Cl. 3: 3 e 4 - "... porque morrestes, e a vossa vida está oculta com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória."
Atualmente, quase tudo no Cristianismo não está relacionado a Cristo, logo, estas crenças, religiões e seitas não pertencem ao Cristianismo, mas a um tipo de cristianismo nominal e puramente conceitual. É paradoxal dizer-se cristão e negar a Cristo por natureza, atos e confissão. Há profunda diferença entre declarar-se cristão e confessar a Cristo. É como se alguém plantasse uma laranjeira, esperando dela colher, no futuro, abacates. É como pintar um urubu de amarelo, colocar alpistes para ele comer e dizer-lhe: canta meu canário! Alguns imaginam que o cristianismo se resume em fazer caridade apenas. O amor caritativo é um dos mais sublimes em uma pessoa, mas ainda não é a essência do Cristianismo. Outros imaginam que cristianismo é um conjunto de regras rígidas para corrigir e reformar o homem. Um homem correto, íntegro, temente e que evita o mal é uma das melhores coisas para a sociedade, mas não representa toda abrangência do Cristianismo. Ainda outros imaginam que o cristianismo é cumprir ritos e prescrições dogmáticas herdadas por tradição. Executar preceitos, ritos e regras é algo que disciplina o homem e o faz ter alguma ocupação, mas não responde pela amplitude do Cristianismo. Na verdade, o Cristianismo é o próprio Cristo conforme Rm. 11:36 - "Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém." Tudo se origina e converge para Cristo, inclusive toda a glória por toda a eternidade. Esta fé genuína não é conseguida por herança, por esforço, por cumprir preceito sobre preceito e regra sobre regra, por sacrifício de si mesmo, por méritos, por justiça própria. Fé é dom de Deus e não habilidade ou virtude humana. Por isto, para quem não ganha a fé, o cristianismo é apenas um fato histórico ridicularizado pelas religiões ao longo da história. Há, atualmente, a peremptória afirmação que o mundo entrou na Era Pós-cristã. O fato é que, para quem não experimentou o novo nascimento, sempre foi e será uma Era Pós-cristã. Tal experiência nada tem a ver com religião institucionalizada, mas com a eleição da graça.
A primeira exigência da graça da eleição é a fé que, de fato, o pecador morre em Cristo, a saber, que é incluído em sua morte na cruz. A expressão do texto que abre este estudo diz: "... porque morrestes...". Observa-se que é utilizado o termo 'porque' como consequência e não como causa. A morte inclusiva do pecador eleito em Cristo é incompreensível antes de ganhar a graça da fé. O que ainda tem os olhos cobertos por escamas e os ouvidos obstruídos por cera da incredulidade, não concebe esta verdade, porque ela foge à lógica limitada do homem e é discernida apenas espiritualmente. A primeira objeção é que, um indivíduo anterior ou posterior ao evento da crucificação, não poderia ter sido incluído na morte de Cristo. Alega-se que, apenas um dos malfeitores crucificado ao lado d'Ele participou de tal evento, e, tendo confessado e crido foi salvo. Entretanto, a morte de Cristo foi eficiente e suficiente de uma vez para sempre na aniquilação do pecado de todos os eleitos conforme Hb. 9:26 a 28 - "... doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação." Então, a execução da justiça de Deus contra o pecado foi validada para todos os eleitos em todos os tempos e lugares. Acrescenta-se que Deus não está limitado no tempo e no espaço.
A inclusão do pecador é mostrada com clareza meridiana em Jo. 12: 32 e 33 - "E eu, quando for levantado da Terra, todos atrairei a mim. Isto dizia, significando de que modo havia de morrer." Jesus, o Cristo foi levantado da Terra três vezes: na crucificação, na ressurreição e na assunção ao céu. Todas estas realidades são interdependentes e consequentes uma da outra. No texto anterior é demonstrado que ele se referiu à sua morte de cruz. Estes todos que ele atraiu a si em sua morte, não são todos os homens, mas os todos eleitos e arrolados para a vida. É o sentido de homens de todos povos, tribos e nações. O pensamento universalista reinante nas igrejas institucionais acomodam o "todos" a todos os homens. Entretanto, isto não é confirmado pela realidade espiritual dos homens no tempo e no espaço. Além do que, se Deus intencionasse salvar todos os homens, certamente todos seriam salvos, porque a sua Palavra não retorna sem executar a sua destinação. Assim, há um 'todos' que não são todos dos homens, mas os 'todos' eleitos e predestinados conforme Rm. 8: 29 e 30 - "Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou." Ora, "os que..." são uma categoria específica e não universal. Igualmente "... entre muitos irmãos" não são todos os homens que se tornariam irmãos de Cristo.
Desta forma o ensino da inclusão da morte do homem, na morte de Cristo, a saber, a aniquilação da culpa do pecado pela inclusão na cruz com Cristo é uma questão de fé. O processo denominado de 'novo nascimento' se constitui da morte inclusiva, da morte substitutiva e da ressurreição para a vida. A morte inclusiva é a que acaba de ser demonstrada. A morte inclusiva se dá na pessoa de Cristo, o Filho Unigênito e agora Primogênito de Deus. A morte substitutiva se dá na pessoa do homem histórico Jesus. Enquanto o Cristo eterno substitui o pecador espiritualmente, o homem histórico Jesus substitui o pecador fisicamente na cruz. Quando o pecador é vivificado para receber a graça da fé, automaticamente recebe esta verdade apenas por fé. Visto que o pecador não tem inclinação para Deus o suficiente para promover sua própria redenção e, também, não estava fisicamente presente na crucificação, ele foi incluído e substituído por Jesus, o Cristo. Ao ressuscitar dentre os mortos o pecador regenerado ganha a vida de Cristo que, nele fica oculta até a manifestação d'Ele no fim dos tempos.
O que se chama de vida ressurrecta é a fé que conduz o pecador eleito e regenerado a confessar que a vida de Cristo está escondida nele, porque morreu e ressuscitou com Ele conforme Ef. 2:6 - "... e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus..." Ora, alguém só ressuscita juntamente com alguém se morreu juntamente com esse alguém. Assim a morte e a ressurreição de Cristo foram compartilhadas com os eleitos de Deus.
Solo Christus!!!
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