terça-feira, fevereiro 22

FÉ E OBRAS: OPOSIÇÃO OU COMPLEMENTO II?

Tg. 1: 22 a 27 - "E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Pois se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante a um homem que contempla no espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo e vai-se, e logo se esquece de como era. Entretanto aquele que atenta bem para a lei perfeita, a da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas executor da obra, este será bem-aventurado no que fizer. Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a sua religião é vã. A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo."
Nos últimos versos do capítulo da carta doutrinária de Tiago ele está tratando da relação entre o que a pessoa afirma crer e o que ela de fato faz. É uma confrontação entre a fé que alguém afirma possuir e os atos de sua vida. Ele está tratando de religião, pois mostra que alguns devem cumprir a Palavra de Deus e não apenas ouvi-la. Saber acerca das Escrituras, de Teologia, Religião, ou mesmo acerca de Deus, Cristo e o Espírito Santo, não promove ninguém ao patamar de elevada espiritualidade. Trata-se, portanto, de uma forma de enganar-se a si mesmo. É um culto do homem ao próprio homem, por isso é uma religião humana, porque supostamente pretende fazer uma religação deste ao Criador, mas são só impressões, assentimentos e imagens dos próprios atos.
Na sequência, Tiago dá alguns exemplos práticos das características dos que estão de fato religados ao Criador: refreiam a língua, atenta bem para a lei da liberdade e persevera nela, não esquece do que ouve de Deus, executa as obras d'Ele.
Tiago também demonstra o que é a religião vazia e a religião oriunda na ação monérgica de Deus, porque é praticada na presença de Deus. Ninguém tem inclinação natural para visitar órfãos, viúvas, e guardar-se da corrupção do mundo por conta própria. É Deus quem opera no eleito e regenerado, tanto o querer, como o efetuar segundo a Sua boa vontade. Nele nos movemos, existimos e respiramos por meio do Justificador, Jesus Cristo. Uma coisa é tentar religar-se a Deus, outra é ter sido religados a Ele.
Então, antes de tratar da questão da fé e das obras, Tiago trata de religião e comportamentos humanos, atitudes e atos humanitários e não de justificação e fé. Ele menciona no capítulo 2 a justificação exemplificada em Abraão e Raabe, mas como consequência da fé que Deus moveu estas criaturas, e não como causa dela.
No verso 14 do capítulo 2: "meus irmãos, qual é proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras?". Tiago não afirmou que tal pessoa tem fé, mas diz que este alguém afirma ter fé. Entretanto, os atos reais desta referida pessoa não condiz com a fé que afirma ter. É uma pergunta retórica e não uma sentença afirmativa. Tiago também não afirma que o referido "alguém" é crente ou não! Apenas diz que o tal afirma ter fé. Na verdade ninguém possui fé, ao contrário, a fé é que possui alguns. Fé não é uma virtude natural do homem, é antes, um dom de Deus. Além do que, os que ganharam fé, igualmente recebem o seguinte ensino em Rm. 14:22 - "A fé que tens, guarda-a contigo mesmo diante de Deus."
Tiago não afirma igualmente que aquele que diz ter fé é justificado, porque ninguém é justificado somente por fazer tal afirmação. A justificação é uma ação monérgica e não sinérgica como a maioria dos religiosos presume. O fato é que muitos homens, tendo ou não a fé se gabam, são orgulhosos de si mesmos, porque não cometem determinados atos errôneoas, são soberbos e amam o ser glorificados pelos outros homens. O apóstolo Tiago não está tratando de fé espiritual, nem de obras perfeitas realizadas em Deus conforme Ef. 2:10 - "Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas." Verifique que as "boas obras" foram preparadas por Deus antes mesmo do homem, logo, boas obras são de Deus e não dos homens. Os homens andam nelas e elas andam nos homens eleitos e regenerados pela graça. Tiago está tratando das obras dos homens e não das obras preparadas por Deus de antemão para que os seus andem nelas.
Sola Scriptura!

FÉ E OBRAS: OPOSIÇÃO OU COMPLEMENTO I?

Tg. 2:14 a 25 - "Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso? Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me a tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o crêem, e estremecem. Mas queres saber, ó homem insensato, que a fé sem as obras é inútil? Porventura não foi pelas obras que nosso pai Abraão foi justificado quando ofereceu sobre o altar seu filho Isaque? Vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. E se cumpriu a escritura que diz: e creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo de Deus. Vedes então que é pelas obras que o homem é justificado, e não somente pela fé. E de igual modo não foi a meretriz Raabe também justificada pelas obras, quando acolheu os espias, e os fez sair por outro caminho?"
O homem é um ser religioso por natureza, porque está sempre, direta ou indiretamente, procurando se ligar ou religar-se a alguma ordem de força sobrenatural. Entretanto, o processo de religação originário no homem jamais poderá religá-lo à verdade, porque todos estão mortos espiritualmente por conta da natureza pecaminosa decaída. Primeiramente se faz necessário que o Eterno vivifique o pecador, para soe então, ele receberá a vida 'zoê'. Para receber a verdadeira vida, necessário é que se perca a vida almática ou 'psiquê'.
Todas as vezes que alguém se levanta e prega que a salvação é pela graça mediante a fé, logo surgem os interpeladores dizendo: mas a epístola de Tiago afirma que a fé sem as obras é morta. Estas pessoas julgam que Paulo diz uma coisa e Tiago diz outra, porque em Romanos o assunto central é a justificação pela fé, enquanto em Gálatas se afirma que a justificação não é pelas obras. Ora, não há a menor contradição, pois o tema é o mesmo: a justificação do pecador. Porém, em Romanos Paulo diz que é pela fé e em Gálatas ele diz que não é pelas obras. Acontece que todas as epístolas foram escritas com um assunto central, e, Paulo escreveu estas duas cartas doutrinárias com a finalidade de falar sobre como o pecador é justificado. Logo, as duas cartas se complementam e não se conflituam, pois o assunto é a justificação e não a fé e as obras.
Tiago escreveu a sua carta doutrinária com um assunto em pauta, a saber, misericórdia aos que sofrem. Ele está enfocando a questão da ajuda humanitária e não a questão da justificação. Na hermenêutica há um princípio que ensina o seguinte: se há pontos aparentemente divergentes em um determinado assunto, verifica-se qual é o ponto mais frequente e toma-o como o mais significativo. Assim, o assunto frequente em Tiago 2 é a misericórdia pelos outros como expressão visível da fé que é invisível. Tiago está dizendo que a fé produz misericórida e que as obras expressam isto materialmente. Ele não está doutrinando, em nenhum momento, que a justificação é garantida ou obtida pelas obras, mas sim que as obras acompanham a fé.
No verso 6 do capítulo 2 da carta de Tiago diz: "entretanto, vós outros menosprezais o pobre. Não são os ricos que vos oprimem, e não são eles que vos arrastam aos tribunais? Não são eles os que blasfemam o bom nome que sobre vós foi invocado? Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura: amarás o teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem; se todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como transgressores. Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos..." No mesmo verso Tiago diz: "porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia.A misericórdia triunfa sobre o juízo."
Assim, em Tiago o assunto central é a misericórdia e não a justificação. Ele fala sobre Abraão e Raabe como quem houvera sido justificados pelas obras. Entretanto, ao atentar-se para as obras dessas duas personagens bíblicas verifica-se claramente que não são obras justificadoras do pecado, mas que justificam a fé que haviam recebido naquelas circunstâncias dentro do supremo propósito do Eterno.
Sola Scriptura!

