Sl. 51:2 a 7 - "Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.Contra ti, contra ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos teus olhos; de sorte que és justificado em falares, e inculpável em julgares. Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me concedeu minha mãe. Eis que desejas que a verdade esteja no íntimo; faze-me, pois, conhecer a sabedoria no secreto da minha alma. Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve."
O Novo Testamento afirma em I Jo. 5:17 que a injustiça ou a iniquidade é pecado. Por iniquidade se pode entender como um estado de falta de equidade ou ausência de equilíbrio. Isto implica em que o homem decaído vive de instabilidades em diferentes esferas da sua existência. Tudo é motivo de falta de equilíbrio, porque produz, ora excessos, ora escassez. Isto afeta, não apenas a própria pessoa, mas todas as pessoas, especialmente as que convivem mais próximas. Um pregador da mensagem da cruz afirmou certa vez que "se olharmos para nós mesmo nos deprimimos, se olharmos para os outros nos decepcionamos." Em grande parte e na maioria das vezes acontece isso mesmo. Ha casos em que a pessoa sente prazer em olhar apenas para si mesma, indicando isto também desequilíbrio, visto que ninguém pode viver só para si, ou de si para consigo. Outros, entretanto, projetam toda a sua felicidade em outra pessoa, quando esta pessoa falha, desmorona a vida do emocionalmente dependente. Logo, o que se vê, tanto em um caso, como no outro, é uma permanente falta de equidade.
O salmista Davi, no auge do seu desespero pela consciência do pecado implora a Deus que o lave das iniquidades e que o purifique do seu pecado. Esta condição de súplica é resultante, não de um coração bom e reto, mas da ação misericordiosa e graciosa do próprio Deus, agindo sobre os seus eleitos a fim de conduzi-los ao arrependimento e à fé que produz salvação. Nenhum homem pede isso, se não for movido pelo Espírito de Deus. Davi não pede para ser purificado primeiramente dos seus pecados, mas do seu pecado. Isto indica que é da incredulidade, a qual separa o homem decaído de Deus, sendo isto chamado de morte espiritual. Logo, um morto não pode pedir, e muito menos desejar absolutamente nada, salvo se ele for vivificado. É Deus quem vivifica o morto espiritualmente a fim de conduzi-lo ao arrependimento mediante a fé.
Outra questão relativamente ao pecador é que ele tem plena consciência do que de fato é. Conhece as suas transgressões, ou seja, a ruptura dos limites do que é posto como norma, preceito e regra. Por esta razão a consciência do pecado está permanentemente diante dele. E o pecador sabe que, antes de pecar contra si mesmo e contra os outros homens, peca é contra Deus. Logo, o mau procedimento em relação aos outros e às coisas, resulta do pecado contra Deus. Assim, tem-se que o pecado é a matriz dos atos pecaminosos. É esta matriz pecaminosa transmitida a todos os homens por meio do primeiro Adão, que Jesus, o último Adão veio aniquilar na cruz conforme I Co. 15:45 - "Assim também está escrito: o primeiro homem, Adão, tornou-se alma vivente; o último Adão, espírito vivificante." Sendo o primeiro Adão alma vivente, implica que o mesmo tinha apenas vida almática, porém o último Adão, Cristo, espírito vivificante. A diferença é que o primeiro era conduzido pela alma impregnada de iniquidade, transgressões por causa do pecado, enquanto o segundo, transmitiu vida eterna ao espírito do homem regenerado. Jesus é o último Adão, porque, na cruz, ele aniquila o pecado que condenava o primeiro Adão e seus descendentes diante de Deus. Ao morrer na cruz, Jesus, destruiu a raça adâmica e gerou uma nova criação em si mesmo conforme II Co. 5:17. A evidência desta verdade está na sua ressurreição como triunfo sobre a morte e o inferno. Nem a morte, nem o inferno puderam deter a vida de Cristo. Por isso, Cl. 3:4 diz: "Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória."
Sola Gratia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário