domingo, julho 31

DEUS... NÃO É O NOME DE DEUS IV

Ex. 3: 13 e 14 - "Então disse Moisés a Deus: eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: o Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: qual é o seu nome? Que lhes direi? Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós."
Como o substantivo "Deus" não é o nome de Deus, e não interessam denominações criadas pela percepção humana sobre Ele, deve-se buscar o que Ele mesmo revela de si nas Escrituras. O texto de abertura mostra que Ele se auto-denomina de "EU SOU", indicando que não é o Seu nome próprio que importa, mas o que Ele de fato é. As pessoas se apegam muito aos adjetivos pomposos, porque estes dão a aparência de poder e controle. Entretanto, não adianta conhecer os qualificativos e predicativos de algo ou de alguém, sem conhecer a coisa em si, ou a pessoa de quem se fala.
Em substituição ao tetragrama que forma o nome de Deus na língua original das Escrituras, surgiram diversas referências a Ele, dentre tantas destacam-se as seguintes:
Aará - meu pastor.
El Cana - Deus zeloso.
Adonai - Senhor.
El Deot - Deus da sabedoria.
El Elyon - Deus do pacto ou aliança.
Attiq Yomin - Antigo de Dias.
El Ne'eman - Deus da graça.
El Olam - Deus Eterno.
Adon Hakavod - Senhor da Glória.
El Rói - Deus que vê.
El Shadai - Deus que amamenta ou sustenta.
El Sale'i - Deus é a minha rocha.
Elohim - Deus Criador.
Gibbor - Deus poderoso.
HaShem - o Nome.
Rofecha - que cura.
Tsavaot - o Senhor dos Exércitos.
Kadosh Israel - o Santo de Israel.
Vê-se que são títulos em conformidade com os poderes e virtudes de Deus, porém desejados e invocados pelo homem, pelo íntimo desejo de contar com uma força, proteção, cura, auxílio. Entretanto, a primeira vontade de Deus é uma só conforme Jo. 17:3 - "E a vontade de Deus é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste." Todas as demais vontades d'Ele decorrem desta, pois sem conhecê-Lo, ninguém poderá ser santificado, render graças, pregar o evangelho, ser obediente, realizar as obras de Deus, etc. Tal conhecimento experimental e não intelectivo só se dá por meio da inclusão na morte de Cristo, e na consequente ressurreição juntamente com Ele. Tudo isto se apropria tão-somente pela fé, e esta é dom de Deus.
Deus disse a Moisés: "Eu Sou o que Sou". Esta expressão em hebraico é o uso do verbo ser numa forma que reduz o presente, o passado e o futuro, indicando a natureza eterna e imutável de Deus. Transliterado produz o tetragrama "Yhvh", Yavé, ou Jeová como foi traduzido na língua portuguesa. A expressão "EU SOU" no verso 14 de Êxodo 3 está no futuro, porém no hebraico o futuro é utilizado para expressar um estado contínuo ou permanente, isto é, que é e que sempre será. Então, a expressão "Eu Sou o que Sou" deve ser traduzida de modo mais próximo ao original como sendo "Eu Sempre Serei o que Sou". Portanto, o anagrama resultante desta expressão hebraica é "Yhvh", expressando que Deus é imutável, é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Os seus decretos eternos não podem ser afetados pelo tempo, pelo espaço, e, muito menos, pelas circunstâncias. Suas promessas são fieis e verdadeiras infalivelmente. A maior dificuldade não é Deus cumprir os seus desígnios, mas o homem decaído crer incondicionalmente nisto.
Por medo de as pessoas utilizarem o nome de Deus levianamente, os copistas ou escribas substituíram o tetragrama "Yhvh" por Senhor. Por esta razão os judeus nunca escrevem ou pronunciam o verbo ser, porque este coincide com o tetragrama do nome de Deus. Este nome aparece quase sete mil vezes nas Escrituras.
Da lucem, Domine!

