sua ruína e destruição o que, de fato, aconteceu no ano 70 d.C. pela invasão do império romano. Isto confirma o texto de Daniel capítulo 9 que vem de ser tratado no estudo anterior. Ele termina a sua fala profética afirmando aos judeus que, enquanto eles não o confessarem como o Filho de Deus e como Deus não haverá salvação para eles.
Sola Gratia!

fevereiro 22, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS VI

Dn. 9: 24 a 17 - "Setenta semanas estão decretadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos. E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações. E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador."
Das setenta semanas já se falou no cumprimento de sessenta e nove semanas. Portanto, falta a septuagésima semana que é, como foi dito, um ponto flutuante, ou seja, ocorrerá em um tempo que pode iniciar a qualquer momento da história. O referencial da profecia é o povo judeu e a cidade de Jerusalém, pois o mensageiro diz a Daniel que as setenta semanas estavam determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade. Assim, os pronomes "teu" e "tua" esclarecem que se tratava desta referência. Todavia, são fatos e acontecimentos conectados com toda a humanidade.  Israel é uma espécie de termômetro da história da humanidade, tudo o que ocorre lá reflete no mundo todo.
O texto diz que, nestas setenta semanas iria 'cessar a transgressão, por fim aos pecados, expiar a iniquidade, trazer a justiça eterna e selar toda e qualquer visão e profecia, e, finalmente ungir o santíssimo'. Estes fatos são fundamentais para se entender o andamento do processo de Deus para finalizar a história humana nesta era. Sabe-se que transgressão é um tipo de pecado que leva o homem a romper ou ultrapassar uma regra, lei ou preceito; pecado é a incredulidade na Palavra de Deus, sendo diferente de atos pecaminosos, a saber, atos falhos cometidos pelo homem; expiar a iniquidade significa que um salvador pagaria o preço da iniquidade do homem, a saber, o pecado que o separou de Deus; a justiça eterna foi a providência de Deus para aniquilar o pecado, a saber, a encarnação de Cristo na pessoa humana e histórica de Jesus para morrer na cruz e aniquilar o pecado do homem em sua morte; selar toda e qualquer visão significa acabar qualquer forma de revelação sobrenatural, porque todo o propósito de Deus terá sido cumprido, portanto não mais será necessária profecia, visão ou revelação; ungir o santíssimo é o início do reino eterno de Cristo após a restauração de todas as coisas, os juízos sobre os povos e nações e a condenação final e eterna de Satanás, dos demônios e das almas dos que não foram regenerados pela graça por meio da inclusão na morte de Cristo.
Ora, de fato, quase todas estas coisas já se cumpriram nas sessenta e nove semanas, que são 'sets de anos', faltando apenas o cumprimento da lacuna de tempo da pregação do evangelho pela igreja e os acontecimentos da septuagésima semana da profecia. Já se explicou que as sessenta e nove semanas começaram com o edito do rei Artaxerxes, o qual permitiu que os judeus do cativeiro retornassem a Jerusalém para reparar os muros e reconstruir a cidade. A sexagésima nona semana terminou com a entrada triunfal de Jesus, o Cristo na cidade de Jerusalém pouco antes da sua crucificação. O texto de Daniel também fala sobre a morte de Jesus, o Cristo nos termos seguintes: "...e depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá." Isto aconteceu quando os principais dos judeus, as autoridades romanas e o povo, em geral, prendeu, julgou e condenou Jesus, o Cristo à morte de cruz.
O texto menciona, ainda, dois príncipes: "o ungido, o príncipe" que é Jesus, o Cristo; e o "príncipe que ha de vir." Esta é uma referência ao Anticristo, ou à Besta que formará um governo mundial, invadirá Jerusalém e assentar-se-á no Templo de Salomão, dizendo-se ser ele mesmo o próprio Deus. Atualmente sabe-se que todo o material para reconstruir o templo está guardado em Israel. A única coisa que impede é a ocupação do local do antigo templo pelos palestinos e suas duas mesquitas, Al Aqsa e Omar. Alguns intérpretes afirmam que este príncipe que tentará tomar o lugar de Cristo sairá da Itália. Parece fazer sentido, pois o povo que destruiu Jerusalém no ano 70 d. C. foram os romanos, sendo os italianos os seus herdeiros étnicos.
O tal anticristo ganhará fama e prestígio mundial e fará um acordo com os judeus, entrando em Jerusalém exigirá adoração e culto no templo reconstruído. Entretanto, na metade da última semana, a saber, após três anos e meio, ele romperá o acordo e haverá conflito e guerra até o fim. Em outros estudos abordar-se-á este assunto mais de perto, especialmente nos textos de Apocalipse.
Sola Scriptura!