domingo, fevereiro 13

DURA COISA É SER ABALIZADO PELO PRUMO DO ETERNO


Am. 7: 1 a 17 - "O Senhor Deus assim me fez ver: e eis que ele formava gafanhotos no princípio do rebentar da erva serôdia, e eis que era a erva serôdia depois da segada do rei. E quando eles tinham comido completamente a erva da terra, eu disse: Senhor Deus, perdoa, peço-te; como subsistirá Jacó? Pois ele é pequeno. Então o Senhor se arrependeu disso. Não acontecerá, disse o Senhor. Assim me mostrou o Senhor Deus: eis que o Senhor Deus ordenava que por meio do fogo se decidisse o pleito; o fogo, pois, consumiu o grande abismo, e também queria consumir a terra. Então eu disse: Senhor Deus, cessa agora; como subsistirá Jacó? Pois ele é pequeno. Também disso se arrependeu o Senhor. Nem isso acontecerá, disse o Senhor Deus. Mostrou-me também assim: eis que o senhor estava junto a um muro levantado a prumo, e tinha um prumo na mão. Perguntou-me o Senhor: que vês tu, Amós? Respondi: um prumo. Então disse o Senhor: eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele. Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão. Então Amazias, o sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: Amós tem conspirado contra ti no meio da casa de Israel; a terra não poderá suportar todas as suas palavras. Pois assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada, e Israel certamente será levado cativo para fora da sua terra. Depois Amazias disse a Amós: vai-te, ó vidente, foge para a terra de Judá, e ali come o pão, e ali profetiza; mas em Betel daqui por diante não profetizarás mais, porque é o santuário do rei, e é templo do reino. E respondeu Amós, e disse a Amazias: eu não sou profeta, nem filho de profeta, mas boieiro, e cultivador de sicômoros. Mas o Senhor me tirou de após o gado, e o Senhor me disse: vai, profetiza ao meu povo Israel. Agora, pois, ouve a palavra do Senhor: tu dizes: não profetizes contra Israel, nem fales contra a casa de Isaque. Portanto assim diz o Senhor: tua mulher se prostituirá na cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão à espada, e a tua terra será repartida a cordel; e tu morrerás numa terra imunda, e Israel certamente será levado cativo para fora da sua terra."
O prumo é um instrumento utilizado pelos construtores para determinar a verticalidade e o ponto de uma parede. É formado de uma peça metálica maciça e pesada presa à extremidade de um fio metálico ou em uma base fixa, servindo para determinar a direção vertical. No sentido figurado, prumo quer dizer prudência, tino, cautela; agudeza, penetração.
Amós era boiadeiro e agricultor de sicômoros, atividades nada em comum com pregação de mensagens espirituais. Porém, em um dado momento, o Eterno o tomou e lhe mostrou o que pretendia fazer a Israel em função da dureza de coração e da idolatria do povo e do rei. O Senhor mostrou primeiramente que destruiria totalmente as plantações e arruinaria a colheita por meio de gafanhotos. Amós, então suplicou perdão pelo povo. Foi atendido! Na segunda visão, o Senhor mostrou que destruiria tudo a fogo. Amós, novamente suplicou em favor do povo, sempre mostrando que a casa de Israel, ou a descendência de Jacó era muito pequena e que dela não sobraria nada se o juízo fosse executado. Deus recuou novamente! Na terceira vez, o Eterno decidiu retirar-se pessoalmente do meio de Israel, mas colocou um prumo no meio do povo para servir de direção e abalizamento da retidão dos seus atos. O muro levantado a prumo, no texto, é uma referência à perfeita retidão da lei do Senhor oferecida ao povo de Israel como base de conduta moral, até que chegasse o tempo da perfeita e última redenção por meio de Cristo. O prumo é a medida ou modelo da retidão exigida para pertencer a família eterna do Senhor. Quem não é achado reto, é extirpado e rejeitado. A retidão é Cristo nos eleitos, a esperança da Glória. Somente quem está em Cristo passa pelo prumo.
O resultado da visão e o anúncio dela por Amós foi uma brutal reação do sacerdote e do próprio rei. O líder religioso de Betel acusou Amós de ser um profeta contrário aos interesses de Israel e um conspirador contra o rei. O sacerdote Amazias sugeriu que Amós fugisse para Judá e que lá vivesse, porque se tornou persona non grata em Betel. Amós foi rejeitado, porque anunciou o que Deus disse. Ao sacerdote, ao rei e ao povo, interessavam manter Betel como centro dos interesses humanos e não divinos. Ao que respondeu Amós: eu não sou profeta, apenas cuido de gado e planto sicômoros, mas o Senhor me tomou e me falou estas coisas. Isto mostra que o Eterno se revela e usa a quem quer, como quer, onde quer e para o que quer. Não é exigi nenhum curso de teologia, nem título de doutor em divindades. Tudo o que existe no universo serve ao Senhor querendo ou não. Amós era homem simples, cuidando de atividades comuns!
Os religiosos de hoje são piores do que os do tempo de Amós, porque não suportam ouvir a sã doutrina e ajuntam para si doutores segundo os seus desejos de ouvir o que lhes agrada; não gostam de ouvir a verdade; maltratam e afugentam os que preferem as Escrituras. Dão muito valor às confabulações entre si acerca de suas próprias verdades humanizadas. Por isto, o Eterno está pondo o Seu prumo no meio das igrejas institucionais e humanas, elas estão se mundanizando para não perder o 'time' da história. O preço é o exílio da verdade escriturísticas. Morrerão em suas doutrinas e declarações de princípios segundo os preceitos de homens e não segundo a soberana vontade do Eterno Senhor. O Senhor Jesus Cristo está do lado de fora destas instituições horizontais, pois elas amam mais as suas doutrinas do que a Ele.
Sola Scriptura!

