janeiro 04, 2009

O QUE É E O QUE NÃO É A IGREJA I

Ef. 4:5 - "... um só Senhor, uma só fé, um só batismo." Com estas solenes palavras, o apóstolo Paulo fornece, pela graça de Deus, o principal norte ao discernimento acerca do que é, e do que não é a Igreja do Senhor Jesus, o Cristo. Muito se tem dito, escrito e divulgado nestes quase 2.000 anos da mensagem de Jesus, o Cristo. Muito sangue já se derramou sobre a face da Terra por conta da fé, a qual algumas igrejas julgam serem guardiãs. Muita violação de direitos naturais já se cometeu em nome de Deus, da unidade da igreja e da salvação supostamente comum à cristandade. Muito preconceito e discriminação já se praticou em nome do Cristianismo. 
Cada denominação dita cristã se arvora o ser a dona exclusiva da verdade, da fé e da doutrina genuinamente evangélica. Quanto mais se aferram a esta vã tarefa, mais se subdividem, mais se agridem e mais se enfraquecem como supostas agências de Deus na Terra. Neste sentido, jogam lama na face do Senhor Jesus todos os dias, ao invés de pregar o evangelho da graça ordenado por Ele e pelos apóstolos. Pregam, ao contrário, um evangelho da lei e da escravidão debaixo de normas, regras e preceitos criados pela visão míope do homem religioso. Reproduzem a lei veterotestamentária que veio como aio para evidenciar a força do pecado no homem e não para produzir a real e definitiva redenção deste. É o evangelho sem doutrina, ou mesmo, a doutrina sem o evangelho.
O texto que abre este artigo é singular, singelo e puro de quaisquer exegese e hermenêutica. É o bastante lê-lo com isenção de apropriação indevida da verdade. Ele mostra que há um só Senhor, enquanto as religiões e seitas produzem artificialmente muitos senhores; ele afirma que há uma só fé, a qual nada mais é do que estar firme no único fundamento das realidades que ainda se esperam e na substância daquilo que é invisível; o mesmo texto reza ainda que há um só batismo, enquanto cada seita e religião inventa seus próprios rituais batismais.
Se o Senhor é único, se a fé é única, e, se o batismo é único, segue-se que a verdade é una e única. Não são diferentes, e, muito menos, divergentes verdades que conduzem o homem à salvação como se supõe comumente.
É consenso cada vez maior entre intelectuais e entre indoutos que a violência aumentou na Terra a partir do advento do Cristianismo. Em certo sentido é verdadeira esta percepção, mas não por conta do Cristianismo em si, mas por conta dos que se auto-intitulam de cristãos. Isto porque, no afã de inocular suas verdades apreendidas segundo suas próprias definições do que é a verdade, violaram muitas coisas, sacrificaram muitos povos, se apoderaram de incontáveis riquezas por onde impunham a sua falsa evangelização. Constroem templos suntuosos para adorar, sendo que a adoração é em espírito e em verdade. Criam nomes pomposos, títulos magníficos, cargos clericais e hierárquicos e catecismos medíocres. Cristo nunca esteve em nada destas coisas, visto ser apenas um cristianismo nominal e humanizado.
Criou-se ao longo da história um cristianismo sem Cristo, uma igreja que não é corpo ajustado à Cabeça, e uma pregação sem o evangelho. Não é a doutrina que deriva da Palavra, mas esta deriva daquela consoante o registro de Tt. 1:9 - "Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes." Então doutrina é o que está no coração de Deus antes dos tempos eternos. É aquilo que Ele decidiu no Seu Supremo Propósito. A partir desta decisão soberana é que vem a Palavra d'Ele aos homens. Isto faz sentido, pois ninguém toma do papel e da caneta para escrever uma carta sem que antes saiba o que escrever. O ensino de Deus se recebe pela pregação das Escrituras.
Ora, se não há unidade acerca do Senhor Jesus, da fé e do batismo, como poderia haver unidade acerca da verdade? Primeiramente, porque a verdade não é uma concepção, mas uma pessoa, a saber o Senhor Jesus, o Cristo conforme suas próprias palavras em Jo. 14:6 - "Disse-lhe Jesus: eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim."
Neste sentido, pode-se dizer que no mundo há apenas dois sistemas: o da verdade que é centrado em Cristo e o da mentira que é centrado no homem.