sábado, julho 30

DEUS... NÃO É O NOME DE DEUS III

Ex. 3: 13 e 14 - "Então disse Moisés a Deus: eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: o Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: qual é o seu nome? Que lhes direi? Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós."
O homem tem a tendência à banalização de quase tudo e as religiões prestam-se ao desserviço de fazê-lo em relação a Deus, pelo menos do ponto de vista da concepção humana de quem seja Ele. É fato que nenhuma religião foi fundada por Deus, enquanto instituição. O próprio termo 'cristão' foi utilizado pela primeira vez quase no final do primeiro século em Antioquia conforme o registro de At. 11:26b - "...e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos." Assim, nascia a ideia de cristianismo, ou seja, um grupo de pessoas que seguiam a Cristo. Desta forma foram homens que deram início a um movimento que recebeu a denominação de cristianismo, e não o Senhor Jesus, o Cristo. Logo, Cristão é aquele que segue a Cristo, e não apenas uma denominação religiosa, ou mesmo alguém que se declara religioso. Em se tratando da verdade não é o bastante declarar-se, mas antes, é imperativo confessar-se. A diferença é que declarar é um mero assentimento emocional ou intelectivo, enquanto confessar é afirmar com fé. Declarar é, enquanto verbo pronominal, apenas revelar-se partidário ou entusiasta de uma causa, organização, pessoa ou grupo. Já confessar é revelar, declarar, contar ou reconhecer, como verdade, algo ou alguém ainda que em prejuízo próprio e sem nenhuma garantia de vantagem.
Outro aspecto banalizado ao longo da história, especialmente, nos tempos atuais é a Igreja. Esta palavra provém de um termo grego que tem sua origem na instituição política. A 'ekklésia' era a reunião dos representantes da 'polis' grega para deliberar sobre assuntos do interesse público. O termo traz significação de alguém ou de um grupo que foi convocado para se retirar do lugar comum e se dedicar a uma causa pública. Provém da preposição 'ek' (para fora) + e do verbo 'kaleo' = (chamar). Desta forma o termo foi tomado emprestado pela fé cristã como aqueles que foram eleitos e regenerados para viver no mundo, porém fora do controle do mundo e seus pressupostos conforme Jo.17: 14 a 16 - "Eu lhes dei a tua palavra; e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Eles não são do mundo, assim como eu não sou do mundo." Esta é, portanto, a posição e a relação do regenerado no mundo e com o mundo. O que se vê hoje são cristãos cada vez mais engajados com o mundo, acreditando que podem mudá-lo. Ora, as Escrituras afirmam categoricamente que o mundo vai de mal a pior até o desfecho final. O Diabo é quem se preocupa em recuperar o mundo e exaltar o homem no pecado para manter o seu reino fictício. Desta maneira muitos crentes estão dando grande ajuda a ele neste processo e nesta empreitada. Querem um paraíso na Terra sem cruz e sem morte da natureza pecaminosa na cruz.
Jesus se refere à Igreja uma única vez, em Jo. 16, entretanto, o faz no seu sentido geral e abrangente. Não se refere à Igreja como uma denominação religiosa circunvalada entre quatro paredes, mas como um grupo de fiéis regenerados ao longo do tempo e em todos os lugares. Então, a verdadeira Igreja não tem nome, não tem dono humano, não tem dogmas e doutrinas de homens, liderança política e burocrática. É formada por pessoas simples que, mesmo depois de terem os seus pecados destruídos na cruz, continuam se reconhecendo absolutamente dependentes da misericórdia e da graça de Abba.
Semelhantemente o mesmo ocorre em relação ao nome de Deus. São tantas maneiras e formas de se referir a Ele, que tornou-se banalizado. É recorrente o fato de muitas pessoas responderem acerca de projetos executados ou a executar com um uníssono "graças a Deus". Muitas dessas pessoas sequer sabem quem é Deus e o seu projeto de redenção verdadeiro. Seguem uma tradição repetitiva de afirmar o que ouviram desde criança, sem nenhuma comprovação ou experiência real com Ele.
Da lucem, Donine!

