Ex. 3: 13 e 14 - "Então disse Moisés a Deus: eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: o Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: qual é o seu nome? Que lhes direi? Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós."
Como o substantivo "Deus" não é o nome de Deus, e não interessam denominações criadas pela percepção humana sobre Ele, deve-se buscar o que Ele mesmo revela de si nas Escrituras. O texto de abertura mostra que Ele se auto-denomina de "EU SOU", indicando que não é o Seu nome próprio que importa, mas o que Ele de fato é. As pessoas se apegam muito aos adjetivos pomposos, porque estes dão a aparência de poder e controle. Entretanto, não adianta conhecer os qualificativos e predicativos de algo ou de alguém, sem conhecer a coisa em si, ou a pessoa de quem se fala.
Em substituição ao tetragrama que forma o nome de Deus na língua original das Escrituras, surgiram diversas referências a Ele, dentre tantas destacam-se as seguintes:
Aará - meu pastor.
El Cana - Deus zeloso.
Adonai - Senhor.
El Deot - Deus da sabedoria.
El Elyon - Deus do pacto ou aliança.
Attiq Yomin - Antigo de Dias.
El Ne'eman - Deus da graça.
El Olam - Deus Eterno.
Adon Hakavod - Senhor da Glória.
El Rói - Deus que vê.
El Shadai - Deus que amamenta ou sustenta.
El Sale'i - Deus é a minha rocha.
Elohim - Deus Criador.
Gibbor - Deus poderoso.
HaShem - o Nome.
Rofecha - que cura.
Tsavaot - o Senhor dos Exércitos.
Kadosh Israel - o Santo de Israel.
Vê-se que são títulos em conformidade com os poderes e virtudes de Deus, porém desejados e invocados pelo homem, pelo íntimo desejo de contar com uma força, proteção, cura, auxílio. Entretanto, a primeira vontade de Deus é uma só conforme Jo. 17:3 - "E a vontade de Deus é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste." Todas as demais vontades d'Ele decorrem desta, pois sem conhecê-Lo, ninguém poderá ser santificado, render graças, pregar o evangelho, ser obediente, realizar as obras de Deus, etc. Tal conhecimento experimental e não intelectivo só se dá por meio da inclusão na morte de Cristo, e na consequente ressurreição juntamente com Ele. Tudo isto se apropria tão-somente pela fé, e esta é dom de Deus.
Deus disse a Moisés: "Eu Sou o que Sou". Esta expressão em hebraico é o uso do verbo ser numa forma que reduz o presente, o passado e o futuro, indicando a natureza eterna e imutável de Deus. Transliterado produz o tetragrama "Yhvh", Yavé, ou Jeová como foi traduzido na língua portuguesa. A expressão "EU SOU" no verso 14 de Êxodo 3 está no futuro, porém no hebraico o futuro é utilizado para expressar um estado contínuo ou permanente, isto é, que é e que sempre será. Então, a expressão "Eu Sou o que Sou" deve ser traduzida de modo mais próximo ao original como sendo "Eu Sempre Serei o que Sou". Portanto, o anagrama resultante desta expressão hebraica é "Yhvh", expressando que Deus é imutável, é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Os seus decretos eternos não podem ser afetados pelo tempo, pelo espaço, e, muito menos, pelas circunstâncias. Suas promessas são fieis e verdadeiras infalivelmente. A maior dificuldade não é Deus cumprir os seus desígnios, mas o homem decaído crer incondicionalmente nisto.
Por medo de as pessoas utilizarem o nome de Deus levianamente, os copistas ou escribas substituíram o tetragrama "Yhvh" por Senhor. Por esta razão os judeus nunca escrevem ou pronunciam o verbo ser, porque este coincide com o tetragrama do nome de Deus. Este nome aparece quase sete mil vezes nas Escrituras.
Da lucem, Domine!
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