Jo. 5: 39 a 42 - "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim; mas não quereis vir a mim para terdes vida! Eu não recebo glória da parte dos homens; mas bem vos conheço, que não tendes em vós o amor de Deus." O contexto do qual esta porção foi retirada mostra um debate entre Jesus, o Cristo, e os líderes religiosos representados por escribas, fariseus e sacerdotes. Eles eram meros religiosos, e, por força de ofício deveriam ter sido os primeiros a reconhecer em Jesus, o Messias e o Cristo de Deus. Entretanto, e contraditoriamente foram estes detentores dos oráculos e das tradições, os primeiros a rejeitá-lo veementemente. Julgaram-no apenas como um homem histórico à luz da lei moral. Nestes últimos 2.000 anos, as coisas não se alteraram muito na sua essência. Os atuais religiosos agem basicamente da mesma forma. Praticam inumeráveis ritos, defendem diversas e diferentes crenças, enaltecem grande número de denominações e pessoas. Desenvolveram uma refinada teologia, sabendo textos em grego, hebraico, aramaico, mas não conhecem a cruz como único lugar onde o pecador perde a sua vida almática morta para Deus e ganham a vida de Cristo. Veem a cruz apenas como um símbolo e não como um lugar. Creem-na apenas como amuleto ou emblema, mas não como ponto de centralidade da morte da natureza pecaminosa para a ressurreição para a vida eterna. Não reconhecem Jesus, o Cristo como o último Adão que mata a raça adâmica decaída na Sua morte de cruz. Não identificam em Jesus, o Cristo, o segundo homem, celeste, em substituição ao primeiro homem, terreno, pelo qual o pecado passou a todos os homens, sendo que o segundo homem veio justamente para tirar o pecado do mundo.
Muitos dos religiosos são capazes de se entregar totalmente à uma determinada obra, outros sacrificam as próprias vidas quando perseguidos por regimes e ideologias ateístas. Outros doam o pouco que possuem para ajudar uma determinada causa humanista. Outros ainda, abandonam a própria família se entregando a um árduo trabalho em prol da sua religião. Deixam filhos e esposas à suas próprias sortes, dizendo-se servos de Deus e compromissados com o evangelho. Todavia, quando se confronta a essência do que praticam, verifica-se que não passa de religião universalista, gnóstica, institucional e horizontalizada.
Assim, examinar as Escrituras em busca de Deus, da verdade, de Cristo e da vida eterna não acrescenta muita coisa se o homem decaído não nascer de Deus. A vida eterna não pode ser o subproduto de uma busca com base no julgamento de uma criatura morta para o Seu Criador conforme Ef. 2: 1 e 2 - "Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência..." Então fica evidente que antes de ser vivificado, o homem está morto para Deus, sua natureza é pecaminosa por princípio, anda segundo a inclinação mundana, procede de acordo com Satanás, sendo, por natureza desobedientes e delituosos. É uma questão de natureza e não apenas de prática, pois esta ocorre por força daquela ser dominante e predominante.
Por um lado as Escrituras dão testemunho de Cristo, por outro lado, as mentes que as examinam não foram nascidas de Deus. Contrariamente, tentam promover por si mesmas a sua própria redenção com base apenas em comportamento moral. Eles não querem ir a Cristo, porque suas naturezas são contrárias a Deus e à verdade. Não é uma questão de escolha, mas uma questão de pendor. Não possuem tendência e inclinação para o que é espiritual, mas apenas para o que é religioso. Rm. 3:10 a 12 - "...como está escrito: não há justo, nem sequer um.Não há quem entenda; não há quem busque a Deus.Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só."
A questão da cegueira e da inabilidade para voltar-se para Deus está na natureza pecaminosa do homem decaído, que, direta ou indiretamente busca a glória dos homens e não a glória de Cristo. Por esta razão não possuem o amor d'Ele e não podem com Ele manter comunhão real. A religião de per si, não pode jamais ser suficiente para redimir e reconciliar o homem decaído. A ação é monérgica e jamais sinérgica! Não há nascimento do alto ou de Deus sem morte. Se o pecador não crer que sua vida morta para Deus foi incluída na morte de Cristo, para com Ele ressuscitar, é vã toda a sua religião de segunda mão. Os religiosos até falam sobre novo nascimento, mas não falam e não creem nas suas mortes com Cristo, portanto, como pode alguém nascer de novo se não morrer primeiro? O religioso crê apenas na substituição, mas não pode crer na inclusão, logo, a sua fé é pela metade.
Sola Scriptura!