dezembro 14, 2008

O NATAL NÃO É UM EVENTO CRISTÃO III

Is. 9:1-9 – “Mas a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida. Ele envileceu, nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e a terra de Naftali, mas nos últimos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia dos gentios. O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz. Tu multiplicaste este povo, a alegria lhe aumentaste; todos se alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando se repartem os despojos. Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre ele, a vara que lhe feria os ombros, e o cetro do seu opressor como no dia dos midianitas. Porque toda a armadura daqueles que pelejavam com ruído, e os vestidos que rolavam no sangue serão queimados, servirão de pasto ao fogo. Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da Paz. Do incremento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar em juízo e em justiça, desde agora para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.” Aí está uma das mais contundentes promessas do nascimento de Jesus. O Cristo é originário justamente de uma região desprezada pelos líderes judeus, porque era rota comercial por onde passavam caravanas entre Oriente e Ocidente. A cultura da região não era muito ortodoxa devido ao comércio, costumes e a influência cultural dos ‘gentios’. Deus realmente age justamente onde menos se espera ou se acredita que Ele esteja. Por isso, Natanael perguntou: “poderá vir alguma coisa boa da Galiléia?” O homem parte sempre de muitos pressupostos, e, em muitos casos, de preconceitos por causa da carga cultural, emocional e dos condicionantes religiosos a que é submetido ao longo do tempo existencial.
Is. 7: 14 – “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.” É exatamente o que Jesus foi enquanto homem: um Deus habitando em um corpo de carne, fazendo-se homem sujeito às mesmas fraquezas e paixões dos homens. Entretanto, não incorreu em nenhum pecado. Por isso, pôde e ainda pode derrotar a morte e o inferno. Ressurgiu ao terceiro dia dando plena segurança a todo aquele que crê e recebe esta verdade, sendo incluído na morte e na ressurreição d'Ele. Emanuel é Deus conosco, para, depois ser Deus em nós. Agora Jesus deseja fazer morada no nascido de novo e quer se manifestar a ele conforme Jo. 14:21 "
Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.
"
Gl. 4:4“... na plenitude dos tempos Deus enviou seu Filho”. No original é ‘pléroma tou kronou...’, isto é, na compleição do tempo, indica sequência de tempo decorrido até atingir um ponto predeterminado com vistas a uma medida prevista e calculada. Isto realmente concorda com as gerações que Deus preparou até o advento do Messias, do Nabi, do Shiloh, do Emanuel, do Rabi. Em Mt. 1:17 percebe-se claramente o ‘kronós’ de Deus no processo da regeneração [gr. paligenesia] do homem perdido. Veja que foram exatamente 14 gerações de Abraão até Davi, 14 gerações de Davi até a deportação para Babilônia, 14 gerações de Babilônia até Cristo. Pode-se falar em Protesmia de Deus, isto é, aquele ponto ou período na história no qual seria inserido o nascimento de Cristo, um intervalo de tempo para que Deus descesse na pessoa de seu Filho para buscar o que se havia perdido. Deus mergulha na escuridão deste mundo para resgatar o homem. Lembre-se da parábola das 100 ovelhas? Pois é, o pastor deixa as noventa e nove que estão em segurança para resgatar apenas uma que caíra no penhasco.
Ef. 1:10 – “De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra.” Novamente se tem no original a palavra ‘pléromatos tôn kairôn’ indicando que Deus realmente planejou e decidiu para que seu Filho viesse ao mundo como homem em um plano predeterminado. Então Natal significa um mergulho de Deus nas trevas inferiores do mundo manchado pelo pecado [gr. hamartiós = erro do alvo por incredulidade] no homem. Jesus se fez mergulhar quando deixou a glória celestial para enfrentar a rebelião, a incompreensão, a violência e ignorância dos homens por amor e por fidelidade a sua própria palavra conforme Fl. 2:5-9. Porque o ‘Cordeiro de Deus já estava imolado desde antes da fundação do mundo’. Há, só no livro de Gênesis, cerca de 50 referências à vinda do Messias. Portanto, a graça está presente ao longo de toda a Bíblia como também ao longo de toda a história da humanidade. Por esta razão é que a salvação sempre foi e sempre será por meio de Cristo. Jesus é o Senhor do tempo e da história no sentido ‘kronós’, mas também é Senhor do tempo e da vida dos que nasceram de Deus no sentido do ‘kairós’. O primeiro quadrante da História aponta para a promessa; desde o mergulho do Senhor na pessoa de Jesus, o Cristo, surge a história da redenção que se vai completando à medida que Deus prepara uma nova aliança melhor e definitiva. Quando fala de remissão de pecados significa ‘comprar alguém’ e, ao que se sabe, compravam-se à época, escravos. Natal é, portanto, insubmissão, insurreição, ingratidão na relação homem-Deus, todavia na relação Deus-homem é amor, compaixão, misericórdia que gera redenção.
I Tm. 2:5 – “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem...” O texto mostra que é só um Deus e não uma infinidade de santos ou mesmo Maria como mediadores. Só Cristo realmente reabilita o homem, fazendo o ‘religatio’ perfeito e definitivo. Não é a religiosidade, a justiça própria e os esforços éticos, a santidade, a retidão, o temor e outras coisas mais. Com isto não se postula que se deve viver atolado nos atos pecaminosos, mas se está reconhecendo, que, quem faz a obra da redenção, regeneração e salvação é Cristo e apenas Ele. Portanto, é graça e não mérito! A maior parte dos crentes vive uma religião meritória e retórica e não a vida de Cristo neles. É óbvio que ninguém reconhece isso conscientemente. É necessário ter o corpo do pecado desfeito na cruz para reconhecer a verdade. A verdade não é do homem, está no homem nascido de Deus.