fevereiro 21, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS V

Dn. 9: 2 a 4 e 20 a 27 - "... eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, que haviam de durar as desolações de Jerusalém, era de setenta anos. Eu, pois, dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza. E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: ó Senhor, Deus grande e tremendo, que guardas o pacto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; Enquanto estava eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus, sim enquanto estava eu ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente, e tocou-me à hora da oblação da tarde. Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, vim agora para fazer-te sábio e entendido. No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, pois és muito amado; considera, pois, a palavra e entende a visão. Setenta semanas estão decretadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos. E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações. E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador."
Neste texto aquela contagem do estudo anterior ganha um pouco mais de significação espiritual e aplicação histórica. Vê-se pelo contexto deste capítulo 9 que a revelação da verdade compete a Deus exclusivamente. Após examinar as Escrituras, o profeta Daniel concluiu que o tempo profetizado por Jeremias acerca das provações do povo de Israel era de setenta anos. Então, à luz da sua conclusão entendeu que era hora de orar e suplicar por si e pelo povo que se achava exilado na Babilônia. Jerusalém, a cidade eterna, estava desolada e entregue a bandidos e aventureiros que a ocupava sem ter direitos.
Enquanto Daniel orava veio o anjo Gabriel e lhe tocou para a hora da oblação da tarde, ou seja, do ritual de purificação por água conforme o rito mosaico da lei. A missão do mensageiro era anunciar os acontecimentos relativos ao povo de Israel, e a sucessão de fatos históricos os quais culminariam com o retorno de Cristo, os juízos sobre a Terra e as nações e a restauração final de todas as coisas. O anjo disse a Daniel que Deus o estava ovindo desde o início das orações e súplicas e decidiu torná-lo sábio e entendido por meio do conhecimento e da revelação da verdade pela Palavra d'Ele. Vê-se, que, Daniel em nada contribuiu para levar Deus a falar e agir, tudo se resume na soberana vontade do Altíssimo e não em méritos humanos.
Na contagem do tempo era muito comum simplificar os anos como dias e agrupá-los em semanas. Então, o anjo disse: 'setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo', a saber, os judeus 'e sobre a sua santa cidade', ou seja, Jerusalém. Não precisaria de qualquer interpretação para saber que não se tratava de contagem em semanas reais de sete dias, pois isto não daria para cumprir todos os fatos históricos previstos na profecia. Então passa-se ao entendimento destas semanas e sua aplicação real na economia do tempo de Deus, o chamado 'kairós' divino.
A maneira de contagem de tempo por semanas está demonstrado em Lv. 25:8 – “Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias das sete semanas de anos serão quarenta e nove anos.” A palavra semana em hebraico é “shavúa”, e, neste texto, quer dizer: “um sete de anos” como os 'sets' em jogos de basquete ou vôlei. Assim, cada semana é igual a um período de sete anos de 365 dias cada um. Então, no caso do texto em tela, pode-se dizer, resumidamente, que, as setenta semanas são um período de tempo muito longo. Pelo texto, tal período foi dividido em três partes: sete semanas e outras sessenta e duas semanas. Ora, sete semanas mais sessenta e duas semanas são apenas sessenta e nove semanas. Portanto, falta uma semana! Bem, as sete semanas iniciais estariam relacionadas aos preparativos para o povo de Israel ser liberado do cativeiro e para reconstruir Jerusalém e voltar aos poucos a Israel. As outras sessenta e duas semanas é um período longo em que Deus operaria no mundo estendendo a sua graça e a sua misericórdia da salvação por meio do advento do Messias, o Cristo e toda a história da Igreja por Ele formada. A última semana é o período de tempo de sete anos em que o governo mundial se firmará, quando ocorrerão os acontecimentos finais, incluindo-se a grande tribulação, o arrebatamento dos eleitos e regenerados e o retorno visível do Grande Rei para julgar as nações.
Resumidamente as setenta semanas são contadas assim: 
a) As sete semanas iniciais - do edito do rei Artaxerxes que permitiu a um grupo de judeus ir a Jerusalém para reconstruir os muros e fazer reparos na cidade conforme o registro de Ne. 2: 1 a 8. Isto ocorreu cronologicamente em 14 de março de 445 a. C.
b) Fim da contagem das sessenta e nove semanas com a entrada triunfal de Jesus, o Cristo em Jerusalém conforme o texto de Daniel acima "... até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas." Esta entrada foi profetizada em Zc. 9:9 e descrita em Lc. 19:28 a 40.  Transformado o tempo das sessenta e nove semanas em dias, como também, considerando os anos bissextos e as diferenças de datas dá um total de 476 anos. Este tempo de 476 exatamente as 69 semanas da profecia, porque 476 x 365 dias = 173.740 dias + 116 dias dos anos bissextos + 24 dias da diferença de 14 de março de 445 a.C a 6 de abril de 32 d. C, quando Jesus entrou em Jerusalém montado em uma jumentinha. O total de 173.880 dias somam com exatidão as 69 semanas da profecia ou 483 anos. Porém há uma semana final que é um ponto flutuante, para completar as setenta semanas da profecia. Esta última semana é o período da consolidação do poder da Besta e o auge do governo mundial. Porém, esta semana será dividida em duas partes, porque no meio dela, ou seja, após três anos e meio deste governo mundial, haverá a intervenção direta de Cristo e os juízos sobre os povos e nações. 
Bem, finalmente pode-se entender o significado de: 'um tempo, dois tempos e metade de um tempo' do estudo anterior. Um tempo são as sete semanas iniciais; dois tempos são as sessenta e duas semanas e a lacuna de tempo da era cristã para a pregação do evangelho, incluindo-se a primeira metade da última semana, ou seja, três anos e meio; e metade de um tempo é a segunda metade da septuagésima semana da profecia ou os outros três anos e meio.  
Sola Gratia!