abril 30, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XXVIII

Ap. 4: 1 a 11 - "Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu, e a primeira voz que ouvira, voz como de trombeta, falando comigo, disse: sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer. Imediatamente fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono; e aquele que estava assentado era, na aparência, semelhante a uma pedra de jaspe e sárdio; e havia ao redor do trono um arco-íris semelhante, na aparência, à esmeralda. Havia também ao redor do trono vinte e quatro tronos; e sobre os tronos vi assentados vinte e quatro anciãos, vestidos de branco, que tinham nas suas cabeças coroas de ouro. E do trono saíam relâmpagos, e vozes, e trovões; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus; também havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal; e ao redor do trono, um ao meio de cada lado, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás; e o primeiro ser era semelhante a um leão; o segundo ser, semelhante a um touro; tinha o terceiro ser o rosto como de homem; e o quarto ser era semelhante a uma águia voando. Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por dentro estavam cheios de olhos; e não têm descanso nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, e que é, e que há de vir. E, sempre que os seres viventes davam glória e honra e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam ao que vive pelos séculos dos séculos; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: digno és, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a glória e a honra e o poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas."
Nos capítulos 1 a 3 de Apocalipse todos os fatos estão relacionados ao desvendamento da pessoa augusta e santa de Jesus. Ele se identifica a cada Igreja por meio de uma auto-descrição que remete ao seu caráter divino, santo e justo. Dá instruções aos mensageiros das igrejas, faz elogios e promessas, bem como alertas aos seus eleitos sobre a necessidade de ouvir o Espírito Santo. Não há um símbolo ou descrição literal que seja sem significado e aplicação. Porém, nestes capítulos tudo se relaciona à Terra e as igrejas terrestres que estavam naquele tempo, estariam ao longo dos tempos e estarão no fim dos tempos.
No capítulo quatro do livro da revelação o referencial passa da Terra para o Céu conforme a expressão: "... sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer." Isto implica em que a história da Igreja na Terra terá chegado ao fim com o arrebatamento. O apóstolo João foi, pois, arrebatado em seu espírito até a dimensão celeste, o que é um tipo do arrebatamento da Igreja. Ele passa a escrever e relatar os fatos relativos à Terra, porém a partir de uma perspectiva celeste. Sempre que se refere à Igreja é uma alusão ao "Corpo Vivo de Cristo" e não a igrejas institucionais.
Do capítulo quatro até o onze há uma descrição detalhada de como os santos estão organizados no céu e como serão desenvolvidos os juízos sobre a Terra. Observa-se uma profunda ordem, hierarquia, funções e adoração perfeita a Deus. O apóstolo descreve a magnificência da glória d'Ele por meio de elementos como o esplendor e o brilho de pedras preciosas e do fenômeno óptico do arco-iris. O Espírito Santo é descrito como sete tochas de fogo. João vê vinte e quatro tronos e assetados sobre eles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco e portando coroas de ouro em suas cabeças. Estes são os doze patriarcas da velha aliança - a lei - e os doze apóstolos da nova aliança - a graça. Não há neste capítulo qualquer simbologia, ao contrário, é uma descrição por meio do uso de imagens de coisas terrestres, mas que não são símbolos. É muito difícil para um homem expressar realidades espirituais sem lançar mão de argumentos descritivos conhecidos por ele na Terra. 
João vê e descreve algo diante do trono do Altíssimo como um mar de vidro semelhante ao cristal. Tal realidade representa a separação entre Deus e o homem na Terra. Tal figura é citada em diversos textos, como por exemplo, Gn. 1:7 - "Fez, pois, Deus o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima do firmamento. E assim foi." Vê-se que haviam águas abaixo da atmosfera e acima da atmosfera. Segundo alguns cientistas, estas águas formavam um envoltório de cristais que filtravam os raios cósmicos e equilibravam o clima na Terra antes da queda do homem. Por isso, a temperatura não era, nem quente, nem fria. Tal existência destas águas é também confirmada no Sl. 148:4 - "Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus!" Indica que há diversos níveis de céus e águas entre eles. O cristal, na linguagem apocalíptica, significa a pureza do lugar santo em que só os eleitos e purificados podem pisar. 
Os quatro seres viventes vistos por João são as formas representativas da obra de Cristo em sua ação redentiva: a) Leão é a identificação da origem étnica de Jesus, o Cristo como o leão da tribo de Judá; b) Novilho é a forma em que Cristo assume como o servo manso e humilde de coração; c) Homem é a sua encarnação na pessoa humana de Jesus; d) Águia representa o domínio celestial de Cristo e a visão apurada do alto. Invariavelmente o número quatro representa fatos relacionados à Terra. Assim, tais figuras de animais vistas por João, indicam todas formas em que Cristo atua para a redenção da Terra. Porém, os quatro seres viventes no conjunto não representam a pessoa de Cristo, mas representam a ação d'Ele por meio dos santos que participarão da redenção da Terra. Eles adoram Cristo de dia e de noite, afirmando a sua tripla santidade. Quando eles adoram, os vinte e quatro anciãos também adoram e depositam suas coroas de ouro diante do trono. Isto indica que reconhecem a glória, o poder e majestade eterna do Grande Rei.
Apenas os santificados pelo Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo é que são ministradores de Deus no processo de anúncio da mensagem do evangelho e do julgamento final. Nem aos anjos foi dada esta honra, porque eles não experimentaram o pecado, portanto, não podem pregar sobre algo que não conhecem. 
  
Soli Deo Gloria!

abril 29, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XXVII

Ap. 3:14 a 22 - "Ao anjo da igreja em Laodiceia escreve: isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca. Porquanto dizes: rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas."
Esta é a última das cartas endereçadas às sete igrejas reais e existentes daquele tempo, igrejas tipológicas ao longo dos tempos e da igreja dos últimos tempos. Laodiceia era uma cidade muito rica da Ásia Menor. Famosa pelas indústrias de lã preta, pelo colírio que fabricava e pelas fontes de águas mornas e eméticas as quais os viajantes sedentos rejeitavam pelo nojo e pelas ânsias de vômito que causavam. 
Ao ministro desta Igreja em Laodiceia, Jesus, o Cristo se apresenta como o amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus. Isto indica que toda a vontade de Deus se converge e se cumpre em Cristo, pois o "amém" neste texto é substantivo próprio e significa "o verdadeiro". Que Ele é aquele que dá veracidade e autenticidade à obra de redenção do homem e do mundo. É Ele o princípio, ou seja, a origem e a fonte da criação de todas as coisas. Tal origem, fonte ou início se refere tanto à primeira criação original, como à restauração de todas as coisas na última geração em Cristo.
O Cristo conhece as obras da Igreja em Laodiceia e afirma que elas são mornas, exatamente como as fontes de águas próximas à cidade. Por esta razão ele diz que está prestes a vomitá-la, indicando o seu desgosto com uma igreja espiritualmente morna. Uma Igreja morna é aquela que não tem a centralidade da sua mensagem no evangelho da cruz, que não mostra ao pecador o que de fato é o pecado. É aquela Igreja que está mais preocupada pregações politicamente corretas, visando agradar aos membros. É uma Igreja que põe confiança na sua riqueza e não na dependência de Cristo. Confia que já tem o bastante e não necessita da misericórdia e da graça. Entretanto, Jesus, o Cristo afirma que é uma Igreja infeliz, miserável, pobre, cega e nua. Embora a mensagem seja dirigida ao pastor da Igreja, na realidade, se destina a toda a Igreja, visto que ele é o responsável por toda igreja.
Cristo aconselha à Igreja dos laodicenses a que compre d'Ele ouro refinado pelo fogo. Isto indica o mais alto padrão de pureza e de justiça, a saber, a verdadeira riqueza espiritual conforme Mt. 6: 19 e 20 - "Não ajunteis para vós tesouros na Terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam." As vestiduras brancas indicam pureza da alma, contrastando com as indústrias de lã pretas fabricadas em Laodiceia. O colírio espiritual para retirar as escamas dos olhos e ver pelas lentes da graça plena e não pelas riquezas materiais. 
Jesus o Cristo adverte a Igreja em Laodiceia que repreende e disciplina a todos quanto ama. Chama a Igreja ao zelo pela verdade e ao arrependimento verdadeiro que é uma mudança de mente e não apenas uma manifestação de religião exterior. Jesus, o Cristo está tocando à porta daquela Igreja, porque está do lado de fora do seu culto de autossuficiência e arrogância. Os que foram eleitos e predestinados ouvirão a sua voz, abrirão os seus corações e terão comunhão com Ele. Esta não é uma mensagem para evangelismo,mas para uma igreja morna onde Cristo não é o centro da adoração.
Aos vencedores será dada a graça de assentar-se no trono do Grande Rei. Isto indica uma forma de glória compartilhada. É uma indicação que os eleitos e regenerados estão incluídos na natureza santa de Cristo eternamente. Eles herdaram todas as coisas com Ele, porque foram feitos filhos de Deus.
A maioria dos intérpretes desta carta afirma que esta Igreja retrata a situação da Igreja existente no tempo do fim. Serão igrejas vazias das Escrituras, porém ricas em condições financeiras e tecnológicas. Estarão desenvolvendo um cristianismo ativista, porém sem Cristo, um evangelismo de massa, porém sem o evangelho e um culto sem adoração, vazio de verdade e de fé bíblica. Serão igrejas infelizes, porque dependerão apenas dos recursos humanos. Serão pobres, porque toda a glória terrena será destruída na restauração final. Serão cegas porque verão apenas o que é tangível e palpável, enquanto a verdadeira fé é sobrenatural. Serão nuas, pois não estarão revestidas da santidade e da semelhança de Cristo. A nudez a que refere o texto é a mesma que foi despertada em Adão e Eva após a queda. Não se tratava apenas da nudez física, mas, principalmente da nudez espiritual. Tal nudez é a perda da luz de Deus.
Sola Gratia!

