outubro 08, 2012

APENAS LISONJAS RELIGIOSAS

Mt. 15: 7 a 9 - "E assim por causa da vossa tradição invalidastes a palavra de Deus. Hipócritas! bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem."
Os religiosos, independentemente, de que matiz fazem parte criam uma série de jargões, clichês, preceitos, regras e normas paralelas às Escrituras. Produzem e reproduzem teologias humanas para sustentar os seus sistemas de crenças, e, por vezes, de crendices mesmo. Refundam um outro evangelho mais aceitável às suas exigências, podendo ser estas desde as mais cruéis até as mais flexíveis.
Sacralizam coisas e coisificam Cristo que é digno de toda reverência, honra e glória. Humanizam Deus e deificam homens cínicos cujo objetivo é se locupletar às custas das igrejas e seus seguidores. São, por vezes, sequiosos por fama, prestígio e poder, pouco se importando com o destino das pessoas. Acerca destes o apóstolo Paulo já prevenia o pastor Timóteo no primeiro século da era cristã conforme II Tm. 3: 1 a 5 - "Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta-te também desses."
Existe uma falsa teologia do "ungido do Senhor" apregoada em certos arraiais, a qual afirma que nenhuma membro da igreja pode levantar a mão contra o ungido do Senhor. Há diversos textos bíblicos com tal referência, especialmente em I e II Samuel. Entretanto, o ungido a que aludem os tais textos é o Senhor Jesus e não um homem, pastor, líder ou religioso. As referências são muito claras sobre quem é o ungido de Deus. Tal propositura visa proteger líderes inescrupulosos da ira de membros que se revoltam contra os seus atos. Entretanto desconhecem, que, é mais tremendo cair nas mãos do Deus vivo do que no desagrado de homens insanos. As Escrituras ensinam que Deus dá pastores e mestres segundo o coração d'Ele e não mimados e paparicados sequiosos por sucesso e fama.
Outra teologia resultante de invencionice é a do "casamento misto". Quando Deus proibiu o casamento entre hebreus e moças e rapazes de outras tribos habitantes da terra de Canaã, objetivava manter a unidade do povo hebreu, para que, dele pudesse vir o Messias da promessa sem mescla cultural de costumes pagãos. Este é um fato comprovável nas Escrituras em diversas instâncias. Não era por questões de maior ou menor pureza espiritual, pois esta homem nenhum possui. Deus estava forjando a identidade do povo de Israel como povo monoteísta e cujas esperanças repousassem sobre o Messias da promessa. Há nas igrejas ditas cristãs esse mito de que os jovens não devem se casar com outros de outras igrejas, ou de crenças diferentes e divergentes das suas. Alegam que isto traz maldição e gera filhos malditos por ser uma união mista ou jugo desigual. Ora, quantos são os inumeráveis casos de pessoas que se casam dentro da mesma denominação religiosa, da mesma igreja, defendendo os mesmo princípios e valores, e, no entanto, se separam, se traem ou vivem de modo truculento? Então, o casamento misto não tem nada a ver com religiões e crenças, mas ser ou não ser nascidos de Deus. Usam o texto paulino que diz: "Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? ou que comunhão tem a luz com as trevas? Que harmonia há entre Cristo e Belial? ou que parte tem o crente com o incrédulo? E que consenso tem o santuário de Deus com ídolos? Pois nós somos santuário de Deus vivo, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Pelo que, saí vós do meio deles e separai-vos, diz o Senhor; e não toqueis coisa imunda, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso." O contexto nada tem a ver com matrimônio, mas sim com culto, adoração e comunhão. Há religiosos tremendamente incrédulos, como há incrédulos tremendamente honestos em sua maneira de viver moralmente.
Há ainda, aqueles que tomam o assessório pelo essencial e faz disso a base do seu sistema de crenças. O batismo em águas é um desses casos: para uns o batismo é essencial à salvação, para outros apenas um símbolo e para outros nem uma coisa e nem a outra. Ora, aquele malfeitor que estava crucificado ao lado de Jesus, o Cristo não foi batizado. Entretanto, Cristo disse-lhe que estaria com Ele no paraíso. Alguns argumentam, utilizando princípios de base forense, dizendo: enquanto o testador está vivo pode mudar o testamento. Todavia, o batismo não é um mandamento, mas apenas um rito de identificação do nascido de Deus com a morte e a ressurreição de Cristo. O verdadeiro batismo é na morte d'Ele conforme Rm. 6: 3 a 7 - "Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. Pois quem está morto está justificado do pecado." O batismo simbólico de nada adianta se não representar visivelmente este batismo invisível e produzido pela fé genuína nos eleitos e predestinados.
Outro mito que se perpetua dentro das igrejas religiosas é o da adoração. Ora, creditam aos atos exteriores um imenso poder de convencimento de Deus a lhes ser favorável ou afável. Já se ouviu muito a seguinte expressão: "irmãos vamos adorar e louvar, porque quanto subir o louvor e adoração, mais bênçãos cairão." Isto é a coisa mais barganhistas e diabólica que se pode pregar e ensinar dentro de uma igreja. Nesta mesma linha estão os jejuns programados e forçados para convencer Deus a agir em favor deste ou daquele homem, desta ou daquela causa. Neste ponto recorda-se de uma posição piedosa de Madame Guiyon: "eu oro, não para convencer a Deus, mas até que Ele me convença."
A Bíblia é outro objeto de culto em muitas e diversas igrejas e seitas. Ela é utilizada absoluta e providencialmente fora de contexto a pretexto de culto e adoração. As traduções são absolutamente tendenciosas, e, em certos casos, perigosas. Cada tradutor toma dos códices e traduzem-nos de acordo apenas com a base de sustentação das suas crenças. Isto lembra do que confessou Watchmann Nee: "eu tenho inveja das lavadeiras da minha aldeia, porque enquanto eu tenho a palavra de Deus, elas têm o Deus da palavra." Simplesmente as lavadeiras não discutiam teologia e não sabiam doutrinas e textos de cor. Apenas criam no que as Escrituras declaram sobre Deus e o seu Filho Unigênito.
O texto de abertura deste artigo coloca em tábula rasa as tendências horizontalizadas e humanistas dos religiosos. Demonstra com absoluta clareza, que, aquilo que declaram acerca de Deus, Jesus e da verdade são meras lisonjas que invalidam as Escrituras. Sobrepõem as tradições, religiões exteriores e ritos extravagantes à verdade que é Cristo e não uma concepção filosófica, científica ou teológica. O que os lábios falam não provém do coração, ou seja, da sede da alma e do espírito. Proliferam as doutrinas e os preceitos de homens ao invés de adorar e honrar Cristo em espírito e em verdade.
Sola Scriptura!

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