julho 30, 2011

DEUS... NÃO É O NOME DE DEUS III

Ex. 3: 13 e 14 - "Então disse Moisés a Deus: eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: o Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: qual é o seu nome? Que lhes direi? Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós."
O homem tem a tendência à banalização de quase tudo e as religiões prestam-se ao desserviço de fazê-lo em relação a Deus, pelo menos do ponto de vista da concepção humana de quem seja Ele. É fato que nenhuma religião foi fundada por Deus, enquanto instituição. O próprio termo 'cristão' foi utilizado pela primeira vez quase no final do primeiro século em Antioquia conforme o registro de At. 11:26b - "...e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos." Assim, nascia a ideia de cristianismo, ou seja, um grupo de pessoas que seguiam a Cristo. Desta forma foram homens que deram início a um movimento que recebeu a denominação de cristianismo, e não o Senhor Jesus, o Cristo. Logo, Cristão é aquele que segue a Cristo, e não apenas uma denominação religiosa, ou mesmo alguém que se declara religioso. Em se tratando da verdade não é o bastante declarar-se, mas antes, é imperativo confessar-se. A diferença é que declarar é um mero assentimento emocional ou intelectivo, enquanto confessar é afirmar com fé. Declarar é, enquanto verbo pronominal, apenas revelar-se partidário ou entusiasta de uma causa, organização, pessoa ou grupo. Já confessar é revelar, declarar, contar ou reconhecer, como verdade, algo ou alguém ainda que em prejuízo próprio e sem nenhuma garantia de vantagem.
Outro aspecto banalizado ao longo da história, especialmente, nos tempos atuais é a Igreja. Esta palavra provém de um termo grego que tem sua origem na instituição política. A 'ekklésia' era a reunião dos representantes da 'polis' grega para deliberar sobre assuntos do interesse público. O termo traz significação de alguém ou de um grupo que foi convocado para se retirar do lugar comum e se dedicar a uma causa pública. Provém da preposição 'ek' (para fora) + e do verbo 'kaleo' = (chamar). Desta forma o termo foi tomado emprestado pela fé cristã como aqueles que foram eleitos e regenerados para viver no mundo, porém fora do controle do mundo e seus pressupostos conforme Jo.17: 14 a 16 - "Eu lhes dei a tua palavra; e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Eles não são do mundo, assim como eu não sou do mundo." Esta é, portanto, a posição e a relação do regenerado no mundo e com o mundo. O que se vê hoje são cristãos cada vez mais engajados com o mundo, acreditando que podem mudá-lo. Ora, as Escrituras afirmam categoricamente que o mundo vai de mal a pior até o desfecho final. O Diabo é quem se preocupa em recuperar o mundo e exaltar o homem no pecado para manter o seu reino fictício. Desta maneira muitos crentes estão dando grande ajuda a ele neste processo e nesta empreitada. Querem um paraíso na Terra sem cruz e sem morte da natureza pecaminosa na cruz.
Jesus se refere à Igreja uma única vez, em Jo. 16, entretanto, o faz no seu sentido geral e abrangente. Não se refere à Igreja como uma denominação religiosa circunvalada entre quatro paredes, mas como um grupo de fiéis regenerados ao longo do tempo e em todos os lugares. Então, a verdadeira Igreja não tem nome, não tem dono humano, não tem dogmas e doutrinas de homens, liderança política e burocrática. É formada por pessoas simples que, mesmo depois de terem os seus pecados destruídos na cruz, continuam se reconhecendo absolutamente dependentes da misericórdia e da graça de Abba.
Semelhantemente o mesmo ocorre em relação ao nome de Deus. São tantas maneiras e formas de se referir a Ele, que tornou-se banalizado. É recorrente o fato de muitas pessoas responderem acerca de projetos executados ou a executar com um uníssono "graças a Deus". Muitas dessas pessoas sequer sabem quem é Deus e o seu projeto de redenção verdadeiro. Seguem uma tradição repetitiva de afirmar o que ouviram desde criança, sem nenhuma comprovação ou experiência real com Ele.
Da lucem, Donine!

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