sexta-feira, julho 29

DEUS... NÃO É O NOME DE DEUS II

Ex. 3: 13 e 14 - "Então disse Moisés a Deus: eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: o Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: qual é o seu nome? Que lhes direi? Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós."
A origem da palavra "deus" remonta aos primevos dos tempos e encontra fundamento em cultos denominados como pagãos. Com o tempo a palavra adquiriu significação exclusiva no Cristianismo Nominal, passando a ser grafada com inicial maiúscula para diferenciar dos outros sentidos aplicáveis. Assim, em sua forma capitalizada é reconhecida como referência ao Deus dos cristãos, mas em sua forma diminutiva pode significar qualquer divindade ou deidade em geral. Logo, "Deus" é uma forma substantiva nas religiões monoteístas, enquanto "deuses" é uma forma generalizada nas religiões politeístas.
A forma mais antiga é extraída do códice cristão Argenteus do século VI, originado na língua proto-indo-europeia do termo 'ghu-to-m', dando origem à raiz proto-germânica 'gudan', de onde surge "God" na língua inglesa, "Gott" no alemão moderno. A raiz 'ghau' significa "invocar", ou "chamar". Também postula-se que a palavra 'deus' provém do indo-europeu 'deiwos' que significa "resplandescente", "luminoso". Na concepção meso-oriental, portanto, era uma referência aos celestes, tais como o Sol, a Lua, e as Estrelas, contrapondo-se aos terrestre e humanos. Ainda resta uma outra explicação que atribui a palavra 'deus' à escrita indu chamada sânscrito, tendo se originado de 'dyau' que significa "dia". Esta palavra tem a sua correspondente no grego clássico 'theos' que significa aquilo que brilha, a própria luz, ou espírito.
Entre os judeus não se pronuncia o nome de Deus, mas são utilizados certos adjetivos, tais como: El Shadai, Adonai, Hashamayim, El Elyon, Eterno, que o identificam. A própria palavra "DEUS" é grafada da seguinte maneira "D'us" para evitar coincidências com divindades pagãs. Mesmo no hebraico moderno não se escreve e não se pronuncia o verbo ser, porque este coincide com o anagrama do nome de Deus. O sumo sacerdote na antiga aliança entrava uma vez por ano no Santo dos Santos, um compartimento do Templo de Jerusalém, para oferecer sacrifícios pelos pecados. Era a única vez em que o nome de Deus era pronunciado. Documentos extra-bíblicos dizem que, se o sumo sacerdote não tivesse se preparado adequadamente, morria ao pronunciar o nome de Deus. Por isso, ao entrar no Santo dos Santos era-lhe amarrada ao tornozelo uma corda, e no seu vestuário eram colocados diversos guizos, pois se ele não fizesse barulho, movimentos, ou demorasse mais do que o devido, os outros sacerdotes puxavam a corda para retirar o seu cadáver de lá.
O latim é de origem indo-europeia, tanto quanto o alemão, balto-eslavo, o armênio, o hitita, o sânscrito, o celta e o persa. Das línguas neolatinas, o português foi a única que manteve a palavra "deus" inalterada, sendo esta proveniente de 'divos', ou 'deus'.
Na verdade tudo começa quando Jerônimo traduziu o Velho Testamento hebraico para o latim popular, a chamada, Septuaginta. Ele traduziu a palavra 'Elohim' como sendo 'Deus'. Todavia, não pode haver correspondência nestas palavras, pois "Deus" provém das línguas proto-indo-europeias, especialmente evoluídas para 'Dyeus' que era o "deus" principal do culto babilônico. Desta mesma palavra provém as cognatas "Zeus" na Grécia antiga, e "Júpiter" em Roma antiga. Logo, esta foi a forma do culto pagão e politeísta de Roma conciliar-se, ou harmonizar-se com o Cristianismo falsamente aderido pelo Imperador Constantino após o Concílio de Nicéia em 405 d. C. Desta forma os cristãos religiosos, ao pronunciar a palavra "Deus" está, na verdade, invocando, pronunciando e exaltando uma divindade pagã, líder do panteão dos deuses das culturas indo-europeias antigas. É a permanência da "Grande Babilônia" mãe das abominações e mentiras até os dias de hoje.
Da lucem, Domine!

DEUS... NÃO É O NOME DE DEUS I

Ex. 3: 13 e 14 - "Então disse Moisés a Deus: eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: o Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: qual é o seu nome? Que lhes direi? Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós."
A cultura popular possui, no Brasil, seus matizes muito bem enraizados. É recorrente, no dizer dos mais velhos, quando alguém mais jovem pronuncia a palavra "Deus", certa recriminação no sentido de não se pronunciar o nome de Deus em vão. A razão disto é a transmissão oral dos conceitos adquiridos ao longo dos tempos, porém perdidos em sua essência original por falta de sistematização. A razão para tal assertiva está em Ex. 20:7 - "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão." Entretanto, nesta passagem veterotestamentária, não está em discussão a simples pronúncia da palavra "Deus". O que o texto em seu sentido original hebraico ensina é que não se deve lançar mão de uma postura religiosa hipócrita, ou seja, não dizer-se crente para encobrir a real natureza pecaminosa latente e ostensiva. Não pregar espiritualidade com base na moralidade decaída e contraditória. Implica, finalmente, na postulação de uma teologia por quem não conhece a verdade e vive fora da natureza regenerada. Nisto consiste a vaidade de se tomar o discurso de uma fé inexistente. Hoje muitos vivem na suposição de uma fé que não conhecem.
Deus é um substantivo concreto designativo de um ser ou ente infinito, eterno, sobrenatural e existente por si só; causa necessária e fim último de todas as coisas e realidades! É a causa determinante de tudo, e para a qual tudo converge. Este é o conceito mais amplo aplicado à palavra Deus. Nas religiões primitivas é a designação dada às forças ocultas, aos espíritos mais ou menos personalizados; nas religiões politeístas, especialmente nas mais antigas se refere a uma divindade superior aos homens e aos gênios à qual se atribui influência nos destinos do universo; nas religiões monoteístas, sobretudo no cristianismo, ser supremo, criador do universo. Assim, vê-se claramente que tal substantivo concreto não é nome próprio, mas apenas o que define uma categoria de ser, ou ente imaginário ou real para a fé de um grupo ou para um indivíduo.
Desta forma a palavra Deus recai na esfera das generalidades e pode ser entendida apenas como um ser ou ente supostamente sobrenatural, um ídolo, uma pessoa de grande influência e poder. Há, portanto, a necessidade inclusive de se fazer desambiguação do termo, pois pode até mesmo ser aplicado a uma pessoa humana, ou ao Diabo conforme II Co. 4:4 - "...os quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.". Assim, ao longo da história a ideia, ou a concepção de Deus varia muito de lugar para lugar, de crença para crença e de circunstância para circunstância.
Acerca da origem da palavra Deus e das suas implicações há muitas controvérsias e até mesmo quem a evite por julgá-la inadequada espiritualmente. O fato é que não há nenhuma condenação para quem pronuncie a palavra Deus nas Escrituras.
Da lucem, Domine!

