I Jo. 2: 22 e 23 - "Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse mesmo é o anticristo, esse que nega o Pai e o Filho. Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; aquele que confessa o Filho, tem também o Pai."
Já foi dito alhures que é possível haver cristianismo sem Cristo. Em termos de instituição, denominação e religião exterior qualquer um, individual ou coletivamente, pode identificar-se como cristão. Nada o impede e até há grandes encorajamentos, pois o homem natural busca desesperadamente aceitação social. Todavia é impossível ser cristão verdadeiro fora de Cristo por definição, posição, relação e natureza. O que define um cristão não é a nominalidade por atribuição humana, mas a marca de Cristo em suas narrativas doutrinárias parametrizadas na centralidade d'Ele, da cruz e das Escrituras. Embora a maioria dos religiosos toma por parâmetro apenas a questão comportamental, esta, neste caso, é secundária. Pode ser que um autêntico cristão tenha uma vida moral e ética sem muita expressividade ou um passado condenável, enquanto um falso cristão seja uma pessoa de vida inatacável. Assim, a verdade é que, no primeiro, a primazia é Cristo e não as obras de justiça própria, enquanto, no segundo, o seu 'eu' é quem promove a auto-santificação. O fato é que, sem Cristo nenhum comportamento moral produz a santidade e a vida d'Ele no homem. Entretanto, com Cristo, a produção da sua semelhança é um processo contínuo e operacionalizado por Deus até a restauração final.
O que caracteriza o cristianismo sem Cristo é a apostasia, a saber, o afastamento da centralidade de Cristo, da cruz como um princípio interior e das Escrituras como verdade absoluta. Desta forma quando o apóstolo Paulo afirma: "mas o Espírito expressamente diz ...", isto significa que o Espírito Santo diz por meio de palavras precisas, claras e explícitas e não por religião exterior. É uma afirmação com finalidade definida, com um único objetivo ou de modo especial e sem chances de contestações. Na sequência do texto de I Tm. 4:1 é dito que nos últimos tempos alguns se apostatarão da fé. A fé neste sentido pode ser a doutrina cristã autêntica como um todo, como também, a fé como a expressão do dom de Deus dado aos cristãos. A fé humana é uma fé em si e de si mesmo! Muitos têm fé na fé e não a fé de Deus.
A razão dada para a apostasia é exteriorizada como um forte apelo ao que não provém de Cristo e das Escrituras. Tal erro é prevenido pelo apóstolo Paulo em I Co. 4:6 - "... aprendais a não ir além do que está escrito..." Esta é a causa fundamental de religiosos bem intencionados ou não darem ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios. Quando alguém dentro de uma igreja ouve estas palavras imagina, imediatamente, em seitas e crenças que pregam oferendas a orixás, invocam espíritos, sacrificam animais ou adotem rituais místicos e estranhos. Todavia, os espíritos enganadores e as doutrinas de demônios estão exatamente dentro de muitas igrejas que não praticam nada disto. O religioso que não tem experiência de novo nascimento, logo imagina que um anticristo é alguém que abre a boca dizendo coisas fortes contra o nome e a pessoa de Jesus, o Cristo. Ledo engano, pois um anticristo não é apenas alguém ou um sistema que se opõe a Cristo. É antes alguém ou um sistema que intenta ocupar o lugar de Cristo por semelhança e não por oposição. O espírito do anticristo se impõe por tentar ocupar o lugar de Cristo por um processo de substituição e a oferta de uma compreensão mais aproximada do homem. São geralmente pessoas as quais pregam a paz, o amor, a justiça e o bem-estar do homem. Jamais um cristão verá o anticristo exaltando a Satanás e diminuindo a Cristo. Ao contrário, ele falará em nome de Jesus, o Cristo, mas não o que este, de fato, é e disse. Eles sobrepõem uma doutrina que sempre vai além do que está nas Escrituras.
Necessário é que se receba o Espírito Santo como o guardião da Igreja, como o único ensinador ou consolador dos eleitos e predestinados e como aquele que sela os cristãos nascidos de Deus para guardá-los como penhorados para a vida eterna. É sempre oportuno reportar-se ao que as Escrituras ensinam e não às opiniões dos homens. II Co. 11:14 e 15 - "E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz. Não é muito, pois, que também os seus ministros se disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras." Assim fica evidente que, o próprio Satanás se passa por anjo de luz e os seus enviados se passam por ministradores da justiça. Logo, não é por meio de cultos e religiões estranhas e sujas que o Diabo engana, mas por meio daquilo que as pessoas julgam ser procedente de Deus. Por isto as Escrituras ensinam que se deve provar os espíritos conforme I Jo. 4: 1 a 3 - "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo." Espíritos neste texto são pessoas e não a manifestações e incorporações ou de possessões de entes invisíveis. Quando alguém recebe a graça como mensageiro do evangelho é o Espírito Santo quem fala por ele e não ele mesmo. O dialeto, o sotaque e o conteúdo da mensagem só pode ter uma centralidade, a saber, Cristo e este crucificado. O que passa disto é anátema e reflete o espírito do anticristo. O pregador ou mensageiro que não confessa a Jesus, o Cristo como Filho de Deus, e, portanto, também Deus, falha em sua mensagem. Todo aquele que confessa que Jesus, o Cristo foi nascido de mulher, crucificado para incluir os eleitos em sua morte, bem como, na sua ressurreição ao terceiro dia, este tem o Espírito de Deus. Veja, confessar é absolutamente diferente de declarar. Os espíritos enganadores e que anunciam doutrinas de demônios nunca confessam, apenas declaram. Confessar é dizer por fé e não por evidências, sinais, prodígios e convicções fundamentadas no conhecimento intelectivo. Confessar nada tem de sensorial e almático, pois é o resultado da ação do Espírito Santo sobre o espírito no homem.
Por todas estas razões é que Paulo ensina em II Co. 11: 3 e 4 - "Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo. Porque, se alguém vem e vos prega outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, de boa mente o suportais!"
Solo Christus!
Post Scriptum: gramaticalmente, os dizeres do adorno deste estudo deveriam estar escritos assim: "a bíblia é a única arma que atira no morto e o faz viver." Isto porque o homem natural já nasce morto espiritualmente. Apenas por meio da Palavra de Deus que é vivificado para a vida eterna.
Post Scriptum: gramaticalmente, os dizeres do adorno deste estudo deveriam estar escritos assim: "a bíblia é a única arma que atira no morto e o faz viver." Isto porque o homem natural já nasce morto espiritualmente. Apenas por meio da Palavra de Deus que é vivificado para a vida eterna.
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