quarta-feira, junho 29

ESPIRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO XI

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
Há um adágio popular que diz: "a mentira é aquilo que mais se assemelha à verdade." Faz todo sentido esta afirmação, pois se a mentira não for ao máximo semelhante à verdade, como poderá convencer alguém? Da mesma forma, o mal nunca se apresenta com aparência de mal, pois do contrário espantaria as suas vítimas mais grosseiras no primeiro contato. Isto se aplica também aos comportamentos humanos, às doutrinas, sejam filosóficas ou religiosas. Quando um erro é muito óbvio é refutado e rejeitado imediatamente. Por isso, os ensinos do engano e do erro tomam, até certo ponto, postulados e fundamentos corretos. Em um dado momento, e sorrateiramente, são introduzidas as dissimulações. Por exemplo, para justificar a doutrina do sono da alma, apregoada por algumas seitas cristãs, as tais tomam o texto de Lc. 23:43 - "Respondeu-lhe Jesus: em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso." Após o malfeitor crucificado ao lado de Jesus ter solicitado a Ele que se lembrasse dele quando entrasse no seu Reino, o Mestre lhe respondeu com as palavras retromencionadas. Não há rodeios, o Senhor disse que no mesmo dia eles estariam juntos no paraíso. Entretanto, tais seitas afirmam o mesmo texto assim: "Respondeu-lhe Jesus: em verdade te digo hoje, que estarás comigo no paraíso." A simples mudança da preposição de lugar altera absoluta e totalmente a fala de Jesus. Por isso multiplica-se o erro pelo mundo, especialmente no cristianismo nominal e histórico. É um cristianismo sem Cristo!
II Tm. 4: 3 e 4 - "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas." Uma doutrina é sã, quanto mais permanece intacta em relação à sua origem e fundamento. O problema do homem decaído é que ele é movido ao sabor dos desejos de agradar-se a si mesmo. Para tanto, procura reunir conhecimentos com base na sua própria luz e deposita em outros homens todas as suas esperanças. São estes os mestres e guias responsáveis pelo desvio da verdade e do retrocesso humano às fábulas, mitos e ocultismos esotéricos. Não se iluda, há hoje mais esoterismo e ocultismo dentro das igrejas do que fora delas.
Ap. 2: 24 - "Digo-vos, porém, a vós os demais que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conhecem as chamadas profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei." O mensageiro da Igreja de Tiatira está alertando aos que não foram contaminados pelas doutrinas esotéricas e que, portanto, não tinham contato com as profundezas de Satanás, que eles não sofreriam outra carga de erro. Estas profundezas de Satanás eram seitas secretas mantidas por doutrinas esotéricas, as quais fingiam serem donas exclusivas das revelações sobrenaturais. Entretanto, tais revelações não eram de Deus, mas de Satanás. O esoterismo é exatamente a atitude doutrinária, pedagógica ou sectária segundo a qual certos conhecimentos relacionados com a ciência, a filosofia e a religião, não podem ou não devem ser vulgarizados, mas comunicados a um pequeno número de iniciados. Então, estas profundezas de Satanás são estas coisas ocultas, restritas, herméticas e enigmáticas que alguns valorizam e praticam como sendo grandes coisas. O pior destes erros é que são ministrados por demônios e espíritos caídos como se verdade fosse. As pessoas assimilam e tomam tais fábulas esotéricas como grandes ensinamentos, todavia, são caminhos de erro e de perdição.
A origem destes ensinos herméticos remontam aos primeiros tempos, quando os ancestrais da humanidade ainda viviam em estado de pureza conforme Gn. 3:4 e 5 - "Disse a serpente à mulher: certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis, como Deus, conhecendo o bem e o mal." Ora, se o próprio Deus havia dito ao homem que ele morreria caso comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque uma simples serpente diria o contrário? Aí está as profundezas de Satanás, ou seja, se incorporar num animal, usando o seu corpo para trazer dúvida e desejos que levam o homem à incredulidade da primeira afirmativa. O objetivo de Satanás é fazer que, por meio de desejos, o homem adote aquilo que lhe parece mais agradável, mais racional e mais aceitável. A expressão: "... e sereis, como Deus, conhecedores do bem e do mal" é a chave esotérica, oculta e espiritualista mais profunda do golpe de Satanás. Sugere ao homem que ele poderá ser portador da mesma luz de Deus, mesmo com o pecado. Isto é lenda, mito e fábula!
Sola Scriptura!

terça-feira, junho 28

ESPIRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO X

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
Ao afirmar, "a lei e ao testemunho!" as Escrituras restringem o conhecimento de Deus pelo homem, apenas ao que elas revelam sobre isto. Não admitem quaisquer outras experiências espirituais no tocante ao verdadeiro conhecimento. Visto que conhecimento nos termos escriturísticos é luz, somente Deus produz e concede a verdadeira luz conforme Tg. 1: 17 e 18 - "Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas." A luz natural é o único fenômeno físico que não se polui, mesmo sob condições ambientais impuras como as da Terra. Imagine, então, a verdadeira luz que procede de Deus? Por isso, João, confessa acerca de João, o batista e de Cristo o seguinte em Jo. 1: 7 a 10 - "Este veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos cressem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Pois a verdadeira luz, que alumia a todo homem, estava chegando ao mundo. Estava ele no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, e o mundo não o conheceu." Este é o modelo enunciado no texto de Isaías que abre este artigo: "a Lei e ao Testemunho". Logo, fora do que está compendiado nas Escrituras como testemunho da luz, ninguém, por mais íntegro, reto, temente e que se desvie do mal, verá a alva, ou seja, a luz. O mundo não pode conhecer a verdadeira luz por si mesmo, porque a luz do homem é débil e limitada. Por isso, Jesus, ensina em Mt. 6:23 - "Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!" Se o homem busca luz a partir de sua própria luz, encontrará mais trevas.
I Tm. 4: 1 e 2 - "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada..." Apostasia da fé é afastamento da verdade, sabendo-se que a verdade não é uma concepção filosófica, mas uma pessoa, a saber, o próprio Cristo. Tal afastamento em busca de respostas satisfatórias e conformes aos desejos humanistas é que leva dar ouvidos a espíritos mentirosos, enganadores e às doutrinas de demônios. Os tais homens decaídos estão sob a condição de hipócritas, ou seja, 'hupókrisis' que, em grego, significa: resposta de oráculos. Tais hipocrisias são falsidades, dissimulações, mentiras e enganos buscados e recebidos de demônios que se passam por grandes virtudes espirituais e deuses. Eles dissipam uma falsa luz, ou seja, a luz de seres corrompidos e decaídos, tanto quanto os homens depois do pecado se tornaram também. A consciência destes espíritos foi cauterizada, isto é, endurecida e fechada pelo desligamento da glória de Deus. Então, eles tentam criar um paraíso e um reino paralelo ao de Deus. Milhões de pessoas estão sendo enganadas e iludidas até o dia da restauração final.
II Tm. 4: 3 e 4 - "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas." Este tempo já chegou, pois as pessoas têm verdadeira preguiça e, alguns, até absoluta ojeriza para as coisas concernentes à sã doutrina. Percebe-se entre grupos ligados a igrejas pertencentes ao cristianismo nominal e histórico, um profundo desinteresse pelas Escrituras. Entretanto, quando o assunto é cantar e dançar coreografias e imitar coisas do judaísmo, do espiritualismo e do mundanismo, todos são ávidos de desejos, e plenos de energias.
Há grande interesse humano para consultar mapas astrais, vidas passadas, taromancia, cartomancia, necromancia, quiromancia, ocultismo. Mas, quando o assunto é a Bíblia, todos são unânimes em achar que ela é um livro dificil, enfadonho, cheio erros, escrito por algum grupo burguês interessado em dominar o mundo. Eles preferem, de fato, voltar às fábulas artificialmente montadas. Vivem atrás de desenterrar histórias como as dos livros de Dan Brown. Então, é neste sentido que se cumprem as palavras de Paulo ao discípulo Timóteo acima.
Sola Scriptura!