terça-feira, julho 26

ESPÍRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO XVI

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
No começo desta série de estudos falou-se que há três naturezas básicas de espíritos no Universo: o Espírito de Deus; o espírito do Maligno; e o espírito no homem. Como consequência da queda de Lúcifer, surgiram os espíritos malignos ou demônios, os anjos caídos e o espírito corrompido no homem. No tocante ao espírito no homem, sabe-se que é inoculado por Deus, e quando aquele morre, retorna a Ele de onde veio conforme Ec. 12:7. Também há o espírito dos justos aperfeiçoados que são aquelas pessoas anteriores a Jesus, o Cristo que foram eleitas e regenerdas pela esperança nas promessas da vinda de Cristo conforme Hb. 12:23. Quando, porém, Cristo se manifestou e cumpriu tudo quanto estava previsto a seu respeito, estes foram finalmente aperfeiçoados na justificação por meio do Filho da Promessa.
Estas doutrinas espiritistas são muito superficiais e, por vezes, absolutamente levianas ao colocarem as pessoas como meros espíritos criados imperfeitos e colocados por Deus para serem aperfeiçoados por meio de sucessivas reencarnações. Primeiramente, sendo Deus a própria perfeição não criaria espíritos imperfeitos, pois tudo quando procede d'Ele é perfeito. Além do que, se tal aperfeiçoamento contínuo fosse verdadeiro, o mundo deveria estar cada vez melhor e não indo de mal a pior como se vê claramente. Nesta última semana de julho de 2011 saiu na imprensa que a depressão foi declarada como o mal do século pela Organização Mundial da Saúde. Os massacres étnicos, os tumultos e sedições, a violência doméstica e contra crianças, o desprezo pela vida e pelo bem público, a falta de afeto natural, a devassidão e a imoralidade grassam cada vez mais e com maiores requintes de crueldade. Logo, vê-se claramente que não há evolução coisa nenhuma, ao contrário, a Bíblia está se cumprindo fiel e cabalmente para o desfecho final e a restauração da ordem no Universo. Sabe-se que, para todas estas afirmações, as tais doutrinas gnóstico-espiritualistas têm suas explicações. Entretanto, explicar com certa lógica não justifica e não torna uma tese verdadeira no campo espiritual. Alegam que tais explicações são científicas, sendo isto a prova de que nada têm de verdade, pois ciência é demonstrada e fé é dom.
Existem duas ordens de servos de Satanás: uma espiritual formada pelos anjos que com ele caíram; e a outra é a daqueles espíritos que tomaram corpos físicos. Também existem três ordens de habitantes do reino das trevas: o Diabo, palavra que jamais é utilizada no plural, pois se refere apenas a uma pessoa, a saber, Satanás, significando, 'o caluniador', ou 'o acusador' conforme Ap. 12:10. A segunda ordem de espíritos malignos são os anjos caídos, porque escolheram seguir a Satanás na sua rebelião conforme Ef. 6:12; E finalmente a terceira ordem são os demônios, sendo estes os espíritos maus e imundos mencionados diversas vezes por Cristo conforme Mt. 8:16. O que diferencia os anjos bons e maus dos demônios é que aqueles possuem corpos espirituais, enquanto estes são seres que já possuíram corpos, mas devido a sua infidelidade, arrogância e grande maldade foram desencarnados e alguns estão presos no Tártaro, aguardando o juízo final conforme II Pd. 2:4.
A palavra demônio provém do verbo grego [δαω] 'dáo' que significa 'conhecedor' ou 'inteligente'. Foi aplicada por diversos escritores da antiguidade clássica como 'deuses' ou 'divindades' intermediárias entre os homens e um "deus". Entretanto, estas aplicações são o resultado da percepção do homem decaído em sua natureza pecaminosa. Não corresponde à realidade espiritual posta pelas Escrituras, pois elas afirmam que só há um mediador entre Deus e os homens, a saber, Cristo. Estes demônios são ávidos por corpos, por isso, possuem homens e até mesmo animais conforme o relato de Mt. 8:31. São seres de grande conhecimento e inteligência como os Nephilim que vieram para a Terra, pois esta palavra provém do verbo 'naphal' que quer dizer caído. Estes se uniram às filhas dos homens e geraram seus descendentes, mesmo depois do dilúvio conforme o relato de Gn. 6. Eles estão presos no mundo subterrâneo aguardando o juízo do Grande Dia conforme Jd. 6 - "...aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia..." Eles abandonaram o seu lugar no céus, vieram à Terra e tomaram forma física, e agora estão presos aguardando a sua destinação eterna.
Sola Scriptura!
Sola Fidei!
Sola Gratia!
Solos Christos!
Soli Deo Gloria!
DA LUCEM, DOMINE!

