quarta-feira, dezembro 7

ESCATOLOGIA XLIV

Mt. 7: 15 a 24 - "Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade."
O apóstolo Paulo, em carta ao seu discípulo Timóteo, afirma "sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos". Esta é uma verdade constatável já nestes tempos que transcorrem. A dificuldade é real em diversos sentidos, pois há mais falsidade do que verdade nas pregações dos religiosos. As carências, angústias e dores são muito grandes na sociedade que busca freneticamente a vida, a fama, o sucesso e a atuodivinização. Não se pode confiar no que se vê, no que se ouve, e no que se faz. A única alternativa é voltar-se apenas para a Palavra de Deus, pois nela não há sombra de variações, e de dúvidas.
Ap. 11:1 a 14 - "Foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e foi-me dito: levanta-te, mede o santuário de Deus, e o altar, e os que nele adoram. Mas deixa o átrio que está fora do santuário, e não o meças; porque foi dado aos gentios; e eles pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses. E concederei às minhas duas testemunhas que, vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e sessenta dias. Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que estão diante do Senhor da Terra. E, se alguém lhes quiser fazer mal, das suas bocas sairá fogo e devorará os seus inimigos; pois se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto. Elas têm poder para fechar o céu, para que não chova durante os dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem. E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra e as vencerá e matará. E jazerão os seus corpos na praça da grande cidade, que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado. Homens de vários povos, e tribos e línguas, e nações verão os seus corpos por três dias e meio, e não permitirão que sejam sepultados. E os que habitam sobre a terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão; e mandarão presentes uns aos outros, porquanto estes dois profetas atormentaram os que habitam sobre a Terra. E depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles, e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram. E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: subi para cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram. E naquela hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram atemorizados, e deram glória ao Deus do céu. É passado o segundo ai; eis que cedo vem o terceiro.."
O caniço era um instrumento de mensuração, servindo tanto para medir, como para castigar. A ordem dada à João era para que medisse o santuário de Deus e o altar, porém deixasse sem medir o átrio exterior. O ato de medir visa a aferição de uma propriedade, sendo portanto, um processo confirmatório de um inventário e da sua posse definitiva pelo legítimo dono que a redimiu.
O tempo dos acontecimentos mencionados no capítulo 11 do Apocalipse é de três anos e meio, quarenta e dois meses, ou mil duzentos e sessenta dias. Este é o tempo em que o Anticristo forçará por bem, ou por mal aos judeus a que o adorem como o Messias. Neste tempo ele tentará se apossar da "Terra Santa", colocará a sua imagem no Templo de Jerusalém, e exigirá adoração a si como se fora um "deus". Estes fatos foram vaticinados por Daniel conforme Dn. 9:27 - "Ele fará aliança com muitos por uma semana - sete anos -, na metade da semana - três anos e meio - fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição que está determinada, se derrama sobre ele." Estas predições fazem parte do princípio da dupla referência profética, pois já ocorreram, em parte, no ano 148 d. C., mas ainda serão cumpridas no tempo do fim. No primeiro cumprimento desta profecia Antíoco Epifânio não se assentou no templo para exigir adoração como "deus". Sagrou-se sumo sacerdote no lugar de Jasão, proibiu a guarda do Shabath, não permitiu a prática da circuncisão, e da dieta casher, além de sacrificar um porco e colocar a estátua de Zeus no santuário para afrontar os judeus. Entretanto, tudo isto não se encaixa no tempo estabelecido na profecia de Dn. 8: 13 e 14 - "Até quando durará a visão...? Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado." Conforme os registros históricos do livro dos Macabeus, e de Plínio Josefo, o período não foi de 2.300 dias como exige a profecia de Daniel.
As duas testemunhas a que alude o texto apocalíptico serão enviadas do céu, e ao céu retornarão quando terminada a sua missão na Terra. O período da profecia e das ações destas testemunhas é o mesmo da perseguição aos judeus na Palestina, ou seja, mil duzentos e sessenta dias. Embora os nomes das duas testemunhas não sejam revelados a João, todavia, o consenso é que são Elias e Moisés. No caso de Elias se entende pelo que está em Ml. 4: 5 e 6 - "Eis que eu vos enviarei o profeta Elias antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a Terra com maldição."
Quanto a segunda testemunha há dúvidas entre Enoque, que foi trasladado, e Moisés, porém, a João é dito que estas testemunhas são as duas oliveiras, e os dois cadeeiros que estão perante o Deus de toda a Terra. Ora, esta é uma referência aos varões de vestes resplandescentes que foram vistos pelas mulheres na manhã da ressurreição de Cristo no sepulcro onde Ele havia sido sepultado. Eles testemunharam a ressurreição de Cristo; também no momento da ascensão de Cristo os mesmos varões apareceram ao lado d'Ele conforme At. 1:10; e ainda, no monte da transfiguração, os mesmos varões foram vistos pelos apóstolos e, neste caso, os apóstolos entenderam que se tratava de Elias e Moisés. Hoje, o entendimento é que Moisés representa aqueles que morreram e ressuscitarão no dia do arrebatamento, enquanto Elias representa aqueles que não morrerão, mas serão arrebatados em vida ao céu, porém com os corpos transformados.
As ações destas duas testemunhas coincidem com os feitos de Elias e Moisés em seus respectivos tempo de vida na Terra. Elias orou e os céus se fecharam para não chover por três anos e meio. Moisés utilizando um bastão determinou que as águas do rio Nilo se tornassem em sangue.
Ao final dos três anos e meio, as duas testemunhas serão entregues à Besta e serão vencidas e mortas em praça pública, sendo isto visto por todo o mundo. Porém, serão ressuscitadas e elevadas ao céu, igualmente, aos olhos de todo o mundo. Neste ponto haverá morte, ressurreição e ascensão à semelhança de Jesus, o Cristo. Isto confirmará o que diz Zc. 12:10 "... e olharão para aquele a quem traspassaram..." Os judeus reconhecerão a Jesus, como o Messias ao qual rejeitaram e concordaram na sua morte de cruz. O tempo de ação das duas testemunhas, é o mesmo tempo da pregação e testemunho de Jesus, o Cristo. Obviamente que o local é o mesmo, a saber, Jerusalém, pois é dito a João que os tais serão assassinados na cidade "... onde também o seu Senhor foi crucificado." Finalmente, após a morte e ascensão das duas testemunhas haverá um grande terremoto, semelhante ao que ocorreu na crucificação e morte de Cristo. A diferença é que, no primeiro caso, houve apenas ressurreição, mas no segundo, haverá morte e destruição.
Com todos estes eventos é ocorrido o segundo "ai" previsto na abertura do sexto selo. Falta ainda o último e terceiro "ai".
Gloria in excelsis Deo!

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