I Co. 1: 18 a 24 - "Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. porque está escrito: destruirei a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a sabedoria e o entendimento dos entendidos. Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o questionador deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que creem. Pois, enquanto os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria, nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus."
Um sermão se define como sendo um discurso oral feito por um profeta, líder de uma religião, seita, por membro do clero, abordando temas bíblicos, teológicos, religiosos ou morais. Em geral sustenta uma crença, lei ou comportamento humano em um contexto presente ou pretérito. São elementos constitutivos de um sermão: exposição, exortação e aplicação prática. É por vezes chamado também de homilia, ou seja, uma peça de pregação de uma determinada doutrina. Há pessoas dotadas de eloquente capacidade retórica e capazes de orar de modo a comover os ouvintes. Há outros que, não possuem uma excelente retórica, mas o que pregam é a verdade em sua essência. Levando em consideração a exposição de um texto escriturístico, pode-se fazê-lo por meio de exegese, quando se retira do texto significações que possam ir além da letra. Também, se pode fazer eisegese, a saber, colocar no texto palavras e sentidos que não estão lá. São formas de forçar interpretação favorável a uma causa, doutrina ou crença. Sempre houve os pregadores de sermões eisegéticos conforme informa o apóstolo Paulo em II Co. 2:17 - "Porque nós não somos falsificadores da palavra de Deus, como tantos outros; mas é com sinceridade, é da parte de Deus e na presença do próprio Deus que, em Cristo, falamos."
Os sermões exegéticos ou eisegéticos conduzem a uma hermenêutica capenga apoiada apenas na sabedoria humana, sendo esta conforme Tg. 3:15 - "Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica." Na verdade, muitas pregações que se ouvem por aí, nada mais são, que peças de retórica e nada expõem, exorta ou aplica a verdade originada em Deus. O ensino deve ser originado na sabedoria ensinada por Deus e não pela apreensão do intelecto conforme I Co. 2:13 - "... as quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais." No passado os demônios eram tidos como entidades cheios de sabedoria, ou seja, eram cridos não como seres maléficos, mas aqueles que intermediavam entre o mundo humano e o mundo espiritual. Na mitologia grega eram chamados de 'daimonion', ou seja, espírito sobrenatural que, na crença grega, apresentava uma natureza intermediária entre a mortal e a divina, frequentemente, inspirando ou aconselhando os humanos. Hoje há diversos grupos herméticos ou abertos, porém místicos que ressuscitam estas crenças e as colocam em prática. Tais entidades são chamadas de duendes, avatares, protetores, arcanos, anjos da guarda, espíritos protetores, mentores, guias.
Com o advento do Cristianismo é que os tais espíritos foram classificados como demônios no sentido maléfico. Por esta razão, muitos gnósticos, espiritualistas e místicos atacam o Cristianismo a fim de manter as crenças antigas. Outros tentam igualar o Cristianismo às crenças míticas e lendárias para jogá-lo na vala comum das crendices. Entretanto, é necessário fazer distinção entre Cristianismo Histórico e Nominal e o ensino do Cristo. São questões absolutamente opostas em sua natureza e origem.
A palavra da cruz é uma outra pregação, que, geralmente, não agrada nem aos cristãos nominais e religiosos, e, muito menos, aos homens naturais. A palavra da cruz é loucura, porque não faz concessão ao discernimento racional e gnoseológico. Está, portanto, fora do âmbito do humanismo gnóstico e apostatado de Deus. Para Deus a sabedoria humana e o entendimento dos entendidos, não passa de um acervo de auto-endeusamento contaminado pela natureza pecaminosa. Nestas condições não há como tal sabedoria conduzir o homem ao pleno conhecimento de Deus.
A Deus aprouve uma outra proposta de redenção por meio da graça e mediante a fé, sendo ambas concedidas por Ele mesmo ao pecador. Logo, a palavra da cruz é uma ação monérgica, ou seja, única e exclusivamente procedente da soberana vontade de Deus. Por esta razão é loucura aos que perecem, a saber, aos que permanecem mortos pela natureza contaminada e decaída pela incredulidade. Quando se fala em incredulidade, não se refere à ausência de religião. O referencial é a fé autêntica no que afirmam as Escrituras, independentemente de ser ou não algo compreendido racionalmente. Este é um processo extramente dolorido e rejeitado pela mente humana decaída. A mente do homem cria alternativas espiritistas, espiritualistas e subliminares para obter algo razoável à sua própria sabedoria humana. No ensino paulino, gregos e judeus simbolizavam a síntese da humanidade daquele tempo. Era uma forma de metonímia para se referir a todos os homens. Os gregos se apegavam à sabedoria nos termos a que já se expôs anteriormente. Os judeus pediam um sinal visível para poder crer. Conclui-se que ambos e a totalidade dos homens estavam seguindo apenas a sabedoria humana. Nada tinham de verdade espiritual, pois esta se discerne espiritualmente e não com base em sabedoria e sinais sensoriais.
A palavra da cruz reduz-se à pregação ou anúncio de um salvador que não salvou a sua própria vida para salvar a de todos os eleitos. Isto é escândalo à teologia dos judeus e à análise racional dos gregos. A palavra da cruz apresenta um salvador crucificado, que, mesmo podendo sair da cruz e destruir o mundo, cumpriu o que fora preordenado antes dos tempos eternos pelo Pai conforme II Tm. 1: 9 e 10 - "... que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos, e que agora se manifestou pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual destruiu a morte, e trouxe à luz a vida e a imortalidade pelo evangelho..."
Na realidade a palavra da cruz apresenta o poder de Deus para todo o que foi escrito no livro da vida e predestinado a crer. Os demais continuarão do lado de fora zombando e acusando a Bíblia, o Cristianismo, os que pregam a verdade até o dia em que terão de comparecer perante os tronos colocados para juízo conforme Ap. 20:4 - "Então vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar."
Maranata!!!
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