junho 18, 2015

OBSCURANTISMO E DESCONTRUÇÃO DE DEUS I

Rm. 1: 17 a 25 - "Porque no evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus, como está escrito: mas o justo viverá da fé. Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça. Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso Deus os entregou, às concupiscências de seus corações, à imundícia, para serem os seus corpos desonrados entre si; pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém."
A Onomástica é uma ciência que se definiu no século XIX, dedicando-se ao estudo dos nomes. O termo Onomástica provém do grego [ὀνομαστική] "onomastikê" e significa "nomear" ou "dar nomes". Como tal, esta ciência se subdivide em duas vertentes: a Toponímia e a Antroponímia. A Toponímia se destina a dar nomes aos lugares, tais como, cidades, rios, lagos, oceanos, montanhas, paisagens vegetais, localidades. Já a Antroponímia se destina a dar nomes próprios e sobrenomes às pessoas.
Tudo o que existe, animado ou inanimado, é ser e possui nome. A classe gramatical que nomeia ou denomina os seres é o substantivo. Substantivo é um conjunto de palavras variáveis que nomeiam objetos, pessoas e fenômenos, além de lugares, estados, sentimentos, qualidades e ações. Os substantivos são classificados em: a) próprios; b) comuns; c) concretos; d) abstratos; e) primitivos; e, f) derivados. Os substantivos próprios nomeiam seres, entidades, países, cidades, estados, continentes, planetas, oceanos, dentre outros. São escritos com a letra inicial maiúscula. Os substantivos comuns nomeiam um conjunto de seres da mesma espécie (animais, plantas, objetos), por exemplo, 'pessoa, gente, criança, cidade, país.' Entretanto, se se atribuir à pessoa, gente, criança, cidade, país uma particularidade deixa de ser substantivo comum e passa a ser substantivo próprio. Desta forma, se alguém disser: "o homem não entrou no avião, porque perdeu a passagem," trata-se de substantivo comum, pois o homem designa um ente de uma espécie ampla. Entretanto, se alguém disser: "Mário perdeu o voo, porque esqueceu o bilhete de embarque," trata-se de um substantivo próprio, porque foi dado um nome próprio ao homem. Os substantivos concretos designam seres reais e concretos com existência própria e que não dependem de outro para existir. Então, como exemplos, se pode dizer: "a aliança entre Estados Unidos e Grã-Bretanha permitiu a vitória sobre o Iraque," trata-se de substantivo concreto. Mas, se for dito: "a aliança da noiva é de ouro branco," trata-se de substantivo abstrato. Finalmente os substantivos primitivos são aqueles que não derivam de outro. Já os substantivos derivados são aqueles que derivam de outro substantivo. Assim, se alguém disser: "a árvore perdeu as folhas," nesse caso, 'folhas' é um substantivo primitivo. Todavia, se alguém disser: "a árvore perdeu a folhagem," neste caso, folhagem é substantivo derivado.
Morfossintaticamente, o substantivo exerce função direta com o verbo, atua como o núcleo do sujeito, do complemento verbal e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como núcleo de outras estruturas sintáticas.
Portanto, o substantivo é uma palavra que, por si mesma, designa um ser real ou metafísico. É a palavra com a qual se nomeiam seres, atos e conceitos. O objetivo desta exposição mais ou menos gramatical é a questão de como os homens, em geral, e os religiosos em particular tratam substantivamente Deus. 
Desta forma o substantivo próprio Deus, não é o nome de Deus, mas tão somente a forma de designar este ser concebido como absoluto, supremo, invisível, onipotente, onipresente, onisciente e soberano. Vê-se enorme obscurantismo sobre a relação entre o homem e Deus. Tal entenebrecimento foi causado pela depravação total do homem após a sua queda espiritual. Esta condição gerou grande confusão, porque o homem foi destituído da glória de Deus conforme doutrina Rm. 3:23 - "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." Todos são pecadores, não apenas porque cometem atos pecaminosos, mas porque herdaram a natureza pecaminosa do ancestral comum. Esta glória perdida era o revestimento do conhecimento de Deus que é chamado no texto escriturístico de luz. Ainda que, a mente obscura proteste sobre esta queda e depravação, o texto permanece firme e inabalável conforme Rm. 5:12 - "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram." Então, o protesto de quem quer que seja, permanece ele só do outro lado, resistindo e confirmando a incredulidade que é o pecado original. 
As mentes obscurecidas substituem a verdade pela mentira, a justiça pela injustiça e, assim confirmam o estado de separação espiritual de Deus. Colocam no lugar de Deus crenças, ritos, leis, dogmas, religiões, preceitos, sabedoria humana. Nada substitui o próprio Deus! Como não conseguem alcançá-lo e ter a paz que excede a todo o entendimento, preferem desconstruir a sua imagem, semelhança e os seus atributos, como também o seu eterno poder. Adoram coisas, forças ocultas, animais, forças da natureza e homens. Atualmente se discute sobre designar Deus de 'deusa', porque imaginam que o substantivo masculino, Deus, é uma forma discriminatório de gênero. Entretanto, além de ser uma desconstrução espiritual, também é uma imensa ignorância intelectual, pois Deus, não é nome próprio, é apenas um substantivo concreto que o designa pela necessidade simples de nomeá-lo gramaticalmente. Surge, portanto, da necessidade de torná-lo sujeito no discurso. Nada tem a ver com questão de gênero ideologicamente. Também denominá-lo de "deusa" continuaria situando-o em um gênero.
Sola Gratia!

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