dezembro 13, 2008

O NATAL NÃO É UM EVENTO CRISTÃO II

Afim de elucidar o falseamento do Natal, enquanto evento tido como cristão, necessário é que se verifique a origem de diversos outros desvios fatais ao equilíbrio do homem, desde que fora feito até os dias de hoje. Tais desvios são realizados de modo sutil e gradativo, a fim de se obter os resultados desejados pelo arqui-inimigo da cruz.
Gn. 2:8 e 9 – “E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do oriente; e pôs nele o homem que havia formado. Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvore agradável à vista e boa para alimento e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal.” Vê-se que Deus plantou um jardim, pôs nele o homem que havia formado; Deus fez brotar diversas plantas boas; todo o trabalho e esforço originou-se em Deus e não no homem. No meio do jardim foram colocadas: a ‘árvore da vida’ e a ‘árvore do conhecimento do bem e do mal’. Até aqui toda a iniciativa foi de Deus e não dos esforços humanos. Em nenhum contexto bíblico Ele exige rituais e atitudes místicas como meios de se produzir santidade ou espiritualidade no homem.
Gn 2:16 e 17 - “E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: de toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do bem e do mal, não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Os ordenamentos de Deus, por mais duros e desagradáveis que pareçam, não devem ser questionados ou discutidos. Da ‘árvore da vida’ o homem podia comer, mas da “árvore do conhecimento do bem e do mal” não deveria comer. O inimigo levantou o questionamento perante a mulher acerca da ordem de Deus sobre a ‘árvore do conhecimento do bem e do mal’. Então, todo o mal que sobreveio à humanidade começou com um questionamento a uma ordem de Deus. O homem tornou-se um especialista em questionar ordens e desobedecê-las desde então.
Gn. 3:1 – “Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” A serpente foi o primeiro médium  induziu a mulher ao erro por meio de meias verdades, ou de insinuações duvidosas. O princípio do erro sempre começa pela geração da dúvida, nunca pela negação ou afirmação absoluta. Deus havia dito apenas parte do que a serpente disse à mulher e também não havia uma entonação dúbia no que Ele dissera. O inimigo omitiu a parte que continha a proibição de Deus ao homem. Como apenas parte da resposta da mulher foi correta, criou-se, então, o meio termo que o Diabo queria, e, por isso, o inimigo partiu para uma segunda investida. Conclui-se que uma pregação pode ter diversos significados, dependendo de quem prega, como prega e por que prega. Também entendemos, que, o fato de alguém saber a verdade e até repeti-la aos outros, não o isenta de cair em erro. Tal saber poderá ser apenas uma questão de posição e não de relação. O que garante a imunidade do homem ante ao pecado é a morte na cruz em Cristo e a ressurreição juntamente com Ele.
Gn. 3:5 – “Então disse a serpente à mulher: é certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.” Há muitos crentes que vivem por aí liberando poder, declarando a palavra, declarando isto ou aquilo em nome de Jesus, dando ordens a Deus. Todavia, quando confrontados com a real situação das suas naturezas pecaminosas são uma negação. Nada sabem de fato do que as Escrituras ensinam com clareza. O mesmo ocorreu à mulher na crise do Éden. Respondeu conforme informações recebidas de Adão e não de Deus, porém quando o Diabo “mostrou” a possibilidade de ela ser, como Deus, esqueceu-se rapidamente da ordem, ou da primeira pregação. É isto! Pequenas nuanças, pequenas coisas, pequenas modificações na verdade são capazes de provocar um enorme estrago. O Diabo
garantiu à Eva que ela e o seu marido não morreriam. Primeiro isto significa colocar Deus na condição de mentiroso e manipulador. Também coloca Deus na condição de egoísta, pois teria reservado só para si algo maravilhoso. Assim, nem o Diabo tinha autoridade para falar sobre estas questões, nem a mulher autorização para fazer diferente do que lhe havia sido repassado pelo marido. O homem, ainda hoje vive pelas possibilidades lógicas e psicológicas e não pelo poder de Deus. Vive pelas pregações enganosas e mentirosas e não pelas Escrituras. Aí está o “princípio da árvore do conhecimento do bem e do mal”. Vê-se cada vez mais o quanto se valoriza o intelecto nas pregações, enquanto o correto seria valorizar a fundamentação bíblica da pregação. Não importam apenas as citações da Bíblia, mas o ensino definido e respaldado por Deus. Pois, só se ensina aquilo que foi revelado por Deus em Sua Palavra. Pelas mesmas razões é que o natal não é um evento genuinamente cristão.
Gn. 3:6 a 8 – “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, perceberam que estavam nus, coseram folhas de figueira, e fizeram cintas para si. Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.” Viu, agradou, desejou, tomou, comeu e deu. Alguém disse que deveríamos ler a Bíblia pelos verbos. É mesmo, as verdades de Deus são comunicadas principalmente por meio dos verbos. Observe que a trama do pecado foi pelo paladar e pela flora. Por isso, dizem que o costume de agradar visitas com comida é uma herança do Éden. Veja que os piores produtos expostos nas lojas são os que têm os melhores invólucros. Precisam ser bonitos para despertar desejos no consumidor. Folhas de figueiras foram costuradas para cobrir o pecado, o homem e a mulher se esconderam no meio das plantas com medo de Deus. Nisto verificamos os primeiros esforços da religião do homem e não de Deus. Porque figueira? O figo não é fruto. É infrutescência, porque não é completo, isto é, não possui casca, mesocarpo e endocarpo. É oco, vazio por dentro. Este é o sentido daquilo que é vão ou vaidade. É o mesmo sentido de idolatria. Vazio, oco, sem consistência, sem substância. Além do mais, quando o homem costurou folhas para se cobrir, significa o seu próprio esforço em dar um jeitinho ao seu erro diante de Deus. É a lei do esforço ou da justiça própria. Observe que, quando a polícia prende um bandido, a primeira reação dele é encobrir o rosto com a camisa. Esconde o seu rosto diante dos seus erro a fim de preservar a imagem que tem de si e que deseja que os outros tenham sobre ele.
Gn. 3: 9-14 – “E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: onde estás? Ele respondeu: ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi. Perguntou-lhe Deus: quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? Então, disse o homem: a mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi. Disse o Senhor Deus à mulher: que é isso que fizeste? Respondeu-lhe a mulher: a serpente me enganou, e eu, comi. Então, o Senhor Deus disse à serpente: visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida.” Veja a sequência de culpa transferida: o homem culpou a mulher, esta culpou a serpente e, esta, como não tinha a quem culpar ficou quieta. O importante é que Deus sempre busca o homem, procura-o lhe dirigi a palavra e quer vê-lo. Todavia, o homem sempre se esconde de Deus, porque quer resolver-se por conta própria. Atualmente a forma mais comum de se esconder de Deus é através da religiosidade. O homem continua cosendo folhas de figueiras para apresentar sua religião de disfarces a Deus. É como os bailes de máscaras, todos sabem quem são todos, mas todos fingem não serem o que são.
Quando Deus procura o homem e o confronta entre a sua ordem e o que ele realmente está fazendo, este se apresenta com suas justiças próprias. Por isso a Igreja é um mero ajuntamento de pessoas contradizentes, fofoqueiras, maledicentes  sem amor e sem gratidão para com Deus. Por isso, há ‘muitos fracos, doentes e outros tantos que dormem’ conforme I Co. 11:29 e 30.
Gn.3:15-19 – Veja, nestes versículos, uma seqüência de maldições e juízos de Deus sobre o homem, a serpente e a terra. Uma coisa precisamos evidenciar: “...No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás”. O labor e o trabalho difícil é fruto da maldição. Deus ordenou ao homem que administrasse a terra. Guarde bem isto, para entender algo mais adiante.
Gn. 3:21 – “Fez o Senhor Deus vestimentas de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.” Se Deus fez vestimentas de peles, algum animal teve de ser sacrificado. Aqui se vê o sacrifício de Cristo. Sangue foi derramado para o homem ter a sua consciência de imoralidade coberta. Indicando o sacrifício de Cristo na cruz pelo homem. Onde aparece árvores de natal? Na verdade o que reaproxima o homem decaído de Deus é o sangue sacrificial do Seu Unigênito Filho.
Gn. 3:22-24 – verificamos a expulsão do homem do jardim e o impedimento deste de ter acesso à ‘árvore da vida’. Isto era para evitar que o homem, agora pecador, comesse daquela árvore e passasse com o pecado para a eternidade. Isto demonstra a imensidão do amor de Deus ao impedir um mal maior ao homem.
Gn. 4:16 – “Retirou-se Caim da presença do Senhor e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden.” Esta é a atitude do homem em rebelião contra Deus. Retira-se, foge de cara feia, afirma-se no seu próprio conceito de justiça e de verdade. Quase todas as vezes que um pregador fala acerca da verdade de Deus é isso que acontece dentro das igrejas. São tachados de radicais, antiquados, descontextualizados, heréticos, etc. Os legalistas e ritualistas sempre são reacionários diante da verdade bíblica, mas são totalmente abertos aos comportamentos puramente religiosos e do esforço próprio. Porque esta é uma teologia que os inclui com suas verdades próprias e com suas naturezas não regeneradas.

