Rm. 8: 29 e 30 - "Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou."
A doutrina bíblica da eleição é, talvez, a mais evitada pela maioria daqueles que se autoproclamam cristãos. Obviamente, cada denominação ou sistema religioso que a refuta, procura apropriar-se de textos também bíblicos. Todavia, o fato de alguém ou algum sistema de crenças buscar apoio nas Escrituras não torna a sua posição legitimada, pois, na maioria dos casos, o tal apoio resulta de artíficios manipulados a fim de protegê-los de si mesmos e da falta de revelação na Palavra. Satanás também valeu-se das Escrituras quando tentou Jesus no deserto. Estse é um típico caso maquiaveliano de os fins justificarem os meios.
As religiões, geralmente, constroem uma estrutura elaborada de tal forma que, descontruí-la, torna-se impossível ao religioso sem a interveniência de Deus. Desconhecem a força da verdade contida em Jo. 6:44 - "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia." É Deus quem conduz o pecador eleito à Cristo para ser incluído em sua morte na cruz e, consequentemente, o traz à vida na sua ressurreição. Não é o pecador quem decide se quer ou não quer ser redimido, como é pregado por aí. Esta é a mais crassa heresia desde a Igreja Primitiva, o famigerado livre arbítrio. Nem é livre, nem é arbítrio! Ao contrário, é uma doutrina Gnóstica e Espiritista.
Alguns alegam que a salvação, redenção ou justificação é Universal com base em alguns versetos, como por exemplo, Jo. 3:16 - "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." É evidente que Deus amou e ama o mundo, porque é obra das mãos d'Ele. A redenção envolve todo o Cosmo e não apenas homens. A restauração final, no retorno do Grande Rei, será plena e todo o mal será anulado para sempre. Entretanto, o texto trata do mundo, como a criação de Deus que foi afetada pelo pecado. Obviamente, também retrata o homem e impõe a condição para a redenção absoluta e plenamente, qual seja, a fé. A salvação é "para todo aquele que crê..." e não para todos. Sabendo-se que a fé não é virtude humana, mas dom de Deus, conclui-se que nem todos recebem o dom da fé para crer que Jesus, o Cristo é Deus e Justificador. Ele mesmo demonstra isto aos religiosos judeus em Jo. 5: 39 e 40 - "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim; mas não quereis vir a mim para terdes vida!" Vê-se que o 'querer' deles não era inclinado para a fé. É a corrupção pela natureza pecaminosa que define a incredulidade que separa o homem pecador de Deus e não, necessariamente, os seus atos pecaminosos. Estes são consequências daquela e não o contrário.
Outros ainda, resgatam o texto de Tt. 2:11 - "Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens [...]" Mais uma vez lançam mão de um único texto, para contestar algo que é múltiplo e frequente em toda a Escritura. É óbvio que a salvação foi manifestada ao mundo todo na pessoa de Jesus, o Cristo. Porém, o texto não afirma que todos os homens foram ou serão salvos. Ao utilizar-se destes textos, a ideia a qual desejam passar, equivocadamente, é a salavação universal. É muito simples! Basta imaginar que, se Deus desejou redimir todos os homens, logo, todos os homens seriam redimidos, porque a vontade d'Ele não pode ser contrafeita por ninugém. Logo, se nem todos os homens são salvos, conclui-se que a salvação não é para todos. Então, o que Tito ensina é que a graça de Deus foi evidenciada a todos, mas o que se vê é que não são todos eleitos para a graça. Até porque, a eleição é pela graça conforme Rm. 11:5 - "Assim, pois, também no tempo presente ficou um remanescente segundo a eleição da graça." Este remanescente é um grupo específico e não todos os homens ou todos os judeus, considerando o contexto. A graça não é uma propositura ou ação humana, mas sobrenatural e divina. O maior erro doutrinário da religião é inferir que a Graça de Deus é diretamente proporcional às boas ações dos homens. Primeiramente, nenhum homem é bom, mas apenas Deus é bom.
Eleição é um substantivo feminino que possui as seguintes significações: 'escolha preferencial', 'primazia' e 'predileção.' Ora, não tem Deus vontade própria para querer ou deixar de querer alguma coisa? Alguns alegam que isto seria injustiça da parte d'Ele. Porém, julgam assim, com base na noção de justiça forense e não com base na soberania absoluta de Deus. A eleição sozinha não completa o projeto eterno de Deus. Ela necessida de outro ato executivo da parte do Eterno. Trata-se, portanto, da predestinação cuja significação é: 'destinação antecipada à salvação', ou do 'destino de algo ou alguém.' Desta forma, Deus não apenas escolheu ou elegeu alguns pecadores de antemão, como também, os predestinou para serem chamados, justificados e glorificados de acordo com o texto de abertura.
A doutrina da eleição e da predestinação não pode ser entendida, erronemante, como Deus tendo se interessado por alguns pecadores e os escolhido para viver eternamente sem executar a Sua Justiça para justificá-los. A sentença contra o pecado foi executada em Jesus, o Cristo. Os eleitos e predestinados foram incluídos em sua morte para terem suas naturezas pecaminosas extirpadas conforme o registro de Hb. 9:26 - "... doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo." O aniquilamento da natureza pecaminosa significa que, a culpa do pecado dos eleitos e regenerados foi anulada plena e completamente diante de Deus. Isto não os torna perfeitos e melhores do que qualquer outra pessoa aqui na vida terrena. Tal glória será manifestada apenas na restauração final. Isto é largamente ensinado por Paulo sobre a glorificação dos eleitos.
Alguns religiosos que auto-intitulam-se de crentes ou cristãos reivindicam que Deus escolheu apenas aqueles aos quais ele previu que o escolheria. Isto com base no versículo de I Pd. 1:2 - "Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas." Apegam-se à palavra 'presciência', apenas no sentido que lhes interessa, para justificar esta aberração pseudo-teológica. Ora, neste caso, a graça de Deus é totalmente desqualificada e anulada, pois se Ele escolhe aqueles que sabia que o escolheria, qual o sentido de enviar Cristo para morrer em uma cruz por eles? Morrer por quem já se sabia que seria salvo é uma contradição teológica pior que permanecer na incredulidade. Além do mais, segundo Rm. 3:10 e 11, nenhum homem pecador é capaz de optar, por livre vontade, a se inclinar para Deus. Esta turma das teológias esdrúxulas foi contaminada pela doutrina filosófica que penetrou a Igreja Primitiva, chamada Gnosticismo. Acreditam eles, com base neste ensino de homens, que o homem decaído possui lívre arbítrio. Confundem escolhas naturais e mecânicas com escolhas espirituais.
Ora, Deus escolheu àqueles que quiz, porque quiz e quando quiz conforme Rm. 9:11 a 13 - "(pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito: o maior servirá o menor. Como está escrito: amei a Jacó, e aborreci a Esaú." Então, foi o propósito de Deus que escolheu Jacó e não as excelsas qualidades dele ao se inclinar para o Altíssimo. Aliás, dependesse da moral de Jacó, este estaria absolutamente condenado à perdição, pois era trapaceiro de primeira marca. O original grego do texto acima diz que Deus amou a Jacó e odiou a Esaú. Os tradutores querem poupar Deus da Sua Soberania e traduzem como: "amou menos." Isto é mentira teológica!
Ef. 1: 3 a 6 - "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado."
II Tm. 1:9 - "... que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos..."
Sola Scriptura!