At. 4: 1 a 13 - "Enquanto eles estavam falando ao povo, sobrevieram-lhes os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, doendo-se muito de que eles ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dentre os mortos, deitaram mão neles, e os encerraram na prisão até o dia seguinte; pois era já tarde. Muitos, porém, dos que ouviram a palavra, creram, e se elevou o número dos homens a quase cinco mil. No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém as autoridades, os anciãos, os escribas, e Anás, o sumo sacerdote, e Caifás, João, Alexandre, e todos quantos eram da linhagem do sumo sacerdote. E, pondo-os no meio deles, perguntaram: com que poder ou em nome de quem fizestes vós isto? Então Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: autoridades do povo e vós, anciãos, se nós hoje somos inquiridos acerca do benefício feito a um enfermo, e do modo como foi curado, seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, nesse nome está este aqui, são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta como pedra angular. E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos. Então eles, vendo a intrepidez de Pedro e João, e tendo percebido que eram homens iletrados e indoutos, se admiravam; e reconheciam que haviam estado com Jesus." Vê-se invariavelmente a mesma cena: religiosos lutando contra a verdade! Os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus representavam a fina flor da religião no tempo de Jesus. Os sacerdotes defendendo o sistema vigente, porque era a única fonte de renda deles; o capitão do templo, acompanhando sacerdotes e saduceus, porque era o seu emprego; e os saduceus formavam uma seita do judaísmo que não cria na ressurreição dos mortos. Assim, todos lutavam bravamente, cada qual em sua trincheira, para defender os seus interesses puramente humanos disfarçados de espiritualidade. Da mesma forma sucede nos dias atuais, quando uma determinada denominação religiosa ou grupo local se sente ameaçado em sua estrutura por qualquer coisa que não se origina em suas assembleias, conclaves, sínodos, concílios, convenções e declarações de princípios. Partem para a desqualificação do oponente sem ao menos considerar, na essência, o que ele afirma. Quando não conseguem arguir escrituristicamente, intentam contra a integridade moral ou ética do pregador, para liquidá-lo perante a opinião pública num verdadeiro espetáculo de execração pública. Deus tenha misericórdia deles!
Entretanto, no texto considerado, a razão verdadeira do ódio e da inquisição dos religiosos é, na aparência, uma pseudo-preocupação em preservar suas doutrinas e tradições. No fundo trata-se apenas da questão de sobrevivência do sistema que os alimenta e os mantém no controle, muitas vezes maniqueísta, sobre os incautos. Vê-se que, saduceus, sacerdotes e o capitão do templo estavam se condoendo muito porque os discípulos ensinavam o povo e anunciavam o Senhor Jesus, o Cristo. Não querem que se ensine a verdade, porque esta verdadeiramente liberta do jugo da dependência religiosa. Ora, se eles, como edificadores, haviam rejeitado a Rocha Eterna? O que se poderia esperar desse sistema religioso?
Contrariamente, o anúncio da verdade produz invariavelmente redenção e libertação dos grilhões da religião. Apesar do encerramento dos discípulos em prisões, muitos dos que ouviram a mensagem creram-na. O passo seguinte é sempre o de reunir o maior número possível de autoridades, doutores da lei, anciãos e pessoas de destaque na sociedade a fim de impor terror e suposta sabedoria e veracidade aos seus processos nefastos. Trata-se sempre de um embuste utilizado para inferiorizar e reduzir a validade da pregação da verdade a uma posição secundária. Nos tempos atuais, logo se levantam e afirmam sem a menor preocupação que se trata de uma heresia. Alguns líderes religiosos do presente tempo sequer sabem, na essência, o que é uma heresia, pois se soubessem não pregariam as coisas que pregam em seus púlpitos diabólicos. Tais púlpitos não têm a cruz, nem a morte, nem a ressurreição. Apresentam tão somente espetáculos de retórica ou de ilusionismo para anestesiar as mentes dos pecadores afligidos em seus sofrimentos, dramas, traumas, carências e cegueira espiritual. Oferecem uma religião que se assemelha ao crack, pois só funciona como alucinógeno, mas não liberta o pecador do seu pecado.
Por outro lado, no entanto, os regenerados se põem a falar destemidamente, porque são cheios do Espírito de Cristo. Ora, se o Mestre Divino foi crucificado e morto, porque os seus discípulos se negariam a confirmar as Suas Palavras? É como afirmam as Escrituras em Lc. 21: 16 e 17 - "E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós; e sereis odiados de todos por causa do meu nome." O ódio é ao Senhor Jesus, porque o mundo inteiro jaz no maligno, e, este, não quer perder o seu domínio usurpado para o verdadeiro senhor e dominador dos céus e da Terra. Os pregadores da verdade são atingidos, porque são visíveis e atingíveis. Não importa se são letrados ou doutos, iletrados ou indoutos, quando estão com o Senhor Jesus, o Cristo as suas palavras são imediatamente identificadas com o Mestre Eterno. Esta é a marca dos nascidos de Deus; do remanescente que serve ao Senhor ao longo dos séculos.
Sola Scriptura!
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