março 26, 2011

O PECADO, OS PECADOS E O PECADOR IV

Sl. 51: 1 a 5 - "Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas tansgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos teus olhos; de sorte que és justificado em falares, e inculpável em julgares. Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me concedeu minha mãe."
As Escrituras deixam claro que há o pecado, também chamado de pecado original, e que há os pecados, ou seja, os atos e atitudes pecaminosas. Por vias de consequências conclui-se que há também o pecador, aquele que possui o pecado e comete pecados. A maioria das pessoas supõe que só é pecador aquele que comete pecados, delitos, atos falhos, atitudes atentatórias contra a integridade física e psíquica de si mesmo e de outros homens. Entretanto, os textos sagrados mostram que todo homem é pecador por natureza e não apenas por atos. Os atos pecaminosos são a consequência de uma natureza inclinada para o pecado. Ainda que algum homem vivesse a vida inteira sem cometer qualquer falha, continuaria sendo pecador do mesmo jeito. A questão não se circunscreve apenas ao que se faz, mas ao que se é por natureza. Também o texto bíblico mostra que o pecado é uma espécie de erro do alvo, a saber, o alvo era crer na Palavra de Deus, mas o homem optou por crer na mentira dita pelo Diabo. A sugestão do Diabo incorporado na serpente Saraph foi que o homem se assemelharia a um 'deus', passando a ter conhecimento do bem e do mal. Neste sentido se cumpriu o que ele disse à mulher, por que a humanidade passou a ter tal consciência, porém acarretou também o que Deus havia dito caso o homem descresse e desobedecesse à primeira palavra: "certamente morrerás". A morte a que alude o texto do Gêneses não é apenas a morte física, mas primeiramente a morte espiritual. Tal natureza de morte é a separação do homem da comunhão divina. Isto deixou o espírito do homem desligado de Deus. Por isso, todos pecaram e estão destituídos da glória d'Ele.
Foi deste contexto de separação espiritual que surgiu a religião como um artifício humano para tentar reconquistar Deus por meio de sacrifícios de justiça própria, rituais, cumprimento de regras, preceitos, normas, caridade. Entretanto, a história da humanidade mostra que o homem portador da natureza pecaminosa, não tem inclinação natural para voltar sozinho à comunhão com Deus. Deus não aceita a sua religião como forma de justificação do pecado. Deus aceita apenas a provisão d'Ele mesmo contra a natureza pecaminosa. Tal provisão foi acertada antes dos tempos eternos e antes do pecado aparecer.
Rm. 3: 9 a 12 - "Pois quê? Somos melhores do que eles? De maneira nenhuma, pois já demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; como está escrito: não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só." Então, nenhum homem é justo ou pode justificar-se por si mesmo; não há diferença entre as diversas etnias humanas no tocante à natureza pecaminosa; nenhum homem pode ter entendimento da natureza divina sozinho; nenhum homem pode buscar a Deus com base em religião; todos os homens erraram o alvo por natureza e, por isso, estão extraviados; todos os homens, por melhores que sejam eticamente são inúteis; nenhum homem por mais caridoso que seja, não faz o bem. Nestes termos o pecado de fato causou profunda separação entre a criatura e o Criador conforme Is. 59:2 - "...mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça."
Sabe-se que as pessoas que possuem uma determinada crença ou religião não admite nada disso que foi escrito aí atrás, porque confiam mais nas suas crenças do que no que diz as Escrituras. Entretanto, o texto bíblico diz claramente que o pecado é uma realidade, que ele separou o homem de Deus, que nada que o homem faça muda esta verdade, e que sem a justificação por meio da inclusão na morte de Cristo, bem como na sua ressurreição, poderá solucionar o problema do pecado. Logo, não adianta fingir que o pecado não existe, não adianta mudar o nome do pecado para neologismos bonitos, não adianta usar o disfarce da religião para tentar enganar Deus, não adianta se tornar ateu ou descrente nas Escrituras, porque o pecado continua lá pronto para qualquer ato pecaminoso. E, finalmente, o pecado conduzirá o pecador para o inferno, para a vergonha e o desprezo eterno.
Sola Gratia!

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