sexta-feira, fevereiro 4

O FALSEAMENTO DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO


Jo. 8: 34 a 36 - "Replicou-lhes Jesus: em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. Ora, o escravo não fica para sempre na casa; o filho fica para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres."
O mundo não necessita de teologias. O mundo necessita da verdade. A verdade não é uma concepção filosófica, mas uma pessoa, a saber, Cristo. Ele declara isto solenemente em Jo. 14: 6 - "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." Na estrutura deste texto, é utilizado o artigo definido, implicando isto na unicidade da declaração de que é Ele, e somente Ele, a verdade. O mundo busca verdades conceptuais e relativizadas. Porém, a verdade é uma pessoa e não uma concepção abstrata e filosófica.
A famigerada "teologia da libertação" não é, nem teologia, porque não tem origem em Deus, e, muito menos da libertação, porque não liberta o homem naquilo que lhe é essencial ser libertado, isto é, do pecado. Ela propõe uma libertação horizontal e não vertical. O que adianta alguém possuir elevado padrão de vida, se estiver espiritualmente morto para Deus, para si mesmo e para a eternidade? Cristo responde a esta indagação com as seguintes palavras: "... o que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma, ou o que dará ele em troca da sua alma?"
A malversada "teologia da libertação" tem a sua origem em três teses fundamentais: a) o Evangelho Social das igrejas norte-americanas, trazido ao Brasil pelo missionário e teólogo presbiteriano Richard Shaull; b) a Teologia da Esperança, do teólogo reformado Jürgen Moltmann; c) e a Teologia Política exposta pelo teólogo católico Johan B. Metz, na Europa, e o teólogo batista Harvey Cox, nos Estados Unidos. Vê-se claramente um teor absolutamente humanista e o foco nos interesses do homem e não na pessoa de Cristo. Isto nos remete à afirmação do próprio Cristo em Mc. 8: 33 - "Mas ele, virando-se olhando para seus discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo: Para trás de mim, Satanás; porque não cuidas das coisas que são de Deus, mas sim das que são dos homens." Jesus não chamou Pedro de Satanás, mas afirmou que as suas cogitações eram de Satanás, exatamente porque o Diabo tem grande interesse em exaltar o homem para mantê-lo no pecado. Faz o pecador acreditar que é o redentor se si mesmo e que é possível uma sublimação do seu estado de miséria e pobreza por meio de uma vida vitoriosa e repleta de realizações. Acontece que a natureza pecaminosa no homem o leva a crer que esta é uma verdade indefectível. De fato, enquanto o homem cogita ou cuida de seus próprios interesses materiais ou espirituais ele está frontalmente negando o único e Todo-suficiente Salvador, Cristo. Neste sentido, os defensores das teologias humanistas e horizontalizadas discordam veementemente, afirmando que Deus é amor; que Ele não gosta da miséria, do sofrimento, da pobreza e que tais coisas resultam das injustiças e desigualdades entre os homens. Isto também é uma mentira, pois sendo Deus Soberano, é Ele quem decide quem enriquece e quem empobrece, quem é exaltado e quem é humilhado, quem ganha a vida e quem desce à sepultura. É Ele quem retira o mendigo do lixo e o põe nos palácios. É Ele quem estabelece os reis e quem os retira dos seus tronos. Acreditar que as injustiças e desigualdades socioeconômicas estão fora do controle de Deus é também negar a Sua Soberania. É como se Deus fosse apanhado de surpresa pelas atitudes egoístas dos homens e não pudesse fazer nada para mudar a realidade. Acontece que o tempo de Deus não é o tempo do homem; os juízos d'Ele não são os juízos humanos. Este é o maior problema das teologias querer fazer Deus se curvar às cogitações humanas. Humanizam Deus, e deificam o homem portador de uma natureza decaída. Isto sim, é ridículo!
A falida e falsa "teologia da libertação", não é teologia, e não liberta o homem da sua condição decaída. É, antes, uma corrente supostamente teológica que abrange diversas pseudo-teologias, também supostamente cristãs surgidas no "Terceiro Mundo" ou nas periferias pobres do "Primeiro Mundo" a partir dos anos 70 do século passado. Baseadas na chamada "opção preferencial pelos pobres contra a pobreza e pela sua libertação" teve o seu berço inicial na América Latina.
Tais teologias artificializadas partem de uma reflexão acerca da situação de pobreza e de exclusão social à luz da fé cristã. Acusam estas situações de terem a sua origem nas estruturas econômicas e sociais injustas. Esta é claramente uma mera influência das ciências sociais, notadamente da "teoria da dependência" na América Latina, que é de inspiração marxista. Assim, religiosos que cogitam das coisas do homem e não das que de Deus, se curvaram às teses de um ateu para reparar os erros e injutiças. Tudo à revelia da Soberania de Deus.
Entretanto, a alma que não nasceu do alto pela vontade Deus ama estas teologias e deposita nelas toda a sua base de crença religiosa.
A Ele, pois toda honra!!!