abril 30, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XXVIII

Ap. 4: 1 a 11 - "Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu, e a primeira voz que ouvira, voz como de trombeta, falando comigo, disse: sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer. Imediatamente fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono; e aquele que estava assentado era, na aparência, semelhante a uma pedra de jaspe e sárdio; e havia ao redor do trono um arco-íris semelhante, na aparência, à esmeralda. Havia também ao redor do trono vinte e quatro tronos; e sobre os tronos vi assentados vinte e quatro anciãos, vestidos de branco, que tinham nas suas cabeças coroas de ouro. E do trono saíam relâmpagos, e vozes, e trovões; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus; também havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal; e ao redor do trono, um ao meio de cada lado, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás; e o primeiro ser era semelhante a um leão; o segundo ser, semelhante a um touro; tinha o terceiro ser o rosto como de homem; e o quarto ser era semelhante a uma águia voando. Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por dentro estavam cheios de olhos; e não têm descanso nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, e que é, e que há de vir. E, sempre que os seres viventes davam glória e honra e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam ao que vive pelos séculos dos séculos; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: digno és, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a glória e a honra e o poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas."
Nos capítulos 1 a 3 de Apocalipse todos os fatos estão relacionados ao desvendamento da pessoa augusta e santa de Jesus. Ele se identifica a cada Igreja por meio de uma auto-descrição que remete ao seu caráter divino, santo e justo. Dá instruções aos mensageiros das igrejas, faz elogios e promessas, bem como alertas aos seus eleitos sobre a necessidade de ouvir o Espírito Santo. Não há um símbolo ou descrição literal que seja sem significado e aplicação. Porém, nestes capítulos tudo se relaciona à Terra e as igrejas terrestres que estavam naquele tempo, estariam ao longo dos tempos e estarão no fim dos tempos.
No capítulo quatro do livro da revelação o referencial passa da Terra para o Céu conforme a expressão: "... sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer." Isto implica em que a história da Igreja na Terra terá chegado ao fim com o arrebatamento. O apóstolo João foi, pois, arrebatado em seu espírito até a dimensão celeste, o que é um tipo do arrebatamento da Igreja. Ele passa a escrever e relatar os fatos relativos à Terra, porém a partir de uma perspectiva celeste. Sempre que se refere à Igreja é uma alusão ao "Corpo Vivo de Cristo" e não a igrejas institucionais.
Do capítulo quatro até o onze há uma descrição detalhada de como os santos estão organizados no céu e como serão desenvolvidos os juízos sobre a Terra. Observa-se uma profunda ordem, hierarquia, funções e adoração perfeita a Deus. O apóstolo descreve a magnificência da glória d'Ele por meio de elementos como o esplendor e o brilho de pedras preciosas e do fenômeno óptico do arco-iris. O Espírito Santo é descrito como sete tochas de fogo. João vê vinte e quatro tronos e assetados sobre eles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco e portando coroas de ouro em suas cabeças. Estes são os doze patriarcas da velha aliança - a lei - e os doze apóstolos da nova aliança - a graça. Não há neste capítulo qualquer simbologia, ao contrário, é uma descrição por meio do uso de imagens de coisas terrestres, mas que não são símbolos. É muito difícil para um homem expressar realidades espirituais sem lançar mão de argumentos descritivos conhecidos por ele na Terra. 
João vê e descreve algo diante do trono do Altíssimo como um mar de vidro semelhante ao cristal. Tal realidade representa a separação entre Deus e o homem na Terra. Tal figura é citada em diversos textos, como por exemplo, Gn. 1:7 - "Fez, pois, Deus o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima do firmamento. E assim foi." Vê-se que haviam águas abaixo da atmosfera e acima da atmosfera. Segundo alguns cientistas, estas águas formavam um envoltório de cristais que filtravam os raios cósmicos e equilibravam o clima na Terra antes da queda do homem. Por isso, a temperatura não era, nem quente, nem fria. Tal existência destas águas é também confirmada no Sl. 148:4 - "Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus!" Indica que há diversos níveis de céus e águas entre eles. O cristal, na linguagem apocalíptica, significa a pureza do lugar santo em que só os eleitos e purificados podem pisar. 
Os quatro seres viventes vistos por João são as formas representativas da obra de Cristo em sua ação redentiva: a) Leão é a identificação da origem étnica de Jesus, o Cristo como o leão da tribo de Judá; b) Novilho é a forma em que Cristo assume como o servo manso e humilde de coração; c) Homem é a sua encarnação na pessoa humana de Jesus; d) Águia representa o domínio celestial de Cristo e a visão apurada do alto. Invariavelmente o número quatro representa fatos relacionados à Terra. Assim, tais figuras de animais vistas por João, indicam todas formas em que Cristo atua para a redenção da Terra. Porém, os quatro seres viventes no conjunto não representam a pessoa de Cristo, mas representam a ação d'Ele por meio dos santos que participarão da redenção da Terra. Eles adoram Cristo de dia e de noite, afirmando a sua tripla santidade. Quando eles adoram, os vinte e quatro anciãos também adoram e depositam suas coroas de ouro diante do trono. Isto indica que reconhecem a glória, o poder e majestade eterna do Grande Rei.
Apenas os santificados pelo Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo é que são ministradores de Deus no processo de anúncio da mensagem do evangelho e do julgamento final. Nem aos anjos foi dada esta honra, porque eles não experimentaram o pecado, portanto, não podem pregar sobre algo que não conhecem. 
  
Soli Deo Gloria!

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