Mc. 12: 24 - "Respondeu-lhes Jesus: porventura não errais vós em razão de não compreenderdes as Escrituras nem o poder de Deus?"
Na língua grega, notadamente, em sua forma comum, denominada grego koinê há duas palavras para designar a significação dos tropos: conhecimento e saber. O Novo Testamento ou a Segunda Escritura foi escrita nesta forma da língua grega, porque o objetivo, na economia divina, era alcançar as massas menos letradas. Desta forma, para o substantivo masculino, 'conhecimento', o texto neotestamentário se utiliza do vocábulo [γνώσης] 'gnósis'. Porém, para o verbo 'saber' ou 'compreender', o mesmo texto neotestamentário se utiliza do vocábulo [ειδοτες] 'eidotes'.
Entretanto, o termo 'conhecimento', tal como designado no texto grego bíblico possui caráter espiritual ou revelador. Não se restringe apenas ao mero conhecimento universal que estabelece a percepção entre o sujeito e o objeto. Também, não deve ser confundido com o conceito de conhecimento do Gnosticismo, o qual possui sentido místico. O termo saber ou compreensão, por seu turno, é apenas a ciência ou a consciência da mera existência de algo, ou alguém. É como ter ciência ou consciência de que algo ou alguém existe em algum lugar e de alguma forma. Porém, sem que haja a operação sujeito/objeto.
Ambos os termos, 'conhecimento' e 'compreensão' tomados neste estudo nada têm a ver com os conceitos de conhecimento científico e sabedoria humana por assimilação cultural. Não estão relacionados a mera cognição dos fatos.
O texto de abertura circunscreve-se no contexto em que Jesus, o Cristo discursava, ensinando perante as multidões. Dentre os ouvintes estavam alguns fariseus, escribas e saduceus. Os fariseus pertenciam a uma seita político-religiosa predominante na sociedade judaica do tempo de Jesus. Os escribas eram copistas dos textos escriturísticos que, de tanto copiá-los, tornaram-se doutores da lei. Para os judeus deste tempo, a lei era o conjunto de escrituras veterotestamentárias e não apenas a lei de Moisés. Os saduceus era uma seita religiosa menos numerosa, mas de grande influência no Sinédrio, a saber, o centro de comando na nação judaica. Eles sempre presenciavam os discursos e o ensino de Jesus, o Cristo para achar alguma falha nele. Eles se sentiam ameaçados por temer que Jesus reivindicasse a sua messianidade e, com isso, pudesse trazer instabilidade ao falso equilíbrio vivido sob o domínio do Império Romano. Líderes religiosos sempre se sentem ameaçados pelo ensino verdadeiro, porque temem perder suas posições e seus ganhos.
No contexto do capítulo vinte e quatro do evangelho de Marcos, Jesus, o Cristo contou a parábola da vinha que fora arrendada quando o proprietário das terras viajou. Sempre que o proprietário enviava um mensageiro para receber o valor do arrendamento, os arrendadores matavam os emissários, julgando que o arrendatário não retornasse mais. Esta parábola evidencia as incontáveis mensagens, figuras e sinais enviados por Deus à humanidade sobre o Redentor e esta rejeitou a todos. A uns prenderam, a outros bateram e a outros mataram. Todo o texto escriturístico, tanto do primeiro testamento, quanto do segundo testamento fala apenas sobre o envio do Filho Unigênito de Deus para resgatar os pecadores eleitos. O objetivo do texto sacro não é científico, filosófico ou religioso, mas visa revelar o Caminho, e a Verdade, e a Vida os quais referenciam o próprio Cristo conforme Jo. 14:6.
Em seguida, Jesus, o Cristo, responde aos saduceus que o interpelara sobre o assunto da ressurreição. Por não crerem na ressurreição, entraram em conflito com o ensino de Jesus, perguntando-o algo, absolutamente inócuo: 'após diversos irmãos terem se casado com uma mesma mulher, na ressurreição, qual deles será o seu verdadeiro esposo?' Jesus lhes ensinou que, no reino eterno e espiritual, as pessoas e os anjos não se casam. Desta forma, todos estes pleitos humanos cessam com a morte.
Após seus ensinos, bastantes enfáticos, sobre a rejeição d'Ele como o Messias e da ignorância sobre o reino espiritual, Jesus, o Cristo lhes disse claramente que não tinham compreensão das Escrituras. Veja, Jesus não lhes acusou de não terem conhecimento, visto que não eram espirituais, mas apenas religiosos. Jesus, os acusou de não saberem ou não compreenderem a Palavra de Deus. Isto é algo mais superficial ou simples, pois o conhecimento requer revelação do alto, mas o mero saber requer apenas o esforço de leitura e o domínio intelectual dos textos. Usavam o texto bíblico apenas como ritual, regra, preceito e norma comportamental. Usavam-no apenas como letra morta!
Jo. 5:39 - "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim." Neste outro contexto, Jesus, o Cristo demonstra claramente que os líderes religiosos folheavam as Escrituras procurando o Salvador ou Messias. Revelou-lhes que era ele mesmo que estava diante deles, mas estes não podiam crer. Assim, o mero saber sobre Jesus, Deus, Amor, Salvação, Verdade e as Escrituras, não pode, por si só, produzir salvação ao pecador. É necessária a revelação do alto para tal.
Jo. 5:39 - "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim." Neste outro contexto, Jesus, o Cristo demonstra claramente que os líderes religiosos folheavam as Escrituras procurando o Salvador ou Messias. Revelou-lhes que era ele mesmo que estava diante deles, mas estes não podiam crer. Assim, o mero saber sobre Jesus, Deus, Amor, Salvação, Verdade e as Escrituras, não pode, por si só, produzir salvação ao pecador. É necessária a revelação do alto para tal.
Hoje veem-se muitos religiosos que, além de não saberem as Escrituras, também não têm revelação, porque são meros religiosos. Sobrevivem de uma doutrina de homens repassada por terceiros. A ela vão agregando suas próprias adaptações para satisfazerem suas almas decaídas.
Sola Scriptura!
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