abril 10, 2009

TEOLOGIA REFORMADA x TEOLOGIA DEFORMADA VI

Jo. 8:34 - "Respondeu-lhes Jesus: em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado."
Rm. 5:12 - "Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram."
A definição do que é teologia reformada e do que é teologia deformada passa obrigatoriamente pela concepção do que é pecado, da sua origem e das suas consequências na relação do homem com Deus e vice-versa. Por estes princípios também fica estabelecido o que é verdade e o que é apenas religião resultante do humanismo secular.
Todo aquele que comete pecado é escravo ou servo do pecado é uma sentença que traz em si mesma diversas implicações. Primeiro não há homem que não peque conforme I Rs. 8: 36 - "Quando pecarem contra ti, pois não há homem que não peque..." Segundo, e, confirmando o texto anterior, todos pecaram, por isso, estão separados, destituídos ou mortos para Deus conforme Rm. 3:23 - "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." Conclui-se, portanto, e sem prejuízo de toda verdade escriturística, que todos são escravos do pecado. Não há um justo, sequer um conforme o apóstolo Paulo aos romanos.
Outra sentença é que o pecado entrou no mundo, portanto, é uma realidade introduzida e não preexistente. O pecado entrou por meio de um homem, a saber, o cabeça federal de raça, Adão. Como todos os homens descendem de Adão, o pecado passou a todos os seus descendentes. A consequência imediata do pecado foi a morte, ou seja, a separação entre a criatura e o Criador. Esta categoria de morte não é a morte física, nem a morte eterna ainda. Mas, é a morte espiritual, significando que houve uma ruptura ou uma separação entre o homem decaído e o Deus Eterno e Santo. A morte física que é a separação do corpo em relação a alma e ao espírito, bem como a morte eterna que é a separação eterna de Deus são outras categorias de morte. Entretanto, todas inter-relacionadas ao pecado e não apenas aos atos pecaminosos. 
Estas asseverações iniciais se fazem necessárias a fim de compreender-se o que é deformação teológica e suas deletérias consequências. Por humanismo secular entende-se como sendo uma exacerbada valorização do homem e seus pressupostos, em detrimento da verdade escriturística. na expressão "humanismo secular", a palavra 'secular' aparece como adjetivadora da palavra 'humanismo'. Isto coloca as coisas no seu devido lugar, pois o secularismo é tudo o que coloca o aqui e o agora como o supra sumo da experiência centrada no homem e sua presumida medida de todas as coisas. Neste sentido o homem é o centro de tudo e não Cristo.
O humanismo é tão velho quanto a humanidade na Terra. É atribuído ao filósofo pré-socrático Protágoras a concepção humanista. É dele a ideia do "homo mensura", isto é, o homem é a medida de todas as coisas. Isto coloca o foco e a centralidade de tudo no homem. Entretanto, a primeira manifestação do humanismo secular foi no Éden, quando o homem optou pela proposta imoral da serpente. O mais intrigante é que tenha sido uma serpente a ofertante de tal propositura em Gn. 3:5 - "... e sereis, como Deus, conhecedores do bem e do mal." No hebraico do texto original diz: "... e sereis, como deuses..." Isto implica que o inimigo induziu o homem à ideia de que ele passaria a ter uma natureza divina semelhante a dos anjos. Esta foi a primeira deformação da verdadeira teologia, porque a proposta verdadeira seria a de formar a semelhança de Cristo no homem por ação monergística e não por esforço sinergístico. Satanás incorporado na serpente, quis produzir no homem a sua própria divinização sem envolver o Filho Unigênito de Deus. Ainda hoje este desvio permanece na mente e no coração dos homens. Buscam ser deuses e auto-suficientes em sua ciência, crenças e arrogância.
A questão posta aqui é com relação ao que é definitivo e ao que não o é. Porque, se Deus é soberano e definitivo, implica em que o homem  natural não o é. Assim, o humanismo secular fica reduzido a um embuste consequente da natureza pecaminosa. Também fica estabelecida uma antítese entre a verdade e a mentira; entre a religião e a revelação; entre a a graça e a lei; entre a fé e as obras de justiça; entre a dependência plena de Deus e o esforço humano; entre o monergismo e o sinergismo.

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