segunda-feira, junho 27

ESPIRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO IX

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
A propensão do homem natural ao erro é inata, porque o seu coração é absolutamente inclinado para si mesmo e para o que não procede de Deus. Há duas categorias de homens, segundo o fundamento do ensino cristão conforme I Co. 2: 14 a 16 - "Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por ninguém é discernido. Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo." Resumidamente, o homem natural 'psikikós' é o que não passou pelo processo de regeneração espiritual; o homem espiritual 'pneumatikós' é o que foi regenerado pela justificação em Cristo. Pelo fato de possuir a mente de Cristo, consegue discernir a verdade e os espíritos.
Tal propensão do homem natural o conduz a reinventar a verdade em função daquilo que lhe é favorável ou compreensível, porque ele só compreende as palavras, mas rejeita o conceito e a ideia. Assim, tem-se que as Escrituras afirmam uma determinada verdade, mas os homens naturais ou almáticos sempre fazem uma hermenêutica e uma exegese própria e que possa ser acomodada dentro dos limites da sua aceitação. Estes limites são, para ele, a sua verdade particular.
Em Ml. 4:5 e 6 diz - "Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição." O texto veterotestamentário segue a regra áurea de interpretação, a qual é chamada de dupla referência da profecia. Isto quer dizer que, o texto pode se referir a um fato numa época e a outro fato similar em outra época. Assim, quando veio João, o batista pregando no deserto e batizando em águas no rio Jordão, alguns religiosos judeus foram interrogá-lo para saber quem ele era. O próprio João, o batista responde nos seguintes termos em Jo. 1:19 a 21 - "E este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: quem és tu? Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: eu não sou o Cristo. Ao que lhe perguntaram: pois que? És tu Elias? Respondeu ele: não sou. És tu o profeta? E respondeu: não." Ele pessoalmente, diante dos seus inquisidores respondeu claramente que não era o Cristo, que não era Elias, e que não era o profeta. Então, porque os espiritistas e espiritualistas afirmam que João, o batista era Elias reencarnado?
Lc. 1: 13 a 17 - "Mas o anjo lhe disse: não temais, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João; e terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento; porque ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida forte; e será cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe; converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo apercebido." O texto da revelação a Zacarias, pai de João, o batista é muito claro: João viria 'no espírito e no poder de Elias". Não afirma que ele seria Elias reencarnado. Ora, é apenas uma forma linguística por símile que enfatiza a forte semelhança entre João e o profeta Elias. Daí os que defendem a doutrina da reencarnação se apropriam dos textos para forçar a exegese em seu favor e afirmar o que o texto não afirma. Isto é fazer eisegese, ou seja, colocar no texto suas próprias ideias e palavras. O correto é fazer exegese, a saber, extrair o que o texto afirma. Seria um absurdo afirmar que João, o batista era Elias, porque para reencarnar é necessário morrer, e Elias não morreu, antes foi trasladado em vida.
Pelo princípio da dupla referência pode até ser que o texto ainda se aplique no fim dos tempos ao retorno de Elias, porque o Apocalipse fala do aparecimento de duas testemunhas que pregarão insistentemente em Israel. Como Enoque e Elias não morreram fisicamente, pode ser que sejam eles estas duas testemunhas escatológicas. Talvez tenham de experimentar a morte física antes da grande e final restauração, pois o texto apocalíptico diz que estas duas testemunhas serão assassinadas em Jerusalém.
Sola Scriptura!

ESPIRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO VIII

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
Os homens não-regenerados nos moldes do ensino autêntico de Cristo, mediante nascimento do alto possuem uma fé apenas circunstancial, a saber, mutável de acordo com os acontecimentos. Desta forma, se os fatos lhes forem favoráveis se afirmam numa determinada crença; se os fatos lhes são desfavoráveis negam as crenças. Esta categoria de fé não é a fé genuína produzida por Cristo, mas é humana e centrada apenas no campo da expectativa ou da esperança em coisas e fatos sensoriáveis. A verdadeira fé é dom de Deus, sendo fundada, não no que se vê ou se prova, mas tão-somente no que diz as Escrituras. Um típico caso de fé autêntica está em Rm. 4:17 - "... como está escrito: por pai de muitas nações te constituí, perante aquele no qual creu, a saber, Deus, que vivifica os mortos, e chama as coisas que não são, como se já fossem." Este é o nível de fé procedente de Deus, pois "... chama as coisas que não são, como se já fossem." O nível de fé humana, a saber, a expectativa ou a esperança é fundada na experiência sensorial ou sensitiva. Logo, não é fé, mas um tipo de ciência empírica. Se alguém declara crer em Deus, porque viu algum resultado, porque sentiu alguma coisa sobrenatural, ou por ter recebido alguma resposta de algo que pediu, é a mais miserável das criaturas. Não passa de um barganhista e mercador da religião humanista e horizontalizada.
Por todas estas coisas é que doutrinas e ensinos gnósticos, espiritistas e espiritualistas progridem a largos passos. Eles incutem na mente das pessoas que são baseados em ciência, procuram demonstrar sensorialmente determinados fenômenos como prova de autenticidade, e produzem determinados resultados imediatos e práticos conforme as carências e angústias dos que tais coisas procuram. Desta maneira são facilmente aceitáveis, porque são demonstráveis, lógicos e aparentemente respaldados na ciência. É aí que mora o perigo espiritual, já que do ponto de vista material não conseguem ver perigo algum, pois tudo é bom e desejável. O perigo espiritual se situa na esfera da eternidade futura e da destinação final das almas. Neste sentido, eles são iludidos por ensinos de evolução e iluminação, dos quais não há nem evidência, nem comprovação escriturística alguma. As pessoas estão confiando num caminho absolutamente escuro e contrário a todo o ensino de Cristo. Foi o que aconteceu ao rei Saul, que acreditava estar consultando o espírito do profeta Samuel, apenas com base no que a feiticeira de En-Dor afirmava, ele mesmo não via nada.
A doutrina de Cristo, nada têm em comum com estas doutrinas e, muito menos, com muitas doutrinas de igrejas e seitas ditas cristãs. Dizer-se cristão é muito simples e fácil: basta reunir um bom número de postulados e práticas aceitáveis do ponto de vista moral e humanista, logo todos acreditam que estão num círculo cristão. O Cristianismo Histórico se tornou banalizado e ridicularizado pelos seus próprios praticantes, os quais transformaram a verdade em mentira e amam mais a criatura que o Criador. É a deificação do homem e a coisificação de Deus. O que importa é a exaltação do homem em suas mais extravagantes vontades e nos mais absurdos desejos. Vivem em um falso paraíso artificializado por leis, tecnologia, e conhecimentos puramente humanos onde não há mais o temor do pecado e da necessidade de arrependimento. Aceitam e buscam apenas direitos, mas jamais obrigações.
Por estas questões é que se pode afirmar que é mais fácil aceitar uma consulta ou busca por supostos espíritos desencarnados, que receber a verdade pura do evangelho. A doutrina humanista é mais convincente e menos exigente, enquanto a genuína mensagem da cruz é insuportavelmente antipática e dura.
Em nenhum momento nos textos dos evangelhos sinóticos e das epístolas, Jesus e os discípulos se deparam com pessoas possuídas por espíritos, e afirmam que os tais são espíritos de luz ou benfeitores. Sempre e invariavelmente são espíritos imundos, espíritos malignos e demônios. Porque não há nenhum registro de incorporação de bons espíritos no texto bíblico? Por que em todos os casos Jesus usou de autoridade e expulsou tais espíritos sem lhes dar qualquer chance de adoração e de perdão, como por exemplo, Mc. 3:11 - "E os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e clamavam, dizendo: tu és o Filho de Deus." Veja que até os espíritos imundos sabiam que Ele era o Filho Unigênito de Deus! Só os religiosos que não sabiam.
A bem da verdade, a primeira incorporação de espírito na história humana foi no Éden, pelo próprio Satanás, em uma serpente da espécie Saraph, que era brilhante e alada. O resultado da consulta a este espírito incorporado na serpente, se vê no mal moral e na degeneração completa do homem ainda hoje.
Em Lc. 11: 24 a 26 é narrada uma outra experiência sobre espíritos que tomam os corpos das pessoas: "Ora, havendo o espírito imundo saindo do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso; e não o encontrando, diz: voltarei para minha casa, donde saí. E chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro." Sabe-se que as doutrinas que defendem a comunicação entre vivos e mortos têm belas explicações para todas estas questões, e até certo ponto muito convincentes. Entretanto, nem tudo o que é convincente é verdadeiro. O fato é que tais espíritos imundos são demônios e anjos que caíram juntamente com Lúcifer. Por isso, andam a procura de algum corpo que os abrigue a fim de terem experiências sensoriáveis no mundo visível.
At. 16: 16 a 18 - "Ora, aconteceu que quando íamos ao lugar de oração, nos veio ao encontro uma jovem que tinha um espírito adivinhador, e que, adivinhando, dava grande lucro a seus senhores. Ela, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: são servos do Deus Altíssimo estes homens que vos anunciam um caminho de salvação. E fazia isto por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: eu te ordeno em nome de Jesus Cristo que saias dela. E na mesma hora saiu." Ora, se tudo que o espírito de adivinhação que estava na moça dizia sobre Paulo e outros discípulos era verdadeiro, porque foi expulso por Paulo em nome de Jesus? Por que não era espírito iluminado, nem puro, e nem da parte de Deus.
Sola Fidei!

domingo, junho 26

ESPIRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO VII

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
Entre o normal e o excepcional, o homem decaído quase sempre opta pelo excepcional, porque isto lhe confere diferenciamento e a suposição de superioridade. Entretanto, a normalidade é o ponto a ser considerado, pois toda ação anormal é rebelião, e rebelião é pecado conforme texto já colocado em outra instância. No texto que abre este artigo, vê-se claramente a questão da normalidade e da excepcionalidade. O normal é que um povo consulte e busque a Deus, e que se consulte os vivos em favor dos vivos; a excepcionalidade é um povo consultar espíritos familiares, feiticeiros, encantadores, ou que se consulte os mortos em favor dos vivos. A normalidade é que a Lei, isto é, as Escrituras com os eternos decretos de Deus sejam consideradas como verdade, e não o que espíritos de anjos caídos disfarçados de espíritos de luz ou de quem já morreu possa dizer. O texto bíblico diz que o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz para enganar. A normalidade é o testemunho dos santificados mensageiros que pregaram, alertando os homens quanto aos seus pecados e quanto a necessidade de arrependimento verdadeiro. Sabe-se que a mentira em quase tudo se assemelha à verdade, pois do contrário não conseguiria enganar ninguém. É a questão levantada por Cristo sobre o joio e o trigo!
O maior testemunho dentre todos os enviados de Deus é o de Jesus, o Cristo, porque dele se declara o seguinte Dt. 18: 18 a 20 - "Do meio de seus irmãos lhes suscitarei um profeta semelhante a ti; e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E de qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu exigirei contas. Mas o profeta que tiver a presunção de falar em meu nome alguma palavra que eu não tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá." Após Cristo são inumeráveis os testemunhos dos apóstolos, dos pais da igreja e dos mártires que foram devorados por feras e serviram de espetáculo ao mundo decaído. Eram todos servos do Altíssimo e morreram pelas mãos de impiedosos para que, no juízo, tais iníquos se calem e assumam que sua condenação é justa.
Na verdade uma das razões porque espíritos de pessoas que já faleceram não voltam e não dão consultas, ou fazem qualquer outra coisa é que, o espírito foi colocado no homem por Deus conforme Zc. 12:1 - "A palavra do Senhor acerca de Israel: fala o Senhor, o que estendeu o céu, e que lançou os alicerces da terra e que formou o espírito do homem dentro dele." Sabe-se também, pelo testemunho das Escrituras, que este espírito soprado no homem por Deus, uma vez que o corpo desfalece, retorna a Deus de onde veio conforme Ec. 12:7 - "... e o pó volte para a terra como era, e o espírito volte a Deus que o deu." O que aconteceu com o homem após a queda pelo pecado da incredulidade é que o seu espírito ficou desligado de Deus e limitado pela alma e pelo corpo que são substâncias absolutamente diferentes entre si. O corpo é matéria grosseira e possui composição semelhante aos elementos naturais. Ao ser sepultado se decompõe e retorna ao estado do pó da terra; o espírito retorna ao Criador de onde veio; e a alma vai para o destino que lhe couber: se foi purificada pela justificação em Cristo, para a glória eterna; se condenada pelo pecado, para a condenação eterna no Hades e, depois, no Lago de Fogo e Enxofre.
Na restauração final dos eleitos, o corpo, a alma e o espírito serão glorificados e unidos em perfeição e viverão eternamente na presença de Deus. Quanto aos condenados, as suas almas se unirão aos seus corpos não-glorificados e viverão eternamente separados de Deus conforme Dn. 12:2 - "E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno." Verifique que o adjetivo 'eterna' se refere, tanto à vida, como a vergonha e o desprezo. Ambos são eternos e irrevogáveis! Toda doutrina que tenta modificar o que Deus diz nas Escrituras e suprimir a verdade por alternativas bonitas e caritativas, não procede de Deus, porque os seus decretos eternos são imutáveis. Ele é amor sim, mas também é justiça. O homem pecador iludido pelo Diabo tenta dourar a pílula inventado doutrinas agradáveis para tentar solucionar o seu próprio desespero espiritual. Por esta razão estes ensinos espiritistas e espiritualistas ganham a cada vez mais e mais terreno. O Diabo sabe que o seu tempo está se esgotando e, portanto, tem trabalhado no sentido de conferir ao homem uma alternativa melhor e mais convincente acerca da salvação, iludindo-o com ensinos lógicos, bonitos, convincentes e aparentemente amorosos. Entretanto, Deus não está nisso...
Sola Scriptura!

sábado, junho 25

ESPIRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO VI

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
Genericamente, espiritualistas e espiritistas usam de um artifício bastante intricante: lançam mão das Escrituras para justificar certos pontos das suas doutrinas, mas ao mesmo tempo, criticam-nas de serem falhas, adulteradas e fraudulentas. É verdade que há problemas de traduções e versões forçadas, mas isto não afeta em nada o propósito da Palavra de Deus, pois ela se revela por fé e não por semântica. As Escrituras compreendidas pelo intelecto é somente um livro como outro qualquer, podendo ser ou não compreensível. Entretanto, quando à compreensão intelectual se ajunta a fé, a qual é dom de Deus, elas se tornam a palavra de Deus revelada. Por esta razão é que há duas palavras para o termo palavra na Bíblia: uma é 'Logos' que é a palavra dita por Deus; a outra é 'Rhema', que é a palavra vivificante de Deus. A primeira se assimila pelo intelecto, enquanto a segunda se apropria pela fé.
Então, uma doutrina seja religiosa ou filosófica, não pode considerar apenas aquilo que lhe interessa, e desprezar o resto, porque isto invalida o todo. O texto de abertura que vem sendo trabalhado nestes artigos, mostra que Deus está se dirigindo ao seu povo, por meio do profeta e diz que não se deve consultar espíritos familiares e, muito menos, feiticeiros. O texto mostra que o correto é consultar a Deus e não a estes espíritos imundos que se apresentam como iluminados conforme já foi dito no artigo anterior. Deus instrui o povo, dizendo que, quando alguém sugerir a consulta aos espíritos, a pessoa deve dizer: 'a Lei e ao Testemunho!' Isto implica em que a única regra de fé e prática de alguém que, de fato, crê em Deus são os decretos eternos d'Ele e o testemunho dado pelos profetas por meio de constantes ensinamentos sobre a vinda do Salvador. E, finalmente, o testemunho do próprio Jesus, o Cristo que cumpriu tudo quanto dele estava escrito.
Hb. 4:2 - "Por que também a nós foram pregadas as boas novas, assim como a eles; mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não chegou a ser unida com a fé, naqueles que a ouviram." A questão, portanto, não é se as Escrituras têm ou não problemas de tradução, mas de a pessoa ter recebido graça para nela crer. Assim, segundo o texto de abertura, se a lei e o testemunho não falarem ao coração do homem, ele jamais verá a luz. Luz no sentido bíblico é conhecimento verdadeiro de Deus.
Que há possibilidade de alguém consultar espíritos por meio de feiticeiros, médiuns ou encantamentos, sim, há. Entretanto, tais espíritos não são de alguém que viveu e morreu, não são de seres espirituais iluminados ou mesmo de mensageiros divinos. São na verdade, espíritos decaído e perdidos por causa da sua rebelião juntamente com Lúcifer. Eles estão reservados em prisões eternas para o dia do juízo final conforme II Pd. 2:4 - "Por que se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo." A palavra traduzida neste versículo como 'inferno' é no seu original o 'tártaro', o qual é um lugar inferior onde estão aprisionados tais anjos caídos, aguardando o dia do julgamento. Quando a Bíblia utiliza a palavra 'Hades' é uma referência ao local onde ficam os espíritos de pessoas humanas desencarnadas, as quais aguardam o juízo. Assim, tanto anjos caídos, demônios, espíritos imundos, e as almas desencarnadas estão em locais definidos e a eles reservados até que venha o dia do juízo. Porém, as doutrinas espiritualistas rejeitam os ensinos escriturísticos sobre o pecado, a condenação, o inferno. Alegam que, sendo Deus amor, não condenaria ninguém eternamente. Porém se esquecem que, primeiro, não é Ele quem condena o homem ao inferno, mas ele mesmo se condena; segundo a justiça de Deus já foi executada em Seu Filho Unigênito para redimir os eleitos.
A estes espíritos em prisões nos abismos da Terra, o próprio Jesus Cristo foi pregar o evangelho, não para a salvação deles, mas para que houvesse testemunho da verdade, a qual eles rejeitaram conforme I Pd. 3:19 - "... no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão." Assim, a Lei e o Testemunho se completou, tanto entre os viventes, como também entre os que já haviam morrido e aguardam o seu julgamento.
Da lucem, Domine!