abril 27, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XXVI

Ap. 3: 7 a 13 - "Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre: conheço as tuas obras, eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar, que tens pouca força, entretanto guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome. Eis que farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não o são, mas mentem, eis que farei que venham, e adorem prostrados aos teus pés, e saibam que eu te amo. Porquanto guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os que habitam sobre a terra. Venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, donde jamais sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, da parte do meu Deus, e também o meu novo nome. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas."
Ao ministrante da Igreja em Filadélfia Jesus, o Cristo se identifica agora como o santo, o verdadeiro, e o que tem a chave de Davi. Santo é um atributo exclusivo de Deus em sua triunidade. Verdadeiro, enquanto adjetivo é aquilo ou aquele que é conforme a realidade e os fatos. Neste caso é uma referência a Cristo como sendo real, concreto e autêntico Filho de Deus.  É também, por extensão de sentido, uma alusão à Cristo como o caminho, a verdade e a vida. A chave de Davi é uma referência ao poder de abrir e fechar a porta da salvação, neste caso, ao poder de Jesus, o Cristo. Ele é o descendente da mulher, oriundo da raiz de Jessé e da casa de Davi. No capítulo um ele tem a chave na mão, sendo esta chamada de 'chaves da morte e do inferno'. Is. 22:22 - "Porei sobre o seu ombro a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém fechará, fechará e ninguém abrirá." Tal poder é na esfera espiritual e não no âmbito histórico e temporal. Nada tem a ver com oportunidades de evangelizar, de crescimento de seitas e religiões cristãs, do aumento numérico de membros de igrejas institucionais e denominacionais. Estas, surgem e desaparecem historicamente, mas a obra de Deus permanece no tempo, independentemente das religiões humanas. Cristo mesmo é a porta, porque somente Ele pode vivificar os que estão mortos em delitos e pecados. Sendo Ele a porta única de acesso à eternidade, somente Ele possui a chave que abre e fecha esta porta, a saber, a passagem da morte para a vida. Ninguém mais pode abrir ou fechar a porta da salvação além de Jesus, o Cristo. Ele é porta,e, portanto, só ele tem a chave conforme Jo. 10: 7 a 9 - " Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá, e achará pastagens."
A Igreja em Filadélfia é uma Igreja autêntica que nunca oscilou em sua fé e prática e vice-versa. Não recebeu qualquer forma de reprimenda, porque é fiel às Escrituras apesar de todas as investidas do espírito do anticristo por meio das doutrinas gnósticas, esotéricas e extáticas. O poder desta Igreja, diante da qual Deus coloca uma porta aberta e permanente está na sua fraqueza, ainda assim guarda a verdade, e a afirmação do nome de Jesus, o Cristo. Toda vez que uma pessoa individualmente ou uma religião inteira confia no seu próprio poder financeiro, na estratégia de marketing, na capacidade intelectual dos seus dirigentes, líderes e mensageiros, ela fracassa. Isto porque a sabedoria humana é contaminada pela natureza pecaminosa conforme Tg. 3:15 - "Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica." É uma sabedoria puramente terrena, psíquica e influenciada pelo Diabo. Por isto, o padrão de poder e força humana não serve para questões espirituais. São evangélicos sem o evangelho da cruz!
A fidelidade desta Igreja fará que os inimigos da cruz de Cristo se curvem a ela, pois verão manifesto a amor d'Ele nesta congregação. Esta é uma referência escatológica, ou seja, no fim dos tempos, quando houver grande tribulação. Guardar a palavra da perseverança é o equivalente a permanecer nos ensinos das Escrituras, ainda que o mundo inteiro os tenha abandonado, negado e perseguido. Guardar valores, costumes, regras, preceitos e normas aceitos por todos ou pela maioria é simples e fácil. A provação que a Igreja tipológica em Filadélfia e ao longo da história, equivale a grande tribulação que se espalhará pelo mundo todo um pouco antes do arrebatamento.
Finalmente, Jesus, o Cristo afirma à Igreja em Filadélfia que ele viria sem demora. Considerando que já se passaram quase 2.000 anos, fica evidente que é uma referência à sua segunda vinda para raptar a Igreja verdadeira antes do domínio completo de Satanás por meio do Anticristo e do Falso Profeta. Sem demora é a forma em que Cristo virá para levar os eleitos e regenerados e não o tempo da sua segunda vinda em relação a história da humanidade. Tal evento sobrenatural é mostrado em Dn. 12:1 e 2 - "Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno."
Corroborando a tudo isto cita-se Lc. 21:34 a 36 - "Olhai por vós mesmos; não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e aquele dia vos sobrevenha de improviso como um laço. Porque há de vir sobre todos os que habitam na face da Terra. Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que hão de acontecer, e estar em pé na presença do Filho do homem."
À Igreja em Filadélfia são feitas diversas promessas gloriosas ao que vencer: será coluna no templo de Deus, receberá um nome divino, o nome da Cidade Eterna e o novo nome de Cristo. Também, a ela é dito para ouvir o que o Espírito diz às Igrejas. Ora, todas estas promessas dizem respeito à vida eterna em comunhão com Deus. Quanto à ordem para ouvir o que o Espírito Santo diz é comum a todas as igrejas, porque ele tem a missão de convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo conforme Jo. 16: 8 a 11 - "E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais, e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado." Também é função do Espírito Santo ensinar e guiar o novo nascido à toda a verdade conforme Jo. 16:13 - "Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras." É pena que grande parte dos religiosos são apenas 'igrejificados' e não convertidos, por isso, não ouvem o que o Espírito diz.
Sola Scriptura!

