Mt. 7:13 a 23 - "Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram. Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade."
A condição existencial humana está intimamente atrelada à relação moral do certo e do errado. Entretanto, não é o erro ou o acerto moral que determina a relação espiritual do homem, mas a sua posição e relação espiritual que são determinantes dos resultados morais. Comumente, uma pessoa é tida e recebida como correta e aprovada conforme os valores ético-morais que a faz notória perante a sociedade. Por esta razão, quando alguém tido e recebido como correto e aprovado cai em algum falha grave é altamente repudiado. Quando mais necessita da compaixão e da graça é rejeitado, exatamente porque está sendo guiado pela lei do esforço próprio e não pelo Espírito.
A espiritualidade é algo determinado pela vontade soberana e monérgica de Deus. Não é obtida como prêmio ou recompensa por quaisquer práticas de justiça própria. O ensino bíblico diz: "assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer." A maioria dos homens, especialmente os religiosos, imagina, erroneamente, que espiritualidade é a consequência de prática ou exercício exterior do que é moralmente correto. Este é um dos mais terríveis enganos pregado, sustentado, aceito e praticado pelas religiões humanas.
O espírito do homem foi nele inoculado por Deus, portanto, veio d'Ele e a ele retorna após a morte física conforme Ec. 12:7b - " ... e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu." Então, o que sobra entre o corpo físico que retorna ao pó e o espírito que retorna ao criador é a alma. A alma é a sede das emoções, volições e decisões que opera após a queda do homem. Como o espírito ficou desligado ou "morto" para Deus, a alma assume o controle dos atos e atitudes humanas por meio da sensorialidade. A soma da alma e do corpo forma o que as Escrituras chamam de carne ou carnalidade. Tal carnalidade é o conjunto dos desejos e inclinações da alma contaminada pela natureza pecaminosa. Não há em toda extensão das Escrituras qualquer menção à salvação do espírito, mas sempre se refere à alma. Portanto, a maior parte dos feitos interpretados como atos de espiritualidade, no homem são de fato atos almáticos. Só podem ser tidos como espiritualidade, os atos e atitudes guiados pelo Espírito de Deus que é o único que se comunica com o espírito humano regenerado pela justificação na morte de Cristo. O espírito do homem só se comunica com o Espírito de Deus e vice-versa e aquele necessita ter sido reconciliado a Deus novamente pela justificação em Cristo. É este o sentido de "pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus."
O espírito do homem foi nele inoculado por Deus, portanto, veio d'Ele e a ele retorna após a morte física conforme Ec. 12:7b - " ... e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu." Então, o que sobra entre o corpo físico que retorna ao pó e o espírito que retorna ao criador é a alma. A alma é a sede das emoções, volições e decisões que opera após a queda do homem. Como o espírito ficou desligado ou "morto" para Deus, a alma assume o controle dos atos e atitudes humanas por meio da sensorialidade. A soma da alma e do corpo forma o que as Escrituras chamam de carne ou carnalidade. Tal carnalidade é o conjunto dos desejos e inclinações da alma contaminada pela natureza pecaminosa. Não há em toda extensão das Escrituras qualquer menção à salvação do espírito, mas sempre se refere à alma. Portanto, a maior parte dos feitos interpretados como atos de espiritualidade, no homem são de fato atos almáticos. Só podem ser tidos como espiritualidade, os atos e atitudes guiados pelo Espírito de Deus que é o único que se comunica com o espírito humano regenerado pela justificação na morte de Cristo. O espírito do homem só se comunica com o Espírito de Deus e vice-versa e aquele necessita ter sido reconciliado a Deus novamente pela justificação em Cristo. É este o sentido de "pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus."
O texto de abertura é o ensino puro e direto de Jesus, o Cristo. É uma forma metafórica de ensinar a trajetória dos homens ao longo da vida. Tal caminho passa por uma porta que poderá ser larga ou estreita. A porta larga conduz a um caminho largo, fácil e prazeroso de ser percorrido. Por isto, o texto afirma que muitos andarão por ele. Entretanto, a porta estreita, o caminho apertado e difícil, poucos o encontram. A porta estreita e o caminho apertado são exatamente que conduzem à vida. Vida no texto original se refere à vida 'zoé', ou seja, a vida eterna e abundante prometida por Cristo.
