março 06, 2014

CRISTO: ESSÊNCIA E CONVERGÊNCIA

Rm. 11: 33 a 36 - "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem se fez seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém."
Watchaman Nee em sua obra "Cristo, A Essência De Tudo O Que É Espiritual" afirma que não há nada fora de Cristo. É importante ressaltar que este verdadeiro cristão teve uma profunda experiência espiritual, além de ter passado boa parte da vida nas prisões da China Comunista. Tal reclusão não era por outras questões, senão por defender o evangelho verdadeiro. Ele demonstra na obra retromencionada que a única realidade que Deus tem para o homem é Cristo e não coisas. Mostra claramente que, quem tem Cristo, tem tudo, porque Ele é o tudo de Deus. 
Muitos religiosos, no afã de satisfazer apenas seus desejos humanos substituem o doador, que é Cristo, pelas doações ou bênçãos materiais. Tendo o doador, têm-se todas as doações, mas nem sempre quando se têm as doações se pode ter o doador. Tais pessoas cultuam um cristianismo triunfalista e de recompensas, desenvolvendo, para tanto, uma teologia singular: afirmam que prosperidade, saúde, fama e prestígio são sinais da aprovação de Deus na vida de uma pessoa. Ora, ainda que Deus possa conceder bênçãos a qualquer pessoa, nada do que é material pode conquistar o reino espiritual. O que é corruptível não pode herdar o reino eterno, pois a natureza deste reino é incorruptível, logo, tais coisas não se sustentariam nele. É como afirma Jesus, o Cristo: "... o que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?"
Outros religiosos não conseguem distinguir entre quem é o Cristo pré-existente ao próprio mundo e o homem histórico Jesus nascido de mulher. Obviamente, não são duas pessoas distintas, mas uma única pessoa dotada de duas naturezas: a divina e a humana. Assim, Jesus, o Cristo é o único ser em todo o universo que é cem por cento homem e cem por cento Deus. A fusão destas duas naturezas se descreve em Jo. 1: 14 - "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai." O verbo a que alude o texto é a tradução portuguesa para "Logos", que, em última análise, significa a palavra ou o princípio ativo e criativo de Deus. Os mundos, a saber, a soma de todas as coisas que foram criadas pelo poder da palavra conforme Hb. 11:3 - "Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê."
No capítulo um do evangelho de João leem-se as seguintes revelações: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez." Mostra que o verbo, a saber, o Logos é Cristo e que Ele é Deus, portanto, anterior ao homem histórico Jesus. Ele é o gerador de todas as coisas que há, antes que qualquer delas houvesse. Isto porque as Escrituras no-lo informam que Ele é antes de todas as coisas conforme Cl. 1: 17 - "Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas." Desta forma é Cristo, de fato, a essência de todas as realidades e todas elas subsistem n'Ele.  Não há dicotomia ou tricotomia alguma. Estas ideias moduladas de ver o  mundo é consequência da natureza pecaminosa e do ensino desvirtuado da verdade nas religiões. Milhões de pessoas buscam religião, mas o mundo e a natureza pecaminosa continuam residentes e latentes em suas mentes e corações. Enquanto, não experimentarem o nascimento do alto, permanecerão em suas religiões e crendices horizontalizadas e desesperadas.
O texto de abertura dá uma visão simplificada da essência e da profundidade das realidades espirituais. Portanto, tais esplendentes realidades só poderão ser conhecidas pelo espírito. Isto porque o ensino mostra que "Deus é espírito e as coisas espirituais só podem ser discernidas espiritualmente." Esta é a razão de tanta miséria, divisão, soberba e orgulho religioso dentro das igrejas. Elas querem alcançar o espiritual pelo almático e material, buscam as armas verdadeiras, valendo-se das armas errôneas. Neste sentido acabam por desenvolver os poderes latentes da alma, julgando serem poderes originados de Deus. Ledo engano! São antes poderes puramente humanos controlados e manipulados pelo Diabo. 
Também é mister dizer que tudo converge para Cristo. Em Cl. 1: 16c  diz: "... tudo foi criado por ele e para ele." Ele, Cristo, não só criou todas as coisas, como todas elas convergem para ele na restauração final. Por esta razão é que todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Ele é o Senhor Soberano e Absoluto conforme Rm. 14: 11 - "Porque está escrito: por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua louvará a Deus." Até mesmo os que forem julgados e condenados eternamente reconhecerão Cristo como Senhor. A lei veterotestamentária convergiu e terminou em Cristo conforme Rm. 14:4 - "Pois Cristo é o fim da lei para justificar a todo aquele que crê." Desta forma, Cristo é o fim, tanto como ato final e definitivo como finalidade da existência da lei, quer seja cerimonial, quer seja moral antes da sua manifestação concreta e histórica em Jesus.
Sola Gratia!

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