fevereiro 26, 2012

O EVANGELHO DE DEUS

Mc. 1: 14 a 22 - "Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galiléia pregando o evangelho de Deus e dizendo: o tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho. E, andando junto do mar da Galiléia, viu a Simão, e a André, irmão de Simão, os quais lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: vinde após mim, e eu farei que vos torneis pescadores de homens. Então eles, deixando imediatamente as suas redes, o seguiram. E ele, passando um pouco adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco, consertando as redes, e logo os chamou; eles, deixando seu pai Zebedeu no barco com os empregados, o seguiram. Entraram em Cafarnaum; e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, pôs-se a ensinar. E maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas."
O evangelho de Deus é também chamado, indiretamente, de evangelho da loucura por Paulo, na primeira carta aos coríntios. De fato, o evangelho de Deus não coincide com os padrões lógicos do homem em seu estado de degenerescência. Veja o caso de João, o batista, após levar uma vida absolutamente em aparteísmo aos padrões sociais do seu tempo, foi entregue às autoridades, sendo logo depois executado. Aquele de quem, João, não era digno de, inclinando-se, desatar as correias das sandálias, não fez absolutamente nada para impedir tal atrocidade. O que ocorre é que o homem quer nivelar os atos monérgicos e soberanos de Deus aos valores forenses e humanos. Não há ponto de conciliação entre as ações do homem corrompido em seus sistemas viciados e a justiça eterna de Deus.
O evangelho de Deus não foi posto diante dos homens para lhes massagear o ego e lhes exaltar com a natureza pecaminosa inoculada e residente. Antes, o evangelho de Deus conclama o homem a que, primeiramente, se arrependa, e depois, creia. João, o batista fez a sua pregação declarativa da necessidade de metanoia, ou seja, mudança de mente. Era uma chamada a que os homens fizessem uma revisão de conceitos, ideias, posições e relações concernentes ao reino de Deus. Não era para que se salvassem a si mesmos para receber o reino de Deus, mas para saberem que ele estava chegando. Só se recebe o reino de Deus, depois que recebe a graça da redenção, nunca o contrário.
Entretanto, é fundamental entender que a convocação de Jesus, o Cristo ao arrependimento e à fé, não era um imperativo possível de ser cumprido ativamente pela vontade humana corrompida e decaída. Rm. 3: 10 e 12 - "... como está escrito: não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só." Este não é o perfil de quem tem condições de, por conta própria, arrepender-se e crer. Não havendo justiça espiritual, entendimento espiritual, busca espiritual por Deus, como poderá mudar de mente? O homem em seu estado de decadência e morte espiritual não pode agarrar-se aos seus próprios cadarços e erguer-se como um super-homem e promover a sua própria redenção. Por isto, é dito que a salvação é pela graça mediante a fé conforme Ef. 2:8 e 9 - "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie." Nas religiões humanistas, é ensinado que a salvação é pela fé, entretanto, este não é o ensino das Escrituras. A fé é apenas o meio pelo qual Deus desperta os ouvidos e retira as escamas do olhos do pecador. A graça é a grande promotora, pois não merecendo absolutamente nada, ainda assim, Deus concede os meios para a redenção do pecador. Assim, tanto a graça, como a fé são dons de d'Ele.
A evidência textual de que a convocação ao arrependimento e à fé é precedida pela graça, é o fato que Jesus, passando, chamava pescadores e homens comuns, e estes, lhe seguia sem questionar. Isto só é possível ao pecador que recebeu a graça e a fé para crer que se tornariam pescadores de homens. A convocação do evangelho de Deus para entrar no reino de Deus é iniciada pelo próprio Deus. Se dependesse da ação sinérgica do homem, nenhum pecador seria salvo. O reino de Deus não é um lugar geográfico, mas uma condição estabelecida por uma pessoa, a saber, Jesus, o Cristo. É ele mesmo o doador e a doação, pois Ele se autodeclara em Jo. 14:6 - "Respondeu-lhe Jesus: eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim."
Solo Christus!

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