Rm. 3:23 - "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus."
No outro texto falou-se em terminologia religiosa que nada tem a ver com a verdade do evangelho e que isto determina uma descrença generalizada no cristianismo. Entretanto, é necessário reafirmar que tal terminologia é utilizada por quem não conhece a verdade, e, que, o tal cristianismo referido não é o que Cristo ensinou. Assim, há uma profunda diferença entre o que se vê como religião e o que é a verdade cristalina vinda de Deus para o homem a fim de redimi-lo. A questão básica é que o homem impuro toma o que é puro e contamina-o para a sua própria satisfação, logo, Deus não está nisto. A religião em si pode até ser boa, produzir bons resultados materiais, comportamentais e reformar o homem moralmente. Porém, isto não pode salvá-lo, porque a salvação é de outra dimensão, a saber, da esfera espiritual e é uma ação de Deus em direção ao pecador e não do pecador em direção a Ele. A isto dá-se o nome de salvação monérgica, enquanto a salvação oferecida pela religião é uma "salvação" sinérgica.
O texto que abre este artigo é claro ao afirmar que "todos pecaram", logo, não há exceções. Também é igualmente claro ao afirmar que estes que pecaram "estão destituídos da glória de Deus." Assim, algo ou alguém que foi destituído, não possui mais qualquer ligação ou associação com a coisa, ou pessoa da qual foi destituído. Esta separação do homem em relação a Deus é chamada de morte no texto bíblico. Desta maneira, o pecado fez o homem morrer espiritualmente para Deus, determinou as práticas pecaminosas na vida humana, e estabeleceu a morte eterna do pecador na condenação pela culpa do pecado. Ao ler este texto de abertura muita gente, por inexperiência espiritual, por presunção e arrogância pode pensar que não está destituída da glória de Deus só porque professa alguma religião, porque se submeteu a alguns rituais religiosos, porque não comete crimes, adultérios, prostituições, roubos, etc. Todavia, estas coisas são atos pecaminosos e não o pecado que destitui o homem de Deus.
Como foi dito no outro artigo, há muitos artifícios para distanciar o homem pecador de Deus e fazê-lo senhor de si mesmo, num suposto reino justo e igualitário na Terra. Uma das formas de se conseguir isto é modificando ou suavizando o sentido das palavras. Então, muitos hoje atribuem ao pecado como sendo apenas um distúrbio de origem endocrinológica. Reduzem o mal espiritual a um mero problema de ordem hormonal ou bioquímico. Entretanto, o pecado é uma realidade e mal moral é perceptível no dia-a-dia da humanidade e tende a se agravar exponencialmente.
No texto neotestamentário há diversas palavras para a palavra pecado. Por isso, muita gente faz confusão e tende a reduzir todas a uma só significação, ou inventar e reinventar pecados, classificando-os em escala de valores diferenciados, tais como, pecados veniais, pecados mortais, etc. E o que acontece é que a cultura civilizatória assimila estas fórmulas como válidas e elas se tornam aceitáveis sem serem confrontadas com a verdade. As palavras na língua grega 'koinê' em que o novo testamento foi escrito variam de acordo com o sujeito, o objeto, o gênero, o número, o grau e o tempo. Assim, quando o texto fala do pecado original, ou pecado por princípio, é utilizada a palavra [hamartano] e suas derivadas de acordo com as declinações exigidas pelo contexto. Por exemplo, em Hb. 10:6 - "...não te deleitaste em holocaustos e oblações pelo pecado." Assim, o texto diz que Deus não se alegrou com ofertas de sacrifício pelo pecado original, porque a palavra utilizada foi 'hamartia', significando 'errar o alvo'. Então, o pecado como estado, princípio ou natureza levou o homem a errar o alvo. Se alguém erra o alvo é porque há outro alvo a ser, ou que foi atingido. Acertou-se um outro alvo e não o alvo verdadeiro. Então há o pecado, os pecados e o pecador.
O pecado é o que o homem é por natureza, por herança adâmica, por princípio e não por escolha. O pecado é o que o homem é, e não o que ele pratica de errado ou ruim. Tais práticas são consequência do pecado e não causas. Como este pecado foi inoculado no primeiro casal ancestral, ele passou a todos os seus descendentes. O homem faz o que é mau, porque o pecado o leva e o inclina a isto. Este pecado é a incredulidade e Jesus Cristo deixa isso claríssimo em Jo. 16:8 e :9 - "E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo:do pecado, porque não crêem em mim." Então, "... do pecado" [peri hamartias] e não de um determinado pecado específico, ou de diversos pecados é a afirmação de Jesus, sendo a palavra no original relacionada ao pecado original e não a atos e atitudes errôneas.
É este pecado que Jesus veio aniquilar na cruz conforme Hb. 9:26 - "...mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo." Novamente a palavra grega para o pecado é [hamartias].
Solo Christus!
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