terça-feira, julho 5

ESPÍRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO XV

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
Há uma tese que defende a existência de uma "raça" pré-adâmica na Terra, resultante de tentativas de mesclagem entre anjos caídos e humanos. Porém, é apenas uma tese e não uma questão de doutrina. A base para tal assertiva é o texto de Gn. 6: 1 a 4 - "Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a Terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: o meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte anos. Naqueles dias estavam os Nefilim na Terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses Nefilim eram os valentes, os homens de renome, que houve na antiguidade." Teólogos mais conservadores afirmam que estes filhos de Deus eram os descendentes de Sete, porque o texto bíblico afirma que, após o nascimento deste filho de Adão e Eva, voltou-se a invocar o nome de Deus. Entretanto, não pode ser, porque Deus só tem um filho, a saber, Cristo. Também a prática de um culto não torna ninguém filho de Deus. Acrescenta-se ainda, que todos os descendentes de Sete morreram no dilúvio, portanto, tiveram o mesmo destino dos descendentes de Caim que era do maligno conforme I Jo. 3:12. A expressão 'filhos de Deus' aparece em outros textos veterotestamentários sempre se referindo a anjos. Outra objeção contrária a esta tese, é que no texto neotestamentário de Mc. 12:25 afirma que os anjos, no céu, não se casam. Entretanto é uma referência a anjos que permanecem fiéis a Deus e que permanecem no Céu em estado original. Os tais Nefilim estavam na Terra, portanto, não eram da Terra. A palavra hebraica 'nefilim' indica seres que desceram do céu à Terra. Algumas traduções dizem que 'nefilim' significa gigantes, porém, em hebraico, gigante é Anak e o plural é Anakim. Os tais Nefilim eram de estrutura física gigantesca e muito poderosos conforme o texto de Gn. 6. Também os seus descendentes eram anômalos fisicamente. Vê-se que eles estavam na Terra, e, mesmo depois do dilúvio que destruiu a humanidade, eles reapareceram na Terra como resultado desta mescla entre humanos e anjos decaídos. Há diversos nomes na Bíblia para estes gigantes descendentes: nefilim, emin, refaim, anakim. Suas descrições são muito semelhantes às descrições de seres mitológicos de diversas culturas.
Nm.13:33 - "Também vimos ali os Nefilim, isto é, os filhos de Anaque, que são descendentes dos Nefilim; éramos aos nossos olhos como gafanhotos; e assim também éramos aos seus olhos." O relato dos espias de Israel dá conta da existência dos Nefilim filhos de Anaque e que, por sua vez, eram descendentes dos Nefilim ou Elohim. Ora, embora pareça redundante, mas o texto diz que em Canaã haviam seres gigantescos da linhagem de Anaque. Segundo os relatos sumerianos este Anak era descendente dos Anunnaki, que por sua vez, eram descendentes dos 'elohim', ou seja, dos deuses, seres celestes, ou anjos.
Pois bem, todas estas preliminares são para explicar que há diferença entre anjos fiéis, anjos caídos e demônios. Quando estes seres mesclados foram extintos da Terra, eles foram desencarnados e presos para não se materializar novamente e não se misturar com os humanos conforme Jd. 6 e 7 - "...aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia, assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno." A expressão: 'aos anjos que não guardaram o seu principado' é no texto original uma referência a anjos que não permaneceram nos seus postos ou lugares originais destinados por Deus. Foram rebeldes e desobedientes, seguindo Lúcifer em sua rebelião. Na outra expressão: 'mas deixaram a sua própria habitação', a palavra habitação no texto grego é 'oiketérion' que quer dizer o revestimento corporal, ou a sua forma corporal original e não uma casa. Finalmente, o texto de Judas mostra que os tais anjos rebeldes se prostituíram tal como os habitantes de Sodoma e Gomorra. Prostituição no sentido bíblico, geralmente, é mistura, mescla, miscigenação, e, neste caso, de seres de naturezas diferentes. Eles foram após outra carne, ou seja, eram de natureza celestial ou angelical, mas se materializaram e se misturaram às mulheres humanas. O resultado foi o nascimento de seres gigantescos e anormais. Também, por causa desta geração anômala a Terra se encheu de maldade e violência, por isso, Deus resolveu destruir tudo no dilúvio. Apenas oito pessoas se salvaram e repovoaram a Terra após o dilúvio.
Então, estes seres que foram desencarnados são os demônios, ou seja, anjos que abandonaram seus postos e formas originais, se encarnaram, se misturaram com humanos, geraram descendentes anormais, por isso, foram desencarnados. Agora seus espíritos estão em prisões para não cometerem o mesmo erro conforme II Pd. 2:4 - "Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo."
Sola Gratia!

