domingo, maio 1

O PECADO, OS PECADOS, E O PECADOR XVI

Mq. 7:1 a 19 - "Ai de mim! porque estou feito como quando são colhidas as frutas do verão, como os rabiscos da vindima; não há cacho de uvas para comer, nem figo temporão que a minha alma deseja. Pereceu da terra o homem piedoso; e entre os homens não há um que seja reto; todos armam ciladas para sangue; caça cada um a seu irmão com uma rede. As suas mãos estão sobre o mal para o fazerem diligentemente; o príncipe e o juiz exigem a peita, e o grande manifesta o desejo mau da sua alma; e assim todos eles tecem o mal. O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que uma sebe de espinhos. Veio o dia dos seus vigias, a saber, a sua punição; agora começará a sua confusão. Não creiais no amigo, nem confieis no companheiro; guarda as portas da tua boca daquela que repousa no teu seio. Pois o filho despreza o pai, a filha se levanta contra a mãe, a nora contra a sogra; os inimigos do homem são os da própria casa. Eu, porém, confiarei no Senhor; esperarei no Deus da minha salvação. O meu Deus me ouvirá. Não te alegres, inimiga minha, a meu respeito; quando eu cair, levantar-me-ei; quando me sentar nas trevas, o Senhor será a minha luz. Sofrerei a indignação do Senhor, porque tenho pecado contra ele; até que ele julgue a minha causa, e execute o meu direito. Ele me tirará para a luz, e eu verei a sua justiça. E a minha inimiga verá isso, e cobri-la-á a confusão, a ela que me disse: Onde está o Senhor teu Deus? Os meus olhos a contemplarão; agora ela será pisada como a lama das ruas. É dia de reedificar os teus muros! Naquele dia será dilatado grandemente o teu termo. Naquele dia virão a ti da Assíria e das cidades do Egito, e do Egito até o Rio, e de mar a mar, e de montanha a montanha. Mas a terra será entregue à desolação por causa dos seus moradores, por causa do fruto das suas obras. Apascenta com a tua vara o teu povo, o rebanho da tua herança, que habita a sós no bosque, no meio do Carmelo; apascentem-se em Basã e Gileade, como nos dias antigos. Eu lhes mostrarei maravilhas, como nos dias da tua saída da terra do Egito. As nações o verão, e envergonhar-se-ão, por causa de todo o seu poder; porão a mão sobre a boca, e os seus ouvidos ficarão surdos. Lamberão o pó como serpentes; como répteis da terra, tremendo, sairão dos seus esconderijos; com pavor virão ao Senhor nosso Deus, e terão medo de ti. Quem é Deus semelhante a ti, que perdoas a iniquidade, e que te esqueces da transgressão do resto da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque ele se deleita na benignidade. Tornará a apiedar-se de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades. Tu lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar."
Um princípio é por sua própria definição e natureza um ponto de partida dentro de um processo. É o fundamento de um fenômeno quer seja subjetivo, quer seja objetivo. O princípio é, in si, a razão de alguma coisa, fato, objeto, ideia e conhecimento. Assim, por princípio uma laranjeira produzirá invariavelmente laranjas, enquanto uma macieira produzirá invariavelmente maçãs. O princípio é aquilo que é por natureza originária e causal de qualquer coisa. Igualmente por princípio, alguém poderá aprisionar um urubu, pintá-lo de amarelo, colocar alpiste numa vasilha diante dele e dizer: canta canarinho! Certamente ele não cantará como canário; coma o alpiste meu canário! Ele também não comerá, porque o princípio que determina a sua natureza de urubu não o permitirá.
A concepção, ideia ou conceito é algo abstrato ou um mero símbolo mental. Os conceitos são mutáveis, e, por vezes, variáveis sobre um mesmo objeto. A concepção é um modo de ver, um ponto de vista, um entendimento, uma noção. O conceito está relacionado à capacidade de percepção do sujeito, porém, nem sempre ao princípio da coisa, do fato, da realidade, do objeto em si. É sabido que se pode definir a concepção pelo princípio, mas nem sempre se define o princípio pelo conceito. Assim, muitas pessoas podem ter um conceito acerca de Deus, da fé, da verdade, do pecado, mas não compreedem o princípio destas realidades.
Com base nestas considerações, se pode afirmar que há profunda diferença entre o pecado como um princípio, e os atos pecaminosos como consequências deste princípio. É principiológico que o homem é pecador, porque possui natureza pecaminosa e não apenas porque comete atos pecaminosos. Por esta razão, qualquer homem traz em si o potencial para cometer qualquer erro, deslize, fraqueza, ou mesmo atos bárbaros. Pode não cometer um ou outro erro, mas a capacidade potencial para tanto é constante.
No texto que dá abertura a este artigo, tem-se que os atos pecaminosos são causados pelo pecado como um princípio, pois "... Pereceu da terra o homem piedoso; e entre os homens não há um que seja reto; todos armam ciladas para sangue; caça cada um a seu irmão com uma rede. As suas mãos estão sobre o mal para o fazerem diligentemente; o príncipe e o juiz exigem a peita, e o grande manifesta o desejo mau da sua alma; e assim todos eles tecem o mal. O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que uma sebe de espinhos."
Na sequência do texto é apresentada a sentença de juízo sobre o pecado, sobre os pecadores e o que é feito dos seus pecados. É uma profecia sobre a vinda de Cristo para dar solução ao pecado, aos pecados e aos pecadores.
Sola Scriptura!

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