O NATAL NÃO É UM EVENTO CRISTÃO I

Mt. 2:1 e 2 – “Tendo nascido Jesus em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo”. Verificam-se algumas mentiras a respeito do modelo de natal que a falsa cristandade imbecilizada pela mídia e pela religião dominante toma por referência. Primeiramente, magos eram naquele tempo mágicos, ‘pseudo astrônomos’, astrólogos, naturalistas e pseudo-cientistas. Secundariamente, vieram do Oriente em função do brilho de algo no céu a que eles chamavam de estrela. Segundo o astrônomo Johannes Kepler, ocorreu uma conjunção entre Saturno e Júpiter por volta do século 7 a C, o que poderia ter causado brilho intenso por algum tempo. Quando se lê o texto de Gn. 1:14 – “Disse também Deus: haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos.” Observa-se que entre as funções do Sol, da Lua e das Estrelas, uma delas é ‘para sinais’. Qualquer dicionário chulo diz que sinal é “tudo o que possibilita conhecer, reconhecer, adivinhar ou prever alguma coisa”. Desconsiderando tais significações dicionarescas e considerando apenas o sentido do texto no original hebraico tem-se que sinal é “marca, indício, vestígio”.
Jr. 10:3, “Assim diz o Senhor: não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis com os sinais dos céus, porque com eles os gentios se atemorizam”. Percebe-se realmente a existência de correlação entre o sentido dos sinais e a inglória tentativa de o inimigo cultivar práticas de futurologia entre os homens. Desde tempos imemoriáveis que o homem olha para as estrelas buscando sinais. Em Lc 21:25 Jesus fala sobre ‘sinais e prodígios nos céus’, mas veja que a contrapartida é ‘angústia e perplexidade na terra...
Acrescenta-se ademais que a Bíblia não diz que tais magos eram três, muito menos diz os seus nomes, ou que eram reis como reza a tradição católica incorporada por muitos grupos ditos evangélicos. Só diz que eram magos, nem mais, nem menos. Pessoas movidas por seus próprios conceitos inventaram, ao longo do tempo, pequenas modificações sobre a verdade? Obviamente, se alguém ousar mudar muita coisa e de uma só vez, tal modificação será rejeitada. Este é o método de Satanás desde o Éden: pequenas modificações, algumas insinuações e meias verdades. É o mesmo processo da vacina: inoculam-se pequenas doses do DNA de um vírus desativado ou sob controle a fim de imunizar o corpo contra a ação do vírus vivo e ativo. O corpo produz antígenos contra o verdadeiro vírus.  Por semelhante modo, as meias verdades ou mentiras suaves, ensurdecem e imunizam a mente do homem contra a verdade plena.
As ofertas dos ditos magos eram formas de bajulação humanas típicas dos costumes da época. Não há nas Escrituras qualquer possibilidade de exegese acerca do significado do ouro, da mirra e do incenso. Tudo quanto se fala destes elementos químicos é pura especulação folclórica da cultura oriental incorporada pela cultura ocidental. É notório, ainda, que o resultado da visita daqueles mágicos causou muito mal e matança de crianças de dois anos para baixo, justamente porque foram buscar a opinião dos homens. Consultaram o rei Herodes e desviando-se do caminho que os levaria ao recém-nascido causaram imenso mal às crianças. Se, de fato, vieram por divina revelação, não haveria nenhuma necessidade de entrar na cidade para pedir informação alguma e a ninguém, pois a revelação de Deus é o bastante. Foram perguntar sobre um rei que havia nascido, suscitando assim, a ira do rei Herodes que não suportava a ideia de perder o seu trono. Por isso, ordenou a matança de todas as crianças inseridas naquela faixa de idade, segundo as informações dos magos. É tão evidente a intenção maligna por trás dos "inocentes" magos, que, percebendo a burrada que fizeram, desapareceram por outro caminho após ter visitado Jesus. Além do que, está implícito na oferta de ouro, incenso e mirra a ideia da religião do esforço próprio e de adoração por meio de obras mortas. Foi a primeira tentativa de corromper o cristianismo com coisas e não com a verdadeira adoração. Deus não se agradou da oferta de Caim, justamente porque era o resultado do suor do seu rosto, ou seja, do esforço próprio. O homem não pode oferecer nada a Deus a não ser a sua vida unida à de Cristo na cruz para que seja destruído o corpo do pecado conforme Rm. 6:6, e, mesmo assim, ele a oferece porque Deus lhe concede graça para isto. Como pode um ‘crente’ se levantar e armar presépios com “reis” magos, induzindo os seus filhos a adotar e aceitar uma cultura oriental que nada tem a ver com a verdade? Aí vêm estes pregadores da mentira e da dissimulação dentro das Igrejas, dando significação espiritual a algo que é puramente humano e diabólico. Isto é feito para engodar os incautos e enganar os que vivem por mera suposição de fé religiosa apenas. A questão não reside na árvore de natal enquanto um objeto, mas na sua origem e significação que em momento algum é cristã. Tudo isto faz parte do processo de cauterização das mentes.

