quarta-feira, agosto 3

ESCATOLOGIA II


Is. 46: 9 e 10 - "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade."
Escatologia é um procedimento divino realizado com base na palavra profética. Profecia no sentido puramente bíblico é uma comunicação da parte de Deus e dirigida ao homem por meio de um ser sobrenatural ou por pessoas autorizadas a falar o conteúdo e o teor da referida comunicação. Antes de Cristo, e durante o período de transição entre a velha e a nova aliança, Deus falou por diversas maneiras, mas agora após a revelação ter sido compendiada, Ele fala por meio de Cristo que é o Verbo revelado nas Escrituras. Isto fica claro em Hb. 1:1 e 2 - "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo." Por esta razão, todos os que se atrevem a fazer predições, em nome de Deus, não passam de meros adivinhadores como qualquer outro de qualquer crença.
Biblicamente não se pode confundir profecia com adivinhação, como se vê em muitas práticas religiosas deste tempo. A maneira de esclarecer se a profecia é de Deus, ou do homem é colocada em Dt. 18: 21 e 22 - "E, se disseres no teu coração: como conheceremos qual seja a palavra que o Senhor falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com presunção a falou o profeta; não o temerás." Pelo contexto anterior deste texto fica muito evidente que é Deus quem coloca as palavras na boca do profeta e não o profeta quem as coloca na boca de Deus como se nos dias atuais; também é Deus quem suscita os profetas e não os profetas quem suscitam-no como se nestes tempos; também acrescenta-se que o verdadeiro profeta fala do que ordena Deus e jamais o que quer a sua vontade. Logo, o que difere a verdade da mentira é em quem a profecia se originou. As ações procedentes de Deus são firmes, irretocáveis, fieis, verdadeiras, independentemente de serem agradáveis ou desagradáveis.
I Ts. 5: 20 e 21 - "... não desprezeis as profecias, mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom." Vê-se que o conselho do apóstolo Paulo é que não se deve desprezar ou abandonar as profecias, mas colocá-las à prova e reter apenas o que tem procedência nas Escrituras. O texto não está falando de previsões do futuro, ou adivinhações, mas de usar as Escrituras para ministrar fé e esperança aos corações dos eleitos e regenerados. O estímulo por meio da profecia mantém os eleitos firmes como está registrado em Dt. 31:7 - "Sê forte e corajoso, porque tu entrarás com este povo na terra que o Senhor, com juramento, prometeu a teus pais lhes daria; e tu os farás herdá-la." Foi dito a Josué para que fosse forte e corajoso, não com base em suas próprias forças, mas porque o Senhor havia jurado que o povo entraria na terra prometida.
Atualmente, muitos andam quilômetros atrás de "profetas" para resolver seus dilemas puramente horizontais. São enganados e enganam-se, porque tais predições nada têm a ver com a profecia bíblica e, muito menos, com Deus. O fato deste ou daquele "profeta" acertar uma ou outra coisa da vida pessoal, ou dos fatos da vida de alguém, não o habilita como mensageiro de Deus, porque o Diabo faz isto muito bem, além de curar e exaltar o homem para que ele não veja o seu próprio pecado e a cruz onde este é aniquilado. O Diabo é mestre destas coisas, porque ele conhece o coração pecaminoso do homem e sabe que é disto que ele gosta e quer. Então, utiliza-se do expediente das previsões para afastá-lo do verdadeiro evangelho.
É sabido que os eleitos e regenerados são sempre objeto do amor e dos cuidados do Eterno por meio de Cristo. Ele mesmo afirma que não executa nenhuma decisão sem antes comunicar profeticamente aos seus eleitos conforme Am. 3:7 - "Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas." Todos os nascidos do alto são profetas do Altíssimo no sentido em que estão autorizado a anunciar o segredo d'Ele escondido nos séculos passados, mas finalmente revelado em Cristo conforme Cl. 1:26 e 27 - "... o mistério que esteve oculto dos séculos, e das gerações; mas agora foi manifesto aos seus santos, a quem Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória." E a maior e mais perfeita profecia que alguém recebe para pregar é esta: a vida de Cristo nos eleitos e regenerados.
Entretanto, os que não nasceram do alto continuarão seguindo as suas almas contaminadas pela natureza pecaminosa e não regenerada pela inclusão na morte de Cristo. Isto fica bem claro em Ap. 22:11 - "Quem é injusto, faça injustiça ainda: e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda."
Esta é uma profecia para o nosso tempo, pois os que nasceram de novo são embranquecidos pelo lavar regenerador de Cristo; porém os que permanecem em suas vidas almáticas, permanecem nas suas justiças próprias e sistemas religiosos da mentira.
Da lucem, Domine!

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