sexta-feira, junho 24

ESPIRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO V

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
Muitos adeptos ou simpatizantes das doutrinas espiritistas dizem que existe sim, comunicação entre vivos e mortos. Entretanto, os tais se afirmam em premissas muito débeis. Por exemplo, dizem que o espírito de alguém morto lhe falou coisas que jamais outra pessoa poderia saber. Ou, mesmo, que foram curados de um mal físico por algum espírito. Outros, ainda, dizem que de fato tiveram uma experiência sensorial, do tipo vidência, em que viram o morto tal como ele era ainda em vida. Ora, isto tudo não prova nada, além do fato que existem espíritos, porém não prova que são de quem já morreu. As Escrituras afirmam que após a morte vem o descanso e o juízo e não que o espírito fica perambulando por aí. Não diz que as pessoas ficam reencarnando e desencarnando até atingir um certo nível moral, intelectual e espiritual rumo a Deus como afirma Allan Kardec.
Hb. 9:27 e 28 - "E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação." Para aceitar a reencarnação como um fato previsto e confirmado nas Escrituras este texto, entre outros tantos, deveria ser totalmente mutilado. Não diz o texto que os homens morrem e renascem diversas vezes, mas apenas uma vez, vindo depois o juízo. Igualmente não diz que Cristo retorna diversas vezes ao longo da história para trazer ensinamentos ou ajuda aos homens em suas misérias. Ele se ofereceu uma única vez para levar os pecados de muitos e não de todos. Ele virá uma segunda vez, sem atrair o pecado do homem, para reunir os que o aguardam para o grande dia.
Alguns espiritualistas e espiritistas se apoiam numa falsa premissa que diz: se Moisés proibiu a consulta aos mortos é porque existe a possibilidade de os vivos consultar os mortos, porque se não houvesse, não haveria necessidade de proibir. Este é o caso em que a lógica é lógica, mas não é verdadeira, porque uma das premissas é falsa. O fato de Deus ter mandado Moisés proibir tal prática foi, em primeiro lugar, porque esta era uma prática dos povos pagãos dentre os quais os hebreus estava convivendo, quando do retorno do cativeiro Egípcio; Deus queria um povo que sustentasse a fé apenas nas Escrituras e esperassem o Messias para ser luz para o mundo, e não repetidores das mesmas crenças e práticas ocultistas; também há de se dizer que a proibição era para evitar que as pessoas consultassem demônios, e espíritos desencarnados das gerações pré-adâmicas como se fossem pessoas já mortas, anjos, ou mesmo seres iluminados.
Na verdade tais espíritos são anjos decaídos, pois quando Lúcifer caiu, caiu a terça parte dos anjos com ele, porque foram enganados com a promessa de um domínio eterno conforme Ap. 12: 3 e 4 - "Viu-se também outro sinal no céu: eis um grande dragão vermelho que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas; a sua cauda levava após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que estava para dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe devorasse o filho." Anjos no sentido simbólico são estrelas, mulher simboliza a igreja, e o dragão representa Satanás.
Estes espíritos decaídos podem assumir a forma que quiser, e falar qualquer coisa sobre a vida de qualquer pessoa, pois os mesmos vivem e andam entre a humanidade há milhões de anos. As Escrituras afirmam que, não só Satanás se disfarça em anjo de luz, mas que também os seus servos, e os anjos decaídos, se disfarçam de ministradores do bem conforme II Co. 11: 14 e 15 - "E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz. Não é muito, pois, que também os seus ministros se disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras."
Então, não é o fato de alguém ver algo que julga ser verdadeiro que o torna verdadeiro. Também não é o fato de alguém receber o bem que torna o benfeitor verdadeiro. O conceitos de bem e mal é bastante relativo nas Escrituras, pois aos olhos do homem decaído o bem é o que lhe dá vitória, alegria, progresso, felicidade e domínio. Entretanto, este bem com a natureza não-regenerada não possui valor espiritual algum. Os benefícios e experiências desta natureza são muito interessantes ao homem enquanto está vivo neste mundo. Nada mais!
Sola Fidei!

quinta-feira, junho 23

ESPIRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO IV

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
A feitiçaria é produzida pelo homem, sendo, portanto, um fenômeno almático e não por divindades ou demônios diretamente, como se supõe. I Sm. 15:23 - "Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e o culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei." Toda atitude de rebelar-se contra a palavra de Deus leva à feitiçaria. Está relacionada a sortilégios, encantamentos, bruxarias e ocultismo, as quais são soluções fora das Escrituras. A tradução grega da Septuaginta diz deste mesmo versículo: "Porque a adivinhação é pecado e a consulta ao terafim causa tristeza e angústia." Isto explica a origem dos males esquizofrênicos e hipocondríacos que atacavam o rei Saul, visto que este texto está no contexto da rejeição de Deus a ele.
Estes terafins são uma casta de anjos caídos responsáveis por alimentar crendices, superstições e falsa fé, procurando levar suas vítimas para uma completa cegueira espiritual. Ainda que a pessoa acredite que é algo bom e construtivo, na verdade, aí é que está o perigo, pois Cristo disse que ninguém é bom, salvo o Pai que está no céu. Querer ser bom, fazer o bem ou corrigir o mal da humanidade sem que o homem seja regenerado pelo novo nascimento, não funciona, porque está fundamentado em justiça e méritos próprios. O homem decaído não possui justiça e mérito perante Deus. A graça d'Ele é que o regenera e o põe para praticar as boas obras que são de Deus, e não do homem.
Em Jz. 17: 5 e 6 se vê um fanático religioso, tentando estabelecer culto doméstico por conta própria, utilizando estes terafins, ou seja, espíritos ou deuses familiares: "Ora, tinha este homem, Mica, uma casa de deuses; e fez um éfode e terafins, e consagrou um de seus filhos, que lhe serviu de sacerdote. Naqueles dias não havia rei em Israel; cada qual fazia o que parecia bem aos seus olhos." Percebe-se o desespero do homem cego espiritualmente e a intensa busca por luz própria à revelia da verdade. Assim tem sido nos dias atuais também, quando milhões de pessoas seguem doutrinas e práticas espiritistas acreditando que está tendo contato com seres iluminados e superiores. Na verdade estão se comunicando com seres espirituais caídos que se passam por seres iluminados e do bem. Estas pessoas repetem o mesmo erro dos antigos, sendo enganados e enganando milhões de outras pessoas. Geralmente, pessoas ligadas a tais práticas são sempre inconstantes, infelizes e repletos de problemas pessoais. Não vivem na plena graça e na dependência de Deus. Suas vidas são cíclicas, ora estão muito felizes, ora estão deprimidos.
Os terafins eram estes espíritos familiares mencionados no texto de abertura. São na verdade uma categoria de anjos caídos que se passam por anjos da guarda, por espírito de parentes mortos. Na medida em que uma pessoa busca estes espíritos familiares, tais anjos caídos assumem a forma, a voz e fala coisas que só o falecido sabia para impressionar e convencer o consulente que de fato é o morto quem fala. No texto que está em tela a consulta do rei Saul à pitonisa de En-Dor a palavra utilizada por ela ao ver o espírito subindo da terra foi terafim, e que foi traduzida como 'um deus'.
Não existe comunicabilidade entre os homens vivos e os homens já falecidos. Isto fica claríssimo em Lc. 16:22 a 31 - "Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. No inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e a Lázaro no seu seio. E disse: pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me a Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os que lá passar para nós. Disse ele então: rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. Respondeu ele: não! pai Abraão, mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender. Abraão, porém, lhe disse: se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos."
No verbete do dicionário virtual wikipedia sobre espiritualismo diz: "É um conjunto de doutrinas que consideram o homem um espírito imortal que alterna experiências nos mundos material e espiritual, de acordo com a doutrina da reencarnação, com o objetivo de evoluir, tanto moral quanto intelectualmente, rumo a Deus. Considera também a comunicabilidade entre os vivos e os mortos, geralmente por meio de um médium, ou seja, de um mediador."
Acerca destes ensinos e de outros derivados dele, tratar-se-á em outro artigo. Entretanto, o texto de Lucas 16 deixa clara a impossibilidade de comunicabilidade entre vivos e mortos. Sabe-se que os que defendem tais ensinos encontram explicações para todas estas passagens, porque, quando se quer afirmar uma coisa, ainda que errada, se consegue torcer, contorcer e retorcer a verdade em benefício da mentira.
Sola Gratia!