dezembro 06, 2008

A OPERAÇÃO DO ERRO IV

Jo. 5:37 a 40 - "E o Pai que me enviou, ele mesmo tem dado testemunho de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes a sua forma; e a sua palavra não permanece em vós; porque não credes naquele que ele enviou. Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim; mas não quereis vir a mim para terdes vida!"
A operação do erro é enviada àqueles que não podem compreender o testemunho de Deus por meio de Cristo; aos que nunca ouvem a voz de Deus; aos que não veem com os olhos do espírito; aos que não permanecem na Palavra, ou antes ela não permanece neles. Tudo isto sucede a estes, porque não podem crer. Examinam as Escrituras por mero julgamento especulativo do que seja a vida eterna, entretanto, o querer deles não é inclinado para Deus, por isso, não vão a Cristo. Eles estão centrados na vida almática, ou seja, em suas próprias concepções do que seja a vida eterna e não n'Aquele, que, de fato, ela é. A vida eterna é definida escrituristicamente conforme Jo. 17:3 - "E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste." A vida eterna não é apenas um estado do ser, mas é uma pessoa, a saber, Cristo.
A vida eterna é Cristo e não uma mera concepção, mas Ele mesmo é o doador e a doação da vida verdadeira, a qual é adquirida pelo conhecimento de Deus como único e verdadeiro e do Senhor Jesus, o Cristo, o qual Ele enviou para satisfazer a Sua justiça contra o pecado. Assim, a operação do erro é fruto da natureza pecaminosa que separa o homem de Deus e não em função da ação específica de um ou outro homem tido como demoníaco ou do mal como se presume comumente.
O princípio basilar da operação do erro está contido nas palavras de Cristo em Jo. 12: 43 a 48 - "Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele; mas por causa dos fariseus não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga; porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus. Clamou Jesus, dizendo: quem crê em mim, crê, não em mim, mas naquele que me enviou. E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou. Eu, que sou a luz, vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. E, se alguém ouvir as minhas palavras, e não as guardar, eu não o julgo; pois eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia." O fulcro entre os que operam segundo o coração de Deus e os que operam segundo os seus próprios corações está no foco. Os que amam a Deus, porque foram por Ele amados primeiramente confessam isto sob quaisquer circunstâncias. Todavia, os que amam mais a glória dos homens não confessam, apenas declaram algum tipo de crença ou religião. Há enorme distância entre confessar e declarar: confessar é dizer com fé, declarar é apenas dizer sem a fé, posto que esta é dom de Deus e não uma virtude natural do homem.
Toda a origem da operação do erro está na natureza pecaminosa do homem decaído e absolutamente depravado. De modo, que, nestas condições, ele não tem nenhuma inclinação para Deus e o Seu Filho Unigênito. Têm-na apenas para declarações religiosas e místicas. Isto nada tem a ver com a verdade, que, aliás é o próprio Cristo segundo Jo. 14:6.

