quarta-feira, abril 3

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XVIII

Ap. 1: 1 a 7 - "Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João; o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, de tudo quanto viu. Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. João, às sete igrejas que estão na Ásia: graça a vós e paz da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono; e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém. Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém."
Apocalipse significa em português 'revelação', 'desvendamento', e, literalmente 'retirar o véu'. Por isto, os fatos relativos ao tempo do fim só serão compreendidos na medida em que forem acontecendo. Sabe-se pelos símbolos, tipos e declarações diretas de Cristo o que irá acontecer, mas não necessariamente quem nominalmente estará envolvido. É importante notar que a revelação é de Jesus, o Cristo indicando que é Ele quem está sendo desvendado. Igualmente é importante notar que foi Deus quem deu a revelação a Cristo e, este, a repassou ao apóstolo João por meio de um mensageiro, para que a escrevesse e a transmitisse aos seus servos. A introdução da revelação mostra que há bênçãos aos que leem e aos que ouvem as palavras da profecia apocalíptica. O texto fala da proximidade do tempo, porque a partir da ascensão de Cristo, o ponteiro do relógio de Deus começou a andar e os acontecimentos foram disparados. Cristo é apresentado como o que é, o que era e o que há de vir, demonstrando a sua eternidade.
A carta-profecia é endereçada às sete igrejas da Ásia que era uma pequena província romana no que é hoje a Turquia. Estas igrejas eram igrejas reais e existentes naquela época, mas também tipificam as diferentes igrejas que surgiriam ao longo da história do cristianismo e concretiza as condições das igrejas existentes no retorno do Grande Rei. Sete em numerologia escatológica sempre indica a totalidade. Nada tem a ver com perfeição como afirmam alguns. Assim, as sete igrejas simbolizam ou representam todas as igrejas, em todos os tempos e lugares. Obviamente que, mesmo naquele tempo, não existiam apenas sete igrejas na Ásia.
O texto identifica e qualifica Cristo como o Primogênito dentre os mortos, a Fiel Testemunha, Aquele que nos ama, Príncipe dos reis da Terra e Aquele que libertou os eleitos e regenerados. Muitas religiões e seitas gnósticas, arminianas e humanistas disfarçadas de cristãs negam que Jesus, o Cristo é o único filho de Deus. Eles elaboram uma teologia às próprias expensas, porque querem trilhar um caminho supostamente independente de Deus. Esta é uma das manifestação da decadência e degeneração espiritual do homem. Para não negarem Cristo totalmente, atribuem a ele apenas como um espírito evoluído, um caridoso judeu da Galileia, um mestre de ensinos do bem, um comunista, um humanista. É exatamente esta postura que as Escrituras denominam de anticristos.
A síntese da história do homem pela ótica de Deus, nas Escrituras, é: geração, degeneração e regeneração. A geração original foi a que Deus fez o homem do pó da Terra, chamando-o Adão ou Adamah (barro vermelho). Tal homem feita à imagem de Deus deveria adquirir também a semelhança d'Ele por meio de Cristo a fim de tornar-se também filho de Deus. Entretanto, aconteceu a queda pelo pecado original, sendo este a incredulidade conforme Jo. 16:9. Por esta razão o plano de Deus foi executado por meio do envio de Cristo o seu Filho Unigênito naquele tempo para redimir o pecador, tornando-se assim, o Filho Primogênito dos mortos, a saber, o primeiro a receber o corpo glorificado na ressurreição. Desta forma a história inteira da humanidade se resume em geração, degeneração e regeneração. Regeneração consiste em restaurar algo ou alguém ao estado originalmente concebido. Tal regeneração visa redimir o homem, a Terra e todas as coisas que nela há. Tudo será restaurado ao plano supremo proposto por Deus. Muitos céticos, ateus e incrédulos tomam o argumento que Deus foi pego de surpresa pela queda do homem. De fato, não foi, até porque o texto bíblico mostra que o Cordeiro de Deus foi imolado antes da fundação do mundo conforme Tm. 1:9.
Redenção consiste em restituir ao proprietário original algo que lhe foi usurpado ou perdido. Então na regeneração a alma é restaurada a Deus, o corpo será também transformado e glorificado, e o espírito é reconciliado com Deus novamente na justificação em Cristo.
O Apocalipse é o registro dos acontecimentos dos últimos dias do tempo entre a geração original do homem, dos céus e da Terra e a recriação de novos céus e de uma nova Terra onde habitará a justiça eternamente. Assim, como a Terra ficou sujeita à maldição por causa do pecado, na nova Terra não haverá mais maldição alguma. É o último capítulo da história de amor que sofreu um contratempo, mas o propósito eterno de Deus se manteve firme. 
O religioso não pode alcançar muitas coisas da verdade, porque ele não sofreu o processo de regeneração. É apenas alguém que serve a um sistema de crenças cujo objetivo é tentar religar-se a Deus por seus méritos e justiças próprias, que, aos olhos de Deus são trapos de imundícias. Foi Helmut Richard Niebuhr, teólogo neo-ortodoxo quem afirmou em sua obra "O Reino de Deus na América", o seguinte: "Um Deus sem ira trouxe homens sem pecado para um reino sem julgamento por meio das ministrações de um Cristo sem a cruz." Ora, é isto mesmo, pois hoje prevalece um sistema de crenças onde tentam perpassar a imagem de um Deus tolerante que não executa a justiça contra o pecado. Afirmam que o pecado é apenas um distúrbio de base endócrina e que é uma visão medieval. Encorajam o homem a fazer tudo o que desejar, porque, o que importa é ser feliz. Pretendem por meio de suas crenças místicas criar e estabelecer um paraíso na Terra sem qualquer limite ou barreira moral para não criar constrangimentos à personalidade do homem. E finalmente falam em um Jesus Cristo mais mítico do que real, tentando eliminar a cruz, porque é algo sem sentido. Afinal, deduzem eles, qual a serventia de um salvador que morre numa cruz?
Esta afirmação de Niebuhr sintetiza o exato pensamento dominante nas igrejas, seitas e religiões dos tempos modernos. É o homem pelo próprio homem, estando Deus apenas como um mito a ser tolerado e Jesus, o Cristo apenas como um bom camarada que veio trazer grandes ensinamentos. 
Sola Scriptura!

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