abril 25, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XXV

Ap. 3: 1 a 6 - "Ao anjo da igreja em Sardes escreve: isto diz aquele que tem os sete espíritos de Deus, e as estrelas: conheço as tuas obras; tens nome de que vives, e estás morto. Sê vigilante, e confirma o restante, que estava para morrer; porque não tenho achado as tuas obras perfeitas diante do meu Deus. Lembra-te, portanto, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. Pois se não vigiares, virei como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram as suas vestes e comigo andarão vestidas de branco, porquanto são dignas. O que vencer será assim vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; antes confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o espírito diz às igrejas."
Sardes era a capital da antiga Lídia, depois passou a ser província romana, e, atualmente é um vilarejo da Turquia, na província de Manisa chamado Sart. O texto afirma que a Igreja em Sardes tinha fama de muito ativa e cheia de vida, mas, de fato, era morta. Cristo se apresenta a esta Igreja como aquele que tem os sete espíritos de Deus. Segundo a numerologia bíblica sete indica plenitude ou totalidade. Neste caso, Jesus, o Cristo se apresenta como o que possui a plenitude do Espírito Santo e aquele que controla os anjos ou mensageiros simbolizados pelas estrelas.
A Igreja em Sardes era uma congregação com muita efervescência e ativismo, mas tais atividades não eram vivificadas. Eram desenvolvidas com base nos poderes latentes da alma. Em termos tipológicos esta igreja ainda se faz representar hoje por meio do ativismo da religião exterior. É a manifestação do culto feito com base apenas no homem e seus rituais, liturgias, paramentos, tecnologias, recursos financeiros, corpo de oficiais e instalações grandiosas. São igrejas, que, na aparência oferecem um poder que não é obtido do Espírito Santo, mas do engano. Fazem muito barulho e atraem muitas pessoas ávidas por milagres, maravilhas e poderes. São igrejas que alardeiam um sistema de evangelização por meio da mídia, mas que não passa de evangelicalismo, visto que nada têm a ver com o evangelho de Cristo. É neste sentido que esta igreja tem aparência de vida, mas trata-se de um culto morto. Seus membros, em sua maioria, não têm experiência de nascimento do alto, e, portanto, todo o seu ativismo é realizado com base na vida da carne. 
As igrejas que hoje se enquadram nesta tipologia substituem a experiência de novo nascimento ressurrecto por simulações ritualísticas e práticas que buscam satisfazer aos enseios horizontais do homem. São igrejas cheias de "crentes" professos, mas vazias de crentes confessos. Tais igrejas não têm interesse em conhecer as Escrituras. Não se importam com ensinos que podem despertar os eleitos de Deus por meio da pregação apenas do evangelho. Estão interessadas em construir impérios, redes de igrejas, templos grandiosos, manter programas na TV. Tais igrejas não alcançam o conhecimento da verdade, porque este só se revela pelas Escrituras. Por isso, desenvolvem o conhecimento gnóstico, esotérico e extático que mais causam fama e sucesso numa sociedade que tenta coisificar Deus e deificar as coisas. Pregam um triunfalismo retumbante que só existe nos seus cultos barulhentos e mortos espiritualmente.
Ao que tudo indica esta Igreja em Sardes passou por um tipo de reforma, mas ainda mantém certas práticas e doutrinas errôneas. É dito ao seu mensageiro da Igreja que confirme os que ainda não morreram e consolide as suas práticas na conformidade do que está nas Escrituras e que o Espírito Santo tem falado às Igrejas. 
Aos que não abandonaram a verdade é dito que são dignos de andar vestidos de branco com o Cordeiro de Deus. Estes eleitos e regenerados terão os seus nomes mantidos, porque foram escritos no livro da vida. Seus nomes serão confessados diante de Deus Pai e dos anjos no Juízo Final. Os nomes destes eleitos não estão no livro da vida porque eles são dignos, mas os tais receberam dignidade, porque os seus nomes foram escritos no livro da vida antes da fundação do mundo conforme Ef. 1: 4 a 6 - "... como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado." 
Sola Fide!

abril 23, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XXIV

Ap. 2:18 a 29 - "Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: isto diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes a latão reluzente: conheço as tuas obras, e o teu amor, e a tua fé, e o teu serviço, e a tua perseverança, e sei que as tuas últimas obras são mais numerosas que as primeiras. Mas tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos; e dei-lhe tempo para que se arrependesse; e ela não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a lanço num leito de dores, e numa grande tribulação os que cometem adultério com ela, se não se arrependerem das obras dela; e ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que esquadrinha os rins e os corações; e darei a cada um de vós segundo as suas obras. Digo-vos, porém, a vós os demais que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conhecem as chamadas profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei; mas o que tendes, retende-o até que eu venha. Ao que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com vara de ferro as regerá, quebrando-as do modo como são quebrados os vasos do oleiro, assim como eu recebi autoridade de meu Pai; também lhe darei a estrela da manhã. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito dia às igrejas."
As Escrituras possuem textos literais e textos simbólicos. Ao interprete cabe discernir pelo espírito e não pelo intelecto, onde está cada caso. A aplicação literal ao que é literal e a aplicação simbólica ao que é simbólico. O fato de um texto ser simbólico não o desqualifica como verdade, ao contrário, as metáforas visam fortalecer a verdade que o texto ensina. Há expositores das Escrituras que colocam os textos simbólicos como se fossem apenas banalidades ilustrativas. Nada nas Escrituras pode ser banalizado àquele que as recebe como Palavra de Deus e não como mitos ou manual de religião.
Esta é a única carta do Apocalipse em que Jesus, o Cristo é identificado como o "Filho de Deus". Em outros contextos é identificado como o "Filho do Homem" e o "Cordeiro". Desta forma, a sabedoria de Deus aponta o sentido da verdade aos eleitos e regenerados, pois prevalece em muitas seitas e religiões espiritistas o ensino gnóstico que Jesus, o Cristo é apenas um dos filhos de Deus, já que defendem que todos são filhos de Deus. Engano puro! Jesus, o Cristo é o único filho legítimo de Deus e forma uma unidade com o Pai e o Espírito Santo. É a chamada triunidade de Deus, visto que Deus não é o seu nome, mas apenas um substantivo concreto da triunidade divina. Os eleitos e predestinados são feitos filhos de Deus por adoção por meio de  Cristo, pelo qual recebem vivificação. Jo. 1:12 e 13 - "Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus." Ora, 'todos quantos' é uma locução adverbial que indica um número de pessoas e não todas as pessoas. Tal limitação fica mais evidente quando aparece a expressão 'aos que creem no seu nome', visto que não são todos os que creem da forma que o evangelho ensina. Finalmente, a estes "todos" eleitos é dado o poder de se tornarem filhos de Deus. Termina o texto, ensinando, que, tal filiação não foi por herança genética ou étnica, por reprodução sexual ou pela vontade almática do homem. Cabe soberanamente a Deus eleger e predestinar os que deseja como sua família para eternidade. 
Os olhos como chama de fogo e os pés como latão reluzente são símbolos do poder de ver tudo e estar além da aparência, do exterior e do tempo. Por isto, o Cristo conhece as obras, o amor, a fé, o serviço e a perseverança daquela Igreja. Entretanto, havia uma reprimenda, pois tolerava a mulher Jezabel dentro da Igreja. Obviamente, não havia uma pessoa com este nome na Igreja de Tiatira. Mulher em linguagem apocalíptica indica sempre uma igreja, um conjunto de doutrinas, podendo ser verdadeira ou falsa. A analogia, neste caso, é à esposa de um dos reis de Israel - Acabe -, que, no passado, desterrou, perseguiu e matou quase todos os profetas de Deus para estabelecer o culto à Baal, buscando poder e riquezas. Então, é um caso de parasitismo diabólico dentro da Igreja em Tiatira: um corpo de falsas doutrinas ensinadas e cultivadas em paralelo à doutrina de Cristo que é o verdadeiro fundamento. Jezabel, neste texto, é um corpo de ensinos esotéricos e extáticos e os indicativos são: a) Falsas profecias; e b) Prostituição e contaminação com práticas e doutrinas fora de Cristo. Ora, o que é uma falsa profecia? É uma pregação que não mostra o que o homem de fato é, ou seja, pecador; que o pecado o faz morto para Deus; que o salário do pecado é a morte eterna; que a única solução ao pecado é a graça de Deus, por meio da fé, cravando-o na cruz. Qualquer doutrina soteriológica - de salvação - que não ensina a realidade do pecado, a redenção por meio da fé que o pecador foi incluído na morte de Cristo, e, que, com Ele ressuscitou para ganhar a vida eterna é anátema. Prostituição no sentido apocalíptico nada tem a ver com questões de comportamento moral nos relacionamentos sexuais. Refere-se à diluição da verdade em mentira, na medida em que, ensina ao pecador que ele tem livre arbítrio e que ao escolher aceitar a fé e fazer obras de justiça será salvo. Isto é a negação da Graça e da Misericórdia de Deus e a sobreposição da justiça própria, dos méritos e da falsa autonomia do homem no lugar da verdade. Comer das coisas sacrificadas aos ídolos é ser tolerante em sua prática de fé com o que não é evangelho. Esta posição não autoriza ninguém a ofender e agredir pessoas que praticam outras crenças. É a pessoa, que, conhecendo a verdade, também assimila os comportamentos e práticas alheias à verdade. Não há ponto de conciliação entre verdade e mentira. 
A exigência do Cristo é que verifiquem e revejam suas práticas para certificar-se de que não estejam adulterando a verdade. Nada tem a ver com exclusão e condenação de pessoas que não creem da forma que ensinam as Escrituras. É incluir crenças esotéricas à fé genuína ensinada nas Escrituras. O cristão verdadeiro não condena pessoas, mas não incorpora ideias e crenças não escriturísticas à sua fé. A purificação  deste tipo de Igreja é a disciplina dos que se prostituem e adulteram a verdade acrescentando-lhe outro fundamento. Trata-se de questões de cunho puramente espiritual e não de religião exterior, pois o conhecimento de tais práticas se dá pela onisciência de Cristo que pode ver e esquadrinhar o coração e os rins dos seus eleitos. Vê-se que Cristo não os rejeita ou os retira do livro da vida, mas os disciplina com dores e tribulações. 
Esta questão da doutrina de Jezabel é algo de caráter estritamente espiritual, pois estão na esfera das profundezas de Satanás. É o ensino gnóstico, o qual leva o homem á procurar e desenvolver-se buscando a luz interior, o auto-conhecimento e a auto-ajuda. Por esta razão é que Cristo ensina em Mt. 6:23 - "Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!" Este ensino que induz o homem a acreditar que é ele o senhor da sua vida e do seu destino eterno com base no bem e na justiça própria é diabólico, porque põe no homem a condição de sua própria salvação. Isto acontece, porque a inclinação do coração do homem decaído é para si próprio na busca de ser como um deus. Em resumo é este o sentido das profundezas de Satanás, a saber, o que foi inoculado no Éden como falsa autonomia de Deus.
As promessas são que ao vencedor será dada autoridade para governar povos e nações na eternidade. Receberão a estrela da manhã é uma alusão à glória que será dada aos justificados em Cristo conforme Dn. 12:3 - "Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que converterem a muitos para a justiça, como as estrelas sempre e eternamente." Todos os eleitos e regenerados durante o período da Graça até os que forem purificados durante a grande tribulação serão imortais que viverão e governarão com Cristo no reino eterno. Os demais que forem nascidos durante o milênio e que formarem as nações da Terra depois do retorno do Grande Rei, serão pessoas comuns e com longa vida e saúde perfeita, mas mortais. Só após a batalha final e a eliminação do inferno e da segunda morte é que serão também imortais.
Sola Gratia!

