Mc. 14: 60 a 64 - "Levantou-se então o sumo sacerdote no meio e perguntou a Jesus: não respondes coisa alguma? Que é que estes depõem conta ti? Ele, porém, permaneceu calado, e nada respondeu. Tornou o sumo sacerdote a interrogá-lo, perguntando-lhe: és tu o Cristo, o Filho do Deus bendito? Respondeu Jesus: eu o sou; e vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: para que precisamos ainda de testemunhas? Acabais de ouvir a blasfêmia; que vos parece? E todos o condenaram como réu de morte."
É fundamental entender que o Velho Testamento é o texto das Escrituras escrito em hebraico. O Novo Testamento foi escrito em grego koiné, isto é, o grego popular resultante da disseminação do helenismo na expansão do Império Greco-Macedônio para o Oriente. Tudo foi determinado na sabedoria divina para que houvesse o domínio do Império Romano ou a "pax romana", garantindo a expansão do evangelho além das fronteiras de Israel. Também a disseminação do gênio da língua grega para a pregação do evangelho. Os néscios não conseguem alcançar estes fatos como partes da economia divina, porque tentam trazer os planos de Deus para a compreensão horizontal e pobre do homem decaído. Ora, Deus usa seus métodos para cumprir o "supremo propósito". Estes impérios dominantes e outros já passados nesta época foram fartamente anunciados por meio dos profetas. Neste sentido é necessário entender o que Deus afirma de si mesmo conforme Is. 46: 9 e 10 - "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade."
Neste ponto debruçar-se-á sobre o retorno do Grande Rei ao mundo uma outra vez. É necessário tratar de alguns aspectos escatológicos para que se possa entender melhor quando se escrever sobre o Apocalipse futuramente. No texto grego koiné do Novo Testamento há cinco termos para expressar o retorno de Cristo, o Grande Rei. São eles:
a) "Optomai" que significa aparecer conforme Hb. 9:26 - "Aparecerá segunda vez, sem precado, aos que o aguardam para a salvação." Vê-se, que, primeiramente o Cristo não mais atrairá o pecado dos homens a si nesta sua manifestação, além do que, aparecerá para os que o aguardam e não para todos os homens.
b) "Ercomai" que significa vir conforme Jo. 14:3 - "E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também." Também surge em At. 1:11, II Ts. 1:10, Jd. 14 e Ap. 1:7.
c) "Epiphanos" que significa aparecer ou manifestar conforme I Tm. 6:15 - "... que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo." Aparece também em II Tm. 1:10, 4:1 e 4:8.
d) "Apokalypsis" que significa desvendamento, revelação, aparecimento e vinda, respectivamente. Pode ser lido em I Pd. 1:13 - "Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo." Aparece ainda em I Pd. 1:7 I Co. 1:7 e Ap. 1:1.
e) "Parousia" que significa presença ou vinda visível conforme I Co. 15:23 - "Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois os que são de Cristo, na sua vinda." Aparece ainda em I Ts. 2:19, 4: 15, 5:23, II Ts. 2:1, II Ts. 2:8 e Tg. 5:7 e 8.
Tais diferenças de vocábulos se fazem necessárias de acordo com o contexto e as circunstâncias da manifestação de Cristo. Em um texto pode significar apenas a revelação espiritual, ou seja, no espírito do regenerado, trazendo-lhe entendimento e conforto. Em outro contexto pode significar a manifestação invisível ao mundo no arrebatamento da Igreja antes da Grande Tribulação. E ainda em outro contexto a manifestação visível aos olhos de todas as nações da Terra. Portanto, é necessário receber a graça do Altíssimo para compreensão e revelação das Escrituras. Muitos sabem muito sobre bíblia e religião, mas não têm revelação espiritual alguma. São meros intelectuais das Escrituras. Não basta conhecer as Escrituras intelectualmente, saber textos decorados e recitá-los, ter títulos religiosos pomposos, cursos nas melhores faculdades teológicas e seminários. Falar de Deus, de Jesus, da Bíblia e de religião não assegura nenhuma garantia de verdade e redenção. Esta só se recebe por graça e misericórdia mediante a fé pela inclusão do pecador na morte de Cristo. Os que recebem tal bênção têm os seus nomes escritos no livro da vida antes da fundação do mundo conforme Ef. 1: 3 a 13 - "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado; em quem temos a redenção pelo seu sangue, a redenção dos nossos delitos, segundo as riquezas da sua graça, que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência, fazendo-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que nele propôs para a dispensação da plenitude dos tempos, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra, nele, digo, no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, com o fim de sermos para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo; no qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa..."
Na sequência tratar-se-á do arrebatamento da Igreja nos termos estritamente bíblicos. Estes estudos não estão atrelados a nenhuma corrente de pensamento teológico humanista, gnóstico ou religioso institucional. Portanto, não perca seu tempo discutindo, rebatendo, contestando ou fazendo comentários sobre teorias humanas acerca das Escrituras. Tais comentários sequer serão respondidos.
Sola Gratia!
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