O texto previne os eleitos e regenerados sobre a existência de falsos profetas. Tais profetas são falsos, não pela aparência exterior, mas pelo que são e ensinam por suas naturezas pecaminosas. O que contamina o homem é o que procede do coração e não a sua aparência exterior. A forma de conhecer e discernir entre o falso e o verdadeiro são os frutos. Ninguém consegue plantar uma videira e dela colher figos mais tarde. Ou ela produz uvas, ou não é uma videira. É neste ponto que surge a confusão religiosa entre causa e efeito e vice-versa. Ora, a videira produz uvas invariavelmente, porque é da sua natureza genética produzi-las e não porque alguém deseja que produza outro fruto. Por semelhante modo, a ovelha produz lã, porque é da sua natureza. O lobo jamais produzirá lã, ainda que produza pelos. Deus já preordenou as árvores e os seus fruto antes dos tempos eternos, quando nem o mundo ainda houvera sido criado conforme II Tm. 1:9 - "...que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos..." O que define a árvore e os seus frutos é a graça concedida em Cristo antes dos tempos eternos. A santa vocação é o chamamento da parte de Deus para a separação da natureza pecaminosa. A salvação e o chamamento ocorreram pela vontade soberana de Deus e não pelas obras de justiça que alguém praticara. Deus tem os seus propósitos que não podem ser alterados e refutados por quem quer que seja.
Finalmente, o texto mostra que muitas pessoas chamam Cristo de 'senhor' repetidamente, no entanto, ele não lhes é por Senhor. O que determina o senhorio de Cristo sobre uma pessoa é a eleição antes da fundação do mundo conforme Ef. 1:4 - "... como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade..." Assim, os regenerados foram eleitos nele, ou seja, por inclusão em sua morte de cruz e ressurreição. Muitos imaginam que o "ser santo e irrepreensível diante dele" é uma questão de exercício comportamental. Não o é! De fato, o texto diz que tal condição é em amor, ou seja, a santidade e a irrepreensibilidade diante de Deus é por meio do amor de Cristo. Isto se dá pela operação e a operacionalização da graça de Deus antes que os eleitos houvessem nascido ou praticado o bem ou o mal. É um processo segundo "o beneplácito da sua vontade." Os eleitos não foram escolhidos com base no que haveriam de fazer ou deixariam de fazer, esta seria uma eleição falaciosa. No caso, Deus escolheria alguém pelo prévio conhecimento do que tal pessoa o escolheria também. Logo, isto não é eleição e, muito menos, predestinação, visto que coloca a escolha no homem decaído. Este erro doutrinário é ensinado pelos lobos vestidos de cordeiros para encobrir as suas naturezas devoradoras. É a oferta da porta larga e do caminho espaçoso, porque coloca a centralidade no homem e sua suposta bondade.
Observa-se que o texto ensina que muitos dirão: senhor, senhor, nós profetizamos, expulsamos demônios e realizamos muitos milagres em teu nome. Todavia, Jesus lhes afirma: "então lhes direi claramente: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade." A expressão: "nunca vos conheci" no texto grego original é 'homologueso', ou seja, 'eu não homologo ou confirmo' a autoridade de vocês. Homologar é confirmar que um documento ou objeto é autêntico e verdadeiro. Neste caso, Jesus, o Cristo está afirmando que não havia compatibilidade entre ele e os que o chamavam de Senhor. Jesus lhes diz para apartarem-se dele, pois praticavam a iniquidade. Ora, como pode ser pregar o evangelho, expulsar demônios e fazer milagres a iniquidade? Simplesmente porque foram praticados por homens cujos espíritos não foram reconciliados com Deus por meio da inclusão na morte de Cristo e também na sua ressurreição. Eles não praticaram atos de espiritualidade, mas apenas atos almáticos contaminados pela natureza pecaminosa residente e persistente neles.
Sola Scriptura!
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