II Co. 11: 3 e 4 - "Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo. Porque, se alguém vem e vos prega outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, de boa mente o suportais!"
Nestes quase dois mil anos da história do Cristianismo viram-se muitos movimentos balançando, ora em um sentido, ora em outro sentido. Foram ondas de progresso e de recuo em relação aos fundamentos do evangelho. Sabe-se que o evangelho não se limita a um conjunto de doutrinas aceitas e praticadas por algum grupo que se auto-intitula cristão. Tais movimentos tendem a ser mais ou menos fortes e duradouros conforme o seu fundamento. Quando o fundamento é Cristo eles são firmes, duradouros, eficientes e eficazes naquilo que, de fato, interessa ao "supremo propósito" de Deus. Quando são embalados por doutrinas de homens cuja centralidade não está em Cristo, são tumultuados, curtos e ineficientes em produzir a comunicação da verdade aos pecadores eleitos. Apenas enchem igrejas de religiosos incrédulos.
Um certo movimento religioso, pode, em determinados períodos até parecer absolutamente comprometido com o evangelho. Isto acontece porque, geralmente, a sua análise é feita pelo homem em função da efervescência, do triunfalismo e da dinamicidade que assume o tal movimento. Os homens, sobretudo, os religiosos são movidos a números, desempenho e resultados. Desta forma, se um movimento religioso está em espiral de crescimento, seus líderes aceitam que estão sendo aprovados por Deus. Nestes casos, não ocorre o evangelho segundo a simplicidade de Cristo, mas uma espécie evangelicalismo triunfante. Como a maioria dos liderados não se importa em averiguar a veracidade dos fatos, recebem sem questionar a onda frenética do grupo como verdade absoluta.
Em toda a extensão das Escrituras não se vê Deus trabalhando com grandes massas e grandes movimentos. Ao contrário, a ação de Deus é sempre com reduzidos grupos, envolvendo as pessoas menos prováveis do ponto de vista de dinâmica e eficiência. Isto ocorre para que fique claro que a ação é sempre monérgica, ou seja, parte apenas e exclusivamente do propósito de Deus. Foi Jesus, o Cristo quem esclareceu uma verdade há muito esquecida pelos religiosos que veneram prestígio, número e grandes resultados, conforme Mt. 7:13 - "Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela." Pela própria natureza residente no homem, quando todos ou a maioria assume que tal caminho é o verdadeiro deve-se voltar às Escrituras para averiguar se assim é. O fato de uma religião conquistar a simpatia e a adesão de um grande número de seguidores, pode ser exatamente o sinal de que Deus não está nisto. A porta estreita a que alude o texto é Cristo, e este crucificado. A porta larga indica a proposta mais aceitável e em conformidade com as inclinações da natureza pecaminosa do homem. Isto inclui, não apenas, questões de comportamento ou de moral, mas especialmente o que está relacionado à verdade do evangelho. Uma boa moral serve apenas aos propósitos sociais e interpessoais, mas jamais salva o homem espiritualmente.
O texto que abre este estudo mostra claramente que o apóstolo Paulo estava preocupado, precisamente, com esta inclinação dos homens em desejar, buscar e cultivar sistemas de crenças baseados em quantidade e não em qualidade. A troca da qualidade pela quantidade se dá precisamente pelo engano. Paulo cita o ocorrido ao primeiro casal no Éden. Eva foi enganada por Satanás, porque não recebeu a instrução diretamente da palavra de Deus. Logo, ela não possuía segurança sobre como proceder em relação a oferta do inimigo. Entretanto, Adão não foi enganado, porque recebera a instrução diretamente da palavra de Deus. Desta forma, Eva foi apenas enganada, mas Adão pecou por incredulidade ao que Deus lhe havia instruído.
Corrupção é um termo que indica a ruptura da normalidade de algo ou alguém em relação à sua posição e estrutura original. Desta maneira é a ruptura em relação a simplicidade de Cristo que leva os religiosos ao engano, e, posteriormente, ao pecado por contaminarem a pureza do evangelho de Cristo.
O que tem ocorrido, na maioria das religiões ditas cristãs, é que estão recebendo, além de outro evangelho, também, outro Cristo que não aquele anunciado desde o princípio nas Escrituras. A cada nova seita ou religião, reinventam um Jesus diferente e cada vez mais próximo do que o homem deseja. A consequência disto é o recebimento de doutrinas e espíritos de demônios conforme I Tm. 4:1 - "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios..."
Não se iluda, pois seus conceitos acerca de determinados textos são apenas o resultado de um longo processo de aliciamento e lavagem cerebral. Desta forma, quando você lê estas palavras, logo, imagina que tudo isto tem a ver com a religião dos outros. Jamais imaginam que Deus vem falando e repetindo tais verdades ao longo de dois mil anos. Ainda assim, homens estão indo aos milhões para a perdição com toda a sua religiosidade, bom comportamento, sucesso, prosperidade e prestígio. Tais coisas, não provam que estão na verdade, pois o caminho da perdição oferecido por Satanás propõe exatamente aquilo que alegra e satisfaz o coração incrédulo e religiosamente cego por doutrinas de homens.
Sola Scriptura!
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