segunda-feira, fevereiro 11

A FALSA TEOLOGIA UNIVERSALISTA DO "TODOS" IV

O adjetivo 'falso' significa tudo aquilo que é contrário à realidade ou à verdade, ou ainda, que seja inexato, sem fundamento. Há sempre uma grande controvérsia entre os que creem na doutrina bíblica, tal como ela é ensinada nas Escrituras, e aqueles que tomam das Escrituras os textos, ou mesmo, palavras fora dos seus contextos para justificar por pretexto, posições pseudo-teológicas, tal como a universalidade da salvação.
John Owen, em sua obra, "Por Quem Cristo Morreu?", afirma: "Não devemos descrever a salvação de nenhuma maneira diferente daquela que a Bíblia a descreve. E a Bíblia não diz, em lugar algum, que Cristo morreu 'por todos os homens', ou por 'cada homem em particular'. Ela diz que Cristo deu Sua vida 'em resgate de muitos'". Isto é verdade cf. Mc. 10:45 - "Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos." Muitos é um advérbio de quantidade e jamais poderá significar todos os homens. Pode até significar todos os escolhidos ou todos os eleitos, mas jamais todos os homens, isto é, toda a humanidade. Desta forma, descarta de longe o universalismo.
Estes 'muitos', invariavelmente, são as ovelhas de Cristo de acordo com Jo. 10: 3, 4 e 14 - "A este o porteiro abre; e as ovelhas ouvem a sua voz; e ele chama pelo nome as suas ovelhas, e as conduz para fora. Depois de conduzir para fora todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem..." Verifica-se aqui uma relação de conhecimento recíproco apenas entre o bom pastor e as suas ovelhas. Não é uma relação universal, mas uma relação singular e particular.
Os 'todos' a que aludem alguns textos referentes à redenção ou salvação, sempre são relativos aos todos os quais foram eleitos e não a todos os homens. É uma questão de examiná-los em seus contextos e não isoladamente, como comumente fazem os arminianos e universalistas. O mesmo se aplica aos condenados ou perdidos, o texto sagrado nunca afirma que são todos os homens, mas apenas os condenados à perdição, por causa do seu pecado. Pode-se verificar também, alguns aspectos da palavra "todos" utilizada no texto neotestamentário, em sua língua original, o grego koiné.
O radical é:
1) 'pâs'
2) 'pâsa'
3) 'pan'
Quando aparece como adjetivo e flexionada sem o artigo indica sentido distributivo, isto é, 'cada', 'toda sorte de', 'cada um', exceto quando há um só gênero, como por exemplo em ''pânsa ´Ierousalém, pâs ´Israel'' que significa "toda Jerusalém e todo Israel. Isto porque, só há, de fato, uma cidade de Jerusalém e um país Israel. Então 'todo' neste texto é uma questão de gênero e não de universalismo. Indica que, não apenas todos em Jerusalém, como também todos em Israel ouviram os feitos e ditos por Cristo.
Quando se relaciona a uma abstração ou nomes próprios, indica 'todo' ou 'inteiro', isto é, um ente ou objeto em sua total extensão, inteireza ou plenitude.
Quando apresenta antecedido por artigo, indica 'todo' (pâs hó), inteiro, total, o todo (ó pâs), o universo, a totalidade(ta panta).
Como pronome, indica cada um (pâs), tudo (pan), todo o mundo (pantes), todas as coisas (panta imon).
Quando aparece como antônimo, indica, não todo (ou pâs), nem todos, apenas alguns, (ou pantes), nenhum, ninguém (ou pâs).
Com relação às abstrações, notadamente aquelas que indicam virtudes, vícios, emoções, caráter e condição, mostra as diferentes maneiras em que tais virtudes, vícios ou emoções se manifestam. Dá a ideia superlativa, isto é, o mais alto grau ou o máximo dessas abstrações. Por exemplo: sempre, continuamente (dià pantós), em cada situação, em toda maneira (en pantí), em tudo como advérbio (panta), em todas as maneiras, em tudo (en pâsin), sobretudo (prò panton), em todos os respeitos, em todos os sentidos (kata panta), para toda parte, entre todos (dià panton).
Citando o pr. Glênio Fonseca Paranaguá, pode-se dizer: "há um 'todos' na Bíblia que são todos. Mas, há um 'todos' na Bíblia que não são todos os homens, mas são todos os que creram na suficiência toda da graça toda do Todo-Poderoso."
Por outras letras, há um 'todos' nas Escrituras que se refere a todos os homens, mas há também, um 'todos' nas mesmas Escrituras, que não são todos os homens, mas apenas os todos que foram eleitos por Deus e ordenados para a vida eterna. Tudo isto não é por qualquer mérito destes todos, mas pela misericordiosa graça do Deus soberano.
Solo Christus!

Nenhum comentário: