Am. 5: 6 a 10 e 18 a 26 - "Buscai ao Senhor, e vivei; para que ele não irrompa na casa de José como fogo e a consuma, e não haja em Betel quem o apague. Vós que converteis o juízo em alosna, e deitais por terra a justiça, procurai aquele que fez as Plêiades e o Orion e torna a sombra da noite em manhã, e transforma o dia em noite; o que chama as águas do mar, e as derrama sobre a terra; o Senhor é o seu nome. O que faz vir súbita destruição sobre o forte, de sorte que vem a ruína sobre a fortaleza. Eles odeiam ao que na porta os repreende, e abominam ao que fala a verdade.(...) Ai de vós que desejais o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor? Ele é trevas e não luz. E como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se, entrando em casa, encostasse a mão à parede, e o mordesse uma cobra. Não será, pois, o dia do Senhor trevas e não luz? não será completa escuridade, sem nenhum resplendor? Aborreço, desprezo as vossas festas, e não me deleito nas vossas assembleias solenes. Ainda que me ofereçais holocaustos, juntamente com as vossas ofertas de cereais, não me agradarei deles; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais cevados. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras. Corra, porém, a justiça como as águas, e a retidão como o ribeiro perene. Oferecestes-me vós sacrifícios e oblações no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? Sim, levastes Sicute, vosso rei, e Quium, vosso deus-estrela, imagens que fizestes para vos mesmos."
Os tempos são tempos de muita confusão: confusão econômica, confusão social, confusão política, e, principalmente, confusão religiosa. Fala-se muito contra esta ou aquela igreja, este ou aquele pregador, líderes lutam uns contra os outros, disputando quem é o mais importante. Um líder é tido como roubador do povo; outro líder é tido como explorador da crendice popular. Um grupo é acusado de ter cometido atrocidades ao longo da história em nome da religião; outro grupo é apontado como herege, porque rompeu com a religião dominante. O poder econômico transforma símbolos e tipos religiosos em produtos do comércio. O poder político transforma as religiões institucionais em "currais eleitorais". A sociedade transforma a religião em centros de misticismo onde espera mitigar as dores da alma. Todavia, tudo está perfeitamente em conformidade a todas as previsões do Mestre Jesus, o Cristo e dos seus discípulos e apóstolos. Nem mais, nem menos!
O texto que abre esta instância é veterotestamentário, entretanto, a cada dia se torna mais e mais atualizado. Buscar ao Senhor para ganhar a vida verdadeira e abundante de Cristo só é possível pela misericórdia e pela graça de Deus, visto que o homem decaído não possui qualquer inclinação para buscá-lo conforme Rm. 3: 10 e 14 - "... como está escrito: não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios; a sua boca está cheia de maldição e amargura." Alguém que é cumpridor de dogmas, regras e preceitos, pode protestar e dizer: 'eu não sou assim, logo, este texto não é para mim'. Como disse Caetano Veloso: "de perto todo mundo é louco." É isso mesmo! Olhando os textos bíblicos de perto, a saber, pelas lentes do Espírito de Deus, verificar-se-á que ninguém pode se eximir da incompetência para buscar ao Senhor espiritualmente. Não se pode confundir busca por religião exterior, experiências almáticas e ritos místicos com busca por Deus. São fatos absolutamente assimétricos no conteúdo e na extensão dos seus significados. Declarar fé, não é o mesmo que ganhar a fé, visto que ela é um dom. Mencionar o nome de Deus e de Cristo, não autoriza uma relação vivificada e ressurrecta. Declarar o nome de Jesus e conhecer porções das Escrituras não são passaportes para a redenção e a justificação espiritual.
Deus mesmo está dizendo: "Vós que converteis o juízo em alosna, e deitais por terra a justiça, procurai aquele que fez as Plêiades e o Orion e torna a sombra da noite em manhã, e transforma o dia em noite; o que chama as águas do mar, e as derrama sobre a terra; o Senhor é o seu nome." Desta estirpe são os que Ele está intimidando a buscá-lo, logo, quais as credenciais destas pessoas? Deus está convocando homens que "... odeiam ao que na porta os repreende, e abominam ao que fala a verdade." Até aqui, novidade alguma, pois todos os homens são por natureza exatamente assim. O diferencial não está no que os homens fazem ou deixam de fazer, no que podem ou não podem fazer, mas no que Deus é e faz a quem nada merece. Isto é graça plena e irresistível, pois o pecador cuja natureza é avessa a Ele, será atraído até a cruz para ser redimido conforme Jo. 6:44 - "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia." Não depende do homem e do seu sistema de crenças, mas de Deus conforme Rm. 9: 16 - "Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia." Deus é o único ser que, em todo o universo, ama os que o odeiam e os atrai pelas cordas do amor conforme Os. 11:4 -"Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para lhes dar de comer." É uma referência ao povo hebreu que estava cativo no Egito, e, por extensão de sentido, a todos os homens escravizados pela natureza pecaminosa.
Muitos religiosos imaginam em suas mentes cauterizadas pelos muitos rituais, sacrifícios e sacramentos que praticam, que estão salvaguardados do inferno por praticarem esta ou aquela crença, religião ou rito. Resistem bravamente a qualquer que os repreende com amor e que lhes comunica a verdade bíblica. Julgam que seus sistemas de crenças já contêm a verdade suficiente para a sua segurança. Todavia, Deus mostra que, apesar de todos os ritos e práticas: "aborreço, desprezo as vossas festas, e não me deleito nas vossas assembleias solenes. Ainda que me ofereçais holocaustos, juntamente com as vossas ofertas de cereais, não me agradarei deles; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais cevados. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras." Deus rejeita a religião exterior que não passa pelo crivo da justiça e da retidão espiritual. Tal justiça exigida não é um padrão comportamental e a retidão não é uma tabela matricial de dogmas, preceitos e regras. A justiça é Cristo crucificado, atraindo os pecadores eleitos para destruição das suas naturezas pecaminosas conforme Rm. 6:6 e 7 - "... sabendo isto, que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. Pois quem está morto está justificado do pecado." Igualmente, a retidão é o fruto da vivificação em Cristo conforme Cl. 2: 13b e 14 - "... vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos; e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz."
No texto de Amós, Deus está dizendo que os hebreus ofereceram sacrifícios e ofertas por quarenta anos no deserto, entretanto, fizeram deuses para adoração e culto exterior. Sacrificavam, cantavam, dançavam, ofereciam, porém fabricaram os deuses de ferro, Sicute e Quium. Logo, que valor têm tais ofertas, sacrifícios, cânticos, rezas, execução de rituais, catecismos, liturgias, crendices e práticas místicas?
Por todas estas razões é que o "dia do Senhor" virá como ladrão vem a noite, quando ninguém o espera conforme I Ts. 5:2 - "... porque vós mesmos sabeis perfeitamente que o dia do Senhor virá como vem o ladrão de noite." Também este dia será como afirma o texto de abertura: "... Ele é trevas e não luz. E como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se, entrando em casa, encostasse a mão à parede, e o mordesse uma cobra." Isto indica que tal desespero ocorrerá, porque não haverá mais esperança para os que ficaram na Terra após o arrebatamento da Igreja verdadeira que não cultua entre quatro paredes, não se define por um dogma, não se explica por comportamentos e não é visível ao mundo sem Cristo.
O dia do Senhor virá, não como um dia normal, pois não é um dia de vinte e quatro horas, mas será um período de tempo de grande angústia aos que permaneceram apenas nos seus sistemas de crenças de segunda mão sem se importar com a verdade conforme Is. 2:12 - "Pois o Senhor dos exércitos tem um dia contra todo soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido." O pior tipo de soberba e arrogância é a religiosa, pois deixa o tolo na presunção de salvação, quando, de fato, está indo pro inferno.
Sola Fide!
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