novembro 08, 2008

A OPERAÇÃO DO ERRO III

II Ts. 2: 7 a 12 - "Pois o mistério da iniquidade já opera; somente há um que agora o detém até que seja posto fora; e então será revelado esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará como o sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da sua vinda; a esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na injustiça." Embora o texto, no seu contexto, faça referência a um tempo escatológico, o mesmo no-lo informa que o mistério da iniquidade já opera. Iniquidade é sempre um estado de degenerescência originado em Satanás, sendo caracterizado por uma falta de equidade, ou seja, ausência de princípios imutáveis de justiça que induzem o juiz a um critério de moderação e de igualdade, ainda que em detrimento do direito objetivo. Assim, o conceito de equidade recai em retidão de juízo, igualdade, equilíbrio e equanimidade. Já o conceito de iniquidade é exatamente o antonímico de equidade, ou seja, a ausência dela.
Deduz-se do texto que vem de ser lido, que, a operação do erro é iníqua, ou seja, procede de um sentimento de justiça divergente do reto juízo de Deus. O pai desta iniquidade é um, a saber, o próprio Satanás, o qual transmite este mesmo sentimento e prática aos seus subordinados, tanto no mundo invisível, como no mundo sensível. O principal campo de ação do Diabo não é no seio das seitas e religiões exóticas, místicas e esdrúxulas, como se supõe comumente. Nestas, ele é adorado como um "deus", visto que não lhe oferecem resistências. Ele age com mais intensidade nas religiões humanas disfarçadas de verdadeiras, justamente, porque o falso busca em tudo se assemelhar ao verdadeiro para ser aceito e receber crédito. Um inimigo não ataca os seus aliados e subordinados, contrariamente, ataca sempre os seus adversários.
O apóstolo Paulo está escrevendo doutrinariamente a uma Igreja e não a uma seita satânica. Aquele que detém a aparição do filho de Satanás, a saber, o Anticristo, é o Espírito Santo de Deus que opera nos nascidos do alto. Estes eleitos de Deus são a semente que o serve de geração em geração, formando um corpo chamado de Igreja. São, geralmente figuras apagadas, sem prestígio, sem nomes nas colunas sociais, desprovidos de pretensões pessoais e ambições. Não se julgam doutores em nada, e muito menos, em divindades ou qualquer que seja o título conferido pelos homens. Jesus declarou aos judeus religiosos que eles não o recebiam porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus. Esta é a verdade que perdura na operação do erro até os dias de hoje. E irá de mal a pior quanto mais se aproxima o fim dos tempos.
O texto mostra com clareza que a operação do erro por meio da iniquidade é revestida da eficácia de Satanás com base apenas em poder, sinais, prodígios da mentira e todo engano da injustiça. Estas são, portanto, as evidências da operação do erro que se podem ver sem rodeios em inumeráveis "igrejas" hoje. Todavia, o mesmo texto deixa claro que estas operações são destinadas aos que perecem e não aos que vivem pela vida de Cristo. Estes, são aqueles, que não recebendo o amor da verdade, a saber, o próprio Cristo, não podem operar na verdade, visto que é Ele quem opera nos seus eleitos, tanto o querer como o efetuar.
Verifica-se, entretanto, que é o próprio Deus quem lhes envia a operação do erro. Os religiosos insistem sempre em querer fazer a defesa de Deus, retirando-Lhe a responsabilidade sobre a condenação dos pecados dos homens. Para tanto, inventam doutrinas e pretendem ser professores do próprio Deus. Embora as Escrituras afirmam categoricamente que Deus não é tentado e a ninguém tenta, sabe-se que é no sentido de que não é n'Ele que origina o pecado. O que Ele realiza é com base na natureza decaída e inclinada ao mal no próprio homem conforme se vê nos textos relativos a faraó rei do Egito no episódio da saída do povo hebreu daquela terra. Deus não endureceu mais a faraó além do que o seu coração já era endurecido! Assim, Deus não tenta e não é tentado pelo mal, mas deixa o homem entregue ao seu próprio mal seja para redimi-lo, seja para condená-lo.
É óbvio que é Deus quem opera tudo em relação a tudo e a todos no universo, posto que apenas Ele é absolutamente soberano e Senhor de todas as coisas. A Ele, pois, toda honra e toda glória!

novembro 02, 2008

A OPERAÇÃO DO ERRO II

II Ts. 2: 1 a 4 - "Ora, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, rogamos-vos, irmãos, que não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola como enviada de nós, como se o dia do Senhor estivesse já perto. Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus." O apóstolo Paulo está se dirigindo à Igreja em Tessalônica e alertando-a sobre questões escatológicas, como também sobre questões de desvios e riscos de se dar crédito a ensinos falsos e mentirosos. Isto deixa em aberto a possibilidade, de, mesmo os nascidos de Deus, serem por algum tempo enganados acerca de doutrinas. Há nas igrejas humanizadas, muitos doutores, mestres e professores. Alguns dos tais recebem até título de "Dr. em Divindades" nos dias de hoje. É como se o homem elegesse alguns para serem professores de Deus, desafiando a própria Palavra d'Ele conforme Is. 40: 13 e 14 - "Quem guiou o Espírito do Senhor, ou, como seu conselheiro o ensinou? Com quem tomou ele conselho, para que lhe desse entendimento, e quem lhe mostrou a vereda do juízo? quem lhe ensinou conhecimento, e lhe mostrou o caminho de entendimento?" Diante deste texto e de tantos outros, como alguém ainda pode falar em teologia? Como pode o homem querer entender Deus pela lógica?
O que há no seio da religião humana é muita teologia e pouca verdade, visto que ajuntam para si doutores segundo as suas próprias concepções acerca de Deus, de Cristo e das Escrituras. A verdade fica à margem de todo este processo, porque ela é resultado do dom de Deus aos seus eleitos e não dos artifícios humanistas e gnósticos difundidos sorrateiramente nos ensinos religiosos.
I Jo. 2: 26 a 28 - "Estas coisas vos escrevo a respeito daqueles que vos querem enganar. E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei. E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não fiquemos confundidos diante dele na sua vinda." O texto mostra que há sempre os que querem enganar os eleitos de Deus. Estes, porém são portadores de um selo de garantia contra o engano, a saber, a unção recebida de Deus. Esta unção é permanente e não momentânea como se vê na religião do engano e da mentira. A unção do Espírito de Cristo, ensina todas as coisas e não apenas algumas como se vê nas religiões da mentira. Ela é verdadeira, ou seja, o que ensina é apenas a verdade e não concepções humanas acerca de Deus. A sequência natural do ensino da verdade é a permanência em Cristo. Não é assim, nos ensinos mentirosos, ao contrário vivem de mestre em mestre, de ministério em ministério, de doutor em doutor e nada sabem acerca da cruz, da inclusão do pecador na morte de Cristo, e, muito menos do nascimento do alto conforme doutrinado nas Escrituras.
A operação do erro já está em franco processo na religião dominante e predominante. Ela se caracteriza pela apostasia, isto é, pelo afastamento da verdade que é Cristo. O apóstata se afasta de Cristo e não da religião. Prevalece hoje, o ensino sem cruz, sem morte em Cristo e sem ressurreição juntamente com Ele.