quarta-feira, junho 22

ESPIRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO III

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
A consulta a espíritos familiares e a toda espécie de ocultismo é uma prática ainda hoje muito comum. Os praticantes de algumas religiões orientais fazem oferendas e orações aos antepassados, crendo que estes podem influenciar nos destinos e caminhos dos descendentes vivos. Assim se refere Hailton José de Sousa em um site sobre este assunto: "Nós da Reiyukai, acreditamos na doutrina de BUDA, que existe realmente o Mundo dos Espiritos, e por isso, sentimos a necessidade de oferecermos algum tipo de serviços Religiosos aos nossos ancestrais. A veneração de nossos ancestrais pelo oferecimento de serviço Religioso pelas mãos de cada descendente, e sermos gratos aos nossos pais, são as instruções da REIYUKAI. Isto é a razão pelo qual nossos ancestrais e pais são importantes em nossa instrução." <http://www.stum.com.br/clube/artigos.asp?id=17734> Na sequência ele ensina como prestar o serviço religioso aos antepassados no ele chama de "Altar Familiar". Como afirma o profeta Isaías no texto de abertura, os que tais práticas realizam jamais verão a luz. Realmente, que serventia haveria em consultar os que já morreram em favor dos que ainda vivem? Isto é deixar de prestar culto a Deus para cultuar o próprio homem morto. Logo, vê-se que é um culto antropocêntrico e não teocêntrico.
I Sm. 28: 7 a 17 - "Então disse Saul aos seus servos: buscai-me uma necromante, para que eu vá a ela e a consulte. Disseram-lhe os seus servos: eis que em En-Dor há uma mulher que é necromante. Então Saul se disfarçou, vestindo outros trajes; e foi ele com dois homens, e chegaram de noite à casa da mulher. Disse-lhe Saul: peço-te que me adivinhes pela necromancia, e me faças subir aquele que eu te disser. A mulher lhe respondeu: tu bem sabes o que Saul fez, como exterminou da terra os necromantes e os adivinhos; por que, então, me armas um laço à minha vida, para me fazeres morrer? Saul, porém, lhe jurou pelo Senhor, dizendo: como vive o Senhor, nenhum castigo te sobrevirá por isso. A mulher então lhe perguntou: quem te farei subir? Respondeu ele: faze-me subir Samuel. Vendo, pois, a mulher a Samuel, gritou em alta voz, e falou a Saul, dizendo: por que me enganaste? pois tu mesmo és Saul. Ao que o rei lhe disse: não temas; que é que vês? Então a mulher respondeu a Saul: vejo um deus que vem subindo de dentro da terra. Perguntou-lhe ele: como é a sua figura? E disse ela: vem subindo um ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e lhe fez reverência. Samuel disse a Saul: por que me inquietaste, fazendo-me subir? Então disse Saul: estou muito angustiado, porque os filisteus guerreiam contra mim, e Deus se tem desviado de mim, e já não me responde, nem por intermédio dos profetas nem por sonhos; por isso te chamei, para que me faças saber o que hei de fazer. Então disse Samuel: por que, pois, me perguntas a mim, visto que o Senhor se tem desviado de ti, e se tem feito teu inimigo? O Senhor te fez como por meu intermédio te disse; pois o Senhor rasgou o reino da tua mão, e o deu ao teu próximo, a Davi."
Pois bem, nesta passagem se o leitor não tiver revelação e não for regenerado acabará por acreditar que é mesmo possível comunicar-se com os mortos e que foi mesmo o espírito de Samuel que aparecera. Entretanto, vê-se que se trata de um embuste de mistificação, pois Saul não vê o suposto espírito de Samuel, apenas acredita que é, porque a pitonisa de En-Dor faz uma descrição muito pobre: "vejo um deus subindo da terra." Acrescenta ela: "vem subindo um ancião e está envolto numa capa." Primeiramente, espíritos não têm idade para ser jovens, adultos ou anciãos; secundariamente a mulher imagina que é um deus que sobe da sepultura, mas depois da descrição, Saul chega à conclusão que é Samuel. Ora, pelo diálogo que se trava depois entre o rei Saul e o suposto espírito de Samuel, vê-se que não poderia ser ele mesmo. Se fosse o profeta Samuel, não subiria da sepultura, mas desceria do céu; além disso, por que o profeta Samuel falaria as mesmas coisas que Deus havia ordenado que se dissesse a Saul em vida? Se Saul não temeu o que Deus havia ordenado enquanto o profeta estava vivo, por que daria crédito agora que o profeta era morto? E, finalmente, se o próprio Deus já não mantinha qualquer diálogo com o rei Saul, porque permitiria que o profeta morto dissesse algo em nome d'Ele? A sentença de Deus contra o rei Saul já havia sido pronunciada e era irrevogável. Além disso, fica claro o por quê da morte de Saul em I Cr. 10: 13 e 14 - "Assim morreu Saul por causa da sua infidelidade para com o Senhor, porque não havia guardado a palavra do Senhor; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar, e não buscou ao Senhor; pelo que ele o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé." Conclui-se, portanto, que a experiência mediúnica de En-Dor foi um embuste e uma mistificação e que Saul era incrédulo. É como diz o texto de abertura: "a lei e ao testemunho!", se eles não falarem segundo a palavra da verdade, jamais alguém vislumbrará luz, evolução, e salvação. A lei são os decretos eternos de Deus, e o testemunho é a pregação da verdade pelos seus profetas e mensageiros ao longo do tempo.
Sola Fidei!

