
O recebimento e a compreensão da graça de Deus por parte desta categoria de religioso ficam altamente comprometidos quando se consideram as Escrituras. Eles conseguem apenas ir até ao ponto que lhes agrada e lhes satisfaça os interesses pessoais ou corporativos. Assim, desenvolvem uma visão absolutamente humanista e reducionista do que é realmente a graça. Eles a condicionam apenas aos que cumprem regras, normas, preceitos e ritos. Na contramão das Escrituras, eles cogitam de seus próprios interesses a ponto de criar doutrinas esdrúxulas para justificar, quando as coisas saem fora do eixo e do foco dos seus próprias egos decaídos, e, consequentemente depravados espiritualmente. Uma dessas doutrinas paralelas é a da "maldição hereditária". Ela se presta à explicação de quase tudo o que sucede de errado em uma comunidade ou a uma pessoa dentro de certos círculos religiosos. Se tudo corre bem com o "crente" é porque Deus o está confirmando e abençoando em suas atividades e serviços. Se algo sai errado é necessário rever pontos falhos, fazer auto-sacrifícios, punir-se e penitenciar-se por coisas erradas a ponto de flagelar-se emocionalmente e fisicamente. A famigerada "quebra de maldições" requer destes verdadeiros rituais macabros de jejuns, orações e abstinências que vão desde comidas até desfazer-se de bens ou de coisas que julgam ser usadas pelo Diabo contra eles.
No contraponto das ações focadas no homem e seus pressupostos, as Escrituras têm muito a ensinar sobre o que é a verdadeira graça de Deus.
Jo. 9: 18 a 38 - "Os judeus, porém, não acreditaram que ele tivesse sido cego e recebido a vista, enquanto não chamaram os pais do que fora curado, e lhes perguntaram: é este o vosso filho, que dizeis ter nascido cego? Como, pois, vê agora? Responderam seus pais: sabemos que este é o nosso filho, e que nasceu cego; mas como agora vê, não sabemos; ou quem lhe abriu os olhos, nós não sabemos; perguntai a ele mesmo; tem idade; ele falará por si mesmo. Isso disseram seus pais, porque temiam os judeus, porquanto já tinham estes combinado que se alguém confessasse ser Jesus o Cristo, fosse expulso da sinagoga. Por isso é que seus pais disseram: tem idade, perguntai-lho a ele mesmo. Então chamaram pela segunda vez o homem que fora cego, e lhe disseram: dá glória a Deus; nós sabemos que esse homem é pecador. Respondeu ele: se é pecador, não sei; uma coisa sei: eu era cego, e agora vejo. Perguntaram-lhe pois: que foi que te fez? Como te abriu os olhos? Respondeu-lhes: já vo-lo disse, e não atendestes; para que o quereis tornar a ouvir? Acaso também vós quereis tornar-vos discípulos dele? Então o injuriaram, e disseram: discípulo dele és tu; nós porém, somos discípulos de Moisés. Sabemos que Deus falou a Moisés; mas quanto a este, não sabemos donde é. Respondeu-lhes o homem: nisto, pois, está a maravilha: não sabeis donde ele é, e entretanto ele me abriu os olhos; sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém for temente a Deus, e fizer a sua vontade, a esse ele ouve. Desde o princípio do mundo nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença. Se este não fosse de Deus, nada poderia fazer. Replicaram-lhe eles: tu nasceste todo em pecados, e vens nos ensinar a nós? E expulsaram-no. Soube Jesus que o haviam expulsado; e achando-o perguntou-lhe: crês tu no Filho do homem? Respondeu ele: quem é, senhor, para que nele creia? Disse-lhe Jesus: já o viste, e é ele quem fala contigo. Disse o homem: creio, Senhor! E o adorou." Nenhuma exegese ou hermenêutica é necessária para perceber com clarevidência o que é a graça de Deus. De um lado os religiosos judeus, os quais fundamentam suas justiças no cumprimento de regras, preceitos e leis; do outro lado alguém que recebeu gratuitamente a misericordiosa graça de Deus sem nada fazer por merecê-la, pois se assim fora, a graça já não seria graça. Recebeu não apenas a cura da cegueira física, mas a graça para ser curado também da cegueira espiritual, adorando a Jesus, o Cristo como Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário