Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
A consulta a espíritos familiares e a toda espécie de ocultismo é uma prática ainda hoje muito comum. Os praticantes de algumas religiões orientais fazem oferendas e orações aos antepassados, crendo que estes podem influenciar nos destinos e caminhos dos descendentes vivos. Assim se refere Hailton José de Sousa em um site sobre este assunto: "Nós da Reiyukai, acreditamos na doutrina de BUDA, que existe realmente o Mundo dos Espiritos, e por isso, sentimos a necessidade de oferecermos algum tipo de serviços Religiosos aos nossos ancestrais. A veneração de nossos ancestrais pelo oferecimento de serviço Religioso pelas mãos de cada descendente, e sermos gratos aos nossos pais, são as instruções da REIYUKAI. Isto é a razão pelo qual nossos ancestrais e pais são importantes em nossa instrução." <http://www.stum.com.br/clube/artigos.asp?id=17734> Na sequência ele ensina como prestar o serviço religioso aos antepassados no ele chama de "Altar Familiar". Como afirma o profeta Isaías no texto de abertura, os que tais práticas realizam jamais verão a luz. Realmente, que serventia haveria em consultar os que já morreram em favor dos que ainda vivem? Isto é deixar de prestar culto a Deus para cultuar o próprio homem morto. Logo, vê-se que é um culto antropocêntrico e não teocêntrico.
I Sm. 28: 7 a 17 - "Então disse Saul aos seus servos: buscai-me uma necromante, para que eu vá a ela e a consulte. Disseram-lhe os seus servos: eis que em En-Dor há uma mulher que é necromante. Então Saul se disfarçou, vestindo outros trajes; e foi ele com dois homens, e chegaram de noite à casa da mulher. Disse-lhe Saul: peço-te que me adivinhes pela necromancia, e me faças subir aquele que eu te disser. A mulher lhe respondeu: tu bem sabes o que Saul fez, como exterminou da terra os necromantes e os adivinhos; por que, então, me armas um laço à minha vida, para me fazeres morrer? Saul, porém, lhe jurou pelo Senhor, dizendo: como vive o Senhor, nenhum castigo te sobrevirá por isso. A mulher então lhe perguntou: quem te farei subir? Respondeu ele: faze-me subir Samuel. Vendo, pois, a mulher a Samuel, gritou em alta voz, e falou a Saul, dizendo: por que me enganaste? pois tu mesmo és Saul. Ao que o rei lhe disse: não temas; que é que vês? Então a mulher respondeu a Saul: vejo um deus que vem subindo de dentro da terra. Perguntou-lhe ele: como é a sua figura? E disse ela: vem subindo um ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e lhe fez reverência. Samuel disse a Saul: por que me inquietaste, fazendo-me subir? Então disse Saul: estou muito angustiado, porque os filisteus guerreiam contra mim, e Deus se tem desviado de mim, e já não me responde, nem por intermédio dos profetas nem por sonhos; por isso te chamei, para que me faças saber o que hei de fazer. Então disse Samuel: por que, pois, me perguntas a mim, visto que o Senhor se tem desviado de ti, e se tem feito teu inimigo? O Senhor te fez como por meu intermédio te disse; pois o Senhor rasgou o reino da tua mão, e o deu ao teu próximo, a Davi."
Pois bem, nesta passagem se o leitor não tiver revelação e não for regenerado acabará por acreditar que é mesmo possível comunicar-se com os mortos e que foi mesmo o espírito de Samuel que aparecera. Entretanto, vê-se que se trata de um embuste de mistificação, pois Saul não vê o suposto espírito de Samuel, apenas acredita que é, porque a pitonisa de En-Dor faz uma descrição muito pobre: "vejo um deus subindo da terra." Acrescenta ela: "vem subindo um ancião e está envolto numa capa." Primeiramente, espíritos não têm idade para ser jovens, adultos ou anciãos; secundariamente a mulher imagina que é um deus que sobe da sepultura, mas depois da descrição, Saul chega à conclusão que é Samuel. Ora, pelo diálogo que se trava depois entre o rei Saul e o suposto espírito de Samuel, vê-se que não poderia ser ele mesmo. Se fosse o profeta Samuel, não subiria da sepultura, mas desceria do céu; além disso, por que o profeta Samuel falaria as mesmas coisas que Deus havia ordenado que se dissesse a Saul em vida? Se Saul não temeu o que Deus havia ordenado enquanto o profeta estava vivo, por que daria crédito agora que o profeta era morto? E, finalmente, se o próprio Deus já não mantinha qualquer diálogo com o rei Saul, porque permitiria que o profeta morto dissesse algo em nome d'Ele? A sentença de Deus contra o rei Saul já havia sido pronunciada e era irrevogável. Além disso, fica claro o por quê da morte de Saul em I Cr. 10: 13 e 14 - "Assim morreu Saul por causa da sua infidelidade para com o Senhor, porque não havia guardado a palavra do Senhor; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar, e não buscou ao Senhor; pelo que ele o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé." Conclui-se, portanto, que a experiência mediúnica de En-Dor foi um embuste e uma mistificação e que Saul era incrédulo. É como diz o texto de abertura: "a lei e ao testemunho!", se eles não falarem segundo a palavra da verdade, jamais alguém vislumbrará luz, evolução, e salvação. A lei são os decretos eternos de Deus, e o testemunho é a pregação da verdade pelos seus profetas e mensageiros ao longo do tempo.
Sola Fidei!
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