segunda-feira, julho 4

ESPÍRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO XIV

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
A fé verdadeira não é uma virtude natural do homem, ao contrário, a inclinação do coração é para não crer, salvo naquilo que seja comprovável. Neste sentido, a maioria das pessoas confunde ciência e fé. Assim, a fé é nos termos de Hb. 11:1 - "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem." Logo, a fé é um fundamento que não está diante dos olhos e que não pode ser provado em laboratório, ou em uma equação algébrica. A fé não é uma mera afirmação conceitual, uma atitude exterior de contrição, um ritual cerimonial, ou um sacrifício físico e mental. A fé é paradoxal, porque permite ver e tocar no que é invisível e no que é intangível, consequentemente, não está na esfera da natureza humana. É, antes, um dom de Deus distribuído a quem quer, como quer, quando quer, e para o que quer. Jd. 3b - "... exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos." Não é pelejar para ter fé, mas pelejar por meio da fé que foi de uma vez para sempre entregue aos santificados em Cristo. Na maior parte das vezes a ocorrência da palavra fé no Novo Testamento, é uma referência aos ensinos de Cristo e não a um estado de espírito de algum cristão. Contrariamente a tudo o que as Escrituras afirmam sobre fé, o espiritismo postula o oposto. Na contra-capa da obra de Allan Kardec, "O Evangelho Segundo o Espiritismo" está assim escrito: "fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade." Ora, se é necessário passar pelo crivo da razão, não é fé nos termos do ensino de Cristo. Logo, este ensino não pode ser chamado de cristão, mas puramente humano.
A questão é que, em se tratando das Escrituras, ou se crê nela toda, ou não se poderá crer em nada. Pois, ou elas são a Palavra de Deus, ou são uma falsificação humana e grosseira. Esta última hipótese não se comprova, porque não há nada nas Escrituras que seja exaltação ao homem, ao contrário, ela apela todo o tempo contra a natureza pecaminosa. Portanto, se os textos sagrados fossem uma mistificação, exaltariam o homem em todos os sentidos. Também tem-se que a Bíblia é um livro atualizadíssimo quanto aos fatos concernentes aos acontecimentos na economia de Deus para a humanidade. Gostando ou não, crendo ou não, as Escrituras estão se cumprindo à risca. Logo, o que é exigido no âmbito da genuína fé é apenas crer na Palavra de Deus. Ela não foi deixada para ser discutida, debatida, e verificada pelo crivo da ciência humana. Logo, estas falsas doutrinas que reivindicam para si uma compreensão científica da verdade, estão longe desta mesma verdade. São apenas verdades humanizadas e horizontalizadas para satisfação do ego.
No livro intitulado "Céu e Inferno" atribuído a Allan Kardec se vê claramente esta tentativa de desqualificar os textos das Escrituras naquilo em que não apoiam o espiritismo. Porém, ele se apropria dos textos que julga apoiá-lo em sua doutrina. A partir da página 42, Kardec comenta que o inferno cristão é pior que o inferno pagão, em requinte de crueldade. Obviamente, ele faz esta análise com vistas a expor mais adiante o seu ponto de vista espiritista, da maneira que lhe convém. Então, não há validade na doutrina que exclui das Escrituras o que elas estão afirmando contrário às postulações espíritas. Ao longo dos textos do referido autor, há uma profusa e profunda tentativa de desqualificar o que afirmam os apóstolos sobre condenação dos não-regenerados. Igualmente há uma inglória tentativa de suavizar o que o próprio Jesus, o Cristo afirma sobre o mesmo tema. Ele, em diversas instâncias, tenta usar os argumentos de Cristo sobre perdão e amor para dizer que não poderá haver condenação de alguém ao inferno eternamente. Apela para a semântica das palavras Hades, Geena, Tártaro, Sheol, e Infernus.
A questão é que tais palavras no hebraico, grego e latim são utilizadas em contextos diferenciados e foram adaptadas na tradução das Escrituras de uma língua para a outra. Elas tomaram a significação de inferno, porém não no sentido exposto nas obras fictícias de Milton e Dante. Sheol, por exemplo, significa sepultura ou cova, não no sentido individual, mas coletivo. É utilizada no sentido de um lugar onde as almas dos mortos aguardam a sua destinação final que será sentenciada no Juízo Final. 'Geena' ou 'Geh Hinnon' provém do hebraico e se refere a um vale nos arredores sudoeste de Jerusalém onde era queimado o lixo e jogado toda sorte de impurezas da cidade. Na antiguidade este vale era palco de sacrifícios de crianças no fogo em homenagem a Moloque. Para não ouvir os gritos e os sofrimentos das crianças queimadas vivas, tocavam-se bem alto os tambores, cantavam e dançavam. Por isso, era chamado de 'Tofeth', que quer dizer tambores. Então, um rei de Israel resolveu abolir e acabar com este culto ao deus pagão, transformando o Vale de Hinnon em um local de incineração do lixo e depósito de coisas ruins. Por isso, tal vale simbolizava o inferno, a saber, um lugar imundo e desprezível. Obviamente, que o inferno não era lá! O Tártaro é um local, ao que tudo indica, nos abismos da Terra, onde estão presos espíritos de demônios e anjos caídos conforme II Pd. 2: 4 - "Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no tártaro, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo." Algumas doutrinas não fazem distinção entre anjos caídos e demônios, mas há profunda distinção. O 'Sheol' hebraico do Velho Testamento é o correspondente de 'Hades' no Novo Testamento grego, portanto, significa a mesma coisa. Inferno, provém de 'Infernus' ou 'Inferus' que quer dizer, lugar inferior ou subterrâneo, profundezas, abismos. Então, ninguém pode tomar o significado mitológico, de obras poéticas destes termos, aplicando-o ao texto bíblico.
Na verdade a maioria das religiões humanas confunde estes conceitos com o "lago de fogo e enxofre" preparado para o Diabo e seus seguidores conforme Ap. 20:10, 14 e 15 - "... e o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo." Então, ainda não há nenhuma alma, demônio ou espíritos desencarnados no lago de fogo e enxofre, mas estão no Tártaro, Hades, Geena, Sheol ou Infernus aguardando a destinação eterna. Assim, o que ensinam as escrituras é que, quem não foi eleito e regenerado será lançado sim, na condenação eterna, juntamente com o Diabo, os anjos caídos e os espíritos dos mortos que não estão inscritos no Livro da Vida do Cordeiro.
Sola Scriptura!