terça-feira, junho 21

ESPIRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO II

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
Nesta instância há necessidade de definição dos termos afim de não estabelecer confusão semântica, e, consequentemente, confusão de significados. Desta forma pode-se dizer que espírito é um substantivo masculino que traz diversos sentidos e significados. É a parte imaterial do homem formada pelo sopro de Deus, sendo o princípio vital e superior à matéria ou corpo físico. Etimologicamente, espírito provém do latim 'spiritus' derivado do verbo 'espirare' que é soprar, respirar. Confundido, geralmente, com a alma e tomado como substância imaterial, incorpórea, inteligente, consciente de si, onde se situam os processos psíquicos, a vontade, os princípios morais, mente, pensamento. Entretanto, há diferença entre espírito e alma, a qual os espíritas chamam de perispírito. Tal termo perispírito foi utilizado pela primeira vez por Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, em um comentário após o item 93.
O termo espírito se refere ainda a uma das três pessoas da Triunidade divina, o Espírito Santo, o qual participa de todos os atos de Deus e tudo conhece e penetra. É papel fundamental do Espírito Santo convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo conforme o registro de Jo. 16:7 a 11 - "Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o Ajudador não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei. E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais, e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado."
Espírito é também uma entidade imaginária e sobrenatural ligada ao bem, ou ao mal conforme o ideário místico e popular. É o caso de anjos, duendes, fadas, gnomos, demônios. O próprio Jesus expulsou espíritos imundos em diversas ocasiões, ficando assim comprovado que eles existem e que são reais, ainda que invisíveis.
Espiritualismo é uma espécie de doutrina filosófica que admite a existência de Deus, de forças sobrenaturais e da alma. Contrapõe-se ao materialismo que nega a existência de tudo o que não é matéria. O espiritualismo atribui a existência de uma alma imortal no homem e a toma como princípio vital e razão da vida e do pensamento humano. Admite a existência de Deus e de valores espirituais e morais que definem a razão de ser do homem em sua atividade racional e moral. Embora nem todo espiritualista seja um espírita, os espíritas são espiritualista por força do que creem, praticam e divulgam. Espíritas defendem que o homem é um espírito imortal que alterna experiências vividas em mundos materiais e mundos espirituais, por meio de reencarnações até evoluir moral e espiritualmente e atingir a perfeição divina. Os Espiritualistas espíritas consideram ainda a comunicabilidade entre os vivos e os mortos, geralmente, por meio de um mediador ao qual chamam tecnicamente de médium.
Gnosticismo provém do grego Γνωστικισμóς [gnostikismós], que por sua vez, provém de Γνωσις [gnosis], significando genericamente 'conhecimento'. O Gnosticismo é um conjunto de pensamentos filosófico-religiosos sincréticos que chegou a fundir-se e confundir-se com o protocristianismo nos três primeiros séculos de sua existência. Entretanto, isto ocorreu por força da influência do helenismo no Oriente Médio durante a expansão grega para o oriente. Foi declarado como um ensino herético após profunda análise dos fundamentos da doutrina bíblica por parte dos intelectuais cristãos, especialmente pelo apóstolo Paulo e outros cognominados pais da Igreja, tais como Orígenes, Diógenes, Clemente, Policarpo, Inácio, Irineu, Cirilo, João Crisóstomo, Tertuliano, Cipriano, Gregório, etc. De fato, admitem-se um Gnosticismo Pagão e um Gnosticismo Cristão, embora este último tenha sido alcançado apenas como uma mera vertente anômala do cristianismo primitivo e que logo foi combatia e extirpada.
O texto que abre este artigo questiona: 'acaso não consultará um povo a seu Deus?' e, ainda: 'acaso a favor dos vivos consultará os mortos?' E termina dizendo: 'a lei e ao testemunho!' O texto encerra o ensino escriturístico dizendo que, se a lei e o testemunho não falarem a verdade, os homens jamais verão a luz. Portanto, que há comunicação entre vivos e mortos, e entre homens e espíritos, não há dúvidas, pois do contrário, Deus não teria proibido severamente. Hoje, contrariamente a este ensino aumentam os que defendem exatamente o oposto, ou seja, que a comunicação entre vivos e mortos é o caminho para se aperfeiçoar e evoluir. Entretanto, não se vê tal evolução e tão pouco tal aperfeiçoamento.
Sola Scriptura!

segunda-feira, junho 20

ESPIRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO I


Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
Há três naturezas de espíritos no universo: o espírito que está no homem, o Espírito de Deus, e o espírito de Satanás. O espírito do homem foi nele inoculado por Deus, quando da sua feitura conforme Gn. 2:7 - "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou nas suas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente." Em primeiro plano vê-se que o homem foi formado do pó da terra, portanto, possui um componente material; secundariamente o Criador soprou-lhe nas narinas o fôlego das vidas, pois no texto hebraico está assim colocado 'hayim', significando que foi-lhe concedida duas formas de vida: a do espírito e a da alma. A própria palavra Adão provém de 'adamah' que quer dizer terra vermelha. Assim, o homem é um ser tripartite: corpo, alma e espírito, sendo isto confirmado em Hb. 4: 12b - "... e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração."
O espírito do Maligno, do Diabo, ou de Satanás foi criado por Deus em perfeição e esplendor, porém livre para fazer escolhas morais conforme Ez. 28:15 - "Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que em ti se achou iniquidade." Muitos continuam chamando este espírito decaído de Lúcifer, mas ele não nunca teve este nome. Tal erro decorre da tradução da Vulgata por Jerônimo, que, traduziu a expressão "estrela da manhã" como sendo "aquele que porta a luz". Diabo e Satanás significam acusador e adversário. A palavra 'Satan' [שָטָן] significa adversário, acusador, assim como no árabe 'shaitan', derivam da raiz semítica šṭn, significando ser hostil, acusar. O Tanakh judaico utiliza a palavra 'satan' para se referir também a adversários ou opositores no sentido geral assim como opositores espirituais. No Novo Testamento o mesmo termo é utilizado como um nome próprio que designa uma entidade sobrenatural que se rebelou contra Deus e que age contra Este.
Satanás foi expulso da sua morada original após a queda conforme Is. 14:12 a 14 - "Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra tu que prostravas as nações! E tu dizias no teu coração: eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo." Os espíritos malignos, demônios ou anjos caídos estão associados ao espírito de Satanás e lhe serve aos seus propósitos sórdidos.
O Espírito Santo, por vezes chamado de Espírito de Cristo é mencionado em Jo. 14:26 - "Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito." Este mesmo Espírito Eterno estava vigilante quando da restauração da criação em Gn. 1:2b - "... mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas." No original hebraico, tanto faz dizer "face das águas", como "face do abismo." Há inumeráveis textos dando conta da realidade e atuação do Espírito Santo de Deus nas Escrituras.
Então, estas são as três categorias de espíritos principais que habitam o universo. Portanto, o espírito do homem pode unir-se ou harmonizar-se com o Espírito de Deus, por meio da justificação pela Graça mediante a Fé, ou com o espírito de Satanás que lhe mantém cativo por meio do pecado e da rebelião.
Sola Scriptura!

