II Co. 11: 3 e 4 - "Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo. Porque, se alguém vem e vos prega outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, de boa mente o suportais!"
Muitas pessoas e até mesmo alguns que se dizem cristãos afirmam que os relatos bíblicos são apenas mitos ou lendas. Colocam as narrativas nestes termos para lhes retirar ou reduzir a credibilidade. Desenvolvem teorias e teologias para desconstruir a verdade, porque as suas naturezas são incompatíveis com ela. Após a queda, a natureza humana passou a ser controlada por Satanás e todas as inclinações do coração do homem ficaram a ele submetidas conforme Gn. 6:5 - "Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na Terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente." Tais pessoas agem assim por força das suas naturezas corrompidas e pecaminosas. É um ato consciente quanto à carnalidade, mas inconsciente quanto a espiritualidade. Obviamente que, a serpente era um animal natural e não um espírito maligno. A serpente foi o instrumento material para o espírito do anjo caído se apoderar e agir contra Deus.
Intelectuais de segunda mão afirmam que tais relatos sobre a criação, a queda e o julgamento final do homem constam em diversos escritos antigos. Eles imaginam que isto desqualifica a mensagem cristã. Todavia, desconhecem que todas estas informações tiveram a mesma origem, visto que, naqueles tempos as narrativas eram passadas e repassadas oralmente pelos ancestrais. A humanidade se resumia em um número muito pequeno e todas as informações eram conhecidas por todos os grupos, linhagens e clãs. Contrariamente, tais registros acerca dos mesmos temas, apenas confirmam a veracidade dos mesmos. Também é importante acrescentar que uma lenda ou mito não retira a veracidade do assunto. São apenas formas diferentes de narrar os fatos verdadeiros.
O "cristianismo sem Cristo" tem por objetivo reforçar a descrença humana na verdade do evangelho e aumentar a crença no próprio homem. Embora pareça contraditório, mas a melhor maneira de desconstruir uma verdade é se infiltrando nela e se apoderando de modo sutil das suas bases e modificando-as lenta e gradativamente. Foi o mesmo método de Satanás no Éden quando enganou a Eva conforme Gn. 3:1 a 5 - "Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: é assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu a mulher à serpente: do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Disse a serpente à mulher: certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal." Satanás começa a sua dissimulação fazendo uma afirmação generalizada, contendo meia verdade. A mulher por sua vez não tinha a informação correta também e acrescenta palavras às palavras de Deus. Finalmente, Satanás afirma uma palavra contradizente com aquela dita por Deus a Adão. Afirmou que, mesmo comendo do fruto não permitido, não aconteceria nada demais. Instigou o desejo na mulher de ser como Deus, conhecedora do bem e do mal. Isto significa a capacidade de julgamento próprio sem a orientação direta de Deus. A isto denomina-se queda, corrupção e pecado original.
O texto de abertura mostra a preocupação do apóstolo Paulo com a igreja em Corinto. Naquele tempo uma igreja era formada por um reduzido número de pessoas que se reunia para ler as Escrituras, cantar e compartilhar das maravilhas de Cristo. Nem mais, nem menos que isto! Não haviam templos suntuosos e cheios de estruturas e, muito menos, teologias esdrúxulas. Verifica-se que a preocupação não era sobre questões comportamentais ou morais em primeiro grau, mas com a possibilidade de corrupção do conhecimento. A consequência seguinte à corrupção da verdade é a perda da simplicidade do evangelho de Cristo. Estes fatos se repetem a milhares de anos da mesma forma e com o mesmo conteúdo.
Qualquer um que levanta e anuncia alguma novidade interessante aos desejos da natureza decaída e corrompida do homem, logo é aceito como grande virtuose de Deus na Terra. É desta maneira que surge o "cristianismo sem Cristo". É pelo anúncio de uma religião de barganhas, de falsos milagres, de triunfalismo mentiroso que os sentidos e o entendimento são corrompidos. A pessoa fica cheia de verdades próprias, mas não do Cristo mostrado nas Escrituras. As igrejas se enchem de arrogantes e tolos, servindo a Satanás por meio dos poderes latentes da alma. Tais pessoas são mais úteis ao Maligno dentro das igrejas, que fora delas. São os pregadores de outro Jesus, outro evangelho e outro Espírito Santo. A estes o homem portador da natureza pecaminosa ouve, prestigia e dá crédito.
Sola Scriptura!
Nenhum comentário:
Postar um comentário