domingo, julho 3

ESPÍRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO XIII

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
É fundamental compreender a pessoa de Jesus, o Cristo, para que as escamas do olhos caiam e se revele a verdade. Cristo e Jesus são, em suma, uma única pessoa dotada de duas naturezas: a divina e a humana. Enquanto Cristo é anterior ao homem histórico Jesus, conforme Jo. 1: 1 a 3 - "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez." A palavra traduzida para o português como "Verbo" é na língua grega "Logos". Logos é um termo que indica a Palavra de Deus, dita ou escrita. Traduziram-na como "Verbo", porque esta classe gramatical indica ação, e Cristo é o princípio ativo da criação de todas as coisas. Sendo Cristo o Logos, é Ele também Deus e não espírito evoluído, avatar ou um simples ser iluminado. A natureza humana é a de Jesus, homem histórico, nascido de mulher conforme todas as previsões proféticas. É o corpo físico com todas as características humanas, no qual habitou corporalmente Cristo, o Filho de Deus conforme Jo. 1: 14 - "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai." Unigênito significa filho único, ou único gerado. Então, um ser divino pré-existente encarnou-se em Jesus, um ser humano e habitou entre os homens, dando-lhes diversos testemunhos da verdade.
Uma das características das doutrinas humanas e errôneas é a ignorância das Escrituras. Introduz elementos estranhos para adequar o ensino aos interesses do homem morto em seus delitos e pecados. Neste sentido é que a religião é apenas a vã tentativa de horizontalizar Deus. Com efeito, o próprio Jesus se declara Deus, mas tais falsas doutrinas dizem que Ele não é Deus. Jo. 10:30 e 33 - "Eu e o Pai somos um. Responderam-lhe os judeus: não é por nenhuma obra boa que vamos apedrejar-te, mas por blasfêmia; e porque, sendo tu homem, te fazes Deus." É tão contrastante a natureza pecaminosa do homem e a natureza divina de Jesus, o Cristo, que os próprios líderes religiosos do seu tempo não puderam suportar que Ele é Deus.
Assim, ninguém sob alegação de que recebeu instruções de espíritos pode inventar ou reinventar a verdade. Sabe-se que a verdade não é um conceito filosófico, mas uma pessoa, visto que o próprio Jesus, o Cristo afirma ser Ele mesmo a verdade conforme Jo. 14:6 - "Respondeu-lhe Jesus: eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." Igualmente sob pretexto de pregar e disseminar doutrinas espiritualistas e espiritistas ninguém pode afirmar o que as Escrituras não afirmam. As Escrituras são claras que não há outro caminho para a salvação fora de Cristo, enquanto tais doutrinas pregam que há diversos caminhos. Também não adianta refundar um evangelho mesclado de ensinos e alterações e chamar isso de cristianismo, pois só há um evangelho. A primeira regra áurea da hermenêutica diz que as Escrituras se interpretam a si mesmas. Isto é incômodo ao homem, porque por sua própria vontade e natureza decaída ele não tem nenhuma inclinação para Deus. O que ocorre nestas circunstâncias é uma inclinação para a religião, mas não para a verdade, pois são coisas absolutamente distintas.
Cl. 2:18 - "Ninguém atue como árbitro contra vós, pretextando humildade ou culto aos anjos, firmando-se em coisas que tenha visto, inchado vãmente pelo seu entendimento carnal..." O ensino é claro: ninguém pode atuar arbitrando, manipulando, determinando comportamentos, rituais e cerimônias em nome de Deus, ainda que com aparente humildade. Não se deve estabelecer culto a qualquer outra criatura do universo, ainda que a pessoa tenha visto coisas sobrenaturais. Tudo o que o homem natural pode ver é apenas um entendimento carnal e não o conhecimento ou a luz que procede de Deus aos seus eleitos. Quando o conhecimento parte do que o homem imagina que pode conceber é denominado religião; quando o conhecimento chega ao homem pela luz da Palavra de Deus é verdade. Por esta razão é que Cristo diz que Ele mesmo é a verdade, o caminho e a vida.
Sola Scriptura!