abril 14, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XXIII

Ap. 2: 12 a 17 - "Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: isto diz aquele que tem a espada aguda de dois gumes: sei onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; mas reténs o meu nome e não negaste a minha fé, mesmo nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. entretanto, algumas coisas tenho contra ti; porque tens aí os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, induzindo-os a comerem das coisas sacrificadas a ídolos e a se prostituírem. Outrossim tens também alguns que de igual modo seguem a doutrina dos nicolaítas. Arrepende-te, pois; ou se não, virei a ti em breve, e contra eles batalharei com a espada da minha boca. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer darei do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe."
Pérgamo era uma cidade importante da Ásia Menor. Com o apoio do Império Romano, Pérgamo ganhou independência dos Selêucidas por volta de 190 a. C., passando a fazer parte dos domínios romanos a partir de 133 a.C. Por aproximadamente 200 anos foi a capital da província romana da Ásia Menor. 
Ao mensageiro da Igreja em Pérgamo, Jesus, o Cristo se identifica como 'aquele que tem a espada afiada de dois gumes'. Isto implica em duas coisas: Cristo é quem tem o real poder e não Roma; os dois cortes, indicam que é arma, mas também a palavra penetrante que separa alma, espírito, juntas e medulas. 
Jesus, o Cristo afirma que em Pérgamo está o trono de Satanás. Neste caso, os eleitos e regenerados em Pérgamo eram vizinhos do Diabo. Tal afirmação  deixa os leitores do Apocalipse perplexos, primeiro por Satanás ter um trono, e, segundo por este trono estar em uma cidade na Terra. Desde o ano 29 a. C. havia um templo dedicado ao imperador Augusto de Roma naquela cidade. Mais tarde foram construídos mais dois templos dedicados aos imperadores Trajano e Severo. Também existiam templos dedicados aos deuses Zeus, Dionísio, Atena e Asclépio. A queda de Satanás se deu exatamente, porque ele desejou ter um trono e um reino para si próprio, independentemente de Deus conforme Is. 14: 13 e 14 - "E tu dizias no teu coração: eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo." O resultado da arrogância foi a sua expulsão do lugar Santo, tendo sido arrojado à Terra. Também Satanás sempre desejou ser adorado como um "deus", chegando mesmo a oferecer os reinos do mundo a Jesus, o Cristo, se este o adorasse e se encurvasse diante dele. Sabe-se que o primeiro lugar onde Satanás colocou o seu trono foi em Babilônia, quando não havia o Cristianismo. Na atualidade este trono está em Roma onde há uma igreja com um trono, muita pompa e riquezas incalculáveis. Tal sistema é distinguido por suas vestes, seus rituais, seus domínios temporais, tais como propriedades, hierarquia organizacional e governo. Assim, Satanás foi estabelecendo o seu sistema paralelamente à Igreja do Senhor Jesus até culminar em um sistema mundial que universaliza diversas práticas de origem pagã e diabólica. Finalmente, ele terá um trono para si mesmo e será adorado por um período de três anos e meio no fim dos tempos. 
Jesus, o Cristo menciona uma fiel testemunha pelo nome de Antipas. Não há qualquer registro nos compêndios do Cristianismo sobre este piedoso cristão. Provavelmente foi alguém, que, em sua simplicidade foi perseguido e morto por causa da sua fé inabalável em Cristo. Também pode ser que Antipas seja apenas um tipo de todos os cristãos que foram martirizados e assassinados ao longo da história do Cristianismo.
Jesus, o Cristo acusa a Igreja em Pérgamo de duas coisas: tolerar os que sustentam a doutrina de Balaão e os Nicolaítas. Vê-se que a ação de Satanás é gradual e permanente. Primeiro levantou os nicolaítas na Igreja em Éfeso, ou seja, os que queriam uma ordem hierárquica, sacerdotal e clerical, governo e organização humana. Depois levantou os que desenvolvem a doutrina de Balaão, a saber, que se utiliza da infiltração dos que se dizem judeus e não o são para corromper os crentes às práticas contrárias à singeleza do evangelho. Toda Igreja que se diz cristã, mas acrescenta rituais, cerimoniais, sacrifícios, esforços e obras de justiça como meio de chegar à salvação está inserida na categoria de Sinagoga de Satanás. Tais igrejas são as que alimentam o trono de Satanás e os seus projetos de formar um reino na Terra sem Cristo. É como afirmou Helmut Richard Niebuhr: "um Deus sem ira, trouxe um homem sem pecado, para um paraíso sem juízo, onde é ministrado o ensino de um Cristo sem cruz." O erro de Balaão foi, que, sendo impedido por Deus de amaldiçoar os hebreus, ensinou a Balaque a atrair os israelitas a comer dos sacrifícios aos ídolos e se misturar aos pagãos por meio da prostituição. Neste sentido, a doutrina de Balaão já tomou conta das Igrejas institucionais e nominais há muito tempo. Uma das formas mais claras do ensino de Balaão hoje é o famigerado pluralismo cultural, o qual ensina que toda diversidade religiosa deve ser tolerada e até acolhida na Igreja.
Nm. 31:16 - "Eis que estas foram as que, por conselho de Balaão, fizeram que os filhos de Israel pecassem contra o Senhor no caso de Peor, pelo que houve a praga entre a congregação do Senhor." II Pd. 2:15 - "... os quais, deixando o caminho direito, desviaram-se, tendo seguido o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça..." Assim, os que pregam a doutrina de Balaão são os religiosos que fazem negócio com o evangelho, pregando por recompensas e ensinando a buscar a prosperidade e a se contaminar com o mundo. Pois, Balaão não amaldiçoou Israel, porque Deus o impediu. Entretanto, aconselhou Balaque rei dos moabitas a usar a tática da infiltração, levando o povo a pecar contra Deus.
Cristo reafirma o aviso a que a Igreja em Pérgamo: ouça o que o Espírito Santo está dizendo, ou seja, ensinando. O papel do Espírito Santo de Deus é exatamente o de convencer o homem do pecado e de ensinar os nascidos do alto a guardar a verdade conforme Jo. 16:8 - "E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo..." Jo. 16:13 - "Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade."
A promessa à Igreja em Pérgamo é a de que ao vencedor será dado do maná escondido e uma pedra branca na qual será escrito o seu novo nome que só o vencedor conhecerá. Esta promessa do maná é uma referência ao privilégio único dos eleitos e redimidos que participarão das bodas do Cordeiro conforme Ap. 19:9 - "E disse-me: escreve: bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro." O uso de uma pedrinha branca indicava, naquele tempo, a absolvição de um réu em processo acusatório. Era também um documento que comprovava a concessão da liberdade a um escravo. Assim, quem tivesse uma pedrinha branca havia sido inocentado de uma acusação ou liberto da escravidão. Neste caso, é uma perfeita referência à libertação plena do pecador em Cristo.
Sola Gratia!

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XXII

Ap. 2: 8 a 11 - "Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu: conheço a tua tribulação e a tua pobreza, mas tu és rico, e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são, porém são sinagoga de Satanás. Não temas o que hás de padecer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que sejais provados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer, de modo algum sofrerá o dado da segunda morte."
Jesus se identifica à Igreja em Esmirna como sendo o primeiro e o último, que foi morto e reviveu. Esta qualificação mostra a eternidade de Cristo e sua obra  em favor dos pecadores. Mostra ainda a sua autoridade sobre a morte e o inferno, pois não puderam retê-lo. Ele elogia a Igreja em Esmirna, afirmando que conhecia a sua tribulação, e a pobreza, e as blasfêmias contra ela por parte dos que são mentirosos e dissimulados. Ele afirma que os tais que se diziam judeus, não o sendo, eram, de fato, a sinagoga de Satanás. Obviamente, que, isto nada tinha a ver com ser ou não ser de origem judaica, ou mesmo, da religião judaica. Tal questão não teria qualquer sentido numa comunidade cristã do primeiro século, visto que a maioria dos discípulos eram judeus. Neste tempo a Igreja era chamada de "o Caminho" e os seguidores de Cristo eram denominados de "os eleitos". A única forma de local físico de reuniões religiosas da época eram as sinagogas onde os rabinos ensinavam a lei de Moisés, as profecias e os costumes. O judaísmo era praticado no ambiente das Sinagogas e no Templo de Salomão em Jerusalém. Os judeus não consideravam o cristianismo como verdade, mas como uma seita. Logo, não se trata, neste contexto, de judeus ou judaizantes dentro de uma comunidade cristã. Eram, na verdade, pessoas plantadas dentro da Igreja por Satanás, não tendo suas naturezas regeneradas. É como ensina a parábola do joio e do trigo: são tão parecidos externamente que não se pode arrancar o joio, sem prejudicar o trigo. Então, a única solução é deixá-los crescer juntos até a colheita, quando o trigo é recolhido aos celeiros e o joio jogado na fogueira para ser destruído. Neste sentido, os falsos judeus da Sinagoga de Satanás só aparecem nas duas Igrejas onde não há reprimendas. Isto indica, que, Satanás só semeia o joio onde há o trigo. Estes falsos judeus estavam lá, não por culpa do mensageiro da Igreja, mas pela ação de Satanás. 
Cristo previne esta Igreja sobre prisões, calunias e provações movidas por Satanás, mas os fortalece afirmando que estaria com eles. O Mestre recomenda a esta Igreja que seja fiel até para a morte - como está no texto original - porque receberia a coroa da vida. A forma de vencer é ouvindo o que o Espírito diz às Igrejas. Ao vencedor é dado o poder da imortalidade e não passará pela segunda morte. Tal segunda morte é a condenação eterna com Satanás e seus seguidores conforme Ap. 20: 14 e 15 - "E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo." O lago de fogo e enxofre é a segunda morte, porque aqueles que forem lançados lá estarão eternamente separados de Deus. Em Ap. 21:8 são dadas algumas características dos que para lá vão "Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte." O medo foi a primeira reação após a queda no pecado. A incredulidade foi a causa da queda, ou seja, é o próprio pecado. Os abomináveis são aqueles cujas naturezas são pecaminosas e não foram regeneradas, por isso, são mortos para Deus. Os homicidas são aqueles que não conhecem o amor, pois quem mata não conhece a Deus, porque Deus é amor conforme I Jo. 3:15 - "Todo o que odeia a seu irmão é homicida; e vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele." Adúlteros é uma referência aos que diluem ou misturam a verdade de Deus à mentira, e, não, necessariamente que teve problemas morais no casamento. Os feiticeiros são os que possuem e utilizam os poderes latentes da alma para realizar milagres e maravilhas fora de Cristo. Idólatras são os que cultuam e servem coisas ao invés de adorar a Deus em espírito e em verdade. Os mentirosos são os que confiam em si mesmos, a saber, nas suas justiças e méritos para obter salvação. Não é necessariamente quem deixa de contar a verdade ou quem conta o que não é a verdade moralmente falando. Todos os eleitos e regenerados praticavam todas estas coisas quando andavam segundo o conselho do mundo, porque eram portadores da natureza inclinada a tudo isto. O que os diferencia é a vida de Cristo neles após o nascimento do alto.
Sola Fide!

abril 13, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XXI

Ap. 2: 1 a 7 - "Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança; sei que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança e por amor do meu nome sofreste, e não desfaleceste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres. Tens, porém, isto, que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus."
Consoante o que já foi dito, anjo, no texto apocalíptico significa essencialmente um mensageiro ou alguém responsável pela mensagem e não um ser sobrenatural. Desta forma, cada carta às sete igrejas é endereçada a uma pessoa específica na referida Igreja. O envio destas mensagens à Igreja é um preparo sobre a advertência do Espírito Santo conforme I Pd. 4:17 - "Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será o fim daqueles que desobedecem ao evangelho de Deus?" Desde o tempo em que se achava entre os homens a mensagem de Jesus, o Cristo era essencialmente de libertação espiritual e não um manual de auto-ajuda. No Apocalipse, a única mensagem que é repetida a todas às "Igrejas Tipos" de igual forma é: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas." Ao contrário do que é recomendado, as igrejas resolveram interpretar a mensagem de Cristo da seguinte forma: "bem-aventurado aquele que não lê e não ouve as palavras desta profecia." A cada época as igrejas institucionais e históricas se afastam mais e mais da essência da mensagem de Cristo. Produzem suas próprias doutrinas, valendo-se de citações de versículos bíblicos apenas para dar falsa legitimidade aos seus conclaves, sínodos, convenções, constituições, regimentos, declarações de fé e de princípios. Estão mais para ONG,s do que para a Igreja como corpo vivo de Cristo.
Tais igrejas preferem obter lealdade à denominação, ao pastor ou aos líderes e às suas doutrinas próprias, a que sejam leais ao próprio Cristo. Quando alguém se levanta para pregar apenas as Escrituras, logo é questionado e acusado de ser desleal à denominação, à igreja ou ao líder. Quando um membro não se enquadra ao clericalismo é perseguido como perturbador, pregador de heresias e formador de seitas. Nisto se confirma I Rs. 18:17 e 18 - "E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe: és tu, perturbador de Israel? Respondeu Elias: não sou eu que tenho perturbado a Israel, mas és tu e a casa de teu pai, por terdes deixado os mandamentos do Senhor, e por teres tu seguido os baalins." Jesus e os discípulos foram considerados perturbadores nos seus dias de pregação. Depois deles, Lutero, Calvino, John Wesley, Jan Huss, Wicliffe, Zuinglio e outros tantos também o foram, cada um a seu tempo. O fato é, que, se alguém prega o que é bíblico e correto, não é aceito, mas se defende com lealdade cega a liderança é tido como consagrado e firme. Irão todos para a condenação eterna com toda lealdade e doutrina, porque se não forem verdadeiramente libertados pela inclusão na morte de Cristo e sua consequente ressurreição não há redenção.
Verifica-se que o texto de abertura inicia dizendo: "ao anjo da Igreja em Éfeso" e não "da Igreja de Éfeso". Isto faz grande diferença, porque referencia um grupo de eleitos e regenerados na cidade de Éfeso e não um templo onde se reuniam milhares de pessoas nesta cidade. Igrejas como templos não existiam no cristianismo primitivo. Sequer a doutrina de Cristo era chamada de cristianismo. Tal ensino era chamado de "o Caminho". Foi no final do primeiro século que os seguidores de Cristo foram, pela primeira vez, chamados de cristãos na cidade de Antioquia.
O texto prossegue fornecendo as qualificações de Cristo como sendo: "aquele que tem as sete estrelas nas mãos e que anda entre os cadeeiros de ouro". Indica que é Cristo que tem o controle dos mensageiros - sete estrelas - e das Igrejas - sete candeeiros. Não faz referência a organizações hierárquicas humanas, lideranças, clérigos, sacerdotes, documentos escritos e aprovados pelos homens, substituindo as Escrituras. Na sequência, são feitos elogios à Igreja em Éfeso como uma Igreja que andava nas obras de Deus, trabalhava, perseverava, não dava suporte aos que eram maus, provava os espíritos e os corações confrontando-os com a verdade e que sofria as consequências desta pureza doutrinária por amor ao nome de Cristo. Este amor é que é o primeiro amor, o amor mais profundo e verdadeiro.
Entretanto pesava contra a Igreja em Éfeso uma reprimenda, pois ela havia abandonado o primeiro amor. O texto grego original deste versículo é bem mais severo que as traduções costumeiras: "tenho, porém contra ti algo muito sério..." O abandono do primeiro amor é o abandono à motivação da fidelidade, do serviço, das obras de Deus, da perseverança e do combate à mentira. É a substituição de Cristo por coisas, fama, reconhecimento, crescimento numérico, bandas musicais, coreografias, dancinhas, modernização tecnológica. No princípio tudo era feito apenas com base no amor a Cristo, depois passou a ser feito por amor à própria Igreja. É a coisificação de Cristo e a deificação da Igreja. Neste sentido a Igreja estava abandonando a única realidade que consiste na vontade de Deus conforme Jo. 6:19 - "Jesus lhes respondeu: a obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou." Sem isto, de nada adianta realizar a caridade, andar moralmente correto, pregar um catecismo. Sem a fé que Jesus, o Cristo é Deus e que apenas Ele pode libertar o homem do pecado, todas as demais coisas se tornam apenas ações sociológicas e a Igreja se torna apenas uma ONG. 
À Igreja em Éfeso é feita uma grande promessa aos vencedores: 'comer da árvore da vida que está no paraíso de Deus'. Isto implica alimentar-se da vida de Cristo perpetuamente, obtendo a sua vida eterna e abundante.
Uma atitude aprovada por Cristo é que a Igreja em Éfeso aborrecia a obra dos Nicolaítas. Ora, não era uma seita ou um grupo de pessoas fazendo algo herético ou imoral. O termo nicolaítas provém 'nico' + 'laitanes', sendo que "nico" significa 'conquistar', 'dominar' e 'controlar'. Enquanto "laitanes" significa 'leigo', 'popular', 'comum', ou seja, não iniciado ou não experimentado nas profundezas de Deus. Assim, os nicolaítas eram um grupo de pessoas que estavam na Igreja, porém sem experiência de novo nascimento. Desejavam uma organização hierárquica clerical ou sacerdotal, criando níveis ou graus de importância na Igreja. O culto, os ritos, as roupas e a decoração eram mais importantes que a mensagem das boas novas. É este o sentido de ser leal à igreja, à denominação, aos princípios votados e aceitos pela decisão das assembleias. É a horizontalização, humanização e coisificação da Igreja!
A Igreja verdadeira é congregacional, bíblica e cristocêntrica. O que passa disto é clericalismo religioso sem a presença de Cristo. É o domínio dos nicolaítas! É anátema!
Sola Scriptura!

abril 08, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XX

Mt. 16: 15 a 19 - "Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? Respondeu-lhe Simão Pedro: tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Disse-lhe Jesus: bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus."
As sete igrejas mencionadas no Apocalipse não eram as únicas igrejas existentes no mundo de então. Tão pouco eram as únicas Igrejas da Ásia Menor, uma província romana naquele tempo, hoje, Turquia. Elas foram referenciadas no texto escatológico como tipologia da Igreja naquele tempo, ao longo do tempo e no fim dos tempos. Até à época em que Jesus, o Cristo veio, viveu e pregou a sua mensagem, não haviam igrejas. Os locais de culto entre os judeus eram chamados de sinagogas. O Templo de Salomão em Jerusalém era o lugar central dos sacrifícios, ofertas e cultos públicos e solenes ao Deus de Israel. Jesus, o Cristo mencionou a palavra "igreja" [ekklesían] uma única vez,  exatamente no texto que abre esta instância. Tal vocábulo é oriundo da língua grega e empregado com sentido de assembléia dos cidadãos sobre os negócios da polis, ou seja, da sociedade. Embora muitos líderes religiosos ensinam, por conta própria, que o vocábulo 'ekklesía' significa 'aqueles que foram chamados fora do mundo', na verdade, tal sentido nada tem a ver com a Igreja. O termo, de fato, provém de 'ek' que significa para fora e o verbo 'kaleo' que significa chamar, convocar. Era uma convocação dos cidadãos gregos a que saíssem para fora das suas casas para se reunir e decidir sobre assuntos políticos. Era semelhante ao termo 'kahal' entre os judeus que convocavam o povo para formar assembleias a fim de deliberar sobre assuntos comuns e de Estado.
No sentido em que Cristo e os discípulos utilizaram o vocábulo, a ideia é: 'o inteiro conjunto de cristãos nascidos do alto e espalhados pelo mundo'. Contém, na sua essência, a ideia de um corpo formado por todos os que foram feitos  filhos de Deus e que o adoram por meio de Cristo. Atualmente a Igreja verdadeira é  uma só, mas subdivide-se em duas realidades: a Igreja visível e a Igreja invisível, sendo esta a "Igreja Triunfante" que já se acha na presença do Grande Rei, e, a outra, a "Igreja Militante" que ainda luta neste mundo contra as potestades do mal. Tal dualidade acabará quando toda a Igreja se reunir ao Grande Rei para o estabelecimento do reino eterno.
No contexto do texto de abertura Jesus, o Cristo indagava aos discípulos como o povo se referia a ele. A resposta foi um tanto difusa, pois cada tinha um conceito diferente sobre Jesus. Mas, o Mestre foi um pouco mais a fundo e perguntou a eles, discípulos, o que eles  pensavam. Pedro se adiantou e disse que ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo. Jesus, então, disse-lhe que tal revelação não lhe era própria, mas do próprio Deus. Como consequência desta revelação Jesus, o Cristo diz a Pedro, que, até então se chamava Simão Barjonas, ou seja, Simão, filho de Jonas, que a partir daquele momento passaria a se chamar Pedro. Pedro que é a tradução hebraica de Khephas ou Cefas no aramaico significa pedrinha ou pedregulho em ambas as línguas. Desta forma Jesus, lhe diz: "tu és uma pedrinha e de pedrinhas como tu, edificarei a minha Igreja sobre mim mesmo que sou a Rocha Eterna."[versão do autor] Os termos gregos utilizados foram, respectivamente, 'Petros' e 'petra'. Embora determinados ramos do cristianismo nominal delegam à Pedro a posição de primeiro Papa e que a Igreja seria edificada sobre ele, este não é o ensino do texto. Haja vista o uso do pronome demonstrativo "esta" e do pronome possessivo "minha" no contexto da afirmação do Cristo. Verifica-se, ainda, que as chaves são dadas à Igreja e não a Pedro como supõe alguns religiosos.


No diagrama estão as sete igrejas indicadas por Cristo para que recebessem a mensagem apocalíptica. Sabe-se que em numerologia bíblica, o número sete indica sempre totalidade. Neste caso estas sete igrejas tipos representavam a totalidade das Igrejas existentes e que viriam a existir. Verifica-se que há uma caracterização ou qualificação de Jesus, o Cristo para cada uma delas, elogios, reprimendas, exceto para duas Igrejas (Esmirna e Filadélfia), a forma da manifestação d'Ele, a ordem para ouvir o ensino do Espírito Santo e as promessas aos que perseverarem até o fim.
Há intérpretes que tomam as características dessas igrejas tipos e aplicam-nas às igrejas ao longo dos tempos. Acreditam eles que a situação das Igrejas de hoje corresponde às características da Igreja de Laodiceia. Entretanto, esta é uma mera questão de interpretação. O texto, em si, não autoriza, nem desautoriza tal ensino. 
Sola Gratia!

abril 06, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XIX

Ap. 1: 8 a 20 - "Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso. Eu, João, irmão vosso e companheiro convosco na aflição, no reino, e na perseverança em Jesus, estava na ilha chamada Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodiceia. E voltei-me para ver quem falava comigo. E, ao voltar-me, vi sete candeeiros de ouro, e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem, vestido de uma roupa talar, e cingido à altura do peito com um cinto de ouro; e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve; e os seus olhos como chama de fogo; e os seus pés, semelhantes a latão reluzente que fora refinado numa fornalha; e a sua voz como a voz de muitas águas. Tinha ele na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois gumes; e o seu rosto era como o sol, quando resplandece na sua força. Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo: não temas; eu sou o primeiro e o último. Eu sou o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre! e tenho as chaves da morte e do inferno. Escreve, pois, as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de suceder. Eis o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete candeeiros de ouro: as estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas."
O livro ou carta-profecia do Apocalipse foi escrita com uso de símbolos, símiles e tipos, porque trata de processo de desvendamento, ou seja, de retirar a venda dos olhos dos eleitos e regenerados. Não é apenas um livro de predições ou prognósticos sobre o futuro, mas de revelação da pessoa de Cristo. Tal revelação é endereçada à Igreja e não ao mundo. A maior parte do que já se comentou sobre o Apocalipse não passa de mera especulação. 
No capítulo um vê-se que é dada uma descrição da pessoa de Jesus, o Cristo. No verso oito, por exemplo, ele é novamente apresentado na sua eternidade, pois quando se identifica como o alfa e o ômega, quer dizer que é o primeiro e o último. Estas são a primeira e a última letra do alfabeto grego. Assim, ele demonstra que é antes de todas as coisas e também será depois de todas estas mesmas coisas. O sentido é mais definido quando ele completa, dizendo que é, que era e que há de vir. Ele é o Todo-poderoso, ou seja, que pode tudo. Assim, Cristo, não só tem poder, mas ele mesmo é todo o poder do universo, tendo recebido esta autoridade do Pai conforme Ap. 2:17c - "... assim como eu recebi autoridade de meu Pai."
O apóstolo João estava degredado na Ilha de Patmos pelo imperador de Roma por causa da pregação do evangelho. Estando lá isolado numa pequena ilha do Mar Egeu foi arrebatado no dia do Senhor. Muitos afirmam, por conta própria, que este "dia do Senhor" é o domingo. Pois bem, não há razão alguma para afirmar isto, pois em nenhum lugar das Escrituras o domingo é chamado de 'dia do Senhor', aliás todos os dias da semana são do Senhor. Além do que o domingo recebeu este nome por conta dos romanos bem após a visão de João. No Primeiro Concilio de Nicéia em 325 d. C. é que ficou decidido que o domingo seria o dia de guarda dos cristãos. O nome foi modificado de "Prima feria" para "Dies Domenicus". O fato é que o próprio texto fornece a pista sobre o significado do "dia do Senhor". Primeiro, o apóstolo João foi arrebatado em seu espírito e não em corpo. Segundo tudo o que João presenciou e escreveu gastaria muito mais que um dia. Terceiro há um dia do Senhor largamente profetizado pelos mensageiros do velho testamento e que consta dos escritos dos chamados "pais da Igreja" nos primeiros séculos. É uma referência ao grande e terrível dia do Senhor em que os homens se esconderão nas fendas das rochas pelo temor da ira divina. Desta forma, João foi transportado em espírito para este dia, presenciando e anotando tudo o que via para transmitir às Igrejas do Senhor. 
A descrição que João faz de Cristo é a de profeta - fiel testemunha e autor das palavras da profecia apocalíptica -, de sacerdote - vestes talares, cinto de ouro e cabelos brancos como a neve e a lá branca -, juiz - olhos como chamas de fogo, pés reluzentes como o bronze polido -, e rei - voz como o som de muitas águas e empunha uma espada de dois gumes. De fato Jesus, o Cristo é profeta, sacerdote, juiz e rei.
O texto explica apenas dois símbolos: as sete estrelas e os sete cadeeiros de ouro vistos nas mãos do Grande Rei. As sete estrelas são os mensageiros das sete igrejas e os sete candeeiros são as sete igrejas. O texto original emprega a palavra anjos das igrejas, porque 'anggelos' em grego quer dizer mensageiro. Assim, são os sete pastores que dirigiam estas sete Igrejas. Tais igrejas, como já foi dito, eram Igrejas reais e existentes àquela época, representam a totalidade das Igrejas que surgiriam ao longo da história, e, finalmente, demonstram as condições das Igrejas no tempo do fim. Vê-se que as Igrejas são de Cristo, posto que estão em suas mãos e não nas mãos de homens inescrupulosos como se vê nestes tempos que transcorrem.
Jesus se identifica à João como Aquele que foi morto, mas reviveu e que tem as chaves da morte e do inferno. Isto indica que é Ele o Filho Unigênito de Deus e o Primogênito dentre os mortos. Também mostra que Ele tem toda autoridade sobre a morte e sobre as portas do inferno. É Ele quem abre e ninguém fecha, e fecha e ninguém abre. A Ele, pois, honra, glória, força e majestade eternamente!!!
Solo Christus!!!

abril 03, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XVIII

Ap. 1: 1 a 7 - "Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João; o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, de tudo quanto viu. Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. João, às sete igrejas que estão na Ásia: graça a vós e paz da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono; e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém. Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém."
Apocalipse significa em português 'revelação', 'desvendamento', e, literalmente 'retirar o véu'. Por isto, os fatos relativos ao tempo do fim só serão compreendidos na medida em que forem acontecendo. Sabe-se pelos símbolos, tipos e declarações diretas de Cristo o que irá acontecer, mas não necessariamente quem nominalmente estará envolvido. É importante notar que a revelação é de Jesus, o Cristo indicando que é Ele quem está sendo desvendado. Igualmente é importante notar que foi Deus quem deu a revelação a Cristo e, este, a repassou ao apóstolo João por meio de um mensageiro, para que a escrevesse e a transmitisse aos seus servos. A introdução da revelação mostra que há bênçãos aos que leem e aos que ouvem as palavras da profecia apocalíptica. O texto fala da proximidade do tempo, porque a partir da ascensão de Cristo, o ponteiro do relógio de Deus começou a andar e os acontecimentos foram disparados. Cristo é apresentado como o que é, o que era e o que há de vir, demonstrando a sua eternidade.
A carta-profecia é endereçada às sete igrejas da Ásia que era uma pequena província romana no que é hoje a Turquia. Estas igrejas eram igrejas reais e existentes naquela época, mas também tipificam as diferentes igrejas que surgiriam ao longo da história do cristianismo e concretiza as condições das igrejas existentes no retorno do Grande Rei. Sete em numerologia escatológica sempre indica a totalidade. Nada tem a ver com perfeição como afirmam alguns. Assim, as sete igrejas simbolizam ou representam todas as igrejas, em todos os tempos e lugares. Obviamente que, mesmo naquele tempo, não existiam apenas sete igrejas na Ásia.
O texto identifica e qualifica Cristo como o Primogênito dentre os mortos, a Fiel Testemunha, Aquele que nos ama, Príncipe dos reis da Terra e Aquele que libertou os eleitos e regenerados. Muitas religiões e seitas gnósticas, arminianas e humanistas disfarçadas de cristãs negam que Jesus, o Cristo é o único filho de Deus. Eles elaboram uma teologia às próprias expensas, porque querem trilhar um caminho supostamente independente de Deus. Esta é uma das manifestação da decadência e degeneração espiritual do homem. Para não negarem Cristo totalmente, atribuem a ele apenas como um espírito evoluído, um caridoso judeu da Galileia, um mestre de ensinos do bem, um comunista, um humanista. É exatamente esta postura que as Escrituras denominam de anticristos.
A síntese da história do homem pela ótica de Deus, nas Escrituras, é: geração, degeneração e regeneração. A geração original foi a que Deus fez o homem do pó da Terra, chamando-o Adão ou Adamah (barro vermelho). Tal homem feita à imagem de Deus deveria adquirir também a semelhança d'Ele por meio de Cristo a fim de tornar-se também filho de Deus. Entretanto, aconteceu a queda pelo pecado original, sendo este a incredulidade conforme Jo. 16:9. Por esta razão o plano de Deus foi executado por meio do envio de Cristo o seu Filho Unigênito naquele tempo para redimir o pecador, tornando-se assim, o Filho Primogênito dos mortos, a saber, o primeiro a receber o corpo glorificado na ressurreição. Desta forma a história inteira da humanidade se resume em geração, degeneração e regeneração. Regeneração consiste em restaurar algo ou alguém ao estado originalmente concebido. Tal regeneração visa redimir o homem, a Terra e todas as coisas que nela há. Tudo será restaurado ao plano supremo proposto por Deus. Muitos céticos, ateus e incrédulos tomam o argumento que Deus foi pego de surpresa pela queda do homem. De fato, não foi, até porque o texto bíblico mostra que o Cordeiro de Deus foi imolado antes da fundação do mundo conforme Tm. 1:9.
Redenção consiste em restituir ao proprietário original algo que lhe foi usurpado ou perdido. Então na regeneração a alma é restaurada a Deus, o corpo será também transformado e glorificado, e o espírito é reconciliado com Deus novamente na justificação em Cristo.
O Apocalipse é o registro dos acontecimentos dos últimos dias do tempo entre a geração original do homem, dos céus e da Terra e a recriação de novos céus e de uma nova Terra onde habitará a justiça eternamente. Assim, como a Terra ficou sujeita à maldição por causa do pecado, na nova Terra não haverá mais maldição alguma. É o último capítulo da história de amor que sofreu um contratempo, mas o propósito eterno de Deus se manteve firme. 
O religioso não pode alcançar muitas coisas da verdade, porque ele não sofreu o processo de regeneração. É apenas alguém que serve a um sistema de crenças cujo objetivo é tentar religar-se a Deus por seus méritos e justiças próprias, que, aos olhos de Deus são trapos de imundícias. Foi Helmut Richard Niebuhr, teólogo neo-ortodoxo quem afirmou em sua obra "O Reino de Deus na América", o seguinte: "Um Deus sem ira trouxe homens sem pecado para um reino sem julgamento por meio das ministrações de um Cristo sem a cruz." Ora, é isto mesmo, pois hoje prevalece um sistema de crenças onde tentam perpassar a imagem de um Deus tolerante que não executa a justiça contra o pecado. Afirmam que o pecado é apenas um distúrbio de base endócrina e que é uma visão medieval. Encorajam o homem a fazer tudo o que desejar, porque, o que importa é ser feliz. Pretendem por meio de suas crenças místicas criar e estabelecer um paraíso na Terra sem qualquer limite ou barreira moral para não criar constrangimentos à personalidade do homem. E finalmente falam em um Jesus Cristo mais mítico do que real, tentando eliminar a cruz, porque é algo sem sentido. Afinal, deduzem eles, qual a serventia de um salvador que morre numa cruz?
Esta afirmação de Niebuhr sintetiza o exato pensamento dominante nas igrejas, seitas e religiões dos tempos modernos. É o homem pelo próprio homem, estando Deus apenas como um mito a ser tolerado e Jesus, o Cristo apenas como um bom camarada que veio trazer grandes ensinamentos. 
Sola Scriptura!

abril 01, 2013

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XVII

Mt. 24: 20 a 22 - "Orai para que a vossa fuga não suceda no inverno nem no sábado; porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá. E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias."
A grande tribulação será um tempo de muita dor e sofrimento como jamais houve em toda a história do planeta Terra. Também será uma única vez e para sempre, pois jamais haverá novamente sofrimento, dor, lágrima e o mal será extirpado eternamente. Será um tempo de tão grande angústia que Deus se encarregará de abreviar os dias para poupar os eleitos cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro. Os eleitos ou escolhidos foram conhecidos pelo coração de Deus antes que houvesse o próprio mundo, não com base no bem ou justiça que viriam a praticar, mas com base na soberana vontade d'Ele. Deus não só os conheceu com afetuoso amor, como também os predestinou, chamou, justificou e glorificou conforme Rm. 8: 29 e 30 - "Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou." Ao contrário do ensino universalista dos religiosos arminianos, e todo homem é por natureza arminiano, a predestinação é monérgica, a saber, é realizada tão somente pela vontade de Deus. Se você acha que Ele é injusto ao escolher alguns e não todos, diga isto a Ele. Tal escolha não é com base no que o homem faz conforme Rm. 9:10 a 16 - "E não somente isso, mas também a Rebeca, que havia concebido de um, de Isaque, nosso pai, pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama, foi-lhe dito: o maior servirá o menor. Como está escrito: amei a Jacó, e aborreci a Esaú. Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum. Porque diz a Moisés: terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia." Então Esaú e Jacó ambos filhos de Isaque, pai dos judeus, sequer haviam nascido e Deus escolheu a Jacó. A explicação da decisão soberana de Deus está no próprio texto acima, pois é Ele quem tem misericórdia e compaixão de quem quer. A escolha soberana de Deus não depende do que faz ou do que deixa de fazer o pecador. Ora, se alguém pudesse ser eleito pelo que faz, ou condenado pelo que deixa de fazer, Jesus seria absolutamente descartável e dispensável. As justiças e os méritos do homem decaído são como trapos de imundícias perante Deus conforme afirma o profeta Is. 64:6a - "Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia."
Pois bem, esta introdução é para que fique bem claro que neste espaço não se ensina doutrina religiosa arminiana ou de quaisquer outras naturezas. Também, para que, aquele que lê saiba e entenda os acontecimentos escatológicos. O diagrama a seguir serve para ter uma visão sucinta dos fatos e acontecimentos bíblicos do ponto de vista das Escrituras.


Então, vê-se na frisa do tempo os principais acontecimentos históricos relacionados ao "supremo propósito" de Deus para a Terra e a Igreja nos últimos dias. Igreja no sentido essencialmente bíblico é o conjunto de todos os regenerados em todos os tempos e lugares. Estes regenerados foram redimidos pela graça mediante a fé, tanto antes, como durante, e depois de Jesus, o Cristo. A Igreja nas Escrituras nada tem a ver com estas instituições criadas, desenvolvidas e mantidas pela arrogância humana. Não se deve confundir congregação com agregação de pessoas.
A dispensação da graça é o período de tempo que se inicia com a crucificação, a morte e a ressurreição de Jesus, o Cristo, até o seu retorno invisível para os eleitos no arrebatamento. Após este período dar-se-á início à dispensação do juízo, quando, então, a Terra será purificada, as nações serão julgadas, o Anticristo será destruído, Satanás será preso e Cristo retornará visivelmente aos olhos de todos para restaurar a Terra. Ao processo de juízos, purificação e restauração da Terra dá-se o nome de grande tribulação. A Igreja não passará por este período, mas neste tempo ainda haverá anúncio do evangelho diretamente do céu e milhares de milhares serão convertidos. Porém, estes serão perseguidos e mortos pelo Anticristo.
Muitos dos fatos retratados no diagrama acima já foram explicados nos outros estudos sobre as "Setenta Semanas" da profecia de Daniel. Após a redenção da Terra e a prisão de Satanás haverá um governo de reestruturação e grandes mudanças realizado por Cristo na Terra. Neste tempo as nações e povos se multiplicarão abundantemente e haverá plena paz e justiça. Ao final dos mil anos, Satanás será solto para a grande batalha entre as forças espirituais do mal e as forças espirituais de Cristo. Do confronto final Satanás sairá derrotado e lançado finalmente no inferno, juntamente com os seus seguidores conforme Ap. 20: 10, 14 e 15 - "...e o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo.
Soli Deo Gloria!