Mt. 24: 2 a 8 - "E estando ele sentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: declara-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo. Respondeu-lhes Jesus: acautelai-vos, que ninguém vos engane. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: eu sou o Cristo; a muitos enganarão. E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; olhai não vos perturbeis; porque forçoso é que assim aconteça; mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá fomes e terremotos em vários lugares. Mas todas essas coisas são o princípio das dores."
Vê-se que os discípulos tinham suas mentes poluídas pelos conceitos da época, especialmente, da religião judaica. As Escrituras não falam em nenhuma instância sobre o fim do mundo, mas fala sobre o fim de uma era, ciclo, ou sistema. Entretanto, Jesus respondeu o que interessava do ponto de vista da economia de Deus. A primeira regra é ter cautela para não ser enganado; a segunda regra é que o engano será mascarado por manifestações de falsos Cristos; a terceira regra é que os sinais dos tempos são guerras, levantes de nações contra nações, fomes, e terremotos em diversos lugares. Tais eventos serão apenas o início das dores, a saber, de uma tribulação que ainda não é a "grande tribulação."
Ap. 12:1 a 18 - "E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do Sol, tendo a Lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. E estando grávida, gritava com as dores do parto, sofrendo tormentos para dar à luz. Viu-se também outro sinal no céu: eis um grande dragão vermelho que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas; a sua cauda levava após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que estava para dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe devorasse o filho. E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono. E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias. Então houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam, mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou no céu. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na Terra, e os seus anjos foram precipitados com ele. Então, ouvi uma grande voz no céu, que dizia: agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo; porque já foi lançado fora o acusador de nossos irmãos, o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte. Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Mas ai da terra e do mar! porque o Diabo desceu a vós com grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta. Quando o dragão se viu precipitado na Terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão. E foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente. E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para fazer que ela fosse arrebatada pela corrente. A terra, porém acudiu à mulher; e a terra abriu a boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca. E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra aos demais filhos dela, os que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de Jesus. E o dragão parou sobre a areia do mar."
O capítulo 12 da profecia apocalíptica trata da Igreja e do seu arrebatamento, bem como do retorno do "Grande Rei". Toda vez que o Apocalipse se refere à mulher é uma simbologia da Igreja, seja a verdadeira, seja a falsa. João vê um grande sinal: uma mulher vestida do Sol e tendo a Lua debaixo dos pés. Isto se refere à verdadeira Igreja, porque a mulher está revestida da luz e domina as trevas, pois o Sol é o símbolo da luz de Cristo, enquanto a Lua é o símbolo das trevas e do erro. A mulher tem a Lua sob os pés!
A coroa de doze estrelas que a mulher traz em sua cabeça é a simbologia dos santos, representados pelos doze apóstolos. I Pd. 2:9 - "Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamar as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz."
O filho varão do texto é a Igreja invisível, pois tanto a mulher, como o filho varão são símbolos, sendo que a mulher representa a Igreja visível, logo, o filho varão é o símbolo da Igreja invisível. Há um nascimento, isto é, a ressurreição, e uma rápida separação, a saber, o arrebatamento. Os santos que morreram em Cristo ao longo da história ressuscitarão, mas logo serão elevados ao céu. Todavia haverá uma Igreja que ficará na Terra após o arrebatamento do filho varão, e terá de enfrentar a "grande tribulação" conforme I Ts. 4:16 e 17 - "Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor." A Igreja que se formará pelos convertidos durante a "grande tribulação" não será arrebatada juntamente com os regenerados vivos e os santos mortos em Cristo, pois o arrebatamento já terá ocorrido. Tal Igreja ficará, e, os que permaneceram vivos na "grande tribulação" receberão ao Senhor Jesus, o Cristo no seu retorno visível, juntamente com os 144.000 israelitas protegidos pelo selo de Deus contra os ataques dos demônios. Funcionará como uma Igreja subterrânea para sobreviver às investidas do Anticristo.
O texto faz referência ao Diabo por meio do símbolo de um grande dragão vermelho com sete cabeças, dez chifres, e sete diademas em suas cabeças. Mostra como Satanás perseguirá a Igreja da tribulação que é a mulher grávida e que grita de angústia para dar a luz. Satanás arrasta os anjos caídos para a Terra, pois até então habitam o espaço acima da Terra. Ele se põe diante da Igreja para destruí-la e devorar o seu filho varão. Quando ocorrer o arrebatamento, tanto dos salvos mortos em Cristo, quanto dos vivos regenerados, Satanás se enfurecerá e desencadeará uma onda de perseguição e destruição contra os que forem convertidos após o arrebatamento. Isto se assemelhará a uma inundação de água, porém esta Igreja será protegida por fenômenos naturais.
O arrebatamento dos santos ressuscitados e dos salvos vivos envolverá uma grande operação de batalha entre forças espirituais com o comando de Miguel e seus anjos. Assim, o arrebatamento sucederá imediatamente antes da "grande tribulação", sendo isto confirmado por Paulo em I Ts. 5:3 - "Quando andarem dizendo: paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vem a dor à que está para dar à luz e de nenhum modo escaparão." Após este evento, os que forem convertidos pela pregação dos seres celestiais serão perseguidos e destruídos pelo Anticristo a mando de Satanás enfurecido com o arrebatamento e com a derrota para as hostes fieis a Deus.
A mulher grávida, ou seja, a Igreja da "grande tribulação" não é mais aquela mulher vestida do Sol, mas está enfraquecida e foge para o deserto. Deserto, neste sentido, são as condições adversas em que a Igreja dos santos da tribulação viverão e serão destruídos pelas forças satânicas naqueles três anos e meio. O Anticristo tentará matar a mulher, ou seja, a Igreja remanescente de fome, porque naquela época ninguém comprará, ninguém venderá nada se não tiver o sinal da Besta. Esta Igreja que se formou após o arrebatamento não mais contará com a proteção espiritual do Espírito Santo, mas terá apenas proteção física por meios de instabilidades naturais conforme II Ts. 2:7 - "Pois o mistério da iniquidade já opera; somente há um que agora o detém até que seja posto fora." Não significa que o Espírito Santo será retirado da Terra, mas que não operará espiritualmente para proteger a Igreja da Tribulação.
Assim, "... e foi fazer guerra aos demais filhos dela." são os salvos durante a "grande tribulação" após o arrebatamento da Igreja invisível. Quanto aos santos da tribulação serão mortos por causa da sua fé. Estes santos são aqueles cujas almas foram vistas por João debaixo do altar no capítulo 6: "... vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram." Entretanto, não é fornecido qualquer detalhe de como serão mortos.
Gloria in excelsis Deo!
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