novembro 01, 2008

A OPERAÇÃO DO ERRO I

II Ts. 2: 1 a 17 - "Ora, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, rogamos-vos, irmãos, que não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola como enviada de nós, como se o dia do Senhor estivesse já perto. Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus. Não vos lembrais de que eu vos dizia estas coisas quando ainda estava convosco? E agora vós sabeis o que o detém para que a seu próprio tempo seja revelado. Pois o mistério da iniquidade já opera; somente há um que agora o detém até que seja posto fora; e então será revelado esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará como o sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da sua vinda; a esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na injustiça. Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade, e para isso vos chamou pelo nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo. Assim, pois, irmãos, estai firmes e conservai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa. E o próprio Senhor nosso, Jesus Cristo, e Deus nosso Pai que nos amou e pela graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança, console os vossos corações e os confirme em toda boa obra e palavra."
O homem, especialmente o religioso sempre vê o mundo e as coisas em duas categorias: o bem e o mal. Atribui o bem a Deus e o mal ao Diabo. Oferece sacrifícios, envida esforços, busca desenvolver algum padrão místico, ético ou ritualístico afim de obter o bem e se livrar do mal. Reputa o sucesso e a fama a uma suposta aprovação de Deus em função dos seus bons atos, condicionando, assim, a justiça própria ao favor de Deus. Cria uma falsa perspectiva de que Deus se inclina ao homem em função daquilo que ele faz ou deixa de fazer. Neste sentido está sempre com o foco fora da verdadeira centralidade, pois retira de Cristo toda honra e toda glória para colocá-as em si mesmo e nas suas excelsas qualidades. Consegue fazer Deus e Seu Filho Unigênito se curvarem à criatura, invertendo a verdade. Cria e recria Deus tantas quantas forem as possibilidades humanistas e humanizadas. Seculariza o que é eterno e eterniza o que é secular. Manipula as forças do além como quem tem Deus sob controle na mão direita, e o Diabo na mão esquerda. Tratam-os como se iguais fossem, atribuindo-lhes poderes de igual envergadura no Universo.
O texto, objeto deste e de outros artigos subsequentes trata e retrata com clareza uma série de enganos religiosos, os quais levam ao envio da operação do erro no mundo, na igreja e no coração de muitos homens. É como o apóstolo Paulo doutrina em Rm. 1: 19 a 25 - "Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso Deus os entregou, nas concupiscências de seus corações, à imundícia, para serem os seus corpos desonrados entre si; pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém."
Portanto, quando adarem dizendo que algum homem é sábio, certeza se pode ter de que é, de fato louco, porquanto, estará mundando a centralidade da glória que só a Deus é devida eternamente.

outubro 27, 2008

AS VIRGENS, O NOIVO E A PORTA FECHADA

Mt. 25:1 a 12 - "Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco delas eram insensatas, e cinco prudentes. Ora, as insensatas, tomando as lâmpadas, não levaram azeite consigo. As prudentes, porém, levaram azeite em suas vasilhas, juntamente com as lâmpadas. E tardando o noivo, cochilaram todas, e dormiram. Mas à meia-noite ouviu-se um grito: eis o noivo! saí-lhe ao encontro! Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas. E as insensatas disseram às prudentes: dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando. Mas as prudentes responderam: não; pois de certo não chegaria para nós e para vós; ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o noivo; e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. Depois vieram também as outras virgens, e disseram: Senhor, Senhor, abre-nos a porta. Ele, porém, respondeu: em verdade vos digo, não vos conheço."
As Escrituras quase sempre lançam mão de tipos e símbolos para falar da verdade. Isto faz parte de uma pedagogia divina, no sentido em que Deus não intenciona se comunicar com todos os homens da mesma forma e na mesma intensidade. Ele se comunica com a humanidade por meio de uma linguagem universal, visto que a própria natureza testemunha o Seu poder e a Sua maravilhosa misericórdia e graça. Seus atributos são invisíveis, mas perfeitamente perceptíveis por todos os Seus feitos na criação e na harmonia dela.
No texto que vem de ser lido, há diversos elementos a serem considerados: o reino de Deus, o noivo e a porta são literais, mas as virgens, as lâmpadas e o azeite são figurados. Um símbolo é um recurso que representa algo ou alguém, porém não se repete. Um tipo, ao contrário, é uma representação que pode se repetir e, por vezes, possui dupla referência no tempo e no espaço.
Observa-se que se trata de uma parábola, porque o enunciado é introduzido por símile, isto é, estabelece uma semelhança entre o Reino de Deus e as virgens. Assim, o mundo espiritual possui equivalência no mundo material, porque aos olhos de Deus não há dicotomia. Tudo o que existe no universo está sob a soberania d'Ele. As pessoas providas apenas de concepções religiosas, imaginam sempre o mundo de forma maniqueísta na dicotomia do bem e do mal, sendo este controlado pelo Diabo, e, aquele, controlado por Deus. Ora, se uma única partícula em todo o universo fugir ao controle de Deus, Ele não seria o Deus que se revela ao homem por meio das Escrituras.
As virgens tipificam a igreja: a Igreja verdadeira que tem a unção ou o selo do Espírito Santo simbolizado pelas que têm o azeite e a igreja falsa que não tem o selo e o penhor do Espírito de Cristo simbolizada pelas virgens que não têm o azeite. Verifica-se, que, tanto as virgens prudentes, como as virgens insensatas, estavam esperando o noivo, tinham todas suas respectivas lâmpadas e os seus azeites. Também vê-se que todas dormiram, o que indica que a salvação não é uma questão de atitude ou de esforço próprio, mas de misericórdia e graça procedentes de Deus. A salvação é invariavelmente monérgica, nunca sinérgica!
O texto mostra com clareza que há os que vendem o azeite, isto é, os que fazem da verdade uma questão mercadológica. Isto indica a religião centrada no homem e seus esforços. A religião não conhece a graça plena de Deus, porque, nela, o homem tenta ser o produtor de sua própria salvação por meio de atos de justiça própria. As vezes, o religioso ama mais o ser correto, justo, ético e moralmente aceitável do que ao próprio Deus. Neste caso, perdeu-se o sentido, pois Deus não está a procura de justos, visto que não há nenhum sequer conforme Rm. 3:10 - "...como está escrito: não há justo, nem sequer um." Também em Is. 64:6 - "Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia." O que o religioso não pode compreender é que, ainda que consiga desenvolver um excelente padrão moral, sua alma está contaminada pela natureza pecaminosa, logo, tudo o mais está contaminado, pois o efeito é conforme a causa e jamais o contrário. Por esta razão é que Cristo veio para atrair os eleitos à cruz, para, nela, destruir o corpo do pecado deles conforme Rm. 6:6 - "... sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado."
Finalmente, o texto objeto de análise deste artigo, mostra sem rodeios que a eleição é uma doutrina largamente ensinada nas Escrituras, porém, poucos a podem compreender e receber como verdade. O noivo, recebeu as virgens prudentes e desprezou as virgens insensatas, porquanto estas não faziam parte das bodas do Cordeiro que foi imolado antes da fundação do mundo. Por isso, Ele não as conhecia!

outubro 04, 2008

SEM MORTE NÃO HÁ SALVAÇÃO V

A doutrina da inclusão na morte de Cristo é amplamente ensinada nas Escrituras. Entretanto, alguns textos são mais elucidaditivos e não deixam dúvidas algumas. A questão fundamental é que, de um lado, o homem portador de vida almática apenas, não pode discernir espiritualmente o que significa esta morte por inclusão; por outro lado, a noção de morte é refutada pelo homem natural, porque este tem profundo temor da condenação eterna. A Palavra de Deus é uma e é una ao mesmo tempo! Nela não há contradição, e, quando suscitada, geralmente resulta da interpretação humanista influenciada pelo gnosticismo e pela natureza decaída e viciada em religião. A religião é um vício produzido pela natureza decaída e separada da vida de Deus. É o homem tentando produzir justiça e mérito para salvar-se.
Jo. 12: 24 e 25 - "Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna." Considerando o texto como simbólico, o grão de trigo tem dupla referência, pois simboliza a morte de Cristo, e, por extensão, a morte de todos quantos foram n'Ele incluídos. O fato inegável e irrefutável é que há um ensino nesta passagem. Ela não possui valor retórico, ou mesmo, poético. O grão não morrendo, permanece em seu estado impar e inalterado. Mas, morrendo, reproduz-se em uma espécie de fator multiplicador, pois das suas espigas surgirão novos e inúmeros grãos. Assim, admitindo-se que Cristo veio morrer a morte dos mortos em seus delitos e pecados para executar a justiça de Deus, destituindo, assim, a natureza pecaminosa do homem, Ele ressuscita trazendo os regenerados à vida. Estes regenerados se põem a pregar e testemunhar da verdade sobre a inclusão na morte de Cristo, logo, multiplicarão o número dos regenerados que foram preordenados para a vida conforme At. 13:48 - "Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna." Realmente, só creem os que foram preordenados para isto. Os não predestinados, podem ouvir a pregação das Escrituras a vida inteira que não lhes produzirá efeito algum, salvo religiosidade.
Na sequência do texto áureo deste artigo, vê-se que a contabilidade espiritual difere substancialmente da contabilidade mercantilista do homem. Nesta, ganha-se sempre e cada vez mais. Nela, não se vislumbra a possibilidade de perdas. Naquela, a saber, na contabilidade de Deus, perde-se primeiro, para só depois ganhar. Assim, o homem não regenerado, e aqui se refere ao religioso, luta ingloriamente para ganhar a salvação sem perder a sua vida almática. Os eleitos, por outro lado, rendem-se diante da graça misericordiosa de Deus por instrumentalidade da fé que Ele mesmo lhes concede, a fim de perder suas vidas almáticas na cruz, para ganhar a vida eterna e abundante de Cristo na ressurreição. Então, perde-se para ganhar e não ganha-se para perder, como é visto na religião comum e reproduzida pelo homem decaído e destituído da glória de Deus como se vê ao longo da história.