I Jo. 5: 16 a 20 - "Se alguém vir seu irmão cometer um pecado que não é para morte, pedirá, e Deus lhe dará a vida para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore. Toda injustiça é pecado; e há pecado que não é para a morte. Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca. Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no Maligno. Sabemos também que já veio o Filho de Deus, e nos deu entendimento para conhecermos aquele que é verdadeiro; e nós estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna."
Dentre muitas lendas que alguns religiosos inventam contra o ensino da sã doutrina, a qual o Senhor mantém viva ao longo dos séculos, é a que acusa os que pregam o ensino da aniquilação do pecado pela justificação em Cristo, estão pregando a impecabilidade. Eles pisam e desprezam as Escrituras para ficar com a lógica humanista e gnóstica recebida por natureza e por cultura. Como, por exemplo, a falsa doutrina do "livre arbítrio."
No texto que abre este artigo aparecem as palavras 'pecado' e 'morte'. Elas estão no texto neotestamentário original da seguinte maneira: 'hamartian', e 'thánaton', respectivamente. Tais palavras são bastante específicas, no que se refere ao pecado e à morte. Neste caso, o pecado a que alude o texto é a natureza pecaminosa, e a morte igualmente aludida, é a separação espiritual e eterna de Deus. Isto porque há outras palavras para pecado e para morte em contextos diferenciados.
No verso 17, o apóstolo João afirma também que toda injustiça é pecado, exatamente porque a qualidade do que é injusto é, por consequência, o que não foi justificado, isto é, não recebeu justiça. Portanto, todo pecador cujo pecado não foi removido ou aniquilado, está em pecado para a morte nos termos do que já foi colocado anteriormente. Entretanto, o mesmo apóstolo afirma também que há pecado que não é para a morte. Isto implica em que, mesmo separado de Deus, o homem pecador pode ser regenerado e justificado em Cristo, sendo, portanto, removida a condenação pela culpa do pecado original. Logo, o pecador regenerado passa da morte para a vida, e das trevas para a maravilhosa luz. Ainda que cometa, eventualmente, atos pecaminosos, estes não lhe retira a graça da justificação em Cristo e não o condena à morte eterna. Portanto, não há ensino de impecabilidade, ao contrário, os que advogam o pecado como irremovível da vida dos regenerados é que pregam a permanência na pecabilidade e a ineficiência da justificação em Cristo. Isto sim, é que é herético e absurdo por todos os títulos.
No verso 18, é dito que os nascidos de Deus, ou nascidos do alto, não permanecem no pecado, ou seja, não têm natureza pecaminosa como um princípio permanente. A palavra no texto original grego é 'hamartanei', ou seja, não peca, e não continua pecando por princípio. Isto não implica que estas pessoas tenham atingido a estatura de varão perfeito à semelhança de Cristo ainda. Elas cometerão, sim, atos pecaminosos, porque Deus encerrou a todos debaixo do pecado, para mostrar o que é de fato a Sua graça. É na consciência da miserabilidade humana nos pecados, que se reconhece o que é a sublimidade do Amor de Abba. Estes regenerados são guardados pelo Filho Unigênito do Pai e o maligno não lhes pode sequer tocar.
Finalmente há uma nítida separação entre os que são de Deus, a saber, comprados por Ele em Cristo, e os que estão totalmente na esfera do maligno por natureza e atos. Os eleitos e regenerados têm conhecimento do que é verdadeiro, porque o verdadeiro já veio e os chamou, justificou e glorificou em sua morte de cruz, bem como na Sua gloriosa ressurreição. Quando Ele morreu na cruz, os incluiu para destruição das suas naturezas pecaminosas; quando ressuscitou, comunicou-lhes a Sua vida eterna e verdadeira.
Alleluia!
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