Is. 46: 9 e 10 "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade."
Escatologia é uma doutrina estritamente bíblica que se ocupa da interpretação e do ensino das coisas finais as quais apontam e antecedem a restauração da ordem no universo. Cuida, portanto, do destino final dos homens e do mundo por meio das profecias escriturísticas antigas e dos textos neotestamentários, especialmente os apocalípticos. Desta forma, todo o conteúdo das Escrituras, em toda sua extensão a Escatologia é retratada. Entretanto, muitas predições já se cumpriram, outras estão se cumprindo, e ainda outras, se cumprirão. Todavia, este é um assunto que só é alcançado espiritualmente pelos que recebem a fé para crer nas Escrituras como Palavra de Deus, e não como manual de religião. Fora disto, tal assunto se torna mera especulação, conhecimento puramente intelectivo e mecanismo de coação das pessoas para que procurem e se submetam às religiões.
De fato, os acontecimentos ocorrem esparsos, isto é, em intervalos irregulares de tempos. Por esta razão, as pessoas comuns não se dão conta que as predições de Cristo, dos profetas, e dos mensageiros celestiais se cumprem à risca. Todavia, quando os acontecimentos são reunidos em uma sequência cronológica, vê-se que os fatos são muitos, constantes e se aceleram rapidamente.
Nesta esfera de doutrina bíblica há duas tendências: uma leva as pessoas a buscar apenas o entendimento intelectual, porque têm medo ou curiosidade; a outra move os eleitos e regenerados a considerar tais predições para a sua alegria espiritual e renovo das esperanças e da fé que receberam por Graça. Então, tal assunto pode provocar sofrimento em uns, e descanso em outros. Tudo depende a que domínio o indivíduo pertence: se da luz ou das trevas.
O texto que abre este estudo mostra e apela à lembrança dos que conhecem a ação de Deus desde a antiguidade. Afirma que ele, e somente ele, é Deus, não havendo a possibilidade de outro 'deus' existir. Tal assertiva se comprova historicamente, porque nenhum dos supostos 'deuses' dos povos e nações realizou obras semelhantes às do Deus verdadeiro e único que se revelou ao homem. A diferença das crenças e superstições dos homens reside no fato, que, no ensino da verdade, a ação é absolutamente monérgica, enquanto nas crendices religiosas a ação é invariavelmente sinérgica. O texto supracitado mostra, ainda, que o Deus único e verdadeiro conhece e anuncia o fim desde o início, e que executa toda a Sua vontade, independentemente do homem e seus pressupostos. Isto implica no seu atributo de presciência e onisciência!
Um dos maiores erros humanos, ainda que por ateus ou crédulos é não conhecer, e mesmo conhecendo, não crer na soberania de Deus. Um ser soberano é absoluto e todos os seus atos são igualmente absolutos. O homem, na sua incredulidade, sempre imagina que pode ludibriar Deus e contornar os seus "decretos eternos" numa espécie de manobra estratégica a fim de ganhar dividendos com isso. Ora, ele não se ilude e não partilha com a criatura absolutamente decaída e depravada conforme Rm. 3: 10 a 18 - "... como está escrito: não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios; a sua boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Nos seus caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante dos seus olhos." O apóstolo Paulo está fazendo, neste texto, uma citação do Salmo 14. Neste ponto você examina a sua consciência e procura logo se esquivar do conteúdo deste texto, porque a sua justiça própria toma como parâmetro as virtudes humanas, os valores morais aceitos e consagrados pela sociedade. Entretanto, mesmo as suas bondades, justiças próprias e bons antecedentes estão circunvalados pela natureza pecaminosa herdada de Adão. Portanto, mesmo quem não comete uma ou outra falha apontada pelo texto bíblico, possui em si a possibilidade de cometê-las a qualquer momento e sob quaisquer circunstâncias. E ainda que viva uma vida inteira sem cometer determinados pecados e delitos, a natureza separada e morta para Deus continua habitando o seu interior. É esta natureza contaminada que precisa ser regenerada por meio de Cristo. Muitos não cometem determinados deslizes, porque têm medo de serem apanhados pelo sistema judicial e temem sofrer execração pública; temem a perda do prestígio social e da pressuposta moral para com os amigos e familiares. O homem é um ser que vive quase sempre de aparências, numa espécie de jogo de dissimulações para sobreviver a si mesmo.
Escatologia é a análise dos procedimentos de Deus ao longo da História com vistas aos fatos do tempo do fim de todas as coisas e da restauração final da ordem no universo.
Sola Scriptura!
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