domingo, junho 19

O PECADO, OS PECADOS, E O PECADOR XX

I Jo. 5: 16 a 20 - "Se alguém vir seu irmão cometer um pecado que não é para morte, pedirá, e Deus lhe dará a vida para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore. Toda injustiça é pecado; e há pecado que não é para a morte. Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca. Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no Maligno. Sabemos também que já veio o Filho de Deus, e nos deu entendimento para conhecermos aquele que é verdadeiro; e nós estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna."
Dentre muitas lendas que alguns religiosos inventam contra o ensino da sã doutrina, a qual o Senhor mantém viva ao longo dos séculos, é a que acusa os que pregam o ensino da aniquilação do pecado pela justificação em Cristo, estão pregando a impecabilidade. Eles pisam e desprezam as Escrituras para ficar com a lógica humanista e gnóstica recebida por natureza e por cultura. Como, por exemplo, a falsa doutrina do "livre arbítrio."
No texto que abre este artigo aparecem as palavras 'pecado' e 'morte'. Elas estão no texto neotestamentário original da seguinte maneira: 'hamartian', e 'thánaton', respectivamente. Tais palavras são bastante específicas, no que se refere ao pecado e à morte. Neste caso, o pecado a que alude o texto é a natureza pecaminosa, e a morte igualmente aludida, é a separação espiritual e eterna de Deus. Isto porque há outras palavras para pecado e para morte em contextos diferenciados.
No verso 17, o apóstolo João afirma também que toda injustiça é pecado, exatamente porque a qualidade do que é injusto é, por consequência, o que não foi justificado, isto é, não recebeu justiça. Portanto, todo pecador cujo pecado não foi removido ou aniquilado, está em pecado para a morte nos termos do que já foi colocado anteriormente. Entretanto, o mesmo apóstolo afirma também que há pecado que não é para a morte. Isto implica em que, mesmo separado de Deus, o homem pecador pode ser regenerado e justificado em Cristo, sendo, portanto, removida a condenação pela culpa do pecado original. Logo, o pecador regenerado passa da morte para a vida, e das trevas para a maravilhosa luz. Ainda que cometa, eventualmente, atos pecaminosos, estes não lhe retira a graça da justificação em Cristo e não o condena à morte eterna. Portanto, não há ensino de impecabilidade, ao contrário, os que advogam o pecado como irremovível da vida dos regenerados é que pregam a permanência na pecabilidade e a ineficiência da justificação em Cristo. Isto sim, é que é herético e absurdo por todos os títulos.
No verso 18, é dito que os nascidos de Deus, ou nascidos do alto, não permanecem no pecado, ou seja, não têm natureza pecaminosa como um princípio permanente. A palavra no texto original grego é 'hamartanei', ou seja, não peca, e não continua pecando por princípio. Isto não implica que estas pessoas tenham atingido a estatura de varão perfeito à semelhança de Cristo ainda. Elas cometerão, sim, atos pecaminosos, porque Deus encerrou a todos debaixo do pecado, para mostrar o que é de fato a Sua graça. É na consciência da miserabilidade humana nos pecados, que se reconhece o que é a sublimidade do Amor de Abba. Estes regenerados são guardados pelo Filho Unigênito do Pai e o maligno não lhes pode sequer tocar.
Finalmente há uma nítida separação entre os que são de Deus, a saber, comprados por Ele em Cristo, e os que estão totalmente na esfera do maligno por natureza e atos. Os eleitos e regenerados têm conhecimento do que é verdadeiro, porque o verdadeiro já veio e os chamou, justificou e glorificou em sua morte de cruz, bem como na Sua gloriosa ressurreição. Quando Ele morreu na cruz, os incluiu para destruição das suas naturezas pecaminosas; quando ressuscitou, comunicou-lhes a Sua vida eterna e verdadeira.
Alleluia!

O PECADO, OS PECADOS, E O PECADOR XIX


Mt. 12: 30 a 35 - "Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha. Portanto vos digo: todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém disser alguma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro. Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom; ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras! como podeis vós falar coisas boas, sendo maus? pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca. O homem bom, do seu bom tesouro tira coisas boas, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más."
Estas são palavras de Jesus, o Cristo e que aparecem em outro registro sinótico de Mc. 3:28 e 29 - "Em verdade vos digo: todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, bem como todas as blasfêmias que proferirem; mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão, mas será réu de pecado eterno." A blasfêmia é uma categoria de rebelião pecaminosa que significa por extensão de sentido o seguinte: "... palavra, expressão ou afirmação que insulta ou ofende o que é considerado digno de respeito ou reverência afirmação absurda ou ilógica; contrassenso, maldição, calúnia." Trata-se de uma inclinação da natureza a se opor ao que considera desnecessário, ilógico, contra-sensual e atentatório à concepção pessoal.
O homem natural tem uma constante inclinação a blasfemar contra o que não pode alcançar, crer e receber. Isto fica claro em I Co. 2:14 - "Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente." Então, o problema do homem natural, a saber, que não foi eleito para ser regenerado, é contra o Espírito Santo, porque coisas ou seres invisíveis, ou seja, não sensoreáveis lhe são por loucura. Ele não as pode receber, porque as considera sem sentido, sem entendimento. Tais realidades espirituais só podem ser discernidas pelo espírito, mas este está morto para Deus por causa da natureza pecaminosa. É necessária a vivificação para ganhar a vida de Cristo e tornar-se sensível ao Espírito de Deus.
Desta forma fica evidente que o pecado pelo qual não adianta orar é o desprezo, ou ignorância à obra do Espírito Santo conforme Jo. 16: 8 a 11 - "Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o Ajudador não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei. E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais, do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado." Se o homem natural, ou seja, decaído e morto espiritualmente não é convencido pelo Espírito de Deus que é pecador e que, por isso, carece da misericórdia e da graça d'Ele, não poderá mesmo ser perdoado, nem nesta vida, nem na outra de acordo com o registro bíblico.
O ensino de Cristo, neste caso, fundamenta-se no estado da natureza do homem: se ele é uma criatura natural sem regeneração, não pode compreender o convencimento do Espírito de Deus; Portanto, é uma questão de princípio, pois o fruto do homem natural, será absolutamente inclinado para o que é sensível, palpável e experimentável. Jamais para o que é espiritual e que se apropria pela graça mediante a fé, sendo ambas dons de Deus conforme Ef. 2:8 - "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus."
Pelo fruto se conhece a árvore: oliveiras dão olivas ou azeitonas; figueiras, dão figos. Jamais poderão trocar os seus frutos, porque é uma questão de princípio pré-estabelecido por Deus, por meio da genética delas. Logo, não é por causa do que alguém diz por palavras torpes ou grosseiras contra o Espírito Santo de Deus, mas por não ter os ouvidos abertos para receber a Palavra da Verdade que vivifica o pecador, remove o seu pecado, e trata dos seus atos pecaminosos.
Sola Gratia!