sábado, julho 2

ESPÍRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO XII

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
Quando o homem caiu em pecado foi desligado da comunhão que possuía com Deus conforme Gn. 2:17 - "... porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás." A morte no sentido do texto original é um processo de separação de naturezas. A isto dá-se o nome de morte espiritual, ou seja, o seu espírito ficou limitado, não podendo se comunicar com o Criador, porque está corrompido. Esta é a morte que Cristo veio destruir e, por meio da inclusão do pecador em Sua morte de cruz, e a Sua consequente ressurreição, vivifica o espírito mortificado do homem. A isto dá-se o nome de regeneração, nascimento do alto, ou mesmo como alguns preferem, novo nascimento. Muitas pessoas imaginam que a regeneração ocorre quando alguém abandona os caminhos do mal e passa a praticar o bem; ou quando procura uma crença. Entretanto, não é assim que ensinam as Escrituras. Quem ensinam essas coisas humanistas e horizontais são os religiosos. Tal ensino é ruim, porque cria na mente do religioso iludido uma presunção de salvação que não existe. Fazer o bem e se afastar do que é mal, é uma obrigação moral de qualquer homem sem que isto lhe contabilize mérito ou justiça própria.
Uma vez vivificado o espírito e restabelecida a comunhão com Deus por meio do Seu Filho Unigênito, o pecador regenerado passa por um intenso processo de purificação, que é a preparação para a restauração final, quando o "Grande Rei" retornar. A questão da intermediação de Cristo fica muito clara em I Tm. 2: 5 e 6 - "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual se deu a si mesmo em resgate por todos, para servir de testemunho a seu tempo." Ora, se as Escrituras afirmam que há um só mediador entre Deus, o Pai, e os homens, porque inventam estes espíritos intermediários entre vivos e mortos? O Mediador perfeito e justo é Jesus, o Cristo que possui duas naturezas em uma única pessoa: como o Cristo é anterior ao próprio mundo, tendo este sido feito por Ele; como Jesus é o receptáculo físico no qual encarnou o Cristo para que se cumprisse tudo quanto d'Ele estava previsto em Isaías 53. As Escrituras afirmam que, quando Deus pretendeu se comunicar com os homens, Ele o fez por diversas maneiras, mas agora é apenas por meio de Seu Filho Jesus, o Cristo conforme Hb. 1:1 a 5 - "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo; sendo ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas, feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. Pois a qual dos anjos disse jamais: tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?"
Então, o que ensinam as Escrituras é que Jesus, o Cristo é o único filho de Deus; que é o resplendor da glória d'Ele e a expressa imagem do seu Ser. Ensina, ainda, que Cristo sustenta todas as coisas pela palavra e não por experiências sensitivas; que Ele purificou os pecados dos eleitos e regenerados; que está assentado à direita do Pai e que é superior aos anjos e que herdou mais excelente nome do que estes. Ensina, ainda, que Cristo foi gerado como Filho de Deus e não os anjos, ou qualquer outra criatura; e que a relação entre eles é de Pai e Filho. Logo, como pode qualquer doutrina humana e humanista ensinar diferentemente, dizendo que todos são filhos de Deus e que Jesus é a apenas um espírito evoluidíssimo e que há outros espíritos iluminados que interferem na Terra? As Escrituras não ensinam isto, portanto, ninguém está autorizado a criar uma doutrina por conta própria neste sentido. Sabe-se com base no capítulo 1 do evangelho de João, que os pecadores regenerados são feitos filhos de Deus por adoção, por meio de Cristo. Todos os homens são apenas criaturas, podendo serem feitos filhos de Deus por misericórdia e graça d'Ele mesmo e não por evolução, meritocracia e justiça própria. Isto é o que Satanás quer que os pecadores pensem!
Sola Fidei!