outubro 09, 2012

OS DOIS LADOS DA HUMANIDADE

Lc. 23: 39 a 43 - "Então um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava dele, dizendo: não és tu o Cristo? salva-te a ti mesmo e a nós. Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: nem ao menos temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça; porque recebemos o que os nossos feitos merecem; mas este nenhum mal fez. Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. Respondeu-lhe Jesus: em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso."
No tocante aos homens são todos pecadores por natureza e não apenas por atos. O pecado que rompeu a comunhão da criatura humana com o seu Criador foi a incredulidade. Quem afirma isto é Cristo em Jo. 16:9 - "... do pecado, porque não creem em mim." Isto faz todo sentido, pois no Éden a queda do homem no pecado original foi exatamente por incredulidade conforme Gn. 2:17 - "... mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás." Depois de ouvir de Satanás a pregação oposta, descreu da Palavra de Deus conforme Gn. 3:4 - "Disse a serpente à mulher: certamente não morrereis." Não só afirmou isto, mas também induziu, no verso seguinte, a ideia que Deus era egoísta e não queria que o homem experimentasse algo de bom que guardava só para si. Ainda hoje este tem sido um truque do inimigo das almas dos homens: levá-los à desconfiança em relação a retidão de Deus.
Muita gente pensa que a incredulidade é um estado de livre opção de alguém que não crê em Deus, não pertence a uma religião, não professa nenhum tipo de fé. Entretanto, incrédulos são todos os que não creem na Palavra de Deus como Palavra d'Ele dirigida ao homem. Creem-na apenas como manual de religião de onde retiram porções escolhidas, ora para ferir as outras pessoas, ora para tentar tirar algum proveito próprio na solução dos seus dramas. Estes são, além de incrédulos, barganhistas e absolutamente materialistas. Neste sentido há milhões e milhões de incrédulos dentro das próprias igrejas, catando, dançando, se iludindo e sendo iludidos por afirmar o que não conhecem e o que não receberam do alto. Suas crenças são de segunda mão, pois seguem um receituário vindos de outras pessoas!
Pois bem, no texto que abre este artigo vê-se a cena da crucificação de Jesus, o Cristo. Percebem-se os dois lados da humanidade: o que foi preordenado para crer e o que segue a sua natureza pecaminosa cegamente sem perceber o que está acontecendo. Um dos malfeitores, o que representa a humanidade incrédula, desafiava Jesus a salvar-se a si mesmo e aos dois companheiros de cruz. Como judeus ambos conheciam os textos proféticos e todos os ensinos religiosos da Torá ou do Pentateuco e do Talmude, os quais afirmavam desde Gênesis que o Cristo iria morrer para redimir os pecados dos eleitos. A lei e os profetas eram ensinados desde que o judeu era criança, e, aos treze anos, se fazia o 'bar mitzvah', ou seja, a iniciação na lei e no conhecimento das Escrituras. Entretanto, nada destes textos havia tocado o espírito daquele malfeitor. Ele era uma criatura puramente almática e sensível apenas aos seus interesses imediatistas pra se livrar daquilo que o colocava diante da morte. Não reconhecia o seu pecado original, e, muito menos os seus atos pecaminosos praticados pela vida. O outro malfeitor, por sua vez, não só reconhecia que estava ali porque merecia, mas ainda se dirigiu a Cristo, reconhecendo a sua divindade e a sua santidade. Confessou que era culpado e suplicou pelo perdão e pela lembrança misericordiosa do salvador quando entrasse no reino eterno. Este é o lado da humanidade que se vê como pecadora e se reconhece carente da graça de Deus. Só há salvação para quem se vê como perdido e culpado pela natureza pecaminosa. Não é uma questão de escolha ou opção livre como pensam os que recebem ensinos de demônios sutilmente pregados na literatura, na televisão, nos filmes, nas escolas, na filosofia e até mesmo nas igrejas.
Em igrejas institucionais onde ocorre um culto puramente exterior e emocional a coisa se circunscreve na esfera apenas almática. Eles sabem diversos dogmas, preceitos, regras, doutrinas e ritos. Entretanto, não conhecem e não reconhecem as Escrituras como palavra de Deus. Neste sentido mantêm as suas naturezas pecaminosas decaídas e apostatadas de Deus ainda que dentro de uma igreja. É como Cristo afirma: "do pecado, porque não creem em mim." As pessoas nesta situação afirmam crer em Deus, mas quando se trata de Jesus, o Cristo, a maioria não crê que Ele é o Filho Unigênito de Deus, que foi Deus quem o destinou à morte de cruz, que foi o Espírito Santo que o conduziu ao deserto para ser tentado por Satanás, e, que, Deus o ressuscitou dentre os mortos e por meio deste processo incluiu o pecador eleito em sua morte de cruz conforme Gl. 2: 20 e 21 - "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. Não faço nula a graça de Deus; porque, se a justiça vem mediante a lei, logo Cristo morreu em vão." Tais pessoas anulam a graça de Deus, porque querem ser justificadas pelos seus próprios atos de justiça e de méritos, os quais nunca existiram, e, jamais existirão sem a morte com Cristo conforme Rm. 6: 6 e 11 - "... sabendo isto, que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus." Veja que foi o "velho homem" quem foi crucificado com Cristo e não o "homem velho". Isto faz grande diferença e quase todos passam por este texto sem nenhuma revelação. O velho homem é a velha natureza adâmica, pecaminosa e incrédula; o homem velho é apenas um homem idoso que continua com o corpo do pecado. As pessoas incrédulas, ainda que religiosas, ou mesmo ateias são sempre cheias de si mesmas e não admitem qualquer outra base ou sistema que não seja o que lhes foi repassado de segunda mão. Elas fincam pé no que receberam por tradição e por desespero ou interesses pessoais como a única verdade. Têm, geralmente, respostas prontas para tudo o que destoa da sua crença. Se fecham como caramujos em torno da sua defesa e já têm todo o discurso agressivo e reativo pronto. Esta é a primeira característica da humanidade que não pode ver e não pode entrar no reino de Deus conforme Jo. 3:3 e 5 - "Respondeu-lhe Jesus: em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Jesus respondeu: em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus." Como elas não recebem revelação, porque enxergam apenas o que Deus pode fazer por elas, passam batidas pelos textos, ou mesmo, inventam uma teologia pessoal para elas e fica tudo como os seus corações pecaminosos desejam. Elas já construíram o seu próprio reino com base apenas no seu sistema de crenças!
Sola Gratia!

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